PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS DAS PAREDES EXTERIORES
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- Iasmin Sabrosa Camelo
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1 EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS DE PAREDES EM ALVENARIA Hipólito de Sousa PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS DAS PAREDES EXTERIORES SEGURANÇA ADAPTAÇÃO A MOVIMENTOS Estabilidade Segurança ao fogo ESTANQUIDADE À ÁGUA DA CHUVA DURABILIDADE CONFORTO ADAPTAÇÃO À UTILIZAÇÃO Termohigrométrico Acústico ASSOCIADAS À EXECUÇÃO ECONOMIA E PRODUTIVIDADE 1
2 Segurança estrutural Análise da estabilidade de paredes exteriores não estruturais ACÇÕES Peso próprio incluindo revestimentos Cargas suspensas Vento Impacto Deformação dos suportes Acções térmicas variações de temperatura e choque térmico Acções acidentais sismo, incêndio e explosões Aspectos a ter em conta na estabilidade de paredes exteriores: Ligações à estrutura Zonamento em termos de vento, acções térmicas e sismo Tipo de parede Simples Dupla Dimensão e forma dos vãos Forma de avaliação da estabilidade: Cálculo Ensaio Esbelteza (forma expedita) 2
3 Avaliação da resistência (f k ) à acção de cargas verticais 3
4 Avaliação da esbelteza limites orientativos Acção do vento 4
5 Acção sísmica Acções verticais e deformações associadas 5
6 Segurança ao fogo As alvenarias devem ser concebidas para apresentarem um comportamento face ao fogo adequado à sua utilização O comportamento ao fogo dos materiais de construção e elementos construtivos caracteriza-se por determinados indicadores - reacção e resistência ao fogo Em geral as partes opacas das paredes correntes exteriores portuguesas são satisfatórias em termos de segurança ao fogo, sendo apenas necessário cumprir determinadas relações de vizinhança 6
7 Adaptação a movimentos Os movimentos das alvenarias podem ter várias origens: Movimentos das fundações Deformação estrutural Variações de temperatura Variações de humidade e volume Movimentos de origem química Algumas acções a desenvolver para melhorar o comportamento das paredes: Limitar as flechas das estruturas -!!!! Rigidificar os elementos estruturais complanares com as paredes exteriores Limitar o recurso a zonas balançadas Diferir o mais possível a realização das alvenarias da estrutura Aumentar a deformabilidade das paredes e a sua capacidade de suportarem sem fissurarem a deformação da estrutura Atenuar os efeitos da deformação da estrutura na alvenaria, introduzindo juntas (pode gerar outros problemas que é necessário ter em conta) 7
8 Exemplo de melhoria do comportamento em paredes - Cunhais em betão armado em alvenarias não estruturais Estanquidade à água da chuva A garantia de estanquidade corresponde a: Ausência de infiltrações para o interior por efeito da chuva e vento Ausência de infiltrações na parede que provoquem o seu humedecimento exagerado e prolongado com deterioração O clima e exposição do local condicionam a penetração de água nas paredes Os principais factores que condicionam a estanquidade são: Existência e tipo de revestimentos Constituição do tosco da parede Solução arquitectónica Zonamento e exposição da construção A estanquidade pode ser avaliada por ensaios e podem haver soluções testadas para determinadas condições 8
9 Importância das fissuras e < 5 mm e > 5mm Importância da espessura das paredes Zonamento proposto para Portugal Continental em termos de chuva incidente 9
10 Aspecto geral do ensaio de estanquidade à água da chuva levado a cabo no LNEC Durabilidade Condicionamentos: Concepção em termos de estanquidade e revestimentos Qualidade construtiva e dos materiais constituintes Quantidade de água contida na parede Compatibilidade física e química dos materiais constituintes 10
11 Conforto termohigrométrico Limitar o coeficiente de transmissão térmico U W/(m 2 ºC), tendo em conta as exigências regulamentares e privilegiar inércias térmicas elevadas Assegurar a secura dos paramentos interiores Limitar o factor de concentração de perdas térmicas Ter em conta a diferença entre as situações teóricas de projecto e as efectivas de obra e a necessidade de compatibilizar vários aspectos relativamente antagónicos Valores máximos do coeficiente de transmissão térmica de paredes segundo o RCCTE U ( W/(m 2.ºC)) Zona climática I 1 I 2 I 3 Ra (*) Valor máximo para que a parede exterior satisfaça automaticamente os requisitos do RCCTE Valor máximo absoluto, em paredes exteriores verticais (*) Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, apenas para edifícios na zona I 1 11
12 Conforto acústico O isolamento aos ruídos aéreos exteriores deve respeitar as exigências regulamentares O isolamento é muito condicionado pelo tratamento dos vaõs Utilização, execução, economia e produtividade Aptidão para receber acabamentos Facilidade de integrar outros elementos Geometria facilitando o armazenamento, preensão, realização de rebocos e remates Existência de elementos complementares Novos materiais e geometrias optimizadas Racionalizar o assentamento e privilegiar sistemas 12
13 DESENVOLVIMENTOS ACTUAIS AO NÍVEL DAS PAREDES EXTERIORES Comportamento térmico Melhoria do comportamento térmico através da utilização de matérias-primas constituintes dos elementos para alvenaria mais isolantes (argilas alveoladas e betões de agregados leves), optimização da geometria, aumento da resistência térmica dos alvéolos, eventual integração de materiais isolantes e a própria argamassa e geometria das juntas de assentamento 13
14 CONDENSAÇÕES INTERSTICIAIS Parede simples (isolamento repartido) Parede dupla (isolamento concentrado) 14
15 INFLUÊNCIA DAS JUNTAS NA CONDUCTIVIDADE TÉRMICA CARACTERÍSTICAS TÉRMICAS DOS MUROS DE TERMOARGILA Espessura do bloco (cm) Densidade kg/m 3 Coef. de transmissão térmica U W/m 2.ºC
16 Estanquidade à água da chuva Minimizar os efeitos associados à incidência da água da chuva através do estudo aprofundado dos mecanismos de penetração de água nas paredes, tendo em conta as características do tosco da parede, os revestimentos e a degradação do conjunto tosco/revestimentos, expressa, entre outras formas, na ocorrência de fissuras Criando em cada país zonamentos em termos de chuva e vento incidentes e classificações que permitam seleccionar o tipo de parede mais adequado em termos de estanquidade à água da chuva em função de vários parâmetros Efectuando ensaios de caracterização Espessura do tosco de paredes em pano único segundo DTU 20.1 SITUAÇÃO DA PAREDE Espessura mínima do tosco (1) (mm) Tij. maciço ou perfurado Tij. vazado (furação horizontal) Bloco cerâmico perfurado Bloco de betão de inertes correntes Bloco de betão de inertes leves Bloco de betão celular autoclavado Abrigada Não abrigada até 6m (2) 200 (2) 200 (2) 225 (2) 200 (2) Não abrigada entre 6 e 18m (2) 275 (2) 275 (2) 225 (2) 275 (2) Não abrigada entre 18 e 28m (2) 325 (2) 325 (2) 225 (2) 275 (2) Não abrigada, isolada junto ao mar, até 6m e com tradição de uso (3) 375 (3) 325 (3) 275 (3) 275 (3) (1) Paredes obrigatoriamente revestidas (2) Excepto junto ao mar (3) Excepto em frente ao mar (orla marítima) 16
17 17
18 Comportamento mecânico Melhorar o comportamento mecânico das paredes, para além dos aspectos óbvios de resistência estrutural, também para reduzir a susceptibilidade das paredes a fissuração por deformação dos seus suportes, por variações de temperatura, ou ainda por assentamentos diferenciais das fundações 18
19 Sistemas Evitar o improviso correntemente adoptado na solução de inúmeros pontos singulares das paredes resultante da falta de pormenorização no projecto para muitas das situações que ocorrem em obra, bem como da inexistência de acessórios para a sua correcta execução. Surge assim a necessidade de perspectivar a parede como um sistema construtivo para o qual estão desenvolvidas, além das peças correntes, as peças singulares que permitem resolver correctamente todas as situações 19
20 Economia e produtividade Nos últimos anos têm havido esforços dignos de registo, sobretudo nos países mais desenvolvidos, no sentido de racionalizar o assentamento das alvenarias com ganhos de produtividade através de: adopção de paredes espessas em pano simples em alternativa às paredes duplas; desenvolvimento de elementos de maiores dimensões faciais e espessura, em alguns casos com excelente isolamento térmico, sendo usados nas referidas paredes simples sem isolantes térmicos complementares; juntas de encaixe macheadas que facilitam o assentamento; desenvolvimento de elementos com geometrias que facilitam a preensão e o manuseio; utilização de argamassas cola em juntas de pequena espessura (1 a 3 mm) cuja realização é muito mais rápida. 20
21 Sensibilidade à qualidade construtiva A disponibilidade de mão de obra conhecedora, sujeita a longos períodos de aprendizagem como acontecia no passado tem-se reduzido muito, sendo substituída por mão de obra indiferenciada realizando tarefas específicas para as quais não teve, em geral, a aprendizagem adequada. Os ritmos mais acelerados de construção praticados actualmente e algumas soluções arquitectónicas tornam as construções mais sensíveis à qualidade construtiva. É também indispensável a preocupação em conseguir soluções para as paredes mais simples, menos susceptíveis à eventual falta de qualidade da mão de obra, por redução do número de operações em obra, pela sua maior simplicidade, pela disponibilização de materiais preparados industrialmente para as várias situações particulares e pela utilização de argamassas prontas ou pré-doseadas em substituição das amassadas em obra. Construção e ambiente O crescimento da consciência ambiental está a conduzir a uma pressão sobre os agentes da construção no sentido de privilegiar soluções naturais, sustentadas em termos ambientais e geradoras de poucos impactos. Refere-se a rejeição de determinados tipos de isolantes potencialmente poluentes ou soluções requerendo na sua produção grandes quantidades de energia, bem como privilegiar as soluções que utilizem nas alvenarias subprodutos de outras actividades humanas ou mesmo da construção. 21
22 Simulação e análise Um conhecimento mais aprofundado do comportamento das paredes requer a existência de ferramentas de simulação e análise mais sofisticadas, existindo na actualidade disponíveis ferramentas de apoio ao estudo analítico, de utilização mais ou menos potente e complexa, semelhantes às existentes para outros domínios 22
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