Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo

Transcrição

1 Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo A educação dos jovens é uma condição fundamental para o desenvolvimento das sociedades de modo a que possam enfrentarr os desafios, as exigências e as transformações cada vez maiores da atualidade, em termos económicos, tecnológicos e sociais. Considerando que o acesso à educação, nomeadamente no ensino superior, é muitas vezes condicionado pelas diferenças económicas, a Associação Capital Humano assume como compromisso, promover as condições necessárias para o desenvolvimento social e educativo dos jovens, através da concessão de um apoio financeiro aos estudantes que, não obstante as suas capacidades intelectuais, são economicamente desfavorecidos. Este apoio será concretizado através da concessão de Bolsas de Estudo van Kuijk a estudantes que se encontram a frequentar o ensino superior. Artigo 1.º Objeto O presente regulamento define os princípios gerais e as condições de acesso à atribuição de bolsas de estudo, a conceder pela Associação Capital Humano Projeto Van Kuijk, adiante designada abreviadamente por Associação. Artigo 2.º Âmbito São abrangidos pelo presente regulamento os estudantes com carências económicas, que ingressem o ensino superior ou que já se encontrem a frequentar estabelecimentos de ensino superior público, particular ou cooperativo, devidamente homologados. Artigo 3.º Finalidade e pagamento da bolsa de estudo 1. A bolsa de estudo é uma prestação pecuniária anual, correspondendoo a um ano letivo completo, para comparticipação nos encargos que a frequência de um curso do ensino superior envolve, quando o agregado familiar em que o estudante se integra não disponha de recursos financeiros suficientes. 2. O montante anual da bolsa de estudo é pago em dez prestações mensais de igual montante, por cada ano letivo, mediante transferência bancária. 1

2 3. A Associação divulgará para cada ano letivo, até 30 de julho, o número de bolsas de estudo a atribuir, o prazo de candidatura e o valor anual de cada bolsa, no seu portal da internet. Artigo 4.º Condições da Candidatura 1. Podem candidatar-se à atribuição de bolsas de estudo, os estudantess que preencham cumulativamente as seguintes condições, no ano de apresentação de candidatura e nos anos subsequentes: a) Ter residência comprovada na Região Autónoma da Madeira (RAM), há pelo menos cinco anos; b) Estar matriculado numa instituição de ensino superior e inscrito num curso homologado do ensino superior, exclusivamente em território português; c) Ter idade inferior a 29 anos; d) Não possuir, por si só ou através do agregado familiar em que se integra, um rendimento mensal per capita superior ao valor mensal do salário mínimo nacional; e) Não ser bolseiro de outra entidade pública ou privada. 2. São condições de atribuição e renovação da bolsa de estudo aos estudantes que estejam a frequentar o ensino superior, as constantes no n.º 1 do artigo anterior e o aproveitamento no ano letivo anterior àquelee para o qual requer a bolsa. 3. A Associação pode atribuir ou renovar a bolsa de estudo, excecionalmente, em caso de não aproveitamento curricularr no ano letivo anterior, mediamente uma análise dos fundamentos específicos apresentadoss e devidamente comprovados. Artigo 5º Candidatura 1. A candidatura é formulada através do preenchimento de formulário, disponível no portal da Associação, e instruído com os seguintes documentos: a) Fotocópia do cartão de cidadão ou documento equivalente do candidato; b) Atestado da Junta de Freguesia de todos os elementos que compõem o agregado familiar e o tempo de residência do candidato; 2

3 c) Fotocópia de documento comprovativo de matrícula no ensino superior ou de inscrição no curso, referente ao ano letivo a que se candidata; d) Certificado de aproveitamento relativo ao ano letivo anterior ao da candidatura, exigível apenas para os estudantes que estejam a frequentar o ensino superior e se candidatem pela primeira vez; e) Documento comprovativo do não recebimento de qualquer bolsa de estudo emitido pela entidade atribuidora de bolsas na RAM; f) Fotocópia da última declaração de IRS, respetiva nota de liquidação e anexos, referentes ao ano civil anterior ao do início do ano letivo a que se refere a candidatura, de todos os elementos do agregado familiar, ou certidão comprovativa emitida pela Autoridade Tributária, em caso de inexistência de declaração de IRS; g) Fotocópia da última declaração de IRC e respetivos anexos das sociedades das quais os elementos do agregado familiar façam parte, referentes ao ano civil anterior, caso aplicável; h) Fotocópia dos últimos dois recibos de vencimento; i) Fotocópia dos documentos comprovativos das pensões auferidas, nomeadamente pensão de invalidez, velhice, orfandade, sobrevivência e ou de alimentos; j) Declaração passada pelo Instituto de Emprego da Madeira, em caso de situação de desemprego de algum dos elementos que compõem o agregado familiar, da qual conste o montante do subsídio auferido, com indicação do início e do termo, e na falta deste, a indicação sobre a não atribuição desse subsídio pelo Instituto de Segurança Social; k) Fotocópia do recibo da renda do mês imediatamente anterior ao da candidatura, ou declaração da entidade financiadora do empréstimo para aquisição de habitação própria, comprovativa dos encargos com a habitação; l) Declaração de bens patrimoniais do agregado familiar passado pela repartição de finanças ou obtido no portal das finanças; m) Comprovativo de conta bancária com indicação do IBAN. 3

4 2. O formulário de candidatura e documentos exigidos devem ser remetidos para o seguinte apartado: ASSOCIAÇÃO CAPITAL HUMANO PROJETO VAN KUIJK APARTADO , EC ZARCO FUNCHAL FUNCHAL 3. Todos os rendimentos ou a inexistência destes deverá ser devidamentee comprovada. 4. Podem ser solicitadoss outros documentos, de acordo com a natureza do processo e sua especificidade, caso aplicável. 5. A Associação poderá, em caso de dúvida sobre os rendimentos, desenvolver as diligências complementares que considere adequadas ao apuramento da situação socioeconómica do agregado familiar do estudante. 6. Se no decurso destas diligências forem detetadas irregularidades referentes à candidatura, nomeadamente falsas declarações dos candidatos, a Associação poderá a qualquer momento suspender a concessão da bolsa de estudo e exigir a devolução dos montantes recebidos pelo candidato. Artigo 6.º Norma para cálculo da capitação 1. A capitação do agregado familiar é calculada com base na seguinte fórmula: C = R - (I + H + S) 12 x N C = rendimento per capita; R = rendimento familiar bruto anual; I = total de impostos e contribuições pagos; H = encargos anuais com habitação ( meses limite máximo); S = despesas de saúde não reembolsadas; N = número de pessoas que compõem o agregado familiar. 2. O agregado familiar do estudante é constituído pelo próprio e pelas pessoas que com ele vivam em comunhão de mesa, habitação e rendimento. 4

5 3. O rendimento familiar bruto anual é constituído pela totalidade dos rendimentos auferidos no ano civil anterior, a qualquer título, por todos os membros do agregado familiar, constantes da declaração de IRS. Artigo 7.º Critérios de análise e seleção 1. As candidaturas serão analisadas em função: a) Das declarações constantes no boletim de candidatura; b) Dos documentos que instruem a candidatura. 2. Os candidatos serão selecionados para o efeito de atribuição de bolsa de estudo, segundo os seguintes critérios: a) Capitação do agregado familiar; b) Da carência socioeconómica, nomeadamente situações de desemprego ou doença; c) Da existência de mais elementos no agregado familiar a estudar; d) Da entrevista com o candidato, sempre que se entenda necessário; e) Da ponderação global da situação concreta de cada candidato. 3. Em caso de igualdade de circunstâncias, será dada preferência aos candidatos com a melhor média do ano anterior e mantendo-se a igualdade, a melhor média de classificação dos últimos três anos. Artigo 8.º Situações de exclusão Serão excluídos os candidatos que: a) Não preencham integralmente o boletim de candidatura; b) Não entreguem os documentos exigidos; c) Entreguem o processo de candidatura fora do prazo estabelecido; d) Frequentem estabelecimentos de ensino superior no estrangeiro; 5

6 e) Não seja possível ponderar a situação económica do agregado familiar, devido à insuficiência de elementos; f) Que exibam sinais exteriores de riqueza não concordantes com a declaração de rendimentos apresentada; g) Acumulem bolsas de estudo sem terem informado a Associação; h) Possuam habilitação ou curso equivalente ao que pretendem frequentar; i) Prestem falsas declarações no processo de candidatura, tanto por inexatidão como por omissão. Artigo 9.º Divulgação dos Resultados Os candidatos às bolsas de estudo serão notificados, por correio eletrónico, dos resultados das bolsas de estudo. Artigo 10.º Bolseiros 1. O estudante bolseiro deve, obrigatoriamente, comunicar à Associação todas as alterações de circunstâncias que possam significar a modificação das condições existentes no momento da admissão da sua candidatura, podendo constituir motivos para a cessação do direito ao recebimento total ou parcial da bolsa de estudo, designadamente: a) A alteração da situação económica do agregado familiar; b) A atribuição de bolsa de estudo ou subsídios, e respetivo montante, por outras entidades; c) A mudança de residência; d) A perda a qualquer título, da qualidade de aluno da instituição de ensino superior e do curso. 2. O não cumprimento pelo estudante bolseiro do disposto no presente Regulamento ou a prestação de falsas declarações aquando da sua candidatura, têm como consequência a anulação do processoo de candidatura à bolsa de estudo ou a cessação da bolsa já atribuída. 6

7 3. O estudante bolseiro fica obrigado a repor quaisquer quantias indevidamente recebidas. 4. O estudante bolseiro deve manter atualizado os seus contactos junto da Associação, designadamente telefone, morada e correio eletrónico. 5. O desconhecimento do presente regulamento não justifica o incumprimento das obrigações do estudante enquanto candidato ou bolseiro. Artigo 11.º Disposições Finais 1. O presente regulamento pode ser alterado a todo o tempo. 2. Todas as situações não previstas e omissas neste regulamento serão analisadas e decididas pela Direção da Associação Capital Humano, não sendo admitido qualquer recurso ou reclamação. 3. A Associação reserva-se ao direito de alterar ou suspender a atribuição das bolsas de estudo caso o entenda justificado, a qualquer momento, por alguma situação anómala. Artigo 12.º Disposição transitória No ano do início da atividade, a Associação atribui bolsas de estudo por apenas seis meses. Aprovado em Assembleia Geral realizada no Funchal, aos nove dias de janeiro de