MORFOSSINTAXE PORTUGUÊS

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2 MORFOSSINTAXE DO PORTUGUÊS 1

3 Morfossintaxe do Português SOMESB Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda. Presidente Gervásio Meneses de Oliveira Vice-Presidente William Oliveira Superintendente Administrativo e Financeiro Samuel Soares Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão Germano Tabacof Superintendente de Desenvolvimento e>> Planejamento Acadêmico Pedro Daltro Gusmão da Silva FTC - EaD Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância Diretor Geral Diretor Acadêmico Diretor de Tecnologia Diretor Administrativo e Financeiro Gerente Acadêmico Gerente de Ensino Gerente de Suporte Tecnológico Coord. de Softwares e Sistemas Coord. de Telecomunicações e Hardware Coord. de Produção de Material Didático Waldeck Ornelas Roberto Frederico Merhy Reinaldo de Oliveira Borba André Portnoi Ronaldo Costa Jane Freire Jean Carlo Nerone Romulo Augusto Merhy Osmane Chaves João Jacomel EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO: PRODUÇÃO ACADÊMICA Gerente de Ensino Jane Freire Coordenação de curso Jussiara Gonzaga Autores (as) Laura Almeida Supervisão Ana Paula Amorim PRODUÇÃO TÉCNICA Revisão Final Carlos Magno Equipe Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito, Fábio Gonçalves, Francisco França Júnior, Israel Dantas, Lucas do Vale, Marcus Bacelar e Yuri Fontes Editoração Yuri Fontes Imagens Corbis/Image100/Imagemsource Imagens Corbis/Image100/Imagemsource copyright FTC EaD Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei de 19/02/98. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da FTC EaD - Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância. 2

4 Sumário INTRODUÇÃO A MORFOLOGIA ESTRUTURA DAS PALAVRAS Morfema 07 Tipos de Morfemas Quanto ao significado Morfemas Lexicais Morfemas Gramaticais Morfemas Classificatórios Morfemas Derivacionais Morfemas Flexionais Morfema Flexional de Gênero Morfema Flexional de Número Morfema Flexional do Verbo Tipos de Morfemas Quanto ao Significante Aditivo Subtrativo Alternativo Morfema Zero Alomorfia Atividade Complementar FORMAÇÃO E CLASSES DE PALAVRAS Formação de Palavras Derivação Composição Classes de Palavras O Critério Semântico O Critério Morfológico O Critério Sintático Atividade Complementar

5 Sumário Morfossintaxe do Português INTRODUÇÃO A SINTAXE O SINTAGMA Sintagma Nominal 33 Sintagma Verbal 38 Sintagma Preposicional 39 Sintagma Adjetival e Sintagma Adverbial 43 Sintagma Adjetival 43 Sintagma Adverbial 44 Atividade Complementar 45 A GRAMÁTICA TRADICIONAL Os Filósofos Gregos Dos Romanos à Idade Média Da Renascença ao Século XVIII Outras Abordagens Sobre a Gramática 49 A Gramática Comparativa e os Neogramáticos O Estruturalismo A Gramática Gerativo-Transformacional Atividade Complementar Atividade Orientada Glossário Referências Bibliográficas

6 Apresentação da Disciplina Aluno companheiro, Para você, como um estudante de letras, é importante saber a estrutura da língua. Então, nessa disciplina, vamos conhecer um pouco da estrutura da língua portuguesa para contribuir para a formação dos futuros lingüistas. Conhecer a estrutura da língua é estudar a sua morfologia e a sua sintaxe. Assim, a partir desse momento, vamos começar a estudar esse assunto para ajudar a você, professor da língua materna, a refletir sobre o ensino da língua portuguesa. Compreender a morfologia e a sintaxe da língua portuguesa é essencial para a produção textual e para refletir sobre o atual ensino de gramática da língua portuguesa. É muito importante associar o ensino de gramática normativa com o uso da língua. Não adianta ensinar uma gramática para decorar regras. É preciso pensar que o ensino de gramática está relacionado com produção textual. Essa mudança de perspectiva é necessária para que o atual ensino de português seja concebido e praticado com um outro olhar, atentando para o ponto de vista prático de estudar a língua portuguesa. Desejo que essa disciplina o ajude a transformar a atual prática de ensino da língua. Sucesso! Professora Laura Almeida 5

7 Morfossintaxe do Português 6

8 INTRODUÇÃO À MORFOLOGIA ESTRUTURA DAS PALAVRAS Outro dia, maltratei bastante o valor da linguagem como instrumento expressivo da vida sensível. Agora, conto um caso que exprime bem a força dominadora das palavras sobre a sensibilidade. Quem reflita um bocado sobre uma palavra, há-de perceber que mistério poderoso se entocaia nas sílabas dela. Tive um amigo que às vezes, até na rua, parava, nem podia respirar mais, imaginando, suponhamos, na palavra batata. Ba que ele, ta repetia, ta assombrado. Gostosissimamente assombrado. De fato, a palavra pensada assim não quer dizer nada, não dá imagem. Mas vive por si, as sílabas são entidades grandiosas, impregnadas do mistério do mundo. A sensação é formidável. (ANDRADE, 1961) MORFEMA Vamos começar nosso estudo? A Morfologia é, geralmente, conceituada como o componente da gramática que analisa a estrutura interna das palavras. Mas, o que é palavra? Não é simples definir o que é palavra. Conforme Sândalo (2001), na lingüística, como em qualquer ciência, um dos problemas básicos é identificar critérios para definirmos as unidades básicas de estudo. Para Basílio (1987), a palavra é uma dessas unidades lingüísticas que são muito fáceis de reconhecer, mas bastante difíceis de definir, se tomarmos como base de definição a língua falada. Esse fato acontece porque, na língua falada, não fazemos pausas sistemáticas entre cada palavra pronunciada. Para uma criança em fase de aquisição da escrita, é difícil saber quando começa e quando termina uma palavra. Geralmente, elas escrevem várias palavras juntas, como se elas fossem uma só. Para definir palavra, os critérios semânticos não nos ajudam, já que não podemos fazer distinção entre construtor e aquele que constrói. Esses dois termos possuem o mesmo significado. Então, não é porque eles têm significados semelhantes que vão constituir uma palavra. Os critérios fonológicos também não nos ajudam. É impossível elaborar um teste baseado em critérios fonológicos que possa ser aplicado para sabermos se estamos lidando 7

9 Morfossintaxe do Português com uma palavra ou com uma frase. Observe o exemplo: (detergente), pode corresponder a uma palavra e a uma frase. Se for uma palavra, é um utensílio de limpeza. Se for uma frase, é o ato de prender pessoas (deter gente). Muitos lingüistas preferem definir palavras usando critérios sintáticos. Uma seqüência de sons só pode ser definida como uma palavra se puder ser Memória e assombração. In:. Os filhos da Candinha. São Paulo, Martins, 1963, p.161. usada como resposta mínima a uma pergunta e se puder ser usada em várias posições sintáticas. Observe os exemplos a seguir: O que Ana comprou na feira hoje? Tomate Ana comprou tomate na feira hoje Tomate foi o que Ana comprou na feira hoje. Assim, nos exemplos 1 e 2, tomate ocorre como a menor resposta possível à questão dada. No exemplo 3, tomate ocorre como objeto da sentença e no exemplo 4, tomate ocorre com sujeito da sentença. Assim, de acordo com o critério sintático, palavra é a unidade mínima que pode ocorrer em várias posições sintáticas na sentença. A palavra ou vocábulo mórfico é a unidade máxima da Morfologia. As unidades mínimas da Morfologia são os elementos que compõem uma palavra. Seriam os fonemas? Não. A Morfologia tem seus próprios elementos mínimos. Esses elementos são os morfemas. Os elementos que carregam significado dentro de uma palavra são chamados de morfemas e são estes a unidade mínima da Morfologia. O morfema é a menor unidade significativa da palavra, segundo Carone (2004). Ele é indivisível e portador de significação ou função gramatical. Zanotto (1986) coloca que as palavras mar e sol constituem, cada uma, um morfema, porque são unidades significativas indivisíveis. Se isolarmos qualquer parte desses vocábulos ma-, so-, por exemplo, ela não terá nenhuma significação. Também pode acontecer de o morfema ser constituído de um só fonema, ou de uma só sílaba, como em é, há, mas é apenas coincidência. O morfema pode coincidir, mas não pode ser confundido com o vocábulo, nem com a sílaba, nem com o fonema. 8

10 É importante, para a compreensão do comportamento dos morfemas, a distinção que Bloomfield (1933 apud CARONE, 2004) faz entre formas livres e formas presas. Câmara Jr. (2004) acrescentou, também, as formas dependentes. Formas livres são aquelas que podem constituir, isoladas, um enunciado suficiente para a comunicação. Elas são autônomas e podem sozinhas constituir uma frase. Uma forma de identificar as formas livres é através de pergunta e resposta. Por exemplo, os vocábulos que couberem como resposta à pergunta são formas livres. Observem revistas no enunciado: O que você vai vender? Revistas. O fato de uma forma ocorrer, ou a possibilidade de poder ocorrer sozinha, ou numa pergunta, ou numa resposta ou em outro contexto, caracteriza-a como forma livre e, portanto, como vocábulo mórfico ou palavra. Os substantivos, os verbos, os adjetivos são sempre formas livres. Uma parte dos advérbios, dos pronomes e o numeral também são formas livres. As formas presas não são suficientes para, sozinhas, constituírem um enunciado. Elas só funcionam ligadas a outras, como o prefixo re- em refazer e a marca de plural -s em revistas. O vocábulo ou palavra apresenta-se, assim, como a unidade a que se chega quando não é possível a nova divisão em duas ou mais formas livres. Segundo Zanotto (1986), as formas presas são parte integrante de um vocábulo. Na língua escrita, elas estão ligadas diretamente a outra forma, como é o caso dos afixos, desinências e radicais, que serão estudados mais adiante. As formas dependentes, conforme Koch e Silva (2003), funcionam ligadas às formas livres, como em: As notícias da falsificação do jornal espalharam-se rapidamente. As formas dependentes distinguem-se das livres, porque não podem funcionar isoladamente como comunicação suficiente. Elas, também, diferenciam-se das presas pelas possibilidades de intercalação de novas formas e de variação da posição na frase. Os artigos, as preposições, as conjunções são formas dependentes, pois não possuem autonomia no discurso. Elas sempre aparecem acompanhadas de outras formas. Zanotto (1986) comenta que existem algumas características que ajudam a diferenciar as formas presas das dependentes. Enquanto as presas são parte de vocábulo e ocupam posição fixa junto à forma de que fazem parte (repor), as dependentes formam um vocábulo, embora sem autonomia no discurso, e podem mudar de posição em relação ao vocábulo de que dependem (chamou-te e não te chamou), ou aceitam a intercalação de outras formas (o amigo, o meu caro colega). Koch e Silva (2003) colocam que tanto as formas livres como as dependentes ora apresentam-se indivisíveis (como em sol, a), ora são passíveis de divisão em unidades 9

11 menores (in-feliz-mente, im-pre-vis-í-vel, a-s). Em infelizmente, a forma livre feliz está combinada com formas presas (in- e mente). Em imprevisível, a forma livre é composta somente por formas presas (im-, -prev-, -vis- -í-, -vel). Morfossintaxe Dessa forma, não se pode confundir o conceito de formas livres, do Português dependentes e presas com o de morfemas. As formas livres estão relacionadas com a frase, ou seja, com o funcionamento das unidades lingüísticas no enunciado. As formas presas fazem parte do vocábulo, portanto não funcionam sozinhas, são morfemas como os afixos e as desinências. As formas dependentes são vocábulos, que se referem às formas livres, como as preposições e os artigos. As formas livres, presas e dependentes podem constituir um morfema ou não. Exemplo: Sol uma forma livre e um morfema; Mas, cafés uma forma livre com dois morfemas. A forma livre será simples, se for dividida em unidades mórficas menores, como radical, afixos, desinências, vogal temática. Se apresentar mais de um radical, será composta. As formas compostas podem ter várias constituições. 10

12 Assim, as formas livres e as formas dependentes constituem os vocábulos mórficos, que tanto podem ser compostos por uma única unidade morficamente indivisível (mar), como podem ser compostos por duas ou várias unidades menores. Essas unidades menores indivisíveis são os morfemas. Quando o vocábulo for indivisível, equivale a um único morfema, ou seja, esse vocábulo é monomorfêmico. Viu como não é tão complicado? Zanotto (1986) afirma que o morfema é a unidade elementar no âmbito da morfologia. É, dessa forma, a unidade mínima significativa. Não deve, por isso, ser confundida com a unidade mínima distintiva da palavra, que é o fonema. O fonema refere-se ao som da palavra. Também não há relação necessária entre morfema e sílaba ou morfema e fonema. Por acaso, pode coincidir o morfema com a sílaba ou com o fonema ou com o próprio vocábulo, mas é mera coincidência. Fonema e sílaba são componentes fonológicos. Morfema é constituinte morfológico. Você deve estar se perguntando: como se deve fazer para destacar cada um dos morfemas constituintes do vocábulo mórfico? São dois caminhos para fazer com segurança a segmentação do vocábulo em morfemas. Um processo é o da significação e o outro é o da comutação. Na significação, é importante destacar que como os morfemas são unidades significativas, só faz sentido considerar como morfema se esse segmento for significativo, se for responsável por parte da significação total do vocábulo. Na significação, é preciso não segmentar além do permitido pela funcionalidade dos elementos, nem deixar de segmentar quando possível. Por exemplo, a seguinte segmentação carp-int-eiro está incorreta, porque a significação básica, o radical, não é carp-, mas carpint-. Além disso, não há significação em -int-. Assim, carpint- é um morfema único e indivisível nesse vocábulo. O segundo caminho é realizar a comutação entre os vocábulos, mantendo numa coluna uma parte permanente e noutra coluna elementos em contraste. Segundo Carone (2004), a comutação é troca de um segmento do plano da expressão e tem como resultado uma alteração no plano do conteúdo. Nesse processo, há a comparação entre palavras, substituindo ou eliminando parte da palavra. Essa troca de elementos fará com que haja nova significação, novo vocábulo. Para reforçar a segurança desse processo, pode-se fazer o caminho inverso, ou seja, manter o sufixo e comutar o radical. 11

13 Morfossintaxe do Português Carone (2004) assegura que, com experimentos semelhantes e sucessivos, chegaremos a identificar os morfemas. A partir dessa combinação, obtêm-se todas as construções possíveis numa língua. Ao usarmos a comutação, obteremos a segmentação do vocábulo em seus morfemas constituintes. Os morfemas são classificados quanto ao significado e quanto ao significante. A seguir, essa classificação será analisada mais detalhadamente. Vamos ver os tipos de morfemas? TIPOS DE MORFEMAS QUANTO AO SIGNIFICADO Considerando o significado, os morfemas dividem-se em morfemas lexicais e gramaticais. Essa divisão leva em conta a função ou significação que o morfema desempenha no conjunto do vocábulo. MORFEMAS LEXICAIS Os Morfemas Lexicais (ML) são os portadores da significação básica do vocábulo. São chamados de lexemas. São eles os responsáveis pela significação externa, não gramatical. Essa significação está contida no radical do vocábulo. Assim, o lexema do vocábulo é o seu radical. Observemos este conjunto: [mar, maré, marinha, marinheiro, marítimo, maresia] Nesse exemplo, percebemos que em todas as palavras aparece o elemento mar-. Os vocábulos do conjunto são aparentados por um vínculo de forma e sentido. O elemento mar- é o radical. Esse é o elemento irredutível e comum a todas as palavras de uma mesma família. O elemento é irredutível quando não pode mais ser segmentado. Desse modo, o radical é o núcleo semântico da palavra. O núcleo é irredutível. Ele apresenta forma e sentido, podendo receber elementos diversos e servir como ponto de partida para a produção de cognatos. Dessa maneira, podemos concluir que o radical corresponde ao elemento irredutível e comum às palavras de uma mesma família. Analisemos a série: [ferro, ferreiro, ferradura, ferramenta] Nessa série, constamos que o segmento ferr- representa o radical, visto que ele é o elemento comum a todas as palavras da mesma família. Em resumo, o radical é a parte central da palavra, obtido a partir da eliminação dos afixos, vogal temática e desinências. Esses elementos serão explicitados nos próximos capítulos. 12

14 MORFEMAS GRAMATICAIS Os morfemas gramaticais são responsáveis pelas funções gramaticais do vocábulo. Com exceção dos lexemas, os demais constituintes mórficos do vocábulo são morfemas gramaticais. Podem ser divididos, segundo a sua função, em três grupos: morfemas classificatórios, morfemas flexionais e morfemas derivacionais. Morfemas Classificatórios Os morfemas classificatórios (MC) distribuem os vocábulos em categorias. São as vogais temáticas, tanto verbal como nominal. A vogal temática (VT) é um segmento fônico que se acrescenta ao radical para agrupar vocábulos (nomes e verbos) em categorias. É comum identificá-la a partir do infinitivo. Quando o verbo está nessa forma, as vogais temáticas são as vogais que antecedem o r. A vogal temática agrupa os verbos em três categorias, correspondendo às três conjugações verbais: Verbos de vogal temática a-: primeira conjugação, como em amar; Verbos de vogal temática e-: segunda conjugação, como em vender; Verbos de vogal temática i-: terceira conjugação, como em dormir. De acordo com Kehdi (1996), das três vogais temáticas verbais, a mais produtiva é a que caracteriza a primeira conjugação, visto que todos os verbos novos são a ela incorporados, como exemplo, discar, tricotar. Os nomes também formam três categorias, conforme a vogal temática que apresentam: Vogal temática a, como em sala, porta; Vogal temática e, como em alegre, presente (às vezes, na escrita, ocorre como i : caqui); Vogal temática o, como em muro, alto (às vezes, na escrita, ocorre como u : europeu). Dessa forma, -o e -e átonos finais, nos nomes, são a vogal temática desses nomes. O -a final de telefonem-a e artist-a é a vogal temática, porque não representa a flexão de gênero. Mas o -a de bel-a é desinência de gênero feminino. O gênero masculino é uma forma não marcada, ou seja, não possui desinência de gênero. O -o em bel-o é a vogal temática e não é desinência de gênero. O a átono final será, então, desinência de feminino, quando se opuser a um masculino sem esse a. No vocábulo artist-a, esse morfema é usado tanto para o masculino como para o feminino, então ele não pode ser uma desinência de gênero, mas sim uma vogal temática. Quando o a átono final não fizer oposição a um masculino, será uma vogal temática. O radical somado à vogal temática formam o tema. Este serve de base para o acréscimo das desinências. Observemos os exemplos: Am- (radical), -a- (vogal temática), ama (tema). Port- (radical), -a (vogal temática), porta (tema). 13

15 Morfossintaxe do Português Os nomes que não apresentam vogal temática e, portanto, nem tema, são chamados atemáticos. São atemáticos os vocábulos oxítonos terminados por vogal: ô e ó, como em avô e pó; ê e é, como em dendê e café; á e ã, como em maracujá e irmã; i e u, como em bisturi e caruru. No singular, os nomes terminados em l, r, e s também não apresentam vogal temática. Estas aparecem apenas quando os vocábulos estão no plural: mar, mares, -e vogal temática; vez, vezes, -e vogal temática; mal, males, -e vogal temática. Morfemas Derivacionais Os morfemas derivacionais servem para formar novas palavras com o acréscimo de afixos. Os afixos são morfemas que se anexam antes, no meio ou depois do radical para alterar o seu sentido ou acrescentar-lhe uma idéia secundária. Podem contribuir, ainda, para a mudança de classe do vocábulo, como exemplo: mal (adjetivo) e maldade (substantivo). Os afixos são classificados em prefixos, infixos ou sufixos. a) Prefixos prefixo é um acréscimo feito antes do radical. Serve para derivar palavras. Os prefixos alteram o sentido das palavras às quais se juntam. Imoral e desonesto têm significados antônimos a moral e honesto. b) Infixo é um morfema que se intercala no meio do vocábulo. Não existe infixo em Português. Alguns autores citam, como infixos, as chamadas consoantes e vogais de ligação: cafezinho, facilidade. No entanto, não podemos considerá-las como infixo, visto que não interferem na significação do vocábulo, ficando, assim, descaracterizados como morfemas. Na descrição mórfica, vogais e consoantes de ligação podem fazer parte do morfema seguinte. Ruazinha (o morfema inha uniu-se a consoante de ligação z-). Quanto às vogais de ligação, em português, existem apenas duas: /i/ e /o/. O /i/ de ligação acontece em vários contextos, mas vamos destacar apenas um exemplo em que a vogal antecede o sufixo dade: dignidade. O /o/ só ocorre como vogal de ligação quando ela pode ser isolada, como é o caso de gasômetro. Nesse exemplo, temos os lexemas gás e metro. As consoantes de ligação mais ocorrentes em português são /z/ e /l/, conforme podemos verificar nos exemplos: cafezal, capinzal, paulada, chaleira. Pode haver, ainda, a ocorrência de outras consoantes, como /t/, em cafeteira. c) Sufixo é um morfema acrescido após o radical para derivar nova palavra. Os sufixos flexionais são denominados desinências e serão estudados no próximo tópico. A função dos sufixos é acrescentar ao radical uma idéia secundária ou enquadrar a palavra numa outra classe gramatical. 14

16 Pedra pedreiro; Leal lealdade. Kehdi (1996) menciona que a diferença entre prefixos e sufixos não é meramente distribucional. O acréscimo de um prefixo não contribui para a mudança de classe do radical a que se atrela, diferentemente do que ocorre com os sufixos. Esse fato pode ser observado no exemplo acima: leal (adjetivo) e lealdade (substantivo). Os sufixos podem ser nominais, quando contribuem para a formação de nomes (substantivos e adjetivos), e verbais. Como exemplo de sufixos nominais, há o sufixo mento e al (armamento e mortal). Em português, há um número grande de sufixos verbais: -ejar, - ear, -izar, -e(s)cer, -itar (purpurejar, galantear, civilizar, florescer, saltitar). Há também o sufixo adverbial mente. Este se prende à forma feminina do adjetivo: rapidamente. Morfemas flexionais Os morfemas flexionais correspondem às flexões de gênero e número nos nomes (desinências nominais) e às flexões de tempo e modo nos verbos (desinências verbais). Mesmo que se posicionem à direita do radical, como os sufixos, apresentam duas diferenças importantes com relação aos morfemas flexionais. O sufixo possibilita a criação de uma nova palavra. Ao acrescentarmos o sufixo eiro ao substantivo ferro, obtemos um novo substantivo, ferreiro. Os morfemas flexionais não criam um novo vocábulo, apenas determinam o plural e o feminino. Casas não é uma outra palavra formada a partir de casa. O morfema s de casas determina apenas o plural de casa. Outra diferença importante é que as desinências são morfemas que não se podem dispensar, mas os sufixos podem ser dispensados. Há palavras, em português, sem sufixos. No entanto, todo verbo está associado às noções de tempo, de modo, de número e de pessoa. O verbo estudou, por exemplo, está na 3ª pessoa do singular (número) do pretérito perfeito (tempo) do indicativo (modo). Essas considerações permitem-nos rever os problema do grau, interpretado em nossas gramáticas como flexão. A expressão do grau pode ser feita de duas formas: um carrinho e um carro pequeno. Ou seja, -inho não é elemento de emprego obrigatório. Dessa forma, essa terminação inho deve ser classificada como um sufixo e não como uma desinência de grau. Morfemas Flexionais Os morfemas flexionais correspondem às flexões de gênero e número nos nomes (desinências nominais) e as flexões de tempo e modo nos verbos (desinências verbais). Mesmo que se posicionem à direita do radical, como os sufixos, apresentam duas diferenças importantes com relação aos morfemas flexionais. O sufixo possibilita a criação de uma nova palavra. Ao acrescentarmos o sufixo eiro ao substantivo ferro, obtemos um novo substantivo, ferreiro. Os morfemas flexionais não criam um novo vocábulo, apenas determinam o plural e o feminino. Casas não é uma outra palavra formada a partir de casa. O morfema s de casas determina apenas o plural de casa. Outra diferença importante é que as desinências são morfemas que não se podem dispensar, mas os sufixos podem ser dispensados. Há palavras, em português, sem sufixos. No entanto, todo verbo está associado às noções de tempo, de modo, de número e de pessoa. O verbo estudou, por exemplo, está na 3ª pessoa do singular (número) do pretérito perfeito (tempo) do indicativo (modo). Essas considerações permitem-nos rever os problema do grau, interpretado em nossas gramáticas como flexão. A expressão do grau pode ser feita de duas formas: um carrinho e um carro pequeno. Ou seja, -inho não é elemento de emprego obrigatório. Dessa forma, essa terminação inho deve ser classificada como um sufixo e não como uma desinência de grau. 15

17 Morfossintaxe do Português Morfema Flexional de Gênero O gênero, em português, pode exprimir-se através de flexão (garoto/ garota), de derivação, quando uma das formas, masculina ou feminina, é formada pelo acréscimo de um sufixo ao radical (conde/condessa) ou por heteronímia, quando o masculino e feminino são representados por dois vocábulos diferentes (bode/cabra). Garota e Garoto Conde e Condessa Abordaremos, nesse material, apenas a formação de gênero através da flexão. Kehdi (1996) menciona que, ao contrário do que vinha afirmando a gramática tradicional, segundo a qual uma forma feminina -a se opõe uma masculina o, deve-se propor uma descrição original, um feminino a oposto a um masculino sem morfema para determiná-lo. As palavras masculinas teriam apenas a vogal temática o e não um morfema de gênero masculino o. No vocábulo belo, o morfema o é vogal temática e há ausência de morfema de gênero masculino, ou morfema zero. No vocábulo bela, a é o morfema de gênero feminino. Não podemos considerar o como marca de masculino por opor-se a a (como garoto/garota), porque esse mesmo raciocínio nos obrigaria a considerar como masculino o e de mestre, que também se opõe a a de mestra. Se é fácil associar o a masculino, o mesmo não se dá com e, que pode estar ligado a um outro gênero, com em ponte (feminino). O melhor a fazer é considerar o masculino como uma forma desprovida de flexão específica, em oposição ao feminino, caracterizado pela flexão em a. A vogal final das formas masculinas seria, assim, uma vogal temática. Morfema Flexional de Número Comparemos os membros do par: Casa / casas Ao fazermos essa comparação, verificamos que, enquanto o plural é caracterizado pelo s, o singular não apresenta nenhuma desinência específica. A ausência de desinência para o singular permite afirmar que, no que se refere ao número, o singular é caracterizado pelo morfema zero, que será estudado mais adiante, ao passo que o plural é marcado pela desinência s. Com relação aos nomes paroxítonos terminados em s, como lápis, simples, que permanecem invariáveis no singular e no plural, podemos considerar um alomorfe zero, que, também, será tratado nos próximos tópicos. Nesses casos, a identificação do número ocorre através da concordância. Lápis preto / lápis pretos 16

18 Morfema Flexionais do Verbo Segundo Kehdi (1996), há dois tipos de desinências verbais: as que exprimem modo e tempo (modo-temporais) e as que indicam número e pessoa (número-pessoais). Nas formas verbais portuguesas, as desinências modo-temporais precedem as númeropessoais. Desinências ou morfema flexional modo-temporais Pretérito imperfeito do Indicativo estudava (1ª conjugação) estud (radical)/ -a- (vogal temática)/ -va (desinência modo-temporal). Desinências ou morfema flexional número-pessoais 1ª pessoa do plural estudávamos (1ª conjugação) estud (radical)/ -a- (vogal temática)/ -va- (desinência modo-temporal)/ -mos (desinência número/pessoal). Para resumir os morfemas gramaticais que acabamos de estudar, observem que a morfologia derivacional, conforme Sândalo (2004), tem característica de alterar a categoria gramatical de uma palavra. Em nacionalização, temos a transformação do adjetivo nacional em substantivo. A morfologia derivacional também não é produtiva, já que não podemos adicionar qualquer morfema derivacional a qualquer radical. O morfema iz- adicionado ao substantivo hospital vai criar hospitalizar, mas não podemos fazer o mesmo em clínica e criar clinizar. Podemos dizer clinicar e não clinizar. A morfologia flexional não altera categorias. Ela estabelece ligações entre as palavras. No trecho, os macacos bonitos, se o vocábulo macaco está no plural, todos os outros termos relacionados a ele vão para o plural também. A morfologia flexional é produtiva. Ou seja, qualquer verbo pode ser marcado por um morfema indicando terceira pessoa do plural (plantamos, comemos) e qualquer artigo pode ser pluralizado (mesas, copos). Todos esses morfemas lexicais e gramaticais, que acabamos de ver, são classificados quanto ao significado. Veremos, a seguir, os morfemas classificados quanto ao significante. Ainda temos a classif lassificação icação dos morfemas quanto ao significante icante.. Vamos a ela? TIPOS DE MORFEMAS QUANTO AO SIGNIFICANTE Segundo Zanotto (1986), os tipos de morfemas quanto ao significante são: aditivo, subtrativo, alternativo, zero (Ø). ADITIVO O morfema aditivo é representado pelo acréscimo de um segmento mórfico ao morfema lexical (radical). Esse acréscimo pode ocorre antes, no meio ou depois do radical. Antes do radical são os prefixos. Exemplo: impor. No meio do radical são os infixos. Na língua portuguesa não há infixos, como já vimos anteriormente. O que pode ocorrer no meio do vocábulo são as consoantes e as vogais de ligação. Depois do radical são os sufixos e os morfemas flexionais. Exemplo: papelada/ casas. 17

19 Morfossintaxe do Português SUBTRATIVO Os morfemas subtrativos resultam da supressão de um segmento fônico do morfema lexical. No conjunto órfão órfã, a noção de feminino, em vez de aparecer indicada através da adição de um morfema à forma masculina, ocorre a subtração dessa forma. ALTERNATIVO Os morfemas alternativos caracterizam-se pela alternância de fonemas dentro do próprio lexema. Vamos observar os seguintes exemplos: Avô e avó; Pude e pôde. Entre os nomes, a vogal tônica /-ô/ do masculino singular pode alternar com um /-ó/ no feminino e no plural, conforme demonstram os exemplos a seguir: Povo povos; formoso formosa. A alternância dos nomes é um traço morfológico secundário, porque ela complementa as flexões de gênero e número. Os exemplos citados, além das marcas /-s/ e /-a/, carregam na formação do número e gênero, respectivamente, a alternância vocálica /-ô/ - /-ó/ como traço redundante. MORFEMA-ZERO (Ø) O morfema zero, representado pelo símbolo Ø, consiste na ausência significativa de morfema. Kehdi (1996) menciona que, ao compararmos estas duas formas verbais: Falávamos; Falava Ø. Quanto a falávamos, destacamos o morfema / mos/, indicativo de primeira pessoa do plural. Em relação a falava, sabemos que representa a primeira ou terceira pessoa do singular. No entanto, não existe nesse vocábulo nenhum segmento que exprima essas noções. É a ausência de marca que, aqui, indica a pessoa e o número. Nesse caso, falamos em morfema zero. Para haver um morfema Ø, é preciso que o morfema Ø corresponda a um espaço vazio. Esse espaço vazio deve opor-se a um segmento. No par utilizado, o Ø de falava contrapõe-se ao / mos/ de falávamos. Além disso, na análise do morfema Ø, é importante destacar que a noção expressa por esse morfema Ø deve estar relacionada com a classe gramatical do vocábulo em questão. No exemplo citado anteriormente, as noções de número e pessoa existem, obrigatoriamente, em qualquer forma verbal portuguesa. Contudo, no par: Fiel; Fielmente. Não podemos considerar a ausência do sufixo / mente/ no vocábulo fiel como um morfema Ø, porque, em português, morfemas como mente não são atribuídos a todos os adjetivos. Não há formas, em nossa língua, como vermelhamente. 18

20 Mas, no par a seguir esse fato não acontece: Casa Ø; Casas. A palavra casa no singular é a ausência do morfema de plural. Dessa forma, temos, aqui, um exemplo de morfema Ø (de singular), porque a noção de número é inerente a qualquer substantivo de nossa língua. O singular, em português, caracteriza-se pela ausência de morfema de número, isto é, pelo morfema zero, enquanto o plural apresenta morfema aditivo sufixal s. Vejamos outros exemplos quanto ao número: Menino Ø meninos; Ave Ø aves. O morfema Ø também ocorre para indicar o gênero masculino em oposição ao feminino que, em geral, é marcado pelo morfema a. Vamos analisar mais alguns exemplos. Em: Aluno Ø, mestre Ø. O masculino está indicado pelo morfema zero (de gênero). O o e e átonos finais são, nesse caso, vogal temática. Mas, o feminino tem como marca o morfema a. Observem: Aluna, mestra. Aluno Ø, mestre Ø. O morfema zero é um artifício para dar mais coerência à descrição da estrutura morfológica, uma vez que demonstra, no vocábulo, a ausência significativa de um morfema, como os morfemas de número e de gênero nos nomes e os morfemas número-pessoais e modo-temporais nos verbos. Vejamos os exemplos com os vocábulos verbais: Observemos, a seguir, alguns exemplos de tipos de morfemas: (ele) anda (nós) andamos: morfema aditivo; cor cores: morfema aditivo; (nós) falamos (ele) fala Ø: morfema zero; réu ré: morfema subtrativo. pôde pode: morfema alternativo. 19

21 ALOMORFIA Morfossintaxe do Português Zanotto (1986) coloca que o prefixo grego alo significa diferente, e morfia quer dizer forma. Assim, alomorfia significa forma diferente para o mesmo morfema. Dessa maneira, em, por exemplo: chuva e pluvial. Temos o mesmo semantema com duas formas: chuv- e pluv-. São formas diferentes do mesmo radical. A alomorfia, segundo Carone (2004), constitui, assim, uma diferença de significante e não de significado. Kedhi (1996) coloca que nem sempre os morfemas são caracterizados por uma única forma. Assim, no adjetivo infeliz, a comparação com feliz permite-nos depreender o morfema in-. Esse mesmo morfema realiza-se como i- antes de radicais iniciados por l-, m- e r-: ilegal, imoral e irreal. Essas diferentes realizações são designadas como alomorfes. Nos verbos, há também casos de alomorfia. O morfema da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo realiza-se com o morfema o (falo, bebo e parto) e com o morfema ou, condicionado por alguns radicais (vou, sou, dou estou). Os casos de alomorfia são muito numerosos no Português. Vejamos uma relação de radicais alomórficos: alm-a / anim-ar; cabeç-a / de-capit-ar; chumb-o / plumb-o. É preciso não confundir alomorfe com acomodação ortográfica. Zanotto (1986) afirma que a alomorfia é forma com fonemas diferentes. Escrita diferente nem sempre provoca alomorfia. Assim, os radicais de paz e pacificar não são alomórficos, porque o fonema se mantém, mesmo que a escrita seja alterada. Quando, numa série de alomorfes, houver a ausência de um traço formal significativo num determinado ponto da série, podemos denominar de alomorfe Ø essa ausência. É o que se pode verificar no substantivo pires, que apresenta a mesma forma para o singular e para o plural. Não há, nesse vocábulo, um morfema que indique o plural. A idéia de número ocorre quando a palavra está inserida num contexto: o pires novo (singular); os pires novos (plural). Os vocábulos lápis e artista, por exemplo, funcionam isolados e inalterados para indicar as significações gramaticais de singular-plural e de masculino-feminino, respectivamente. Nesse caso, os morfemas básicos de plural /-s/ e de feminino /-a/ realizamse algumas vezes como Ø na qualidade de alomorfes. 20

22 Atividades Complementares 1. Com base no quadro a seguir, elabore um texto confrontando derivação e flexão Leia o texto a seguir e analise, morfologicamente, as palavras em destaque: O homem trocado O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem. - Tudo perfeito diz a enfermeira, sorrindo. - Eu estava com medo desta operação... - Por quê? Não havia risco nenhum. - Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos... E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês. - E o meu nome? Outro engano. - Seu nome não é Lírio? - Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e... Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista. - Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil. - O senhor não faz chamadas interurbanas? - Eu não tenho telefone! Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes. - Por quê? - Ela me enganava. Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer: - O senhor está desenganado. Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite. - Se você diz que a operação foi bem... 21

23 Morfossintaxe do Português A enfermeira parou de sorrir. - Apendicite? perguntou, hesitante. - É. A operação era para tirar o apêndice. - Não era para trocar de sexo? Observe o quadro e analise morficamente as palavras retiradas do texto: VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva,

24 FORMAÇÃO E CLASSES DE PALAVRAS Catar feijão Catar feijão se limita com escrever: jogam-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. Ora, nesse catar feijão entra um risco: o de que entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um grão imastigável, de quebra dente. Certo não, quando ao catar palavras a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a com risco. Carone (2004) diz que João Cabral teoriza, desmascarando o segredo mágico da palavra poética, aplica sua receita e cria duas palavras-pedra: flutual e fluviante, e identificamos a causa do estranhamento. O poeta mudou os sufixos das palavras flutuante e fluvial. Um jogo morfológico, possível graças à propriedade dos morfemas de se encaixarem e desencaixarem como peças de um brinquedo infantil, com as quais fazemos tratores, casas ou moinhos de vento. Esta é a beleza de estudar a formação das palavras: a liberdade de criação. Você não acha que a formação de palavr vras enriquece a nossa língua? FORMAÇÃO DE PALAVRAS O léxico de uma língua, conforme Carone (2004), pode ampliar-se por empréstimo de palavras de outras línguas. Mas os recursos mais atuantes são internos ao sistema, sempre prontos para entrar em processo e desencadear a formação de novas palavras. Vamos tratar, a partir desse momento, da natureza desses procedimentos e fazer algumas reconsiderações sobre a classificação dos morfemas. Basílio (1987) menciona que estes processos tão simples e transparentes, de cujo funcionamento nem sempre nos conscientizamos, escondem mistérios às vezes resistentes a toda tentativa de explicação. Um dos problemas básicos com que se defronta a pesquisa no campo da formação de palavras é o da aceitação ou não de combinações de formas. Por exemplo, por que aceitamos facilmente palavras como convencional e religioso, mas não aceitamos convencioso ou religional? Poderíamos dizer que se trata apenas de uma questão de uso. As duas palavras são bem conhecidas e sabemos que as palavras 23

25 são religioso e convencional. A explicação é válida. Muitas vezes, não consideramos certas construções como palavras viáveis pelo simples fato de que já existem outras, consagradas pelo uso. Morfossintaxe Nesse momento, você deve estar se fazendo uma pergunta: por que do Português formarmos palavras? Ao acrescentarmos o sufixo ção ao verbo agilizar com o objetivo de torná-lo substantivo. Este seria, assim, uma das razões para formamos palavras. Então, temos uma palavra de uma classe ou categoria lexical, um verbo, por exemplo, e precisamos usá-la como substantivo. Nesse caso, formamos uma palavra nova para poder utilizar o significado de uma palavra já existente num contexto que requer uma classe gramatical diferente. Este é, sem dúvida, um dos usos mais freqüentes na formação de palavras novas. Esse aspecto da formação de palavras, ou seja, a mudança de classe de palavra é um recurso muito importante para a produção textual. Ao escrever um texto, podemos mudar a classe da palavra para evitar a repetição de palavras. Por exemplo, estamos escrevendo um texto sobre a beleza negra. Para não repetir a palavra beleza no texto, podemos usar o verbo embelezar, o adjetivo belo, fazendo, obviamente, alterações na estrutura da frase. Há, também, outras maneiras de formar palavras sem a mudança de classe gramatical. Vejamos, por exemplo, o caso dos diminutivos. Podemos estabelecer dois fatos. O primeiro caso é que o diminutivo é usado para adicionar ao significado de um palavra uma referência a uma dimensão pequena (casa/casinha) ou um sentido afetivo (amor/ amorzinho). O segundo caso é que o diminutivo sempre acompanha a classe da palavra básica à qual se aplica. Ou seja, não há mudança de classe de palavra. MELO NETO, João Cabral. Melhores Poemas. São Paulo: Global, Livro substantivo / livrinho substantivo também. Um outro exemplo sem mudar a classe da palavra seria o do sufixo eiro. Uma das várias acepções desse sufixo seria a formação de substantivos que indicam indivíduos que exercem alguma atividade sistemática em relação ao objeto concreto que serve de base para a formação da palavra. Por exemplo: Sapato sapateiro (indivíduo que conserta sapato). Um outro exemplo de palavras que formamos sem alterar a classe gramatical é o caso de palavras formadas com o acréscimo de prefixo. Os prefixos nunca mudam a classe da palavra a que se adicionam. O prefixo é usado para formar outra palavra semanticamente relacionada com a palavra-base. Analisemos os exemplos com os prefixos pré- e re-: Pré-vestibular e pré-adolescência; Refazer, relembrar. Uma outra razão para haver a formação de palavras numa língua é a economia de palavras. Por que não temos uma palavra para cada uso semântico necessário ou para cada classe gramatical? Em vez de termos algo como viável/viabilidade ou fazer/desfazer, poderíamos ter palavras, como acontece, por exemplo, com querer/vontade, bonito/beleza? Ou seja, para cada mudança de classe ou acréscimo semântico, poderíamos ter uma palavra inteiramente diferente. Mas, nesse caso, tornaria a língua um sistema de 24

26 comunicação menos eficiente porque teríamos que multiplicar muitas vezes o número de palavras do vocabulário básico. Assim, a razão básica de formamos palavras é a de que seria muito difícil para a memória captar e guardar formas diferentes para cada necessidade que nós temos de usar palavras em diferentes contextos e situações. Silva e Koch (2003) mencionam que para fazer uma análise dos mecanismos utilizados na formação de palavras, é importante destacar a existência de palavras simples e composta. As palavras simples contêm apenas um morfema lexical e as palavras compostas contêm mais de um morfema lexical. As simples podem, portanto, ser primitivas ou derivadas. As primitivas são as que não se originam de nenhuma outra palavra e servem de base para a formação das palavras derivadas. Os principais processos de formação de novas palavras são a derivação e a composição. No próximo tópico, veremos esses processos mais detalhadamente. DERIVAÇÃO A derivação, conforme, Silva e Koch (2003) consiste na formação de palavras por meio de afixo agregados a um morfema lexical (radical). Em português, este é o procedimento mais produtivo para o enriquecimento do léxico. Realiza-se sobre apenas um morfema lexical, ao qual se articulam os morfemas derivacionais (os afixos). A derivação é classificada em prefixal, sufixal, prefixal e sufixal, parassintética, regressiva e imprópria. A derivação prefixal acontece quando há adição de prefixos ao morfema lexical. Reter, ilegal, subtenente, compor. A derivação sufixal ocorre sempre que acrescentamos sufixos ao morfema lexical. Saboroso, ponteira, grandalhão, barcaça, vozinha, toquinho. A derivação prefixal e sufixal é o acréscimo de um prefixo e um sufixo ao morfema lexical. Nesse tipo de derivação, o vocábulo pode existir isoladamente ou com o prefixo ou com o sufixo. Inutilizar inútil / utilizar; Infelizmente infeliz / felizmente. Deslealdade desleal / lealdade. A derivação parassintética é a adição simultânea de um prefixo e um sufixo ao morfema lexical. A parassíntese diferencia-se da derivação prefixal e sufixal pelo fato de o prefixo e o sufixo serem acrescentados ao morfema lexical ao mesmo tempo. Os prefixos que geralmente entram na formação dos vocábulos parassintéticos são es-, em- ou en- e a-. Anoitecer não existe o vocábulo anoite nem noitecer. Entardecer não existe entarde nem tardecer. Esvoaçar não há esvoa nem voaçar. A parassíntese consiste, basicamente, num processo de formação de verbos, em especial daqueles que exprimem mudança de estado, tais como engrossar, amadurecer, rejuvenescer, mas encontram-se também, na língua, adjetivos formados por parassíntese como desalmado e desdentado. Nos tipos de derivação apresentados até o momento, a palavra nova resulta de acréscimo de afixos aos morfemas lexicais. Neles, há, pois, uma constante: a palavra derivada amplia a primitiva. Há, porém, um processo de criação vocabular a derivação regressiva que é feita, ao contrário dos outros processos, pela subtração de morfemas. 25

27 Morfossintaxe do Português caçar (palavra primitiva) caça (palavra derivada); cortar (palavra primitiva) corte (palavra derivada); jogar(palavra primitiva) jogo (palavra derivada); Esse tipo de derivação, também chamada de deverbal, é responsável pela formação de substantivos que provêm de verbos. São substantivos deverbais os nomes de ação. Há, ainda, um outro tipo de derivação: a derivação imprópria, isto é, ao processo de enriquecimento vocabular provocado pela mudança da classe de palavras. Nesse processo, acontece a passagem de substantivos a adjetivos, de adjetivos a advérbios. Rádio-relógio relógio é um substantivo e foi usado nesse vocábulo como adjetivo. Ler alto / falar baixo alto e baixo são adjetivos e foram usados nessa forma como advérbios. Esse tipo de derivação é um processo sintático-semântico e não morfológico, uma vez que não há alteração no vocábulo. Ocorre, assim, mudanças na sua posição na frase (sintaxe) e no seu sentido (semântica). COMPOSIÇÃO A composição, segundo Silva e Koch (2003), é o processo de formação de palavras que cria novos vocábulos pela combinação de outros já existentes, dando origem a um novo significado. Através desse processo combinam-se dois morfemas lexicais, ocorrendo entre eles uma união dos sentidos de cada morfema. Guarda-chuva; Pé-de-moleque. A partir da combinação dos morfemas lexicais, a composição dá origem a uma palavra composta. Esse processo de formação de palavras pode ocorrer por justaposição ou por aglutinação. A justaposição acontece quando as palavras se unem sem qualquer alteração fonética ou gráfica. Na justaposição, os vocábulos que se combinam são colocados lado a lado, mantendo a sua autonomia fonética. São escritos ora unidos, ora separados, com ou sem hífen. Girassol; Pé-de-vento; Amor-perfeito. A aglutinação é o processo no qual as palavras se juntam, com a perda de alguns elementos fonéticos. Planalto = plano + alto; Aguardente = água + ardente; Pontiagudo = ponta + agudo. 26

28 Silva e Koch (2003) colocam que, do ponto de vista sincrônico, só se leva em conta a aglutinação quando, através da análise mórfica, for possível a depreensão de dois morfemas lexicais. Nos casos em que o falante nativo não tem consciência da existência desses dois morfemas, não podemos considerar um caso de composição. É o que ocorre com vocábulos como fidalgo (filho de algo), agrícola (habitante do campo), aqueduto (condutor de água). O que representam hoje, por exemplo, os morfemas agri e cola? Só um estudioso da história da língua pode descobrir a aglutinação nessas palavras. Basílio (1987) menciona que o que caracteriza e define a função do processo de composição é a sua estrutura, de tal maneira que, das bases que se juntam para formar uma palavra, cada uma tem seu papel definido pela estrutura. Por exemplo, em compostos do tipo substantivo + substantivo, o primeiro substantivo funciona como núcleo da construção e o segundo como modificador ou especificador: sofá-cama, peixe-espada, couve-flor. Além da derivação e da composição, existem, em português, outros processos de formação de palavras: a abreviação, a reduplicação ou a onomatopéia, as siglas e o hibridismo. A abreviação, ocasionada por economia, consiste no emprego de uma parte da palavra pelo todo, até limites que não prejudiquem a compreensão. Esse fato ocorre em vocábulos longos. Vejamos os seguintes exemplos: auto (por automóvel); foto (fotografia); moto (motocicleta). A reduplicação, também chamada de duplicação silábica, consiste na repetição de uma sílaba na formação de novas palavras como Zezé. Quando a reduplicação procura reproduzir aproximadamente certos sons ou certos ruídos, tem-se as onomatopéias: tique-taque; zum-zum; As siglas consistem na redução de longos títulos às letras iniciais das palavras que as compõem: PTB (Partido Trabalhista Brasileiro); IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O hibridismo é a união de duas palavras, cujos elementos provêm de línguas diversas: Sociologia: latim + grego; Burocracia: francês + grego. Silva e Koch (2003) não consideram o hibridismo um novo processo de formação vocabular, visto que o falante nativo, exceção feita ao estudioso da língua, não consegue reconhecer sincronicamente a origem da palavra. Essa distinção será feita num estudo diacrônico ou num levantamento etimológico. Assim, parece mais adequado tratar o hibridismo como um processo de justaposição quando resulta da junção de dois morfemas lexicais ou entre os de derivação, quando é formado pela combinação de afixo e morfema lexical. 27

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