AVALIAÇÃO DO PERÍODO DE COLHEITA DA SAFRA DE INVERNO CULTIVARES DE UVA Vitis labrusca EM MUZAMBINHO MG
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- Ana Sofia Benke Barroso
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1 5ª Jornada Científica e Tecnológica e 2º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 06 a 09 de novembro de 2013, Inconfidentes/MG AVALIAÇÃO DO PERÍODO DE COLHEITA DA SAFRA DE INVERNO CULTIVARES DE UVA Vitis labrusca EM MUZAMBINHO MG Lucas E. de O. APARECIDO 1 ; Estevan T. S. PENHA 2 ; Paulo S. de SOUZA 3 ; Bianca S. de SOUZA 4 ; Luiz H. ASSUNÇÃO 5 ; Gentil L. M. FILHO 6 RESUMO Objetivou-se com o trabalho verificar o ponto da colheita da safra de inverno de oito cultivares de uvas no município de Muzambinho. O delineamento foi em DBC, 3 repetições e 8 tratamentos, sendo as cultivares Isabel, Concord, Bordô, Isabel Precoce, Rúbea, Cora, Violeta e Niágara Rosada. As amostras foram colhidas de quatro cultivares que produziram na safra de inverno (Isabel, Isabel Precoce, Cora e Violeta). Nota-se que a cultivar Violeta é mais precoce. Palavras-chave: Videira; ºBrix; Índice de Colheita; INTRODUÇÃO A viticultura é uma atividade econômica extraordinária para as diversas propriedades no Brasil (MASCARENHAS et al. 2012). Nos últimos anos, tem se tornado importante, também, na geração de empregos em pequenos e grandes empreendimentos, especialmente na produção de uva para o consumo in natura (MELLO, 2011). A videira já teve importância na região do Sul de Minas e hoje predomina a produção cafeeira, e carece de diversificação de culturas. Com certeza, a uva seria uma alternativa para resgatar uma tradição, visando ampliar oportunidades para os 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais CâmpusMuzambinho. Muzambinho/MG, lucas-aparecido@outlook.com.br; 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais CâmpusMuzambinho. Muzambinho/MG, estevaneafmuz@yahoo.com.br 3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais CâmpusMuzambinho. Muzambinho/MG, paulo.souza@muz.ifsuldeminas.edu.br 4 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais CâmpusMuzambinho. Muzambinho/MG, bianca.souza@muz.ifsuldeminas.edu.br 5 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais CâmpusMuzambinho. Muzambinho/MG. 6 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais CâmpusMuzambinho. Muzambinho/MG, gentil.filho@muz.ifsuldeminas.edu.br
2 empreendedores rurais, onde a maioria são pequenas propriedades, além da diversificação das agroindústrias, através do processamento de sucos e vinhos. Os autores tiveram como objetivo realizar esse trabalho para verificar o ponto da colheita da safra de inverno de oito cultivares de uvas no município de Muzambinho. MERIAL E MÉTODOS Os frutos utilizados fazem parte da safra de inverno (primeira safra), do experimento instalado na Fruticultura do IFSULDEMINAS Campus Muzambinho. O município de Muzambinho pertence à região sul do estado de Minas Gerais. O experimento está localizado a 21º 20` 59,94``S e 46º 31` 34,82``W, com 1013 metros de altitude. O clima da região segundo Thornthwaite (1948) é B 4 rb 2 a, e em relação a Köppen a classificação climática é Cwb tropical de altitude (SÁ JÚNIOR et al. 2012), com temperaturas médias anuais variando em torno de 18ºC e precipitação média anual de 1605 milímetros (APARECIDO e SOUZA, 2013). O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados (DBC), com três repetições. Cada bloco foi composto por oito tratamentos, sendo as cultivares Isabel, Concord, Folha de Figo (Bordô), Isabel Precoce, Rúbea, Cora, Violeta e Niágara Rosada, com 5 plantas por parcela. No total (três blocos) o experimento foi constituído de 120 plantas. O material vegetativo utilizado foram mudas de raiz nua, enxertadas sobre o porta-enxerto 1103 Paulsen pelo método de enxertia de mesa, as mudas foram plantas em espaçamento 2,5 m entre linhas e 1,0 entre plantas. O plantio foi realizado na segunda semana de setembro de O sistema de condução é espaldeira vertical. A poda de frutificação foi realizada em01 de fevereiro de Os tratos culturais como manejo de plantas daninhas, doenças, pragas e podas foram realizados de acordo com as necessidades da cultura visando um melhor desempenho fitotécnico da videira. Das cultivares utilizadas, somente quatro delas apresentaram produção, Isabel, Isabel Precoce, Cora e Violeta. As amostras foram enviadas ao laboratório Bromatologia do Instituto, onde foram analisadas. As colheitas foram em 30 de abril, 07, 14, 21, e 28 de Maio de Avaliaram-se os teores de sólidos solúveis (SS), determinado em refratômetro digital (Atago PR 101) resultados expressos em ºBrix; e a acidez titulável () expressa em gramas de ácido tartárico por 100 gramas de
3 polpa (AOAC, 2012) e posteriormente calculada o índice de colheita (relação SS/). Fez-se a análise de variância, pelo teste F, quando houve significância, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de significância, através do software estatístico computacional R Craw. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas condições climáticas de Muzambinho, nota-se que existe meses onde a temperatura é alta e concomitante há elevadas precipitações. No período de janeiro a abril a temperatura média do ar está entorno de 24ºC e as precipitações acima de 60 mm, em cada decêndio analisado, nessa etapa é essencial precaver principalmente contra as doenças fúngicas (Figura 1). Precipitação (mm) JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL Figura 1. Variação decendial da temperatura média do ar e das precipitações pluviométricas na localidade de Muzambinho (poda = 01/02/2012; avaliações: 30/04 a 28/05/2012). A partir de abril, há uma brusca queda da temperatura média do ar, sendo que nesse momento as precipitações estão em média de 20 mm, essa condição meteorológica favorece a safra de inverno, nesse estádio a videira se encontra no processo de enchimento de cachos, para posterior maturação das bagas e a colheita da uva realizada nessas condições apresentam menores incidência de doenças e consequentemente melhores qualidades da uva (Figura 1). AGO SET Temperatura Precipitação OUT NOV DEZ Temperatura do ar (ºC)
4 Das oito cultivares estudas as cultivares Isabel, Isabel Precoce, Cora e Violeta apresentaram maior vigor que as demais, pois, foram as que tiveram colheita nessa primeira avaliação de inverno. Na primeira avaliação (07 de abril 12), os valores de sólidos solúveis variaram de 4,06 a 10,33 ºBrix a acidez titulável variou de 1,52 a 3,22 % e a relação SS/ de 1,29 a 6,79 (Tabela 1). A uva Violeta apresentou maior teor de SS, menor e maior relação SS/, caracterizando-a como a cultivar mais precoce que as demais, entretanto, ainda não os padrões estabelecidos para suco de uva que é no mínimo 14ºBrix, no máximo 0,9 g de ácido tartárico.100 g -1 e relação SS/ de 15 a 45 (BRASIL, 1974). TABELA 1- Teores de sólidos solúveis (SS), acidez titulável () e relação SS/ em oito cultivares de uvas (primeira safra) em 30 de abril e 07 de maio de ª avaliação 2ª avaliação Cultivares SS (ºBrix) SS/ SS (ºBrix) SS/ Isabel 4,16(±0,11) a 3,20(±0,09) b 1,29(±0,07) a 5,16(±0,83) a 3,10(±0,36) c 1,65(±0,07) a I. Precoce 7,53(±1,68) b 2,87(±0,05) b 2,62(±0,59) a 8,50(±0,85) b 2,27(±0,07) b 3,74(±0,45) a Cora 4,06(±0,15) a 3,15(±0,26) b 1,29(±0,07) a 4,50(±0,26) a 3,02(±0,19) c 1,48(±0,03) a Violeta 10,33(±1,1) c 1,52(±0,06) a 6,79(±0,96) b 12,6(±1,33) c 1,46(±0,33) a 9,11(±3,04) b CV% 14,37 5,34 17,58 12,02 9,47 39,23 DMS 2,64 0,4 1,49 2,61 0,66 4,43 Teste de tukey (5%). Na segunda avaliação feita os valores de SS variaram de 4,50 a 12,66 ºBrix a variou de 1,46 a 3,10 % e a relação SS/ de 1,48 a 9,11 (Tabela 1). Observase que a as cultivares Isabel Precoce e Violeta apresentaram os maiores valores da relação SS/, isso se deve a uma redução do em relação a primeira avaliação, porém, essas cultivares ainda não atingiram o mínimo indicado para suco (14 ºBrix). Na terceira avaliação observa-se um incremento do Brix e uma redução da e consequentemente incremento na relação SS/ com diferenças significativas entre as cultivares (Tabela 2). As cultivares de uva no momento, quanto as condições de colheita, não atingiram o teor de Brix para suco, de acordo com a legislação brasileira. TABELA 2- Teores de sólidos solúveis (SS), acidez titulável () e relação SS/ em oito cultivares de uvas (primeira safra) em 14 e 21 de maio ª avaliação 4ª avaliação
5 Cultivares SS (ºBrix) SS/ SS (ºBrix) SS/ Isabel 6,73(±0,55) a 2,63(±0,11) c 2,56(±0,36) a 9,43(±1,16) a 2,10(±0,10) b 4,50(±0,70) a I. Precoce 11,03(±1,05) b 1,87(±0,37) b 6,10(±1,7) b 13,7(±0,89) b 1,14(±0,15) a 12,19(±2,23) b Cora 7,73(±0,41) a 2,95(±0,31) c 2,64(±0,36) a 10,13(±1,23) a 1,96(±0,39) b 5,32(±1,24) a Violeta 13,3(±2,24) c 1,30(±0,13) a 10,4(±2,57) c 16,06(±1,02) c 1,0(±0,03) a 16,02(±0,43) c CV% 10,24 12,24 25,09 6,33 11,56 11,92 DMS 2,81 0,75 3,85 2,20 0,50 3,20 Teste de tukey (5%). Na quarta avaliação feita, observa-se que a cultivar Violeta apresentou 16,0 ºBrix e uma relação SS/ de 16 (Tabela 2), ambos acima do estabelecido pela legislação para a colheita, porém, a mesma não foi realizada já que o está acima de 0,9 %. Na ocasião da colheita, quinta avaliação, a evolução da durante a fase de maturação foi decrescente e inversa em relação à evolução do teor de SS. Nota-se que as cultivares Isabel e Cora mostraram se mais tardia que as demais (Tabela 5). A Violeta mostrou-se apta a ser colhida para suco, apresentando todos os parâmetros exigidos pela legislação brasileira, Souza et al. (2012) analisando uvas de Lavras-MG, apresentaram resultados semelhantes. TABELA 3- Teores de sólidos solúveis (SS), acidez titulável () e relação SS/ em oito cultivares de uvas (primeira safra) em 28 de maio de ª avaliação (Colheita) Cultivares SS (ºBrix) SS/ Isabel 12,43(±0,61) a 1,74(±0,26) b 7,22(±0,76) b Isabel Precoce 14,53(±1,61) c 1,15(±0,06) a 12,60(±1,56) c Cora 9,80(±0,45) a 2,19(±0,27) c 4,53(±0,70) a Violeta 15,70(±0,90) c 0,86(±0,18) a 18,68(±2,82) d CV% 8,16 9,92 12,72 DMS 3,02 0,41 3,86 Teste de tukey (5%). O Índice de colheita foi maior para a Violeta e para a Isabel Precoce devido ao seu menor teor de acidez e maior teor de sólidos solúveis, comparativamente com a Isabel e Cora. O Índice de colheita mostrou-se insatisfatória para as cultivar Isabel e Cora, ficando aquém do desejável para a industrialização (Suco), entre 15 a 45 (BRASIL, 1974). CONCLUSÕES A cultivar Violeta mostrou-se mais precoce e a Cora mais tardia no período avaliado.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AOAC.Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemists: edited Ig W. Horwitz 19th ed. Gaithersburg, 2012, 3000p. APARECIDO, L. E. O.; SOUZA, P. S. Boletim Climático Nº5 Agosto/2013. Disponível em: ETIM_CLIMICO_AGOSTO.pdf. Acesso em: 10-Set BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Complementação de padrões de identidade e qualidade para suco, refresco e refrigerante de uva. Diário Oficial da União. Brasília, p. MASCARENHAS, R. J.; SILVA, S. M.; LIMA, M. A.; MENDONÇA, R. M. N.; HOLSCHUH, H. J. Characterization of maturity and quality of Brazilian apirenic grapes in the São Francisco river Valley. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas. n.32, v.(1), p.26-33, MELLO, L. M. R. Vitivinicultura brasileira. Disponível em: Acesso em: 25- ago SÁ JUNIOR, A.; CARVALHO, L. G.; SILVA, F. F.; ALVES, M. C. Application of the Köppen classification for climatic zoning in the state of Minas Gerais, Brazil. Theoretical and Applied Climatology. v.108, p.1-7, SOUZA, P. S.; SOUZA, B. S.; DECARLOS NETO, A.; DIAS, F. A. N.; CHALFUN, N. N. J.; APARECIDO, L. E. O. Avaliação de cultivares de uva Vitis labrusca L. nas condições de Lavras MG, safra 2011/2012. In: XXII Congresso Brasileiro de Fruticultura. Anais...Bento Gonçalves, RS
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