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Maria de Lourdes Maranhão de Almada
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1 TRIBUNAL MARÍTIMO PROCESSO Nº /05 ACÓRDÃO B/P GLORIA I. Naufrágio de barco de pesca que fica sem governo. Quebra da haste do leme manual. Arquivamento. Vistos os presentes autos. Consta dos autos que no dia 9 de abril de 2003, por volta de 8h, quando o B/P GLORIA I estava empreendendo viagem de regresso para a cidade de Itanhaém- SP, adentrava o canal da barra, ocorreu a quebra da haste do leme manual, fazendo com que a embarcação ficasse à deriva, sendo em seguida arrastada até próximo à arrebentação e vindo a naufragar parcialmente. Foi efetuado laudo de exame pericial indireto; tiradas fotografias da embarcação e juntada a reportagem do jornal A Tribuna datado de 10 de abril de 2003 sobre o acidente com a embarcação. Dados característicos da embarcação: Embarcação: B/P GLORIA I ; Bandeira: brasileira; Porto de inscrição: Santos-SP; Área de navegação: interior; AB: 3.0; Comprimento: 9,10m; Número de inscrição: ; e Proprietário/armador: Alcione Catarina Bacheschi Sponton. Documentação de praxe anexada.

quebra da haste do leme manual, fazendo com que a embarcação ficasse à deriva, sendo em seguida arrastada até próximo à arrebentação e vindo a naufragar parcialmente.

2 A causa determinante foi a quebra da haste do leme manual, no momento em que a embarcação adentrava o canal de acesso ao rio Itanhaém, acarretando que a embarcação ficasse à deriva e fosse arrastada até a zona de arrebentação, vindo a naufragar parcialmente, sem vítimas, ocorrendo somente danos materiais. Alcione Catarina Bacheschi Sponton (fls. 25 e 26) proprietária da embarcação declarou que estava empreendendo viagem pelo litoral sul do estado de São Paulo, entre as cidades de Cananéia e Tanhaém. Ao adentrar a barra do rio Itanhaém, cerca de 8h, o suporte da cana do leme partiu, fazendo com que o barco adernasse para boreste. Uma onda entrou pelo bordo adernado, causando alagamento na praça de máquinas com conseqüente parada do motor propulsor, fazendo a embarcação naufragar parcialmente. Os motores propulsores não apresentaram nenhum problema, que o tempo era bom, ventos moderados, mar agitado por ser área de arrebentação, e que a embarcação foi retirada do local e rebocada pelo B/P POSEIDON XIII até um estaleiro para ser reparada. Declarou ainda que a embarcação dispunha de bóias, coletes e foguetes de sinalização. Dorinei da Silva (fls. 28 e 29), Patrão de Pesca, confirma as respostas apresentadas por Alcione, acrescentando que o B/P ITACOLOMI auxiliou no reboque. Rubens do Prado (fls. 35), Pescador Profissional declarou que encontrava em terra, próximo a entrada da barra e presenciou o momento em que a embarcação ficou à deriva. Corrobora os depoimentos anteriores e acrescentou que a visibilidade era boa. Dos depoimentos se extrai que no dia 9 de abril de 2003, o B/P GLORIA I, estava empreendendo viagem pelo litoral sul do Estado de São Paulo, entre a cidade de Cananéia e Itanhaém, quando, por volta de 8h, ao adentrar no canal da barra do rio Itanhaém, ocorreu a quebra do suporte da cana do leme, fazendo com que o barco adernasse para boreste. Uma onda adentrou pela borda fazendo com que a embarcação 2

25 e 26) proprietária da embarcação declarou que estava empreendendo viagem pelo litoral sul do estado de São Paulo, entre as cidades de Cananéia e Tanhaém.

3 adernasse para boreste. Uma onda adentrou pelo bordo adernado, causando alagamento na praça de máquinas com conseqüente parada do motor propulsor, fazendo com que a embarcação ficasse à deriva. Devido ao estado do mar, agitado por ser área de arrebentação, a embarcação foi arrastada até próximo à arrebentação, onde veio a naufragar parcialmente. Após a preamar, a embarcação foi retirada do local e rebocada pelos B/P POSEIDON XIII e B/P ITACOLOMI até um estaleiro para ser reparada. De acordo com o laudo pericial e os depoimentos prestados, o acidente ocorreu por uma falha do material, no momento em que a embarcação adentrava à barra do rio Itanhaém, quando ocorreu a quebra do suporte do leme, tornando a embarcação sem governo e sem condições de evitar que a mesma fosse arrastada até a zona de arrebentação e viesse, conseqüentemente, a naufragar parcialmente. O tempo estava bom, ventos moderados, boa visibilidade e o mar encontrava-se agitado por ser área de arrebentação. Os motores propulsores não apresentavam nenhum problema até o momento em que pararam de funcionar devido ao alagamento. A embarcação dispunha de bóias, coletes e foguetes de sinalização. De tudo quanto contêm os presentes autos, o encarregado do inquérito concluiu: Fatores que contribuíram para o acidente: a) fator humano não contribuiu; b) fator material contribuiu, pois a quebra do suporte da cana do leme fez com que a embarcação ficasse à deriva em um local de mar agitado, sendo arrastada até próximo à arrebentação, a onde veio a naufragar parcialmente; c) fator operacional não contribuiu. 3

Após a preamar, a embarcação foi retirada do local e rebocada pelos B/P POSEIDON XIII e B/P ITACOLOMI até um estaleiro para ser reparada.

4 Diante do exposto acima, o encarregado do inquérito, não apontou possíveis responsáveis, considerando como um caso fortuito, acontecimento possível que ocorreu sem que a vontade ou falha humana tenha participado de qualquer forma para a sua efetivação. A PEM requereu o arquivamento dos autos. Prazos preclusos, sem manifestação de interessados. Extrai-se dos autos que, no dia 9 de abril de 2003, por volta de 8h, ocorreu a quebra da haste de comando do leme manual do B/P GLORIA I, que, sem governo foi arrastado para a linha de arrebentação, ficando ao sabor das ondas até que veio a adernar e, em seguida, naufragar parcialmente. Não houve danos pessoais, tendo a embarcação sido recuperada. O encarregado do inquérito e os peritos asseveram que o acidente em comento resultou de caso fortuito. Analisando os autos, não são encontrados elementos indicadores de negligência da proprietária ou tripulação na conservação do leme da embarcação, tendo o acidente em tela resultado de caso fortuito, razão pela qual impõe-se o arquivamento dos autos conforme requerido pela PEM. Arquive-se os autos. Assim, A C O R D A M os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à natureza e extensão do acidente: naufrágio de barco de pesca que fica sem governo; b) quanto à causa determinante: quebra da haste de comando do leme manual; c) decisão: concordar com a promoção da D. Procuradoria e mandar arquivar os autos. P.C.R. Rio de Janeiro, RJ, em 2 de março de JOSÉ DO NASCIMENTO GONÇALVES Juiz-Relator 4

Extrai-se dos autos que, no dia 9 de abril de 2003, por volta de 8h, ocorreu a quebra da haste de comando do leme manual do B/P GLORIA I, que, sem governo foi arrastado para a linha de arrebentação,

5 WALDEMAR NICOLAU CANELLAS JÚNIOR Almirante-de-Esquadra (RM1) Juiz-Presidente 5

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