índices séries estatísticas p. I-3 p. I-6 Nº 399 Dezembro / 2013 FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS

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1 FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS Nº 399 Dezembro / 2013 ISSN índices Desaceleração em Novembro Não é Suficiente para Acomodar Inflação do Setor de Obras Públicas aos Níveis dos Índices de Preços ao Consumidor ANDRÉ LUIS SQUARIZE CHAGAS p. I-3 André Luis Chagas destaca desaceleração no curto prazo na maior parte dos índices de preços de insumos de obras públicas calculados pela FIPE, em decorrência de acomodação no mercado de trabalho. Apesar disso, a variação no acumulado do ano mantém-se bastante forte, com altas próximas a 9% ao ano, mais do que o dobro do veri icado nos Índices de Preços ao Consumidor. séries estatísticas Índice de Preços ao Consumidor Índice de Preços de Obras Públicas p. I-6 Nesta seção, são apresentadas as séries estatísticas Fipe (IPC e IPOP) de 2012 a As ideias e opiniões expostas nos artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo a opinião da Fipe

2 Conheça o ICV Fipe O índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo é o mais tradicional indicador da evolução do custo de vida das famílias paulistanas e um dos mais antigos do Brasil. Começou a ser calculado em janeiro de 1939 pela Divisão de Estatística e Documentação da Prefeitura do Município de São Paulo. Em 1968, a responsabilidade do cálculo foi transferida para o Instituto de Pesquisas Econômicas da USP e, posteriormente em 1973, com a criação da FIPE, para esta instituição. Informações sobre assinaturas: : (11) : rgama@ ipe.org.br INFORMAÇÕES FIPE É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DE CONJUNTURA ECONÔMICA DA FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS ISSN Conselho Curador Diretoria Juarez A. Baldini Rizzieri Diretor Presidente (Presidente) Denisard Cnéio de Oliveira Carlos Antonio Luque Alves Diretor de Pesquisa Francisco Vidal Luna Maria Helena Heron Carlos Esvael do Carmo Pallares Zockun Joaquim José Martins Guilhoto Simão Davi Silber Diretor de Cursos José Carlos de Souza Santos Pós-Graduação Pedro Garcia Duarte Secretaria Executiva Domingos Pimentel Bortoletto Conselho Editorial Heron Carlos E. do Carmo Lenina Pomeranz Luiz Martins Lopes José Paulo Z. Chahad Maria Cristina Cacciamali Maria Helena Pallares Zockun Simão Davi Silber Editora-Chefe Fabiana F. Rocha Preparação de Originais e Revisão Alina Gasparello de Araujo Produção Editorial Sandra Vilas Boas ipe.org.br

3 índices I - 3 Desaceleração em Novembro Não é Suficiente para Acomodar Inflação do Setor de Obras Públicas aos Níveis dos Índices de Preços ao Consumidor ANDRÉ LUIS SQUARIZE CHAGAS (*) Os índices de preços de insumos de obras públicas, calculados pela FIPE, em geral, apresentaram trajetórias de desaceleração em novembro, com exceção do índice de Terraplenagem. A Tabela 1 apresenta as variações calculadas para outubro para cada um dos índices e para as quatro principais categorias de insumos. O índice de Edi icações Gerais (IGE) apresentou importante desaceleração no mês, tendo variado 0,22% em novembro, ante 0,45% no mês anterior. É bom lembrar que se trata da segunda desaceleração consecutiva, uma vez que a variação de outubro já havia sido menor que a de setembro. No ano, o IGE acumula alta de 8,56%. Apesar da desaceleração, ainda pressionam o índice o cimento e a pedra britada. O mesmo movimento de desaceleração foi constatado no índice de Pavimentação (PAV), que registrou alta de 0,11%, abaixo dos 0,33% do mês de outubro. No acumulado do ano, o PAV acumula alta de apenas 2,9%, o menor acumulado dentre os indicadores analisados. Na mesma trajetória, o índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra (SGPMO), com variação de 0,17%, também se desacelerou em relação a outubro (quando havia aumentado em 0,35%), acumulando mais um mês de acomodação. A desaceleração se deu pela queda em mão de obra, como as veri icadas para servente, pedreiro, carpinteiro e eletricista. O SGPMO acumula, no ano, alta de 8,87%. Na contramão dos demais índices, o índice de Terraplenagem (TER) interrompeu a trajetória de queda, registrando variação bastante forte, em novembro, com alta de 0,78%. Tal fato se deve, principalmente, ao aumento no insumo Moto Escavo Transportadora, mas também aos repasses marginais de preços de óleo diesel e caminhão cargo. No acumulado do ano, o TER apresenta alta de 8,15%. Tabela 1 Índices de Preços de Obras Públicas Variação Mensal (%) Novembro de 2013 Índices Geral Materiais Equipam. Serviços Mão de Obra IGE 0,22 0,32-0,02 1,66-0,06 TER 0,78 0,19 1, ,01 PAV 0,11 0,13 0, ,08 SGPMO 0,17 0,33-1,64-0,06 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Obs.: IGE Índice Geral de Edi icações, TER Índice de Obras de Terraplenagem, PAV Índice de Obras de Pavimentação, SGPMO Índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra.

4 I - 4 índices As variações segundo setores de atividade estão reproduzidas na Tabela 2, que reporta também os acumulados para os anos de 2012 e 2013, em relação ao IGE. Neste índice, as menores variações foram registradas para os insumos da Indústria Material Elétrico/Comunicações (-0,60%) e Material de Transporte (-0,29%). Já as maiores variações icaram por conta dos insumos de Serviços da Construção (+1,79%), seguido à distância pelos insumos da Indústria de Minerais Não Metálicos (+0,57%) e Indústria de Madeira (+0,54%). No acumulado do ano, destaca-se a forte aceleração nos preços de insumos da Indústria Material Elétrico/Comunicações, com alta de 9,10% (mais de 7 pontos porcentuais do que o veri icado no acumulado de 2012, no mesmo período). Além desse setor, também os Serviços de Construção e a Indústria Metalúrgica apresentam acumulado no ano superior a 9%. Com relação ao PAV, a relativa estagnação nos preços dos insumos da Indústria Química (+0,03%) é a principal contribuição para a desaceleração, nos materiais, desse indicador. Já para o TER, é a Indústria Mecânica (+1,84%), principal fornecedora de equipamentos, o setor que mais contribuiu para a aceleração desse indicador. Tabela 2 Índices de Preços de Obras Públicas por Setor Variação Mensal e Acumulada nos Anos de 2013 e de 2012 (%) IGE TER PAV SETORES DE ATIVIDADES nov/13 out/13 Acum 13 Acum 12 nov/13 nov/ Extração Mineral (EM) 0,39 0,00-0,34 4,39 0, Indústria de Minerais Não Metálicos (IMNM) 0,57 1,77 7,29 3,59-0,07 0, Indústria Metalúrgica (IMET) 0,06 0,38 9,03 6, Indústria Mecânica (IMEC) 0,19-0,20 2,08 3,19 1,84 0, Indústria Material Elétrico/Comunicações (IME/C) -0,60 0,56 9,10 1, Material de Transporte (MT) -0,29 0,58 4,44 5,26 0,21 0, Indústria de Madeira (IMAD) 0,54 0,31 7,72 4, Indústria da Borracha (IBORR) 0,11 2,34 5,11 1,75 0,63 0, Indústria Química (IQ) 0,42 0,61 7,45 7,54 0,14 0, Indústria de Produtos Plásticos (IPP) 0,33 0,50 7,33 4, Serviços da Construção (SC) 1,79 1,07 9,09 3, Energia Elétrica e Outros serviços Públicos (EE) 0,38 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Conforme se pode ver na Tabela 3, no acumulado de 12 meses (dez/2012 a nov/2013), o SGPMO é o indicador de maior variação (+8,99%), seguido pelo TER (+8,97%) e IGE (8,71%). Essas taxas chegam a ser mais do que o dobro do veri icado nos Preços aos Consumidores. 1 O PAV acumula alta de 2,99% no período.

5 índices I - 5 Tabela 3 Índices de Preços de Obras Públicas Variações Acumuladas (%) Meses IGE TER PAV SGPMO Abr/1994 Nov/ ,25 316,26 534,73 498,51 Abr/2004 Nov/ ,63 50,40 75,01 106,57 Dez/2012 Nov/2013 8,71 8,97 2,99 8,99 Jan/2013 Nov/2013 8,56 8,15 2,90 8,87 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Como se destaca há algum tempo, o movimento de longo prazo na taxa de variação dos preços de obras públicas continua a apresentar per il de consistente pressão altista. Como se pode observar no Grá ico 1, sobretudo para o TER, índice de maior volatilidade entre os pesquisados, a in lação no setor salta de de- lação de cerca de -7% ao ano, em 2010, para in lação próxima a 10% em 2013, depois de ter apresentado pico de 11% a.a. no início do ano. O SGPMO e o IGE apresentam oscilações menores, mas consistentes, com tendência de alta, no longo prazo, e estabilidade no curto prazo, por conta de acomodação das altas salariais. A perspectiva para os segmentos analisados continua de manutenção da pressão altista sobre os preços. Quando o espaço para a substituição de trabalhadores houver se encolhido, a pressão do câmbio, as incertezas relacionadas aos projetos de investimentos e os gargalos estruturais da economia, como a ausência de infraestrutura de transporte para escoamento da produção, poderão voltar a exercer impacto altista sobre os preços. A esses fatos ainda se soma a falha de coordenação e comunicação da política macroeconômica do governo, o que adiciona mais um elemento de pressão in lacionária a todos os segmentos. Gráfico 1 IPOP Variação Acumulada de 12 Meses (Ago/05 a Nov/13) % IGE PAV TER SGPMO -10 ago/05 jan/06 jun/06 nov/06 abr/07 set/07 fev/08 jul/08 dez/08 mai/09 out/09 mar/10 ago/10 jan/11 jun/11 nov/11 abr/12 set/12 fev/13 jul/13 1 A in lação ao consumidor é de 4,01% no acumulado de 12 meses, conforme o IPC-FIPE. (*) Pesquisador da FIPE. ( achagas@ ipe.org.br).

6 I - 6 séries estatísticas Índices de Preços ao Consumidor no Município de São Paulo Julho de 1994 = 100 Alimentação Habitação Transportes Índice Geral Geral Industr. Semi Elaborado In Natura Geral Aluguel Geral Veículo Próprio Transp. Coletivo Despesas Pessoais Vestuário Saúde Educação Dez Jan/ Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Índices de Preços de Obras Públicas Março de 1994 = 100 Geral Mat. Constr. Edificações Pavimentação Terraplenagem Serv. Gerais Mão de Obra Equip. Geral Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Geral Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Predom. M. O. Dez Jan/ Fev Mar Abr Maio Jun 532, , , , , , , , , , , , ,535 Jul 532, , , , , , , , , , , , ,169 Ago 534, , , , , , , , , , , , ,514 Set Out Nov