CONTO LITERÁRIO: UM INCENTIVO À LEITURA RESUMO
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- Maria Laura Rodrigues Gama
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1 CONTO LITERÁRIO: UM INCENTIVO À LEITURA * Lúcia Helena dos Santos Mattos * Mônica Rejiane Bierhals * Renata Faria Amaro da Silva ** Adriana Lemes RESUMO Como estimular a leitura através do conto literário? Por solicitação da disciplina de Literatura Infanto-Juvenil, foi desenvolvido um projeto com textos literários para incentivar a leitura nas séries iniciais do ensino fundamental.começamos pela pesquisa das características dos gêneros literários, na internet e nos livros. Entre eles, escolhemos desenvolver o projeto sobre contos, por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, que são inatos da condição humana. Depois estudamos a origem, as unidades, personagens, estrutura, linguagem, tipos de conto. Também, apresentamos algumas sugestões de atividades para aplicação em sala de aula. A partir da pesquisa realizada, tornou-se possível definir o conto, diferenciando-o de qualquer outro gênero literário. Palavras-chave: Leitura; Literatura Infantil; Contos, projeto de leitura. INTRODUÇÃO O projeto elaborado a partir dos contos literários tem como objetivo incentivar o * Acadêmica do Curso de Letras da Universidade Luterana do Brasil - ULBRA ** Professora da Disciplina de Literatura Infanto-Juvenil I e Orientadora deste trabalho ULBRA/ GUAÍBA
2 2 aluno, instigá-lo à leitura e reconhecimento do tema específico, proporcionando atividades que lhe dêem prazer. Desde os primórdios, a literatura sempre foi essencialmente fantástica: a magia, o encantamento, as emoções, tudo isso foi incorporado pelos contos populares que permanecem até os dias atuais. assim define: E o que é conto? Elias José (apud, ANDRADE E TREVISAN, 2001) Conto é uma narrativa que pode ser contada oralmente ou por escrito. Pode-se dizer que o ser humano já surgiu contando contos. Tudo o que via, descobria ou pensava dava origem a uma história, que ele aumentava ou modificava usando sua imaginação. Graças ao trabalho de alguns escritores, entre eles, Charles Perrault, na França (século XVII, Absolutismo e Classicismo), Hans Chistian Handersen na Dinamarca (século XIX, Romantismo), os Irmãos Grimm na Alemanha (século XIX, Romantismo), temos bastantes contos consagrados que enriquecem a nossa Literatura Infantil, como o Gato de Botas, o Patinho Feio e a Chapeuzinho Vermelho, respectivamente. No Brasil, também contamos com grandes escritores como Monteiro Lobato (Século XX, Pré-Modernismo) que revigorou a Literatura Infantil, trazendo as histórias para o cotidiano da criança. Sua obra mais conhecida é o Sítio do Pica-Pau Amarelo. Dos nomes em destaque, não podemos esquecer de Ziraldo (1932) de, O Menino Maluquinho, e Ana Maria Machado (1942). 1 A ORIGEM DO CONTO Pelo que se pode saber, é desconhecida a origem do conto. Entretanto, algumas hipóteses, pelo menos sedutoras, têm sido levantadas. O conto, por suas
3 3 características estruturais parece ter se constituído em verdadeira matriz das demais formas literárias. É do Oriente da Pérsia e da Arábia, que vêm os exploradores mais típicos de contos, assim as aventuras das Mil e Uma Noites; Aladim e a Lâmpada Maravilhosa; Simbad, o Marujo; Ali Babá e os Quarenta Ladrões etc, que correspondem ainda hoje ao melhor que se criou em matéria de conto. Entretanto no XIX, o conto conhece sua época de maior esplendor, atingindo em nossos dias seu apogeu como forma erudita ou literária.em Portugal e no Brasil, o panorama do conto moderno apresenta-se rico e variado, em partes por reflexo da popularidade da narrativa alcançada nos Estado Unidos e na Europa. 2 AS UNIDADES O conto caracteriza-se por ser objetivo, atual: vai diretamente ao ponto, sem deter-se em pormenores secundários. Essa objetividade salta aos olhos com as três unidades: de ação, lugar e tempo. A unidade de ação condiciona as demais características do conto e um único espaço serve de teatro ao conflito que o conto revela. Com efeito, os acontecimentos narrados podem dar-se em um curto lapso de tempo, já que não interessa o passado e o futuro. A essas três unidades deve-se acrescentar a de tom. Esta, por sua vez, corresponde a preocupação de todo contista no sentido de provocar no espírito do leitor uma só impressão, seja de pavor, piedade, simpatia, acordo, ternura, indiferença, etc. 3 PERSONAGENS
4 4 A decorrência natural das características apontadas: as unidades de ação, tempo, lugar e tom só podem estabelecer-se com reduzida população no palco dos acontecimentos. Por isso, são poucas as personagens que intervêm no conto. 4 ESTRUTURA A estruturação do conto corre em linhas paralelas com as unidades e o número de personagens. O conto é essencialmente objetivo, plástico, horizontal e, por isso, costuma ser narrado na terceira pessoa. A técnica de estruturação do conto assemelha-se à técnica fotográfica: o fotógrafo mergulha sua atenção num ponto e não na tonalidade do que pretende abranger no visor: focaliza um ponto, o central, e capta os arredores, de forma a fixar o que vê, mas abranger o que não vê. 5 LINGUAGEM A linguagem em que o conto é vazado também deve ser objetiva, plástica e utilizar metáforas de imediata compreensão para o leitor. Dentre os componentes da linguagem do conto, o diálogo é o mais importante: os conflitos, os dramas residem na fala das pessoas. Sem diálogo não há discórdia, desavença ou mal-entendido e, sem isso, não há conflito nem ação. 6 TIPOS DE CONTO
5 5 Segundo Massaud, (1987), todo conto apresenta características múltiplas, certamente com a predominância de uma só, que autoriza e fundamenta sua localização em determinada categoria. São eles: - Conto de Ação: é o tipo mais comum, são narrativas feitas para entreter, divertir o leitor. Ex.: As Mil e Uma Noites, os contos policiais e de mistério. - Conto de Personagem: é menos comum. O contista centra sua atenção no exame da personagem. - Conto de Cenário ou Atmosfera: é raro, quando não, bem menos freqüente que os tipos anteriores. - Conto de Idéia: é mais encontrado e importante que o anterior. Implica uma visão profunda e mesmo filosófica do escritor acerca dos homens e do mundo. - Temos também os contos maravilhosos que se compõem de fadas, reis, rainhas, bruxas, princesas e príncipes. Esse tipo de conto, em especial, atrai muito a atenção das crianças, pois as histórias ajudam a responder suas dúvidas interiores. Bettelheim, (1999) afirma que: o conto de fadas procede de maneira consoante ao caminho pelo qual uma criança pensa e experimenta o mundo. 7 ATIVIDADES DE LEITURA ATRAVÉS DO CONTO Para a prática do projeto desenvolvido, foram apresentadas algumas sugestões para trabalhar a leitura em sala de aula.
6 6 As atividades relatadas, a seguir, foram distribuídas em quatro encontros, organizados por etapas. Tais atividades têm como público alvo, crianças de nove e dez anos, da quarta série do ensino fundamental. Primeiro encontro: o professor dialogará com os alunos sobre contos infantis e os levará para uma visita à biblioteca da escola, para observarem alguns livros do gênero. Segundo encontro: organizará a turma em círculo, contará a história Os Três Porquinhos, apresentando as gravuras, e questionará os alunos sobre o desenvolvimento dos fatos e suas opiniões. Na terceira etapa do encontro, as alunos farão a seqüência lógica da história, colando gravuras dadas pelo professor. Terceiro encontro: o professor contará a história A Bela Adormecida. Durante a contação, fará perguntas sobre o andamento dos fatos, de forma que desperte suspense. Na segunda etapa, iniciará uma conversa informal sobre a obra. Na terceira etapa, os alunos, em grupos, realizarão passatempos (pintura dos desenhos, reprodução dos diálogos dos personagens nos balões da história em quadrinhos, dada pelo professor). Quarto encontro: utilizando fantoches, o professor contará a história João e Maria. Na segunda etapa serão feitos comentários sobre a obra. Na terceira, a turma, organizada em grupos, recriará a história colocandose como personagens principais dentro do seu contexto diário (uma história renovada). Antes do planejamento das atividades de leitura, tanto com os contos, como com qualquer texto literário, devem-se observar alguns critérios básicos, que são: a seleção prévia das histórias de acordo com a faixa etária dos alunos, para
7 7 que mostrem interesse e compreensão; o domínio do conteúdo por parte do professor para que tenha segurança na hora de contar a história e proposta de atividades criativas que motivem os alunos a realizá-las com prazer. Assim, estará enfatizando o verdadeiro papel da literatura e, principalmente, formando grandes leitores. CONCLUSÃO O trabalho desenvolvido nos mostra que o conto literário se concentra geralmente em um episódio central, que envolve poucas personagens. Criado a partir de uma história real ou imaginária, o desenvolvimento do conto depende muito da sensibilidade do escritor para revelar detalhes do comportamento humano. Costuma ser uma história curta, mas que desperta grandes emoções no leitor. A partir do estudo realizado, torna-se possível reconhecer as características gerais do conto e saber diferenciá-lo de qualquer outro gênero literário. Percebe-se, ainda, que as crianças incentivadas desde as séries iniciais, têm maior facilidade para a produção de bons textos. O incentivo, por parte dos professores e da própria família (quando é possível), é capaz de sanar, em grande parte, se não totalmente, as dificuldades dos alunos em relação à leitura e à escrita. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8 8 ANDRADE, Carlos Dumond; TREVISAN, Dalton; e tal. Deixa que eu conto. Literatura em minha casa. São Paulo: FTD AS,2001. BETELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 13 ed. São Paulo: Paz e Terra, COLEÇÃO CLÁSSICOS INESQUECÍVEIS. Os Três Porquinhos. Série Ouro. Blumenau: Sabida COLEÇÃO 12 FÁBULAS DE OURO. A Bela Adormecida e João e Maria. São Paulo: Maltese MASSAUD, Moisés. A criação Literária. São Paulo: Cultrise, OLIVEIRA, Cristiane Madanelo de. A Literatura Infantil. Disponível em: < Acesso em: 20 maio A Literatura Infantil. Disponível em: < Acesso em: 20 maio A Literatura Infantil. Disponível em: < Acesso em: 20 maio A Literatura Infantil. Disponível em: < Acesso em: 20 maio
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