A RELIGIOSIDADE POPULAR ENTRE O POVO E A OFICIALIDADE: O CASO DA IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DA FREGUESIA SÃO JOSÉ DA BARRA LONGA
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- Eduarda Pereira Barateiro
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1 Comunicacoes ~ Modernidade, Instituicoes e Historiografia Religiosa no Brasil ~ A RELIGIOSIDADE POPULAR ENTRE O POVO E A OFICIALIDADE: O CASO DA IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DA FREGUESIA SÃO JOSÉ DA BARRA LONGA Gustavo Bianch Silva Graduando em História pela UFV gbianch@gmail.com Antes da problematização do tema o possível contraste da religiosidade popular com a estrutura oficial católica, faz-se necessário justificar a escolha de uma irmandade negra como estudo de caso e também, apresentar a relevância das confrarias na vivência religiosa do povo. Segundo João José Reis, as irmandades, sobretudo mas não exclusivamente as negras, foram, pelos menos até o Brasil- Império, os principais veículos do catolicismo popular 1. Na América Portuguesa, sobretudo, foi comum o surgimento de várias irmandades religiosas de formação leiga, inclusive de escravos, africanos, crioulos e libertos. Com constituição diversa, atuaram tanto no âmbito da devoção a santos padroeiros como na organização étnica e de ajuda mútua entre irmãos e devotos. Para se organizarem, as confrarias necessitavam da aprovação régia, através de um documento (compromisso) que indicaria os pressupostos doutrinários, sociais e devocionais da irmandade. Dentro destas organizações, para realizar com eficácia as atividades propostas, havia irmãos eleitos para determinados cargos, tais como juizes, procurador, tesoureiro, escrivão. Especificamente nas irmandades negras, eram eleitos a figura do rei e da rainha, que possuíam direito a voto minerva nas decisões deliberativas 2. As irmandades, sobretudo, agiram sob a ingerência do Império Português na América. Como observou Caio César Boschi, o Estado português deu clara demonstração que seu interesse exclusivo era a gestão dos negócios econômicos e 1 REIS, João José. A Morte é uma Festa: Ritos Fúnebres e Revolta Popular no Brasil do Século XIX., São Paulo:Companhia das letras, p BORGES, Célia Maia. Escravos e Libertos nas Irmandades do Rosário: devoção e solidariedade - Minas Gerais - séculos XVIII e XIX. Juiz de Fora : Editora da UFJF, p. 82.
2 políticos, relegando a segundo plano a assistência social 3 Essas organizações, entretanto, serviram como única associação em prol dos necessitados 4, seja nas dificuldades do cotidiano doenças, problemas financeiros - ou nos rituais fúnebres, tão importantes na sociedade do antigo regime. Além disso, as irmandades atuaram como contra peso na ambígua relação entre Igreja e Estado no Império Português. Com o padroado régio, afirma Julita Scarano, a jurisdição espiritual sobre terras coloniais passava à Ordem de Cristo, cujo Grão-Mestrado (...) se tornou de fato uma prerrogativa dos reis de Portugal 5. Desta maneira, abriram-se diversos conflitos no âmbito jurisdicional: as fronteiras entre a alçada temporal ou eclesiástica eram sempre questionadas por ambos os poderes. Os dízimos, portanto, também envolvidos na esfera da jurisdição, foi um tema controvertido no período colonial. Enviado a Portugal, esse não retornava para os domínios coloniais de forma proporcional. O que deveria ser investido para as côngruas dos Vigários, a construção das igrejas, a compra das alfaias e tudo que servisse para a manutenção do culto 6, era empreendido de forma inconclusa e aquém das reais necessidades. Assim, os confrades das diversas irmandades no período colonial, se envolveram ativamente na organização daquilo que tanto o Estado quanto a Igreja deveriam desenvolver. Dentro desse cenário de devoção e participação popular, faz-se necessário pensar o papel desempenhado pelos afro-americanos 7 na religiosidade colonial o que justifica a escolha das irmandades como padrão de análise para o tema proposto. Como observou Eduardo Hoornaert, o catolicismo brasileiro assumiu nos primeiros séculos de sua formação histórica um caráter obrigatório 8. A suposta onipresença da igreja impediu, pelo menos explicitamente, o desenvolvimento de uma religiosidade tipicamente africana na colônia. Contudo, no interior das irmandades, os afro-americanos desenvolveram uma religiosidade particular, embora nos moldes do catolicismo romano. Como argumentou John Thornton, esse novo cristianismo africano permitiu que a filosofia e o conhecimento de algumas religiões africanas e acomodassem em um sistema religioso europeu e expressassem uma fusão de grande importância 9. 3 BOSCHI, Caio César. - Os Leigos e o Poder: Irmandades leigas e Política Colonizadora em Minas Gerais. São Paulo: Editora Etica, p É preciso reforçar que as irmandades religiosas ajudavam necessariamente os confrades da própria associação. Apenas as casas de misericórdia fizeram caridade num âmbito geral. 5 SCARANO, Julita. Devoção e Escravidão: A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos no Distrito Diamantino no século XVIII, São Paulo: Nacional, p Ibid. p Denominamos afro-americanos (expressão cunhada no trabalho de Jonh Thornton) os escravos africanos e libertos, incluindo também os descendentes de africanos nascidos nas possessões coloniais (crioulos, mulatos ou pardos). 8 HOORNAERT, Eduardo. A formação do catolicismo brasileiro: ed., Petrópolis. Editora Vozes, p THORTON, John. África e os Africanos na Formação do Mundo Atlântico, Rio de Janeiro: Editora Campus, p
3 Dessa maneira, precisamos expor o que entendemos por religiosidade popular, qual a relevância das irmandades negras nessa suposta religiosidade e também, compreender como essa se faz em relação ao Catolicismo Romano oficial. Primeiramente, é necessário explicitar que a distinção absoluta desses conceitos (oficialidade e popular) são separados apenas por finalidades de compreensão. Essa dicotomia entre o catolicismo ortodoxo e as práticas religiosas do povo são mais bem estruturadas nos papéis do que na realidade cotidiana. Isso se dá pela dificuldade da denominação popular. De acordo com Peter Burke, o temo cultura popular dá uma falsa impressão de homogeneidade e que seria melhor usá-lo no plural, ou substituí-lo por uma expressão como a cultura das classes populares 10. Além de a heterogeneidade ser marca decisiva na produção cultural e religiosa do povo, é definitivamente complexo definir até onde vai a cultura popular e onde começa a produção da elite, pois a fronteira entre as várias culturas do povo e as culturas das elites (e estas eram tão variadas quanto aquelas) é vaga e por isso a atenção dos estudiosos do assunto deveria concentrar-se na interação e não na divisão entre elas 11. Somado a isso, vale destacar que o catolicismo praticado na América Portuguesa pouco correspondeu ao ideal ortodoxo Romano. Como abordou Vera Irene Jurkevics, a implantação do catolicismo no Brasil refletiu, de um modo geral, as muitas práticas que integravam a cultura religiosa portuguesa marcada por uma tradição medieval, que ainda não havia absorvido a reforma tridentina, em curso, em boa parte da Europa 12. Portanto, se por um lado não temos uma religiosidade popular genuinamente homogenia, igualmente, não possuímos uma ortodoxia religiosa efetivamente ideal. Contudo, não podemos deixar de salientar que, embora o catolicismo praticado na América Portuguesa fosse distante do modelo tridentino, o alto clero mineiro bem que tentou reformar o catolicismo popular. De acordo com A. C. de Oliveira, tanto dom Frei Manuel da Cruz ( ) quanto dom Frei Domingos da Encarnação Pontevel ( ) implementaram na diocese de Mariana uma ação pastoral ancorada no programa salvífico da Igreja tridentina 13. Nessa interação entre sagrado e profano, ortodoxo e heterodoxo, as irmandades emergem como espaço de compartilhamento entre o permitido e o proibido pelos detentores do poder eclesiástico. A partir do livro de compromisso da Irmandade Nossa Senhora do Rosário de São José da Barra Longa, podemos observar como os confrades improvisavam esse compartilhamento a partir do discurso de solicitação para aprovação do funcionamento da confraria por parte do poder secular e eclesiástico. 10 BURKE, Peter. P Ibidem. p JURKEVICS, Irene V. Os santos da Igreja e os santos do povo: devoções e manifestações de religiosidade popular. Tese de doutorado. Curitiba/UFPR, p OLIVEIRA, A. C. de. A difusão da doutrina católica em Minas Gerais. In: História: Questões História: Questões & Debates, Curitiba, n. 36, p , Editora UFPR. 3
4 A escolha desta documentação está na pretensão óbvia das irmandades de se aproximarem do discurso oficial. Para que uma agremiação religiosa leiga fosse aceita, o seu Compromisso deveria se enquadrar numa categorização que fosse satisfatória aos interesses eclesiásticos. Não é por menos que a própria redação do texto ficava a cargo de poucos, sobretudo, como sinalizou Caio Boschi, se responsabilizavam pessoas letradas, dentre as quais os capelães certamente eram natural opção para a execução da tarefa 14. Ainda segundo Boschi, os compromissos devem ser tidos como fonte de estudo das relações sociais e econômicas, dos comportamentos e dos sentimentos neles capituladas (...). Se nos compromissos estão prescritas diretrizes de convivência ali as tensões e os conflitos, internos e externos, não se encontram ausentes 15. O discurso recorrente no Compromisso da Irmandade do Rosário de S. José da Barra Longa, por sua vez, é portador dessa coexistência dos múltiplos elementos que perpassam tanto a religiosidade dita popular quanto ao padrão católico romano de espiritualidade. Célia Maia Borges reconheceu em seu trabalho que a festa do Rosário é um acontecimento cm múltiplos eventos, do qual é impossível separar as manifestações do sagrado e do profano 16. Percebemos na leitura do Livro de Compromisso da Irmandade estudada, a centralidade desta celebração na escrita deste documento que obviamente, denota a importância da festa na vivência confrarial. Primeiramente, percebemos isso pela própria eleição dos oficiais da confraria ser realizada no dia festa (muito comum nas diversas irmandades da colônia): no mesmo dia, a primeira dominga de outubro, dedicado pela Igreja à soleníssima festa do Santíssimo Rosário (...). E nela se fará eleição dos novos Irmãos, e Oficiais, que houverem de entrar e servir 17. Em segundo lugar, pelo fato da festa ser o único foco de atenção no que tange à moralidade dos confrades: à qual a festa assistirá toda a irmandade com aquele zelo, e fervor, que esperamos de suas católicas pessoas, principalmente no templo, e na casa de Deus com todo aquele rendido, e devido culto, e respeito, que se deve tributar ao rei e rainha dos céus, e terra, evitando dúvidas, porfias, razões ou bulhas, que perturbem, escandalizem aos circunstantes, e o- fendam à suprema, e divina majestade (...) 18 Sabemos que as irmandades realizavam várias atividades de cunho religioso, desde procissões, cortejos fúnebres, recitação do rosário, missas dominicais, enfim, somando a outras atividades de cunho administrativo, como reuniões das mesas diretoras. No entanto, no Compromisso da Irmandade pesquisada, só indica pressupos- 14 BOSCHI, Caio C. Em minas, os negros e seus compromissos. IN: FILHO, Amílcar Vianna Martins (org). Compromissos de irmandades mineiras do século XVIII. Belo Horizonte: Claro Enigna/Instituto Cultural Amílcar Martins, p Ibidem. 16 BORGES, Célia Maia. Op. cit. p FILHO, Amílcar Vianna Martins (org). Op. cit. p Ibid. p
5 tos comportamentais no que se refere à festa da Nossa Senhora do Rosária, omitindo todas outras esferas da vida confrarial. E por último, a centralidade da festa se explicita a partir da atenção especial em relação aos recursos para as festas. Alisson Eugênio levantou bem este ponto, quando nos lembra que as confrarias negras sofreram recorrentes advertências, pois (segundo os relatórios produzidos pelos visitadores eclesiásticos, após consultarem os registros de suas receitas e despesas) faltavam no cumprimento obrigatório da celebração das missas em intenção às almas de seus irmãos falecidos 19. Entretanto, no livro de Compromisso citado, há recomendações sobre as providências necessárias se a confraria não tiver recursos para preparação da celebração à Santa 20, em contraponto, não há nenhuma orientação no que tange à falta de condições financeiras para realização de outras tarefas. Portanto, não é pela necessidade da Irmandade em expor-se digna de sua oficialização que o texto compromissal perde seu viés identitário. Pelo contrário, a partir dos não-ditos podemos compreender que parte desse discurso busca omitir as reais intenções das associações negras, tornando-se uma representação daquilo que a Igreja esperava das confrarias. Nas primeiras linhas do texto do compromisso da Irmandade do Rosário de Barra Longa, há uma espécie de introdução ortodoxa, que supõe as bases de fé dos confrades: Em nome da santíssima Trindade Padre, Filho e Espírito Santo, três pessoas realmente distintas, e um só Deus verdadeiro todo poderoso, e da gloríssima Virgem Nossa Senhora do Rosário, a qual invocamos por advogada nessa empresa, e lhe pedimos humildemente, que como mãe de misericórdia peça a seu Santíssimo, e Unigênito Filho, Jesus Cristo Nosso Senhor nos encha da sua divina graça, para que tudo o que fizermos se dirija, e encaminhe ao seu devido louvor, honra, e glória, aumento de sua santa fé católica, bom regime de nossa Irmandade, e segura salvação das almas. Amém 21. Percebemos que o conteúdo inicial tem um papel de impressionar as autoridades que receberiam o documento. A linguagem dotada de conceitos teológicos Trindade como três pessoas distintas, intercessão de Maria, por exemplo - nos demonstra que a fé do povo não estava alheia à ortodoxia. Mesmo que o objetivo do texto fosse quase teatral, o elemento ortodoxo estava presente entre os confrades através do capelão. Este por ser considerado um elemento branco dentro da irmandade e também representante da Igreja, não é considerado por nós como uma figura de oposição ao interesse dos confrades negros. As relações de poder ligadas à irmandade transcendem, ao nosso ver, às relações étnicas e econômicas, sobretudo, o referencial de dominação é a lógica de 19 EUGÊNIO, Alisson. Fragmentos de Liberdade: as festas religiosas das irmandades dos escravos em Minas Gerais da época colonial. Ouro Preto: FAOP, p FILHO, Amílcar Vianna Martins (org). Op. cit. p Ibid. p
6 prestígio e troca de favores ligados às representações sociais do Antigo Regime: as categorias dessa economia do dom estavam base das múltiplas práticas informais de poder e na formulação de mecanismo próprios e específicos a este universo político singular, como por exemplo, as rede clientelares 22. Poderíamos questionar se o trecho inicial (citado) do Livro de Compromisso desta Irmandade era padrão em todas outra confrarias do Rosário 23. A partir de outras leituras, percebemos que, embora haja aproximação textual entre os compromissos das centenas de irmandades leigas das Minas, cada uma guardava sua especificidade. Em contraste com o compromisso da irmandade que citamos, a confraria do Rosário do Arraial do Morro Vermelho, não tem em sua introdução nenhuma referência à Trindade, nem à intercessão de Nossa Senhora: Querendo nós os irmãos devotos da Senhora do Rosário por nossa devoção para maior honra e glória da mesma Senhora, e para o aumento do serviço de Deus (...) 24. Fica latente através dessas representações dos compromissos que o exteriorismo 25, da religiosidade praticada entre os afro-americanos confrades do Rosário, não se apropria apenas dos elementos populares com a repetição das ladainhas, apego às procissões e valorização dos cortejos fúnebres, outrossim, resignifica valores básicos da teologia cristã a fim de contemplar seus interesses. O jogo de intenções perpassava os grupos sociais 26 ligados às irmandades, desde os negros até os confrades brancos, incluindo o capelão. Para o negro, a irmandade representava a possibilidade de se socializar e reinventar sua existência 27. Como afirmou João J. Reis, a irmandade era uma espécie de família ritual, em que africanos desenraizados de suas terras viviam e morriam solidariamente 28. Aos irmãos brancos, sobretudo, a associação numa confraria negra possibilitava oportunidades de rendimentos através de empréstimos e uma posição de privilégio frente à sociedade 29. De acordo com Marcos M. Aguiar, 22 HESPANHA, Antonio M. e XAVIER, Ângela B. As Redes Clientelares. In: MATTOSO, José (dir) História de Portugal: O Antigo Regime ( ). Lisboa: Ed. Estampa, 1998, v. 4. p. 23 Segundo Caio César Boschi, à primeira vista somos levados a crer que esses documentos obedeciam certa padronização. No entanto, sua maior riqueza informativa aí está analisados com cuidado, os compromissos exibem traços do contexto sócio-histórico em que foram gerados e as razões que determinavam que, de tempos em tempos, eles viessem a ser alterados. BOSCHI, Caio César. Op. cit. p FILHO, Amílcar Vianna Martins (org). Op. cit. p De acordo com Eduardo Hoornaert, diante do clima de medo criado pelas denunciações, visitações, deportações (...), os brasileiros reagiram de maneira inteligente: criaram um catolicismo ostencivo, patente aos olhos de todos. Ver em: HOORNAERT, Eduardo. Op. cit. p Trabalhamos nessa pesquisa com o conceito de grupo social ao invés de classes, como nos sugere Karl Marx. De acordo com Roger Chartier, os grupos se constituem não apenas ou essencialmente pelas relações de produção. Ver em: CHARTIER, Roger. A História Cultural, entre práticas e representações. Tradução Maria Manuela Garlhardo. Lisboa: DIFEL, s/d, p O conceito de reinvenção da existência é trabalhado por Alisson Eugênio em: EUGÊNIO, Alisson. Op cit. 28 REIS, João José. Identidade e Diversidade Étnicas nas Irmandades Negras no Tempo da Escravidão. In: Tempo, Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, 1996, p Julita Scarano chama essa posição privilegiada através de motivações piedosas. Ver em SCA- RANO, Julita. op. cit. p Marcos M. Aguiar, por sua vez, denomina de motivações profanas 6
7 Um dos componentes decisivos, determinantes da aceitação de cargos por brancos nas irmandades negras: afirmação social e política. Já se comentou a importância, para as elites, da participação em irmandades prestigiadas, com as ordens terceiras ou a Misericórdia (...). Talvez a participação nas irmandades de negros tivesse seu lugar neste circuito das elites, que passava pelas irmandades brancas exclusivistas, Câmara, Regimentos auxiliares, ordens militares e postos administrativos 30. Portanto, as possibilidades de expressão religiosa dos afro-americanos dependiam do jogo interesses que envolvia diversos atores sociais: entre os negros de diversos grupos de procedência aos brancos membros da mesa diretora e capelão; até às autoridades eclesiásticas. os interesses materiais a partir das relações com outros irmãos brancos na irmandade, em AGUIAR, Marcos M. op. cit. p AGUIAR, Marcos Magalhães. Vila Rica dos Confrades: a sociabilidade confrarial entre negros e mulatos no século XVIII. Dissertação de Mestrado. São Paulo/USP, 1993p 89. É interessante notar na obra deste autor, um caso elucidativo de um oficial branco que antes de ser membro nas ordens terceiras do Carmo e de São Francisco, passou anos na ocupação de cargos em irmandades negras. Ver AGUIAR, Marcos M. Op. cit. p
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