FOLHA DE S.PAULO - IMÓVEIS - SÃO PAULO - SP - 21/07/ Pág 6
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- José João Pedro Franco Figueiroa
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1 Imóveis deverão ter qualidade mínima FOLHA DE S.PAULO - IMÓVEIS - SÃO PAULO - SP - 21/07/ Pág 6 Documento que fixa níveis mínimos de qualidade para habitações em diversos quesitos, como acústico, térmico e de iluminação, a norma de desempenho de edificações NBR entrou em vigor na última sexta-feira. Banco foi representante do consumidor em comissão da norma de desempenho de edificações A exigência que obriga as construtoras a erguer prédios com mais conforto, segurança e durabilidade vale apenas para os projetos aprovados nas prefeituras a partir dessa data. Na prática, estão excluídos os imóveis prontos, em construção e mesmo os projetos a ser lançados que já tenham sido protocolados nos órgãos de aprovação municipais antes da entrada em vigor do documento. Obra de edifício no Tatuapé (zona leste de São Paulo); norma que exige qualidade mínima para empreendimentos habitacionais entra em vigor São previstos três níveis de desempenho -em geral, menos rígidos do que os de países desenvolvidos, segundo especialistas. O nível mínimo é obrigatório e o intermediário e o superior, facultativos. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, todos os produtos colocados no mercado têm que estar de acordo com as normas brasileiras. Se não houver cumprimento, o consumidor poderá reclamar na Justiça ou no Procon. Para Paulo Sanchez, vice-presidente do SindusCon-SP (sindicato da construção), uma vantagem é que a NBR define as responsabilidades dos diversos atores da cadeia produtiva, como projetistas, construtoras, fornecedores ou mesmo do condomínio, se a manutenção for feita de maneira inadequada. Na opinião de Paulo Simão, presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), a nova norma vai estimular a inovação tecnológica e uma maior racionalidade nos projetos. De acordo com o pesquisador do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e primeiro coordenador da comissão que elaborou a norma, Ercio Thomaz, deverá haver um acréscimo de 3% a 4% nos preços dos imóveis que atinjam o nível intermediário e de 6% a 7% nos que alcancem o superior. No caso do padrão mínimo, haverá alta apenas nas moradias mais simples, que precisarão elevar muito o padrão construtivo atual, segundo a avaliação de especialistas. Autor: De São Paulo Estado: SP Cidade: SÃO PAULO
2 EBP e suspeita de favorecimento pelo governo O GLOBO - ECONOMIA - RIO DE JANEIRO - RJ - 21/07/ Pág 29 Empresa que elaborou estudo de concessões de portos e aeroportos é alvo de processo no TCU e no MP Gabriela Valente Geralda Doca Sob análise. Na 2ª rodada de concessão de aeroportos, a EBP foi autorizada a elaborar os estudos para o Galeão BRASÍLIA No momento em que as concessões de grandes obras de infraestrutura se tornam a principal arma do governo para puxar o crescimento, uma nova gigante se consolida no setor de elaboração de projetos: a Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP), formada pelos principais bancos do país, incluindo o BNDES, e que, por isso, precisou de autorização do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) para funcionar. Com apenas 17 funcionários, a empresa é responsável por fazer o desenho de todos os 162 terminais de portos que serão licitados, de aeroportos e seis mil quilômetros de rodovias. Tantos contratos provocaram reações e suspeitas de favorecimento à empresa por parte do governo federal, o que resultou em dois processos no Tribunal de Contas da União (TCU) e mais dois no Ministério Público Federal. Em um deles, uma competidora questiona o motivo de a EBP ter vencido uma concorrência no Galeão, mesmo cobrando R$ 4 milhões a mais em sua proposta. A proximidade da empresa com o aparato estatal levou o deputado Augusto Coutinho (DEM- PE) a fazer uma denúncia aos órgãos de controle. Ele alega que houve direcionamento na condução dos projetos dos portos. Não foi feita licitação para escolher o responsável pelo redesenho dos terminais após a nova lei aprovada pelo Congresso Nacional. Uma autorização foi dada pela Secretaria Especial de Portos (SEP) à EBP. A portaria abriu espaço a concorrentes, mas o o texto proibiu que fosse feito um estudo específico para cada terminal. Cada participante teria de fazer projetos para todos os portos do país de uma única vez. Apenas uma outra empresa se inscreveu, mas logo desistiu. O prazo para o recebimento das propostas foi curto: dez dias para o projeto de redesenho de todos os portos e mais 20 para que detalhassem os nomes dos técnicos responsáveis. A EBP cumpriu o prazo. USO DE INSTALAÇÕES DA SECRETARIA DE AVIAÇÃO "Da forma como foi apresentada a autorização dirigida à EBP, infere-se que certamente ocorreram tratativas prévias entre aquela companhia e a SEP/PR, de modo que inequivocamente houve favorecimento, possibilitando, no mínimo, que a companhia pudesse obter informações privilegiadas e até mesmo projetos já apresentados à Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquáticos)/SEP por outras empresas do setor, pelos quais a EBP será ressarcida", diz o deputado na denúncia que está no TCU. A Secretaria Especial de Portos admite que teve reuniões com os representantes da EBP antes da autorização, em defesa encaminhada ao Ministério Público. Nela, diz que "não se furta a realizar reuniões com quem as solicite". Na Secretaria de Aviação Civil (SAC), técnicos da EBP despacharam durante dias nas dependências do órgão. No caso dos aeroportos, assim que anunciou a concessão de Guarulhos, Viracopos e Brasília, o governo autorizou a EBP a realizar os estudos para elaboração dos editais sem licitação. Diante da repercussão negativa, no dia 27 de julho de 2011, a Anac fez um chamamento público e autorizou outras empresas a participar, só que deu prazo de um mês. A EBP começou a coletar dados mais cedo. Para isso, usou as instalações da SAC em Brasília e da Infraero, em São Paulo. Oito empresas concorreram, mas a EBP foi vencedora e recebeu dos concessionários R$ 17,1 milhões. Na segunda rodada de concessão (Galeão e Confins, prevista para outubro), o governo autorizou a EBP a elaborar estudos, e no fim de janeiro deu prazo de dez dias para que outras interessadas se apresentassem à Anac. A IQS Engenharia concorreu e perdeu, apesar de ter proposta mais barata, com menor impacto ambiental e maior número de movimentos de aeronaves. E entrou com processo no TCU, que está sob a análise da ministra Ana Arraes.
3 A justificativa da SAC foi que o projeto da EBP era mais consistente. A empresa receberá R$ 19,1 milhões pelo trabalho. Os pagamentos só serão efetuados quando a licitação for feita. Como a EBP foi criada por Banco do Brasil, Bradesco, BNDES, Itaú, HSBC, Santander, Citibank, Banco Espírito Santo e Banco Votorantim, assume risco dos projetos com dinheiro próprio e tem capital para aguentar de dois a três anos para receber honorários. A EBP terceiriza a produção. Hoje, faz desde projetos de saneamento, hospitais, estádio de futebol (Mineirão), rodoviárias, estacionamentos, captação de água e até para o circuito de compras de sacoleiras em São Paulo. No caso dos aeroportos, uma das consultorias subcontratadas foi a americana Leigh Fisher, do ex-diretor da Anac Alexandre Barros. EMPRESA FAZ MINUTA DE EDITAIS A EBP entrega para o governo o serviço completo, inclusive minutas de editais e contratos de concessão. Esse foi o ponto que mais chamou a atenção do TCU durante apresentação feita pelos técnicos da empresa. Segundo fontes do setor portuário, a proximidade com o Estado é tanta que se confunde no dia a dia. Técnicos terceirizados pela EBP têm ido a terminais e pedem acesso a projetos feitos por outras empresas privadas. A Secretaria dos Portos negou que a EBP tenha tido acesso a informações privilegiadas. "Todas as empresas tiveram o mesmo tempo para se preparar", disse em nota. Assegurou que houve ampla divulgação das mudanças envolvendo a licitação de terminais e portos. Sobre a autorização dada à EBP de fazer sozinha os estudos para licitação de 162 terminais em 34 portos, explicou "que não houve limitação para que outras empresas participassem do processo". Destacou a importância de analisar o conjunto dos terminais no plano de logística integrada do governo. "Apenas a análise em conjunto dos terminais e portos é capaz de capturar as complexas transformações na malha logística nacional e otimizar a vocação de cada terminal portuário". A SAC negou favorecimento à EBP pelos estudos dos aeroportos. "A autorização definitiva foi dada a todas as empresas num mesmo ato, ou seja, as empresas tiveram o mesmo tempo para desenvolver os estudos", disse em nota. Sobre a escolha dos estudos da EBP para Galeão e Confins, informou: "Os critérios balizadores da seleção foram completude, consistência e qualidade do trabalho". Autor: Gabriela Valente e Geralda Doca Estado: RJ Cidade: RIO DE JANEIRO
4 De hotéis a montadoras, região atrai mais de R$ 12 bi até O GLOBO - ECONOMIA - RIO DE JANEIRO - RJ - 21/07/ Pág 29 RESENDE, ITATIAIA e VOLTA REDONDA (RJ) - Mesmo com a desaceleração da economia brasileira, as empresas instaladas no Sul Fluminense - região integrada por municípios como Resende, Itatiaia, Porto Real e Volta Redonda - prosseguem com seus planos de investimentos de mais de R$ 12 bilhões para o período de 2010 a São projetos como a nova fábrica da Nissan, em Resende, de R$ 2,6 bilhões, e a ampliação da fábrica da PSA Peugeot Citroën, em Porto Real, de R$ 3,7 bilhões. O número não considera as obras de Angra 3, que receberá R$ 2,8 bilhões neste ano. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio, 16 mil empregos estão sendo gerados no período. E novos projetos podem chegar à região. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Itatiaia, Denílson Sampaio, diz que o município entrou na disputa pelas fábricas da britânica Jaguar Land Rover e da chinesa Foton. Ele teria recentemente mostrado terrenos na cidade para as empresas. - As áreas são ideais. Estamos na Rodovia Presidente Dutra, entre Rio e São Paulo, os centros de consumo - diz Sampaio. - No caso da Foton, que tem a opção de se instalar em Seropédica, a empresa manifestou preferência por Itatiaia. Estamos só dependendo da liberação do Inea (órgão ambiental estadual). Em Resende, a MAN Latin America está investindo R$ 1 bilhão na ampliação da montagem de caminhões. Ricardo Cortes, presidente da empresa, diz que também está atraindo fornecedores para o entorno da fábrica, o que já gerou investimentos de R$ 90 milhões no passado. A instalação de mais três fornecedores deve ser anunciada em breve. - Estamos investindo, mas dependemos da necessidade do mercado. Se a economia desacelerar, podemos avaliar concluir os investimentos em 2017, em vez de afirma Cortes. Os investimentos no Sul Fluminense não se limitam, porém, ao setor automobilístico. Novos serviços chegam à região. A Unimed investiu R$ 40 milhões na construção de um hospital em Resende, com capacidade para atender 700 internações por mês. Em fevereiro, começou o pronto atendimento. Mais R$ 5 milhões serão investidos nos próximos meses. - Com sete meses de funcionamento, já pensamos em expansão da unidade - diz João Alberto da Cruz, presidente da Unimed Resende. Já o Ibis quer inaugurar em 2016 o primeiro hotel de padrão internacional da região, com 140 quartos. E a companhia aérea Azul retomou semana passada voos regulares ligando Resende a Varginha (MG) e Campinas (SP). Esse crescimento tem um preço. Em Resende, as queixas são sobre as pontes que cruzam o Rio Paraíba do Sul, insuficientes para atender o total de carros em circulação na cidade, e pelo crescente trânsito na Via Dutra. - As cidades tentam se adaptar e criam comitês para debater projetos com universidades. Mas é preciso ver a coisa em prática - diz Henrique Nora, presidente da Firjan Sul Fluminense. Principais projetos Nissan: Empresa japonesa constrói uma fábrica de R$ 2,6 bilhões em Resende para produção de carros. Obras devem terminar em São mais de cem japoneses trabalhando no projeto Hyundai HEAVY INDUSTRIES: A primeira fábrica de máquinas pesadas da coreana fora da Ásia foi inaugurada em abril, após investimentos de mais de R$ 300 milhões PSA Peugeot Citroën: As montadoras francesas têm planos de investimento de R$ 3,7 bilhões, para o período de 2010 a 2015, incluindo aumento de produção da unidade de Porto Real Man Latin America: Alemã fabricante dos caminhões e ônibus Volkswagen está investindo R$ 1 bilhão em Resende para ampliar produção, até 2016 ou Fornecedores estão migrando produção CSN: Siderúrgica está investindo R$ 1,2 bilhão num projeto de aços longos em Volta Redonda, com tecnologia contratada de fornecedores chineses Unimed Resende: Empresa investiu R$ 40 milhões em um hospital na cidade e vai aplicar mais R$ 5 milhões na unidade
5 Ibis: Rede hoteleira assinou contrato para construção de um hotel com 140 quartos em Resende, que deve entrar em operação até 2016 Azul/TRIP: Companhia aérea retomou voos diários, na semana passada, ligando o Aeroporto de Resende ao de Viracopos, em Campinas Enviado especial* Autor: Bruno Villas Bôas Estado: RJ Cidade: RIO DE JANEIRO
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