O Desenvolvimento de Parques Industriais Ecológicos no Estado do Rio de Janeiro: uma proposta de planejamento para o PIE de Paracambi
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- Cacilda Salgado Figueira
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1 O Desenvolvimento de Parques Industriais Ecológicos no Estado do Rio de Janeiro: uma proposta de planejamento para o PIE de Paracambi Lilian Bechara Elabras Veiga, D. Sc. Profª Alessandra Magrini, D. Sc. PPE / COPPE / UFRJ 1
2 Estrutura da Apresentação Objetivo do Estudo A Ecologia Industrial e os PIEs O Desenvolvimento de PIEs no ERJ Planejamento do PIE Paracambi Conclusão 2
3 Objetivo do Estudo Propor uma metodologia para a implantação de Parques Industriais Ecológicos Metodologia que suporte a implantação de forma ordenada de PIEs no Estado do RJ PIE demarcado no município de Paracambi, RMRJ 3
4 EI sistema industrial x ecossistema natural ecossistema industrial (Erkman, 1997). EI uma comunidade de indústrias co-localizadas ou localizadas em uma mesma região que interagem permutando resíduos, ou seja, uma transformação do modelo tradicional de atividade industrial, no qual a produção é baseada na gestão individual de matérias primas, produtos e resíduos; para um sistema mais integrado, no qual o consumo de energia e materiais é otimizado, os resíduos dispostos são minimizados, visto que o resíduo gerado em um processo produtivo pode ser utilizado como insumo em outro processo (Frosh & Gallopoullos, 1989) circuito fechado resíduos = insumos do berço ao berço. Limitações: EN o processo ocorre de forma espontânea, no EI a ação é provocada Ecologia Industrial 4
5 Parques Industriais Ecológicos - PIEs Instrumento de gestão ambiental cooperativa, que busca atingir o DS ao integrar em um único instrumento seus três pilares - ambiental, econômico e social. Uma comunidade de indústrias que cooperam entre si e com a comunidade para de forma integrada permutar e compartilhar recursos e serviços, resultando em ganhos econômicos, preservação do meio ambiente e em uma melhor qualidade de vida p/ trabalhadores e comunidade, através de uma gestão ambiental mais cooperativa entre os atores envolvidos. (PCSD, 1996). Resultado da Parceria: benefícios coletivos > que os benefícios obtidos caso cada industria operasse por si só. PIE co-localizado x PIE virtual EUA 1994: PCSD + US-EPA, desenvolveram o conceito de PIE como um instrumento para a promoção do DS. Europa Kalundborg, Dinamarca, decáda de 70. Asia e América Latina 5
6 Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro Crescimento desordenado das atividades industriais resultado sérios problemas ambientais, afetam a qualidade de vida da população e inibem o desenvolvimento socioeconômico. Como proteger o meio ambiente e a qualidade de vida da comunidade e ao mesmo tempo fomentar o desenvolvimento econômico do Estado do RJ? Alternativa para introduzir mudanças na estrutura industrial e promover o DS implantação de forma ordenada de PIEs no Estado do RJ. 6
7 PIEs no Estado do Rio de Janeiro Decreto nº / 2002: Programa de Fomento ao Desenvolvimento Industrial Sustentável ERJ Rio Ecopólo. Princípios: Necessidade de instrumentos econômicos que incentivassem o DS, Melhorar a qualidade de vida da comunidade e as condições ambientais Modernização do parque industrial do Estado do RJ, Fomentar a criação de parcerias entre os setores público e privado e, Geração de renda e de empregos. Competência: Implementação do programa CODIN Elaborar normas, regulamentos e critérios para enquadramento de projetos no Programa Rio-Ecopólo CODIN e FEEMA FEEMA: incentivou e apoiou a criação de 4 PIEs no Estado: Santa Cruz, Campos Elíseos, Fazenda Botafogo e Paracambi. 7
8 Município de Paracambi Município de Paracambi integra a RMRJ Meta do governo fomentar desenvolvimento socioeconômico. Condomínio Industrial I greenfield site, área industrial de m2, às margens da RJ/127. Fatores Locacionais: acesso pavimentado, facilidade de acesso aos principais centros urbanos - Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo- via Rodovia Presidente Dutra, proximidade da cidade de Paracambi, localização em zona industrial, não existência de unidade de conservação próxima, disponibilidade de água (rede de abastecimento da CEDAE), energia elétrica (Light), gás natural e transporte rodoviário e ferroviário. 8
9 PIE de Paracambi Proposta metodológica: experiência internacional + dados fornecidos pelo governo municipal Inserção de elementos de planejamento de forma gradual quatro estágios de implementação. Cenário 1: curto prazo Cenário 2: médio prazo Cenário 3: longo prazo Cenário 4: longuíssimo prazo 9
10 Elementos Sugeridos para o PIE de Paracambi Elementos Cenário Descrição Seleção do Terreno 1 Condomínio Industrial 1, propriedade do município Setor Público x Setor Privado 1 Parceria, setor público (planej. urbano, infra-estrutura, incentivos fiscais) Seleção do mix de indústrias 2 FaST (Facility Synergy Tool US-EPA). Tipologias industriais selecionadas auxilio do software FaST. com o Resíduos com possibilidade de permuta (com base nos resultados do FaST). 2,3 Tecidos, arame, reciclagem plásticos, fabricação de tintas, galvanoplastia, fabricação de pregos, beneficiamento de mármore, fabricação de material eletrônico, co-processamento- cimenteira, reciclagem de materiais 2,3 Solventes, óleos, lubrificantes, borras acidas, resíduos plásticos em geral, papel, papelão, cinzas, aparas e resíduos de tecidos e metais. Projeto Urbano 1 Preservação /integração ao ecossistema local,micro clima, vegetação nativa. Infra-Estrutura Viária 1 BR 116, RJ 127, RJ 465 (Porto de Sepetiba) Serviços de Transporte 1 2 ramais ferroviários, 4 linhas de ônibus Energia 1 Light (complementação: co-geração energia em cascata, fontes renováveis) Gás Natural 1 Disponibilidade de gás natural - City Gate Água 1 CEDAE, possibilidade de reuso de água. ETE comum localizada no PIE 2 Tratar água de efluentes que não forem reutilizadas. Arquitetura/const. sustentável 1,2,3,4 Usodetecnologiasemétodos construtivos sustentáveis Central de gestão de informações (CGI) 2 Gestão, compatibilização e divulgação informações de interesse comum. Gestão de Resíduos - central de armazenamento e distribuição de resíduos 4 Coleta, armazenagem, tratamento, transporte e distribuíçãode de resíduos de forma segura. Concentração do processo logístico. Central de armazenamento/ distribuição de matérias. 4 Concentração do processo logístico, responsável por adquirir-armazenar materiais comuns às indústrias. Central de reciclagem de óleos lubrificantes 4 Responsável pelo recolhimento, tratamento e redistribuição dos lubrificantes utilizados para serem reutilizados. Central de reciclagem de solventes 4 Responsável por reciclar os solventes contaminados e re-inseri-los no processo produtivo, após tratamento. Espaços comuns destinados ao uso de todas as indústrias 3 Auditório, salas de reunião, restaurante, centro de saúde, áreas de lazer e esportes, creche, centro de emergência, centro administrativo. 10
11 Facility Synergy Tool FaST US-EPA Um banco de dados que identifica sinergias potenciais entre indústrias. A partir da seleção de uma tipologia industrial o FaST disponibiliza os resíduos gerados por esta tipologia e por quais outras tipologias estes resíduos podem ser utilizados como insumos. Um banco de dados que disponibiliza informações sobre resíduos gerados por várias tipologias industriais e por quais tipologias estes resíduos podem ser utilizados como insumos. Possibilidade de inserir no programa dados sobre uma tipologia industrial que não esteja no FaST. A partir dos dados fornecidos, o FaST simula sinergias entre a nova tipologia industrial e as demais existentes em seu banco de dados. 11
12 Matriz Síntese dos Geradores e Potenciais Receptores de Resíduos do PIE de Paracambi Tipologias Industriais Resíduos Potencialmente Gerados Têxtil - fabricação de G G G G G G G G R tecidos Metalurgia (arames) G G G G G G R Metalurgia (pregos) G G/R G/R G G G R Tintas G G/R G G Reciclagem matérias G G/R R plásticas Galvanoplastia R G G/R G R G/R G G G Beneficiamento mármore. G G/R G Estação tratamento R R G G G G Efluentes Material eletrônico. G G G Coprocessamento/cimenteira R G R R R R G/R R G/R R R Reciclagem / Artesanato R R R R R Agricultura R R R 1. Aparas de tecido, fibras de algodão. 2. Águas residuárias em geral 3. Solventes 4. Borra Acida 5. Restos e borras de tintura e pigmentos. 6. Embalagens caixas, sacolas plásticas, PET, filmes plásticos. 7. Aparas e escória de metal Principais Resíduos Gerados 8. Resíduos contendo metais (ferro, alumínio, cobre, cádmio, zinco, bário, manganês). 9. Lubrificantes: óleos e graxas. 10. Substâncias químicas 11. Grânulos e pellets plásticos 12. Sal 13. Pó do forno cimento, cinzas em geral produzidas pela queima dos resíduos. 14. Pó e aparas de mármore 15. Embalagens papel, papelão e corrugados. 16. Lodo contendo metais, solventes, tintas, pigmentos, ácidos, óleos, graxas, compostos químicos orgânicos e inorgânicos. 17. Lodo tratado. 18. Resíduos Orgânicos. 19. Água tratada. 12
13 Conclusões e Recomendações Esta trabalho procurou demonstrar a pertinência de se introduzirem modificações na atual estrutura industrial da RMRJ através da implantação de PIEs de forma ordenada. Cinco anos após o início do programa Rio-Ecopólo, pode-se afirmar que este não evoluiu conforme previsto. O abandono do programa pelo setor público demonstra um desinteresse do governo estadual por um instrumento que tem se demonstrado de sucesso tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Os PIEs criados em 2002 estão se desenvolvendo sem a participação do governo estadual. SC, CE e FB estão se desenvolvendo por iniciativa das próprias indústrias em parceria com as respectivas associações dos distritos industriais. Paracambi - governo municipal. A falta de parceria e cooperação contribuíram p/ que o instrumento não alcançasse as dimensões e potencialidades devidas. 13
14 Conclusões e Recomendações A gestão ambiental cooperativa, através de uma maior articulação entre os setores público e privado pode contribuir para o desenvolvimento dos PIEs de forma efetiva. O desenvolvimento de PIEs associado a outras políticas públicas pode ser uma possível solução para melhorar os padrões ambientais, sociais e econômicos do Estado. Entretanto, é fundamental, que haja continuidade e vontade política. O desenvolvimento de PIEs é um processo de longo prazo que pode resultar em indústrias mais competitivas, em empregos sustentáveis, em comunidades sustentáveis e na conservação do meio ambiente. Porém, a continuidade dos PIEs no ERJ só será possível se houver uma convergência de interesses entre indústrias, comunidade, centros de pesquisa, instituições privadas e órgãos governamentais formando uma rede de gestão ambiental 14 cooperativa em busca de um interesse comum: DS
15 Obrigada 15
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