ENDOFTALMITE uma complicação grave da cirurgia de catarata
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- Bárbara Sabala Peres
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1 MANUELA BERNARDO
2 ENDOFTALMITE uma complicação grave da cirurgia de catarata A perda de visão pode ser severa e irreversível
3 Este trabalho foi elaborado seguindo as recomendações da ESCRS 2013
4 INCIDÊNCIA ENDOFTALMITE E CIRURGIA DE CATARATA A Endoftalmite diminuiu nos países onde a injecção intracamerular foi adoptada como método de profilaxia após cirurgia de catarata
5 INCIDÊNCIA ENDOFTALMITE E CIRURGIA DE CATARATA A maioria dos centros utiliza Cefuroxima Intracamerular após a publicação do ESCRS study em 2007
6 INCIDÊNCIA ENDOFTALMITE E CIRURGIA DE CATARATA 0,3% - 1,2% % ENDOFTALMITES SEM INJECÇÃO DE CEFUROXIMA 0,014% - 0,08% COM INJECÇÃO DE CEFUROXIMA
7 ESCRS STUDY NA PROFILAXIA DA ENDOFTALMITE APÓS A CIRURGIA DE CATARATA
8 QUADRO CLÍNICO ENDOFTALMITE E CIRURGIA DE CATARATA ENDOFTALMITE PÓS-OPERATÓRIA < 6 semanas >6 semanas Aguda Crónica a 2 semanas após a cirurgia. Sinais/sintomas de rápida progressão da inflamação intraocular.
9 QUADRO CLÍNICO ENDOFTALMITE AGUDA ENDOFTALMITE E CIRURGIA DE CATARATA Antes das 6 semanas PERDA VISUAL SÚBITA ACENTUADA INFLAMAÇÃO OCULAR Dor intensa Hiperemia Edema palpebral Edema da córnea Células e flare intensos em CA Hipópion e hifema Membrana inflamatória pupilar Vitrite.. Ecografia é fundamental
10 QUADRO CLÍNICO ENDOFTALMITE CRÓNICA ENDOFTALMITE E CIRURGIA DE CATARATA Após 6 semanas INSIDIOSA MENOR REACÇÃO INFLAMATÓRIA Uveíte crónica granulomatosa Pequeno hipopion Vitrite anterior (S. epedermitis) Placas esbranquiçadas no saco capsular (Propionibacterium acnes) ENDOFTAMITE CRÓNICA SACULAR
11 ENDOFTALMITE AGUDA ENDOFTALMITE E CIRURGIA DE CATARATA 94% BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS Staphylococcus coagulase negativo ( 33-77%) Staphylococcus aureus (10-21 %) Streptococcus (9-11% ) 6% BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS Pseudomonas aeruginosa» 8% FUNGOS Cândida sp. Aspergillus sp. Fusarium sp.
12 ENDOFTALMITE CRÓNICA Propionibacterium acnes Staphylococcus coagulase negativo Fungos ENDOFTALMITE
13 Suspeição Clínica PERDA VISUAL SÚBITA ACENTUADA INFLAMAÇÃO OCULAR Exames Complementares Ecografia Colheita de Humor Aquoso Colheita de Humor Vítreo para PCR e/ou microbiologia
14 Exame Microbiológico ENDOFTALMITE E CIRURGIA DE CATARATA Teste Gram Cultura e TSA PCR Deve ser guardada no frio uma amostra - se às 24/48h a cultura e teste gram forem negativos, é submetida a PCR
15 ESCRS STUDY FACTORES DE RISCO PARA ENDOFTALMITE PÓS CIRURGIA DE CATARATA ENDOFTALMITE E CIRURGIA DE CATARATA
16 TIPO DE INCISÃO INCISÃO CORNEANA Maior nº de endoftalmites ESCRS study (5,88 x ) Incisões pouco selantes Necessidade de boa hidratação estromal Sutura da incisão diminui o risco? INCISÃO ESCLERO-CORNEANA Mais tunelizada Promove um maior encerramento no pós-operatório Menor risco de endoftalmite
17 TIPO DE LENTE INTRAOCULAR Menor risco de infecção lentes colocadas com injector lentes de silicone hidrogel e acrílicas hidrofílicas COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS Aumentam o nº de endoftalmites ESCRS study (4,95 %) Ruptura de cápsula posterior e saída de vítreo aumenta entre 14 17% o risco
18 ENDOFTALMITE ASSÉPTICA OU ESTÉRIL TASS- SÍNDROME TÓXICO DO SEGMENTO ANTERIOR FRAGMENTOS RETIDOS DE CRISTALINO REACTIVAÇÃO DE UVEÍTE PRÉ-EXISTENTE PARTÍCULAS DE TRIANCINOLONA PÓS-INJECÇÃO INTRA-VÍTREA
19 TASS - SÍNDROME TÓXICO DO SEGMENTO ANTERIOR ETIOLOGIA MULTIFACTORIAL Sintomas precoces após a cirurgia (12-24 horas) Dor mínima ou sem dor Inflamação do segmento anterior intensa - fibrina Edema da córnea Alterações da íris (pupila irregular, fixa ou dilatada) Hipertensão ocular Ausência de vitrite
20 TASS - SÍNDROME TÓXICO DO SEGMENTO ANTERIOR Casos precoces de Endoftalmite podem parecer TASS Em casos de dúvida tratar como Endoftalmite Infecciosa. TRATAMENTO DA TASS Corticóides TRATAMENTO DA ENDOFTALMITE Antibióticos
21 AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA Identificar paciente de alto risco Alterações palpebrais (hordéolo) Blefarite crónica Alterações da via lacrimal Olho seco Prótese do olho contra-lateral Infecção sistémica Doentes diabéticos, IRC Desnutrição Imunossupressão
22 BLOCO OPERATÓRIO ESTERILIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E MATERIAIS CIRÚRGICOS UTILIZAÇÃO DE MATERIAL DESCARTÁVEL
23 BLOCO OPERATÓRIO UTILIZAÇÃO DE POVIDONA IODADA NA PELE E FUNDOS DE SACO CONJUNTIVAIS ( 5 MIN) UTILIZAÇÃO DE POVIDONA IODADA NO FINAL DA CIRURGIA PREPARAÇÃO DO CIRURGIÃO COM MÁSCARA, BATA E LUVAS ESTERILIZADAS UTILIZAÇÃO DE ÓCULO ADESIVO E BLEFARÓSTATO CIRÚRGICO
24 UTILIZAÇÃO DE ANTIBIOTERAPIA TÓPICA PRÉ-OPERATÓRIA CONTROVERSA UTILIZAÇÃO DE CEFUROXIMA INTRA-CAMERULAR CONSENSUAL UTILIZAÇÃO DE ANTIBIOTERAPIA TÓPICA E CORTICÓIDES TÓPICOS E AINS TÓPICOS NO PÓS-OPERATÓRIO CONSENSUAL
25 CEFUROXIMA ENDOFTALMITE E CIRURGIA DE CATARATA Cefalosporina de segunda geração Resistente à maioria das beta-lactamases Eficaz contra bactérias gram-positivas e gram-negativas CEFUROXIMA INTRACAMERULAR 1MG EM 0.1 ML PREPARAÇÃO CÂMARA DE FUXO LAMINAR HORIZONTAL
26 CEFUROXIMA Não é activa nos Enterococcus e Staphilococcus aureus metacilino-resistentes (SAMR) Na alergia à Cefuroxima MOXIFLOXACINA INTRACAMERULAR ( mcg)
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28 TRATAMENTO DA ENDOFTALMITE AGUDA INJECÇÕES INTRA - VÍTREAS VANCOMICINA (1 mg) + CEFTAZIDIMA (2mg) ou VANCOMICINA (1 mg) + AMICACINA (0.4mg) COLÍRIOS REFORÇADOS GENTAMICINA 13.6mg/ml + VANCOMICINA 50 mg/ml
29 TRATAMENTO DA ENDOFTALMITE AGUDA ANTIBIOTERAPIA SISTÉMICA EMPÍRICA Até resultados de microbiologia e PCR do humor aquoso e humor vítreo VANCOMICINA 1gr (12h/12h) EV + CEFTAZIDIMA 1 gr ( 8h/8h) EV CIRURGIA VITRECTOMIA VPP PRECOCE MIDRIÁTICOS (atropina) e CORTICÓIDES TÓPICOS
30 TRATAMENTO DA ENDOFTALMITE CRÓNICA ANTIBIOTERAPIA SISTÉMICA CLARITROMICINA (500 mg) / dia durante 2-4 semanas ou MOXIFLOXACINA ( 400mg) / dia durante 1 semana
31 TRATAMENTO DA ENDOFTALMITE CRÓNICA INJECÇÕES INTRA - VÍTREAS VANCOMICINA (1 mg) + CEFTAZIDIMA (2mg) CIRURGIA VITRECTOMIA VPP REMOÇÃO DE SACO E LIO IMPLANTE SECUNDÁRIO DE LIO
32 CONSENSUAL - UTILIZAÇÃO DE ANTIBIOTERAPIA INTRA-VITREA CONSENSUAL COLÍRIOS REFORÇADOS CONSENSUAL -UTILIZAÇÃO DE ANTIBIOTERAPIA SISTÉMICA EMPÍRICA
33 CONSENSUAL VITRECTOMIA VPP CONTROVERSO USO DE ESTERÓIDES Controvérsia: Quando? Quais? Dose? Que via? Dexametasona intravítrea (0,4mg/0,1 ml) Corticóides tópicos / sub-conjuntivais Não usar nas infecções fúngicas
34 ENDOFTALMITE FÚNGICA Candida albicans (+ frequente), fusarium, aspergillosis Anfotericina B endovenosa (1mg/kg) Anfotericina B intravítrea (5-10µg em 0,1ml) Fluconazole endovenoso ( mg/dia) Fluconazole intravítreo 100 µg Fluconazole oral 200mg 12-12h Voriconazole endovenoso (400 mg/dia) Voriconazole intravítreo µg em 0,1 ml
35 ENDOFTALMITE é a complicação mais temida e grave da cirurgia de catarata pela possibilidade de Perda devastadora de Visão A ENDOFTALMITE é uma EMERGÊNCIA OFTALMOLÓGICA São fundamentais as Medidas de Prevenção e uma Correcta Avaliação Pré- operatória do Doente para Cirurgia de Catarata Necessidade de uma terapêutica agressiva A VITRECTOMIA deve ser PRECOCE e COMPLETA.
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