Acordam no Conselho Fiscal e Jurisdicional Nacional
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- Isaac Borges Padilha
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1 RECURSO CFJN Nº008 /09 R Acordam no Conselho Fiscal e Jurisdicional Nacional Os associados dirigentes, endereçaram cada um deles, individualmente, ao CFJN um requerimento datado uns de 8/6/09, outro de 19/6/09 e os demais de 21/6/09, mas entrados nos Serviços Centrais do CNE em 15/6/09 e 24/6/09, tendo como assunto Eleição para a Junta Regional - Pedido de Impugnação e pedindo todos que seja considerada nula a deliberação da Comissão Eleitoral Regional quanto aos resultados eleitorais publicados Alegaram em síntese que a CER anulou a votação da mesa de voto nº do Núcleo onde votaram, remetendo para irregularidades que não constam nem foram alegadas em acta da mesa de voto, pelo estariam sanadas ou devia ter designado nova data para nova votação. O processo foi documentalmente instruído e procedeu-se á sua análise seguida de debate e deliberação deste Conselho Fiscal e Jurisdicional Nacional. Conhecendo Questões prévias: 1- Coligação de autores A apreciação dos requerimentos/recursos, em conjunto, resulta do facto de tal ser permitido pela lei geral, quando a causa ou questões a apreciar são as mesmas ou únicas, ou quando exista entre elas uma relação de dependência ou de prejudicialidade ou ainda estejam em apreciação essencialmente os mesmos factos e regras (artº 30º CPC ex vi artº 1º3 RG), e que por isso podiam e, mandam as boas
2 regras, deviam ser apreciadas em conjunto, dado não se vislumbrar nenhum inconveniente nessa apreciação conjunta, antes tudo a tal aconselhar. Ora os requerimentos em apreciação tem o mesmo conteúdo e foram dirigidos é mesma entidade e por grupos na mesma data, pelo que todos podiam apenas ter subscrito um único documento, razão pela serão apreciados conjuntamente. 2- Incompetência do CFJN Para além das questões de tempestividade que possam colocar aos requerimentos de impugnação apresentados, atento o disposto no artº 35º2 RE no que às impugnações dos actos eleitorais respeita, e por isso impeditivos do conhecimento das impugnações, o certo é que este CFJN é incompetente para deles conhecer, pois que: No que respeita ao contencioso eleitoral, que é o caso, rege o artº 35º RE, de acordo com o qual para que haja recurso para os Conselhos Fiscais e Jurisdicionais é necessário primeiramente que: 1- O recorrente tenha impugnado perante a CER um acto do processo eleitoral, que ainda não tenha sido decidido definitivamente; 2- essa impugnação ocorra no prazo de 2 dias após o encerramento acto eleitoral; 3- a CER decida dessa impugnação; 4- É apenas dessa decisão da CER sobre a impugnação deduzida, que cabe recurso e não de qualquer outro acto. 5- O recurso dessa decisão é obrigatoriamente para o CFJ Regional, que deve proferir uma decisão/acórdão. 6- Apenas da decisão/ acórdão do CFJR cabe recurso para o Conselho Fiscal Jurisdicional Nacional, que decide em última instância (artº 27ºf) ECNE).
3 Assim o CFJN só é competente para apreciar, por via do recurso, as decisões do CFJR, e não pode conhecer directamente da decisões da CER, pois é o último órgão de recurso artº 39º 2 f) RG. Donde interposto recurso/impugnação directamente para o CFJN é este hierarquicamente incompetente para conhecer do mesmo, e da impugnação em causa. Não é permitido nunca a interposição de recurso per saltum, afastando a jurisdição do CFJR, por não poder ser alterada a regra da competência e a intervenção do órgão não pode ser afastada, e muito menos por vontade dos peticionantes através dum simples juízo de suspeita ou de desconfiança sobre a sua isenção acerca da sua isenção. Desde logo porque não consentâneo com o art. 1º da Lei do Escuta, e depois porque parte de um pressuposto não demonstrado: o de que o órgão competente CFJR ao apreciar a decisão vai proceder de modo parcial e não independente, quando não sabe qual vai ser a decisão tomada, que se for a favor do recorrente não pode ser assacada de parcial do seu ponto de vista, pois lhe dá razão, e se for improcedente caber-lhe-á recorrer para o órgão superior: o CFJN. Não há motivo para não aplicar as regras de atribuição de competência. No caso, acresce que a impugnação é apenas como os impugnantes referem na parte relativa á eleição para a Junta Regional, o que não interfere com a eleição para o CFJR, pois convém ter presente que estamos não perante uma eleição, mas perante duas eleições, que apenas são simultâneas, mas podiam não ser ( artº 2º 3 e 4 RE), e por isso independentes e autónomas: uma é a eleição para a Junta Regional e outra é a eleição para o CFJR, e estando em causa como pedido a deliberação da Comissão Eleitoral Regional quanto aos resultados eleitorais publicados o que tem a ver com o acto de anulação da votação da mesa de voto nº do núcleo por parte da CER não se vê razões para assacar ao CFJR motivos para o considerar
4 não isento, dado que por qualquer dos resultados (provisórios e definitivos, publicados pela CER: Provisórios Sim: 471 e Não: 409; Definitivos: Sim: 431 e Não: 370) os membros do CFJR da lista candidata foram eleitos. O CFJN só é competente para apreciar, por via do recurso, as decisões do CFJR, e não pode conhecer directamente da decisões da CER, pois é último órgão de recurso artº 39º 2 f) RG. Assim, interposto recurso de uma decisão da CER o CFJN é hierarquicamente incompetente para conhecer do mesmo + Nestes termos, o Conselho Fiscal e Jurisdicional Nacional do CNE, decide: Declarar a incompetência do CFJN para conhecer dos requerimentos/ recursos apresentados pelos dirigentes em causa, e e em consequência absolve da instância o recorrido e determina o arquivamento dos autos; Notifique os dirigentes recorrentes e o Presidente da CER; Dê conhecimento ao Presidente do CFJR de,, e ao Exmo. Chefe Nacional e Junta Central; Arquivem os Serviços Centrais uma cópia deste acórdão em pasta própria (impresso e em formato digital) e publique-se no sítio do CFJN na Internet com omissão da identificação dos interessados; DN. + CFJN, 18 /07/2009 José A. Vaz Carreto ( vogal Relator)
5 F. Saul Mouro ( vogal) Rita V. Luís (Vice Presidente) F. Calado Lopes ( Presidente)
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