Agrupamento Vertical de Escolas de Mondim de Basto. Contraditório
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- Mirella Ágatha Balsemão Gama
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1 Agrupamento Vertical de Escolas de Mondim de Basto Avaliação Externa das Escolas Contraditório O Agrupamento Vertical de Escolas de Mondim de Basto (AEMB) recebeu o relatório da avaliação externa das escolas e, após análise do mesmo, considera que: No capítulo 1 Resultados quando refere Nos últimos três anos lectivos, os resultados escolares têm vindo a melhorar. Contudo, as taxas de retenção no 9º ano e no 12º ano do curso científico humanístico são superiores às médias nacionais em 14.1% e 1.9%, respectivamente. No ano lectivo 2006/07, apesar das taxas de transição/conclusão nos 4º, 5º e 6º anos de escolaridade terem sido superiores às médias nacionais, os resultados obtidos pelos alunos nas provas de aferição a Língua Portuguesa e Matemática, dos 4º e 6º anos, foram inferiores aos referentes nacionais. (pag 4), entende o AEMB que reduzir a análise dos resultados escolares dos alunos unicamente à comparação entre as classificações resultantes da avaliação interna e as classificações dos exames nacionais, desvalorizando a avaliação dos resultados de todos as outras disciplinas não sujeitas a exame nacional, é extremamente redutor para a avaliação deste domínio. Importa salientar ainda, que o Agrupamento, para a atribuição das classificações internas procedeu nos últimos anos a uma uniformização dos critérios gerais de avaliação atribuindo ao domínio da aquisição de competências, capacidades e conhecimentos específicos das diversas disciplinas, um peso de 70% (2º/3º ciclos) ou 90% (ensino secundário) da totalidade da sua classificação. O que significa que é absolutamente assumido pelo AEMB que, para além dessa aquisição de conhecimentos, há comportamentos, atitudes e valores que valem 30% ou 10% da classificação final dos alunos e são, por isso, considerados para o cálculo da avaliação interna. Sublinhe se que nos exames nacionais esta última componente da avaliação não é considerada. O Agrupamento demonstra assim a sua a preocupação com a formação integral dos alunos. Acrescente se ainda que os resultados escolares dos alunos são muito positivos se se tiver em conta os factores socioeconómicos e culturais do meio, estando em várias disciplinas alinhados com o todo nacional, quando nos inserimos num contexto reconhecidamente desfavorável. Porém, esses factores existem e não podem ser ignorados num processo de avaliação externa, sob pena de isolar a Escola da sua realidade. Prova
2 disso foi a selecção da escola sede, este ano lectivo, pela Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, para um estudo designado «Escolas de Sucesso» que envolve as escolas a nível nacional com menor diferencial entre a CIF e CE. Tendo em conta a evolução positiva dos resultados escolares, o meio envolvente, o empenho e motivação dos agentes educativos e aquele último registo, o AEMB considera que estão reunidos os requisitos necessários para a atribuição da classificação BOM. 1.2 Participação e desenvolvimento cívico O AEMB tem consciência do fraco envolvimento dos alunos na vida colectiva do agrupamento, pois nem todos os seus membros com assento na Assembleia e no Conselho Pedagógico revelam níveis de participação activa nos referidos órgãos. Os alunos nem sempre comparecem. (pág 11). Ainda que o AEMB incentive a participação dos alunos, esta acontece de facto de forma descontínua, uma vez que a realidade geográfica e a deficiente rede de transportes impossibilita a presença dos alunos na escola depois do fim das aulas, momento destinado a reuniões quer para a elaboração dos documentos de referência do agrupamento, quer conselhos de turma onde os alunos têm assento. Por outro lado, a fraca participação e envolvimento na vida do agrupamento decorre da ausência de uma cultura de participação da população do concelho. 2 Prestação de Serviço Educativo Neste capítulo, o AEMB concorda que No Agrupamento não há uma cultura de acompanhamento directo da prática lectiva em contexto de sala de aula. situação que não está contemplada no decreto lei nº115 A/98 e no decreto regulamentar nº 10/99. A supervisão pedagógica é um processo que pressupõe a preparação, monitorização, interacção e o questionamento constante dos profissionais envolvidos em todos os momentos e contextos em que a
3 aprendizagem decorre. Apesar de não existir um acompanhamento efectivo da prática lectiva em contexto de sala de aula, o AEMB tem adoptado procedimentos no sentido do acompanhamento científicopedagógico, que é realizado através da cooperação/troca de experiências e materiais/recursos entre docentes que leccionam os mesmos níveis/disciplinas, da aferição de instrumentos e práticas de avaliação, das co docências estabelecidas no âmbito do PAM, dos pares pedagógicos no 2º ciclo e práticas pedagógicas interdisciplinares sistemáticas nos CEF e em várias outras disciplinas/níveis. Este posicionamento não invalida que não se conheça a forma de trabalhar dos docentes, dado que nos conselhos de docentes, nos departamentos curriculares e nos conselhos de disciplina, esse acompanhamento é feito por via indirecta, não só através da planificação das actividades pedagógicas mas, também, através da supervisão, por parte dos respectivos responsáveis, dos procedimentos e formas de actuação na aplicação de estratégias de diferenciação pedagógica e nos processos de avaliação das aprendizagens. O acompanhamento, por via indirecta, da prática lectiva não se esgota nestas estruturas de orientação educativa uma vez que, para o mesmo fim, concorre o trabalho desenvolvido nos conselhos de turma, a quem compete assegurar o acompanhamento das actividades a desenvolver com os alunos em contexto de sala de aula. (pág 8). Acentua se que, ao não ser uma prática existente nas escolas, não deve ser factor valorizado na atribuição da classificação de Suficiente. Contudo, o AEMB entende que a supervisão e o acompanhamento da prática lectiva é um factor a melhorar, tarefa esta facilitada pelas alterações decorrentes da avaliação de desempenho da actividade docente. Esta realidade é confirmada e assumida pelo Ministério da Educação quando está, nesta altura, a promover formação e a facilitar essa prática no futuro com os dispositivos legais no âmbito da ADD em fase de implementação. 3 Organização e gestão escolar Globalmente concorda se com a avaliação feita. Reitera se que a aprovação tardia do PE decorreu do processo de avaliação do mesmo e da necessidade de o adaptar à realidade e às circunstâncias do presente, nomeadamente através da definição de metas quantificáveis para as questões essenciais. Não obstante, e conscientes do timing de aprovação do novo PE, o PAA foi sendo adaptado ao que foi definido no PE, pois entre os dois projectos não existe ruptura, mas sim uma linha de continuidade uma vez que, apesar da melhoria dos resultados escolares ao longo do triénio anterior, o actual PE mantém como meta prioritária a melhoria da qualidade das aprendizagens associada à valorização da cidadania e dos valores procurando a construção de uma escola de valores e cidadãos responsáveis. 3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros
4 O AEMB, relativamente à gestão de recursos materiais e financeiros, efectua uma supervisão continuada, estabelecendo contactos múltiplos e frequentes com a autarquia, os quais até ao momento não resultaram em mudanças substanciais. Apesar dos constantes esforços realizados, a resposta não é satisfatória. Todavia, o AEMB não pode sobrepor se às competências e atribuições da autarquia, pelo que fica condicionado na sua acção, pese embora a consciência de que as condições físicas e materiais não são as adequadas ao desenvolvimento de um trabalho profícuo. Não pode ser imputado ao AEMB a responsabilidade pelo pouco investimento, quando ele é da responsabilidade de terceiros. Para além do exposto, parece nos redutora e exagerada a avaliação feita ao tomar a parte pelo todo, pois a constatação de inexistência das perfeitas condições do equipamento informático foi verificada apenas numa sala de aula de uma escola. 4 Liderança O AEMB discorda da apreciação relativa aos ajustamentos feitos na «imediaticidade», quando a estratégia se assume com base nos documentos orientadores do Agrupamento, e nos estudos que os suportaram, que estão associados a problemas concretos, ainda que coincidam com problemas mais latos, alguns deles de âmbito nacional, a destacar o combate ao insucesso educativo e abandono escolar. Estas problemáticas eram realidades muito concretas no concelho e por isso foram transpostas para as metas do PE do AEMB. É preocupação dos órgãos de gestão dar respostas eficazes aos problemas mencionados, pelo que tem, desde a sua eleição, um plano de acção que tem vindo a desenvolver e que só a sua existência justifica as mudanças que se têm verificado que, tal como a equipa de avaliação externa constatou, contribuem para a progressiva sustentabilidade do progresso do AEMB. A Equipa de avaliação reconheceu a existência de bom ambiente organizacional, o sentido de entreajuda e cooperação e a motivação profissional destes elementos forte identidade com o Agrupamento sobretudo com a escola sede e o elevado sentido de pertença. ( página 11 do Relatório de Avaliação externa ). Só se conseguem estes desideratos com uma liderança mobilizadora e agregadora. 4.3 Abertura à inovação O AEMB discorda do facto das práticas inovadores serem de cariz individual, como é referido a propósito dos portefólios na disciplina de História, pois esta prática de avaliação é já sistemática em muitas disciplinas, especialmente no ensino secundário. Esta prática tem inclusive um peso na avaliação que é definido nos grupos disciplinares e sujeito a aprovação do Conselho Pedagógico.
5 É ainda de salientar que as práticas inovadoras não se esgotam nos portfólios, pois todas as disciplinas investem cada vez mais no uso das novas tecnologias e em processos diferenciados de avaliação. Prova disto tem sido a crescente procura por parte dos docentes e não docentes e a disponibilização de formação especializada em várias áreas das TIC, sendo que, o CE incentiva e procura professores disponíveis e interessados que se envolvam em projectos ( CRIE, PAM, PAP,PNL, ). A par disto e contrariando, mais uma vez as conclusões da equipa de avaliação, tem sido grande o esforço de reequipamento e melhoria contínua de equipamentos tecnológicos e informáticos (hardware e software). 5 Auto avaliação O AEMB concorda com o conteúdo deste ponto do relatório, salvaguardando, contudo que numa segunda fase do processo de avaliação interna os restantes membros da comunidade educativa serão também chamados a participar. Do exposto, entendemos o suficiente como uma classificação desajustada das práticas dos órgãos de gestão e à realidade do AEMB e contraditória com a assumpção pela equipa de avaliação do sentido de sustentabilidade do progresso do agrupamento Considerações finais O relatório constitui um contributo útil para orientar a reflexão interna do AEMB e o ponto de partida para a definição de um plano de melhoria dos pontos fracos, sendo que, neste momento, alguns estão já em fase de resolução e implementação efectiva, quer por imperativos legislativos, quer por iniciativa do AEMB. O AEMB considera que qualquer processo de avaliação em educação deve dar relevâncias máximas ao contexto em que decorre todo o processo educativo, promovendo a auto estima da comunidade educativa, valorizando o seu esforço de melhoria, devendo atender se mais ao percurso desenvolvido do que ao produto. Considera se que a equipa da avaliação externa que conduziu este processo não apresentou uma vertente formativa adequada, subjacente a qualquer processo de avaliação desta natureza, o que inibiu a participação dos diversos actores envolvidos nos diferentes painéis, causando, por vezes, algum constrangimento e limitação na explicitação de algumas ideias / acções face ao que estava a ser avaliado. Foi ainda evidente a pouca sensibilidade da equipa, que procurou inquirir mais do que formar.
6 Por fim, o AEMB considera que algumas das conclusões expressas no documento enviado poderiam ter tido outra avaliação, caso houvesse um alargamento do tempo de observação, tempo de duração dos painéis e de eventuais adequações dos instrumentos de observação e análise. Conclusão Após uma análise do relatório de avaliação externa, entende o AEMB que alguns dos pontos não correspondem inteiramente à visão que da mesma realidade detêm os seus responsáveis. No relatório são reconhecidas muitas das qualidades do AEMB, todavia as classificações atribuídas parecem não corresponder e até em alguns casos entrar em contradição com os descritivos. Discordamos assim de algumas considerações tecidas e da generalidade das classificações atribuídas pela equipa de avaliação. Mondim de Basto, 14 de Julho de 2008 Presidente da Assembleia de Escola (Artur Jorge Silva Miguel) Presidente do Conselho Pedagógico (Valentim Carvalho Macedo) Presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação (António José Reis Seca) Presidente do Conselho Executivo
7 (Mª Laura Esperança Ínsua Pereira)
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