Síndromes Hipertensivas na Gestação - SHEG
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1 Saúde da Mulher Prof.ª Hygor Elias Síndromes Hipertensivas na Gestação - SHEG CAI MUUUUITO!
2 Epidemiologia Complicações hipertensivas na gravidez são a maior causa de morbidade-mortalidade materna e fetal; Ocorrem em cerca de 10% de todas as gestações. Características Definidoras Hipertensão Proteinúria retirado pela ACOG em 2012 Edema em desuso
3 DEFINIÇÃO HIPERTENSÃO ARTERIAL Pressão arterial igual ou maior que 140/90mmHg baseada na média de pelo menos duas medidas. - Deve ser mensurada com a gestante sentada, com o braço no mesmo nível do coração e com um manguito de tamanho apropriado. ATENÇÃO!!! Um aumento de 30mmHg na pressão sistólica ou 15mmHg na diastólica quando os valores absolutos estejam abaixo de 140/90mmHg NÃO deve ser usado como critério diagnóstico. MS, Na presença de um aumento de 30mmHg na sistólica ou 15mmHg na diastólica, deve-se fazer medidas de pressão e consultas mais frequentes, com observação mais amiúde, especialmente se houver proteinúria e hiperuricemia (ácido úrico maior ou igual a 6mg/dL).
4 Classificação de Síndrome Hipertensiva a. Hipertensão Gestacional - Transitória ou Crônica a. Pré-eclâmpsia Leve e Grave b. Eclâmpsia c. Hipertensão Crônica de qualquer etiologia d. Pré-eclâmpsia / Eclâmpsia superposta à Hipertensão Crônica Hipertensão Gestacional Detectada após a 20ª semana de gestação ou no início do puerpério, em mulheres previamente normotensas. Transitória quando desaparece até 12 semanas pós-parto; Crônica quando se mantém após este período.
5 Pré-eclâmpsia Detectada após a 20ª semana de gestação (exceto na mola hidatiforme); Acompanhada de proteinúria significante e/ou edema de mãos e face. (FEBRASGO, 2004); Categorizada em leve ou grave. Classificação da PE Tabela 1. Sinais e sintomas diferenciais entre PE Leve e Grave Sinais e Sintomas PE LEVE PE GRAVE PAD < 110 mmhg 110 mmhg Proteinúria Traços a 1+ 2g/24h ou 2+ em fita Cefaléia occipital Ausente Presente Distúrbios visuais Ausente Presente Epigastralgia Ausente Presente Oligúria (menor que 500 Ausente Presente ml/dia ou 15 ml/hora); Creatinina sérica Normal Elevada (> 0,8mg/dl) Plaquetopenia Ausente Presente (< /mm 3 ) Hiperbilirrubinemia Ausente Presente Enzimas hepáticas Normal ou aumento Elevada ( 2x o mínimo normal) CIUR Ausente Presente Fonte: NEME, 2005
6 Eclâmpsia A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de convulsões tônico-clônicas generalizadas ou coma em mulher com qualquer quadro hipertensivo, não causadas por epilepsia ou qualquer outra doença convulsiva. Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato. - Geralmente precedida de cefaléia, alterações visuais, dor epigástrica e hiperreflexia; TRATAMENTO PRINCIPAIS DROGAS HIDRALAZINA: Droga preferida para o tratamento agudo da hipertensão arterial grave na gestação. NIFEDIPINA METILDOPA: droga de manutenção. SULFATO DE MAGNÉSIO: previne convulsões. GLUCONATO DE CÁLCIO: antídoto do sulfato de magnésio.
7 Cuidados de enfermagem: Urgência e Emergência Hipertensiva Tabela de Correção de Maxwell Encaminhar amostra de sangue e urina para avaliação laboratorial; Controle dos sinais vitais maternos Aferir a PA em DLE Aferir de 1/1h Explicar todos os procedimentos antes de efetuá-los; CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO cm CORREÇÃO PA SISTÓLICA mmhg CORREÇÃO PA DIASTÓLICA mmhg Zero zero Cuidados de enfermagem: Urgência e Emergência Hipertensiva Avaliação fetal também deve ser rigorosa: BCF de 1/1h ou conforme necessidade (cardiotocógrafo) Gestação pré-termo: Corticoterapia para maturação pulmonar fetal Terapêutica com medicações de ação rápida, e que reduzam a PA de forma controlada (Hidralazina); Verificar a PA 20 minutos após a administração; Orientar sobre possíveis efeitos colaterais
8 Cuidados de enfermagem: Urgência e Emergência Hipertensiva Terapia anticonvulsivante com Sulfato de Magnésio - -Avaliação dos reflexos tendíneos profundos - patelar (! estiverem abolidos!) -Avaliação dos SSVV e BCF: ATENÇÃO para a PA e FR (! menor que 16 irpm!) Controle de diurese de 1/1h (! se inferior a 25ml/h!) -Antídoto: Gluconato de cálcio a 10%, preparado na beira do leito Cuidados de enfermagem: Urgência e Emergência Hipertensiva Manter o ambiente tranqüilo e silencioso; Grades de proteção no leito, cabeceira elevada a 30º e DLE; Nos casos de Eclâmpsia: As vias aéreas precisam estar livres, a cabeceira elevada e a cabeça lateralizada para facilitar a remoção de secreções nasofaríngeas ( se necessário, aspirar); Oxigenoterapia com catéter nasal ou máscara com O2 úmido a 5L/min; Cânula de guedel não forçar introdução! 2 acessos venosos; SVD
9 SÍNDROME HELLP DEFINIÇÃO Uma das complicações que agravam o prognóstico da préeclâmpsia/eclâmpsia. HELLP H Hemólisys (Hemólise) EL Elevated liver (Elevação das enzimas hepáticas) LP Low platelet (Queda do número de plaquetas)
10 EPIDEMIOLOGIA Estima-se sua incidência em 2 a 12% nas mulheres com DHEG. Até 1/3 dos casos ocorrem no período puerperal. Mais comum em multíparas brancas. Classificação da Hellp Síndrome HELLP COMPLETA: - < plaquetas/ml - DHL > 600UI/L e/ou Bilirrubina > 1,2mg/dL - TGO 70UI/L HELLP INCOMPLETA: Apenas um ou dois acima presentes
11 QUADRO CLÍNICO Mal-estar geral, inapetência, náuseas e vômitos Dor epigástrica ou no quadrante superior direito Icterícia Ganho de peso excessivo e agravamento do edema HA (leve ou ausente em até 20% dos casos) Proteinúria (não significativa em 6% dos casos) Cefaléia resistente a analgésicos Casos graves: hemorragia vítrea, gengivorragia, hematúria DIAGNÓSTICO O DIAGNÓSTICO PRECOCE É LABORATORIAL DEVE SER FEITA PESQUISA SISTEMÁTICA NAS MULHERES COM PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE E/OU ECLÂMPSIA
12 MANEJO CLÍNICO E OBSTÉTRICO Acompanhamento em Centro Terciário com equipe treinada no manejo de gestação de alto risco Estabilização das condições clínicas Punção de veia calibrosa, controle rigoroso da diurese por SVD e monitorização de sinais vitais. Profilaxia da convulsão Sulfato de magnésio (MgSO 4 ) endovenoso, evitar IM pelo risco de hematoma de glúteo. Terapia anti-hipertensiva Preferencialmente hidralazina endovenosa (até 40mg) Pesquisa de hematoma hepático (complicação rara mas fatal pelo risco de rotura) por ecografia abdominal. Avaliação contínua da vitalidade fetal Controle laboratorial Pesquisa de Coagulação Intravascular Disseminada ( ou Coagulopatia de Consumo) Presença de sangramentos em locais de punção, petéquias e equimoses Correção: plasma fresco congelado, crioprecipitado, concentrado de plaquetas e hemácias
13 1. Inúmeras complicações podem ocorrer durante o período gestacional. Acerca das síndrome hipertensivas, julgue os itens. (1) A tríade sintomática da toxemia gravídica é composta por hipertensão, proteinúria e edema. Nesta doença são diferenciadas suas formas básicas: pré-eclâmpsia e eclâmpsia, pela presença de convulsões na segunda. (2) A síndrome Hellp siginifica socorro, pois é uma complicação da pré-eclâmpsia grave ou eclampsia. Esta patologia tem como quadro clínico a hemólise, a elevação de enzimas hepáticas e plaquetopenia. (3) O tratamento da covulsão na gestante com eclampsia é realizado por meio de diazepam. 2. A pré-eclâmpsia, doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), é definida como a hipertensão arterial associada a proteinúria e edema. A respeito desse diagnóstico clínico em uma gestante, assinale a alternativa correta. (A) Na iminência de síndrome Helpp, não há indicação da interrupção da gravidez. (B) Em raros casos, é percebido crescimento intrauterino retardado (CIUR). (C) A DHEG não se caracteriza por um desequilíbrio entre a produção de vasodilatadores e vasoconstritores, ainda que de etiologia desconhecida.
14 (D) As síndromes hipertensivas da gravidez são somente divididas em pré-eclâmpsia (leve e grave) e eclâmpsia. (E) Em caso de pré-eclâmpsia grave, a pressão arterial (PA) é caracterizada pela aferição de 160 x 110 mmhg, com sinais de toxemia 3. Síndrome Hellp é definida pela presença de hemólise, elevação de enzimas hepáticas e trombocitopenia em gestantes com toxemia. Na iminência desse agravo, é correto que (A) a síndrome Hellp só se apresenta no período gestacional e nunca somente no puerpério. (B) os sinais e sintomas envolvidos na síndrome Hellp confundem-se com aqueles da préeclâmpsia grave, tais como cefaléia, distúrbios visuais e dor epigástrica. (C) os testes laboratoriais, como contagem de plaquetas, dosagem dos níveis de transaminases e desidrogenase lática pouco contribuem para o diagnóstico.
15 (D) na conduta das gestantes com síndrome Hellp, não são levadas em consideração a idade gestacional, a presença de complicações maternas, a vitalidade fetal, e as condições do colo uterino, uma vez que a gravidade do caso indica proceder a interrupção da gravidez em qualquer idade gestacional. (E) a gestante com suspeita de síndrome hellp deverá ser liberada para casa e orientada a retornar após dois dias. HEMORRAGIAS DO TERCEIRO TRIMESTRE GESTACIONAL PRINCIPAIS TÓPICOS!
16 PP x DPP - DEFINIÇÕES PLACENTA PRÉVIA Éainserçãodaplacenta fora do seu local normal. A placenta insere-se geralmente no segmento inferior do útero, no centro do colo ou lateralmente. DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA É o desprendimento de parte ou de toda a placenta de seu local de implantação. A separação ocorre na área da decídua basal após a 20ª semana de gestação e antes do nascimento do bebê.
17 PP X DPP: ETIOLOGIA PLACENTA PRÉVIA DESCONHECIDA MAIORIA DOS CASOS ANOMALIAS UTERINAS EX: FIBROMAS FATORES PREDISPONENTES - IDADE MATERNA AVANÇADA - MULTIPARIDADE / GESTAÇÕES MÚLTIPLAS - CURETAGENS REPETIDAS - CIRURGIAS UTERINAS - CESÁREAS PRÉVIAS DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA HIPERTENSÃO GESTACIONAL FATORES MECÂNICOS: TRAUMAS RETRAÇÃO UTERINA ABRUPTA TABAGISMO E OUTRAS DROGAS FATORES PLACENTÁRIOS - TABAGISMO PP X DPP: TIPOS /CLASSIFICAÇÃO PLACENTA PRÉVIA TIPOS: - CENTRAL, COMPLETA OU CENTRO TOTAL - PARCIAL OU CENTRO PARCIAL - MARGINAL OU LATERAL DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA CLASSIFICAÇÃO: - GRAU 1 OU LEVE: até 20% - GRAU 2 OU MODERADA: 20 a 50% - GRAU 3 OU GRAVE: mais de 50%
18 PP X DPP: Sinais e sintomas PLACENTA PRÉVIA Hemorragia de cor vermelho vivo, sem causa aparente. Ausência de dor ou contrações. Anemia e fraqueza decorrentes das hemorragias frequentes. Não costuma causar sofrimento ao feto. DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA Sangramento vaginal: retroplacentário ou exteriorizado, a depender do grau de DPP. Abdome em tábua e doloroso. Contrações uterinas Hipertonicidade uterina Sofrimento fetal agudo Sinais de choque materno. 4. Assinale a alternativa CORRETA no que se refere ao diagnóstico diferencial entre quadros de sangramento de terceiro trimestre. a) O volume exteriorizado do sangramento é maior no descolamento prematuro de placenta. b) A dor pélvica com irradiação lombar é mais associada à placenta prévia. c) A cardiotocografia não apresenta valor no diagnóstico diferencial entre os quadros hemorrágicos de terceiro trimestre. d) Algumas intercorrências clínicas associam-se com o quadro de descolamento prematuro de placenta.
19 Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro - Saúde da Mulher Obstetrícia (HUAP-UFF) 5. Entre as urgências e emergências obstétricas, é correto afirmar que, no Descolamento de Placenta Prévia, ocorre: a) Sangramento com dor forte b) Hemorragia indolor c) Útero mole, tônus normal d) Contorno uterino conservado no trabalho de parto e) Hemorragia externa, cor vermelho-vivo Ano: 2015 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro - Saúde da Mulher-Obstetrícia 6. Sobre os diversos fatores de risco que indicam encaminhamento à urgência/emergência obstétrica, assinale a alternativa INCORRETA a) Síndromes hemorrágicas. b) Suspeita de pré-eclâmpsia. c) Amniorrexe prematura. d) Isoimunização Rh. e) Infecção urinária.
20 Ano: 2016 Banca: CESGRANRIO Órgão: UNIRIO Prova: Enfermeiro 7. O protocolo de Classificação de Risco em Obstetrícia é uma ferramenta de apoio à decisão clínica e uma forma de linguagem universal para as urgências obstétricas. Qual situação ou queixa NÃO guarda correspondência com a indicação da cor vermelha? a) Contrações uterinas b) Queixas urinárias c) Dor de cabeça d) Dor abdominal e) Falta de ar Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de São Paulo SPProva: Analista de Saúde Obstetriz 8. Nas unidades de cuidado ao parto, a mulher deve ser acolhida e o seu atendimento deve ser priorizado de acordo com o grau de risco que apresenta nesse momento. Assinale a alternativa correta sobre a classificação de risco em obstetrícia, proposta pelo Ministério da Saúde do Brasil a) É instrumento destinado a favorecer a organização das portas de entradas dos serviços de urgência obstétrica, e tem como objetivo principal diminuir as filas tradicionalmente existentes nestes locais. b) É ferramenta de apoio à decisão clínica, que tem como propósito a pronta identificação das pacientes que precisarão receber analgesia no parto, de forma a viabilizar a presença do anestesista na sala de parto. c) É ferramenta que viabiliza a identificação da paciente crítica ou mais grave permitindo atendimento rápido e seguro de acordo com o potencial de risco, com base nas evidências científicas existentes. d) Baseia e orienta uma análise profunda, detalhada e sistematizada, que possibilita identificar situações que ameaçam a vida. e) É ferramenta que permite identificar a paciente crítica ou mais grave, permitindo a internação precoce dessas parturientes em Unidade de Terapia Intensiva.
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Disciplina de Obstetrícia
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