A REPÚBLICA ARMADA (DE DEODORO A WASHINGTON LUÍS)

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1 PRIMEIRA REPÚBLICA A REPÚBLICA ARMADA (DE DEODORO A WASHINGTON LUÍS) Assim nascia a República Antecedentes - A Abolição da Escravatura - A Questão Religiosa - A Questão Militar - A Proclamação da República Primeiros tempos - Deodoro e Floriano Governo Provisório - Assembléia Constituinte - A eleição do primeiro Presidente da República - Deodoro, o marechal impulsivo - O fechamento do Congresso - Floriano, o "Marechal de Ferro" - A Revolta da Armada, na baía da Guanabara - A Revolução Federalista no Rio Grande do Sul - A Consolidação da República A Pacificação - Prudente de Morais E deixaram Prudente sozinho - Pacificação interna: a anistia geral - Pacificação externa: reatando com Portugal; os ingleses e a ilha de Trindade; enfim, solução para Missões; o território do Amapá - Ainda a pacificação interna: Vitorino e o Florianismo - A Guerra de Canudos - O atentado - A pacificação do Exército - De volta ao interior paulista A recuperação financeira - Campos Sales A hora de pagar a conta - O desafio do orçamento - Implicações políticas da crise - Os anos de vacas magras - O coronelismo - A Comissão Verificadora - Fim de Governo Saneamento e desenvolvimento - Rodrigues Alves O poder sem fim do Presidente - Candidatos em penca - O consenso e a eleição - Rio, uma cidade doente - Osvaldo Cruz - A febre amarela - A peste bubônica - A varíola - A "Guerra da Vacina" - Urbanização do Rio de Janeiro - O barão do Rio Branco - A questão do Acre - Fim de governo Um mandato e dois Presidentes - Afonso Pena e Nilo Peçanha Fim da "Política dos Governadores" - Postulantes à Presidência - O "Jardim da Infância" e o "Bloco do Morro da Graça" - O governo de Afonso Pena - Rondon, o "Marechal da Paz" - Imigração e progresso - Rui Barbosa, a "Águia de Haia" - A morte de Afonso Pena - O governo de Nilo Peçanha A Política de Salvação Nacional - Hermes da Fonseca Civilismo versus militarismo - O movimento civilista - E Hermes ganhou a eleição - Durante a festa, um canhonaço - A "Revolta da Chibata" - A vitória aparente - A repressão severa - A "Política de Salvação Nacional": no Estado do Rio de Janeiro; no Estado de Pernambuco; no Estado da Bahia; no Estado do Ceará; no Estado de Alagoas; outras salvações - O governo Hermes da Fonseca O caminho para a paz - Venceslau Brás Em busca de um sucessor (Pinheiro Machado) - A segunda vertente (olgarquias São Paulo/Minas) - Os vícios da República (intervenções) - O caso do Estado do Rio - A crise em nível federal - O epílogo, com Nilo Peçanha - O Brasil e a 1ª Guerra Mundial - A Ronda da Morte (gripe espanhola) - A Guerra do Contestado - Fim de governo As estruturas do poder - Delfim Moreira e Epitácio Pessoa Eleitos Rodrigues Alves e Delfim Moreira - Fim da bonança - Morre Rodrigues Alves (e depois Delfim) - A nova cam-

2 2 panha presidencial - Aí vem o Presidente! - O Ministério - Obras do Governo - A sucessão - As cartas de Artur Bernardes - A questão de Pernambuco - O motim - As revoltas de 5 de julho: na Vila Militar; na Escola Militar; no Forte de Copacabana - O mito dos 18 do Forte - Independêmcia e Morte A Revolução dos "Tenentes" - Artur Bernardes A campanha eleitoral - Nilo Peçanha e a sucessão fluminense - Borges de Medeiros e a sucessão gaúcha - A revolução gaúcha de Reina a paz nos pampas - Militares de 1922 são julgados - A revolução de 1924 em São Paulo - Os azares do levante - A retirada dos civis - Sublevação no Sul - O encontro das duas frentes - Surge a Coluna Prestes - A longa marcha pelo Brasil - Notas à margem - Um governo sem obras O canto do cisne - Washington Luís Consertando as finanças públicas - Café em crise - O navio segue seu curso - Churrasco com leite - Surge a Aliança Liberal - Um comício na Esplanada - A "Tomada da Bastilha" - Nas eleições, o de sempre - Revolução em marcha. FIM DA PRIMEIRA REPÚBLICA SEGUNDA REPÚBLICA A REVOLUÇÃO TRAÍDA (GETÚLIO ASSUME E FICA) A República Armada (Recapitulação) A Proclamação da Independência (1822) - A Proclamação da República (1889) - Deodoro e Floriano ( ) - Revolução Federalista ( ) - Guerra de Canudos ( ) - Guerra da Vacina (1904) - A Revolta da Chibata (1910) - A Guerra do Contestado ( ) - A Revolta dos Tenentes (1922) - A Revolução Gaúcha (1923) - A Revolução Paulista (1924) - A Coluna Prestes ( ) O fim da Primeira República (República Velha) O problema de quorum na Câmara Federal - Assassinato do deputado Souza Filho - O episódio que mudou a História - A República de Princesa (Paraíba) - Enfrentando João Dantas - Confronto com o Governo Federal- O assassinato de João Pessoa - A marcha da Revolução - Imprevistos enfraquecem o comando - O levante no Rio Grande do Sul - O Cavalo de Troia - Relógios fora de sincronia - Do sul, a marcha para o Rio de Janeiro - Do nordeste, a marcha para o sudeste - O beijo contido por trinta anos - A Batalha de Itararé - Minas Gerais na Revolução - Epílogo O naufrágio do "Titanic" (Um presidente é deposto) A Junta Militar - A interferência do Cardeal - O "Titanic"começa a afundar - O fim da Primeira República A revolução traída (Getúlio assume e fica) Instalação do novo governo (Junta Militar) - A participação popular da Revolução - As preocupações dos revolucionários - Faltava só um detalhe - A situação em São Paulo - A posse de Getúlio e as interventorias - Quem era Getúlio Vargas - Limpando a área (A Chefatura de Polícia) - Primeiras medidas do Governo - Recomposição das forças revolucionárias - O ataque ao "Diário Carioca" - O "empastelamento" do jornal Revolução Constitucionalista São Paulo queria separa-se do Brasil. Verdade? - As facções em confronto - Uma no cravo, outra na ferradura (a política de Getúlio Vargas) - O novo Código Eleitoral - Voltando ao caso de São Paulo (uma situação complicada) - Pela Constituição (os comícios) - A conspiração - Como tudo começou - O apoio esperado não vem - O fim da luta

3 3 armada - Precisava haver revolução? Um sopro de democracia (A Constituição de 1934) Querem Constituinte? Toma Constituinte - Os representantes classistas - De volta ao passado - A eleição do Presidente - A sucessão ao governador de Minas - Solução à moda da casa - O caso do Estado do Rio de Janeiro - As eleições nos demais Estados A Intentona comunista (o que é fato e o que é boato) Um resumo dos acontecimentos - Os antecedentes - Ação Integralista Brasileira (AIB) - Aliança Nacional Libertadora (ANL) - A questão dos soldos militares - A questão dos cabos e sargentos - Conspiração em marcha - Getúlio sabia de tudo - Em Natal (Rio Grande do Norte), o movimento é antecipado - Recife (Pernambuco) seguiu na esteira de Natal - Tragédia na Praia Vermelha (Rio de Janeiro) - O outro lado da história Vira, Vira, Vira... Virou! (A Constituição Descartável) O tribunal revolucionário - A ação policial - A caça aos "comunistas" - Prisão e julgamento de Prestes - Fechando o processo - Um novo capítulo na vida do país - Retrato de Góis Monteiro - A sucessão presidencial - O caso do Rio Grande do Sul - O candidato José Américo - O candidato Plínio Salgado - O candidato Armando de Sales - O Plano Cohen - Tudo está consumado O Levante Integralista (Ataque ao Palácio Guanabara) Quem era Plínio Salgado - O golpe do Estado Novo - A Constituição do Estado Novo (Polaca) - A decepção dos Integralistas - Conspiração e Ação - Nem tudo deu certo - O levante, visto por Góis Monteiro - Reação aos ataques - Outra visão, de dentro do Palácio - Como se deu a invasão - A defesa improvisada - A espera angustiante - O desfecho, visto de dentro do Palácio - O destino dos revoltosos - Tratamentos diferenciados A Segunda Guerra Mundial (Posição do Brasil no conflito) A guerra começou com o acordo de paz - Inglaterra e França invadidas - Entre a cruz e a espada - O caso com a Inglaterra - O Brasil no sistema panamericano - A Quinta Coluna no Brasil - Nossos navios são bombardeados Os "pracinhas" na guerra (A cobra fumou na Itália) Treinamento de oficiais - Mãos à obra - Nova vida em terra estranha - Prontos para a luta - A cobra está fumando - A FEB conhece sua primeira derrota - Primeiro ataque a Monte Castelo - Segundo ataque a Monte Castelo - Terceiro ataque a Monte Castelo - Enfim, Monte Castelo é nosso - Conquista de Castelnuovo - A tomada de Montese - Em Fornovo, a consagração - O desfecho da guerra Liberdade, ainda que tardia (O fim do Estado Novo) A trilha aberta pelos democratas - Manifesto dos Mineiros - Vencida a força da inércia - A entrevista de José Américo - Os movimentos conspiratórios - Simbiose entre Dutra e Góis - A Sociedade dos Amigos da América - Góis Monteiro volta ao Brasil - Góis e Dutra juntos outra vez - A outra face da conspiração - Os avanços registrados - A volta dos partidos políticos - A campanha eleitoral - O golpe que falhou - Os acontecimentos se precipitam - O desfecho - Considerações finais. FIM DA SEGUNDA REPÚBLICA TERCEIRA REPÚBLICA QUE PAÍS É ESTE? (LIBERDADE SEM ADJETIVOS)

4 Transição de Regime - Governo José Linhares Testando a Democracia - A troca de governo - A escolha tumultuada do Gabinete - E Góis permanece no Ministério - A sombra de Getúlio Vargas - Um banho de prestígio - As eleições Os três pedidos de D.Santinha (Governo Eurico Gaspar Dutra) O gênio da lâmpada - Início de governo - A composição da Assembléia Constituinte - O Ministério - O jogo na ilegalidade - Constituição promulgada - O Presidente e o trabalhador - Trazendo o inimigo para casa - As eleições de O PCB na ilegalidade - O alinhamento aos Estados Unidos - Desenvolvimento interno - Nem um minuto mais, nem um minuto menos Um tiro no peito (Governo Getúlio Vargas) O anúncio da volta - Os candidatos - As eleições - O tapetão - Getúlio no retiro de São Pedro (RS) - A posse e o Ministério - Nacionalistas, versus "entreguistas" - A guerra da Coréia - A idéia de criar a Petrobrás - "O Petróleo é Nosso!" - A guarda pessoal do Presidente - Lacerda, o demolidor - O espancamento e morte de um reporter - O crime da rua Toneleiros - Poderes paralelos (A República do Galeão) - O mar de lama - A última reunião do Ministério - Fecham-se as cortinas. LEIA TAMBÉM: SUICÍDIO - O GOLPE GENIAL QUE ANULOU E LIQUIDOU SEUS INIMIGOS Conspirar é preciso (Governo Café Filho) A "patota" de Getúlio Vargas - Preparando a sucessão - O gosto amargo da vitória - Quem era Café Filho - Obras do governo - As eleições de outubro de Primeira crise no governo - Juscelino na mira dos conspiradores - O PSD e a candidatura JK - As eleições presidenciais (outubro de 1955) - Juscelino ganha... e vem a reação - O caso do coronel Mamede Quatro dias de glória (Governo Carlos Luz) Um problema que vem de longe - Juscelino ganhou, mas será que leva? - Cheiro de fumaça e ameaça de incêndio - O caso Mamede e a posição do ministro da Guerra - A posição do chefe do EMFA - A posição do Consultor Geral da República - Área de turbulência (o Ministro se demite mas não sai) - Começa o enfrentamento (golpe e contra-golpe) - O problema estava em São Paulo (e era Jânio) - Café Filho em cárcere privado - O governo Nereu Ramos - Você decide Administração turbinada (Governo Juscelino Kubitschek) O perfil de JK - Havia pedras no caminho (os percalços até a posse) - Quem era Juscelino Kubitschek - O Ministério - A eminência parda do regime - As "Revoltas dos Escoteiros" - As metas de governo - Automóvel, o símbolo da riqueza - Um pouco de folclore: o portaaviões e o FMI - Prós e contras no governo JK. 181 A atração da selva (Surge Brasília, a nova capital) Quem pergunta, quer resposta - Um sonho que vem de longe (O marquês de Pombal e a Nova Lisboa) - A "Novacap" no Império - As constituições e o mudancismo - As primeiras providências - O "avião" de Lúcio Costa - A importância dos "candangos" - Enfim, a inauguração - O mapa de Brasília, hoje Valsa da despedida (A última eleição para Presidente) Uma eleição e três candidatos - O mundo em O candidato Ademar de Barros - O candidato Teixeira Lott - O candidato Jânio Quadros - Quem apoiava quem - Cuba é o primeiro desafio - Eleição e posse.

5 Ser ou não ser (Governo Jânio Quadros) A posse e a falta de apoio parlamentar - Confetes e serpentinas (O primeiro discurso) - Metralhadora giratória (o segundo discurso) - Um certo capitão Galvão (a crise com Portugal) - O Ministério - Um banho de marketing (A campanha moralizadora) - Enfrentando a realidade (A reforma cambial) - O encaminhamento da crise (Rolando a dívida externa) - O governo itinerante - Cuba, o princípio do fim - Lacerda volta a atacar - A renúncia de Jânio - A cartarenúncia - A reação do Congresso - As causas da renúncia - Epílogo Parlamentarismo já (Jango assume, mas sem poderes) Ranieri Mazzilli (Presidente da Câmara) assume interinamente a Presidência - Amigos, mas não tanto (governadores isolam o ex-presidente) - A posição dos ministros militares sobre a posse de Jango - Marechal Lott vai para a prisão - A reação no Rio Grande do Sul para garantir a posse de Jango - A Rede da Legalidade - A posição do governador da Guanabara, Carlos Lacerda - A posição do 3º Exército (Rio Grande do Sul) - Parlamentarismo Já - Os ministros militares também contra a emenda parlamentarista - Uma esperança de entendimento - O difícil caminho do entendimento - Sublevação na FAB: Parlamentares impedidos de viajar - João Goulart volta e toma posse O fim da Terceira República (Governo João Goulart) O Brasil experimenta o parlamentarismo - A posse de Jango (chefe de Estado) e o Gabinete de Tancredo Neves (chefe de Governo) - Quem era João Goulart - Quem era Tancredo Neves - O Plano Trienal - A vida na música popular - A volta do presidencialismo - A caminho do caos - A ação conspiratória - O comício das reformas - A revolta dos marinheiros - Cabo Anselmo, o a- gente-duplo - Os sargentos e o fim do governo. FIM DA TERCEIRA REPÚBLICA QUARTA REPÚBLICA O PODER POLÍTICO-MILITAR (UM "PROVISÓRIO" QUE DUROU 21 ANOS) Revolução ou Golpe? (A queda de João Goulart). A conjuntura político-militar - Como era estranho esse general Mourão - Em Santa Maria (RS), o Plano Junção - Parlamentarismo instável - Testando o Plano Junção - Em São Paulo, o blefe - A posição dos governadores - A ação das esquerdas - A articulação da direita - Os acontecimentos se precipitam - Voltando a Minas Gerais - Tropas na rua! - "Tio Sam" na batucada (A participação dos Estados Unidos). VEJA TAMBÉM: Cronologia do movimento Como se faz um Presidente (A eleição de Castelo Branco). Competência, versus desorganização - A revolução vista por dentro - A visão de dentro do Palácio presidencial - As últimas tentativas de reação - O embate no Congresso Nacional (em Brasília) - O povo nas ruas (do Rio de Janeiro) - Na UNE (União Nacional de Estudantes), a situação é crítica. - Preparando o caminho de Castelo (à Presidência) - Uma concentração pró Castelo - Três vezes me negarás - De como um Ato Adicional é maquiado e se transforma em Ato Institucional - E o Brasil tem seu novo Presidente O Presidente estadista (Governo Castelo

6 6 Branco) Castelo e Alkmin são empossados - Entre a espada e a Constituição - Quem era Castelo Branco - O Ministério - Varre, vassourinha (as cassações) - Ah, "Minas Gerais"! (O caso da aviação embarcada) - Soa o sinal de alarme (nas eleições para governador) - O Ato Institucional n.2 - O embaixador americano é consultado - Quase que o Brasil ganha um "Partidão" - Planos para uma nova Constituição - O Congresso é posto em recesso - A reforma financeira - A reforma fiscal e e tributária - A reforma agrícola (não agrária) - Conclusão (O estranho fim do marechal Castelo Branco) O fim da esperança (Costa e Silva, o AI-5 e a Junta Militar) A caminhada, de 64 a 69 - Passo a passo, fecha-se o cerco - Quem era Costa e Silva Um divisor de águas - Preparando-se (o governo) para a ação - Com vocês, o AI-5 - Costa e Silva adoece - Assume a Junta Militar - Como se faz um Presidente (Médici é escolhido) - Epílogo (A morte de Costa e Silva) Conversar é preciso (A Frente Ampla, de cabo a rabo) Os primeiros contatos - Unindo os desiguais - Um caminho de pedras - As i- déias básicas do movimento - As idas e vindas- Relatório secreto ou história policial? - O fim da Frente Ampla - Encontro com o destino - E os outros? Ninguém segura este país (Governo Médici) A contradição dos anos setenta - O a- pogeu do Sistema (Como se faz um Presidente) - Quem era Médici - O Ministério - Os anos de progresso econômico - A realidade, por trás da fantasia (Crescimento e empobrecimento) - A taça do mundo é nossa (Brasil tricampeão) - A ilusão da Transamazônica - Esse mar é meu (mar das 200 milhas) - Estudantes enfrentam o regime - A juventude insatisfeita - Os estudantes e a cavalaria - Perguntas sem resposta - Conclusão Abertura a conta-gotas (Governo Ernesto Geisel) Geisel, Golberi e Figueiredo - O caminho da Presidência - A oposição participa das eleições - Quem era Ernesto Geisel - O Ministério - A crise mundial do Petróleo (Oriente Médio) - Os confrontos decisivos (Guerras entre árabes e judeus) - O embargo do Petróleo - Em busca de alternativas - Os contratos de risco - Surge o Proálcool - As eleições gerais de As eleições municipais de Cortando as asas da oposição - O pacote de abril - As eleições gerais de A sucessão presidencial e o fim do AI A democracia "relativa" (Governo João Batista Figueiredo) Uma estranha vocação democrática - Quem era Figueiredo - A difícil graduação do processo (anistia geral) - Economia em declínio - Volta o pluripartidarismo - As eleições de Terror à sombra do poder - O atentado ao Riocentro (e a investigação oficial) - Uma investigação extra-oficial (coronel Grael) - O Presidente vacila - Isolando o vice-presidente - O governo e o trabalhador (o DL 2065 e as greves do ABC) - Conclusão O despertar da cidadania (A campanha das "Diretas-Já") O veio dagua que se transforma em rio caudaloso - Vox populi, vox Dei (o povo toma as rédeas do movimento) - Vainão-vai (O governo despista) - Pacaembu é o marco inicial - A morte de Teotônio Vilela - Em Curitiba, um novo alento - Em São Paulo, o comício-

7 7 monstro - O movimento no Rio de Janeiro - Minas Gerais acorda - Em São Paulo, um milhão e meio nas ruas - Uma proposta indecente (Diretas em 88) - 25 de abril, o dia da decisão - Brasilia declara guerra ao Brasil (As medidas de emergência) - Diga "sim", diga "não" - A vitória de Pirro (Os estragos no PDS, após a vitória governista) O fim da República Militar (Tancredo derrota o sistema e se elege) O funeral das Diretas-Já e a participação da oposição nas Indiretas - Oposição em dificuldades (como eleger o Presidente?) - A situação no PDS (excesso de candidatos) - A noviça rebelde (A contribuição de Maluf para a redemocratização do país) - Uma virada de 180 graus (a Convenção do PDS) - A equação resolvida (oposição ganha reforços) - Surgem a Frente Liberal (FL) e a Aliança Democrática (AD) - Um trabalho de engenharia política (como a Aliança, que não é partido, se habilita para as eleições) - Índio quer apito (a presença do cacique-deputado Mário Juruna) - Maranhão quase desafina (a rebeldia da Assembléia Legislativa) - Eleições: uma festa como antigamente - Como o governo recebe os resultados - Seria Figueiredo um democrata? - As origens de um golpe - Conspiração à sombra do poder - Enfrentando a crise (Tancredo e seu Estado Maior) - Conclusão (Figueiredo perdeu o bonde da História) a Os anos de chumbo (A vigência do Ato Institucional nº5) A Operação Bandeirante (OBAN) e o nascimento do DOI-CODI - A legitimação da repressão - A legitimação dos movimentos armados - A escalada da violência - O macartismo (Que diabo é isso?) - O macartismo no rádio - Missão quase impossível (A "Operação Murundu") - Vida e morte de Lamarca - Relembrando "Os Sertões" - Vida e morte de Marighela - O macartismo volta em São Paulo - A morte de Vladimir Herzog - Não souberam montar a cena - Epílogo (Democracia em questão). 309 BIBLIOGRAFIA (Editorial da Folha de S. Paulo publicado em 31 de março de 2004) Um ciclo encerrado - O panorama internacional nos anos 60 - A conspiração - O caminho tortuoso e acidentado - O declínio econômico - O declínio militar - O cenário internacional no governo Collor - O Brasil que não mudou - O grande desafio. FIM DA QUARTA REPÚBLICA E FIM DA OBRA EM BRASIL 100 ANOS DE REPÚBLICA EXPLICAÇÕES NECESSÁRIAS Precisando de um texto de História do Brasil para incluir em minha página na Internet, servi-me de uma obra escolar publicada por Rocha Pombo em 1919, poucos anos antes de sua morte, e nunca reeditada. Nada a opor. O autor é hoje de domínio público e pode ser transcrito sem qualquer impedimento legal ou ético. Mas Rocha Pombo se limita ao Brasil- Colônia e ao Brasil-Império, faltando, pois, a seqüência histórica através do fascinante período republicano. Aqui é que surge o problema, pois, embora exista um farto material a respeito, todo ele está protegido por direitos autorais. Só havia, pois, um caminho possível, qual seja, realizar a pesquisa e preparar um texto próprio. Ao fazê-lo, fugi tanto quanto possível dos textos oficiais (a História contada pelos vencedores), procurando, de preferência, os depoimentos, memórias e biografias autorizadas dos próprios personagens. Se isto trouxe, creio eu, maior brilho ao texto, por outro lado, tornou-o polêmico. Como diz a sabedoria popular, «quem conta um conto, aumenta um ponto». Quem quer que narre sua própria aventura, dará a ela uma versão pessoal, sem a presumível isenção do historiador, distorcendo algumas passagens,

8 8 por vezes inconscientemente, e por outras premeditadamente. A História é documental; a anti-história é testemunhal. Aquela, busca a verdade na frieza dos documentos disponíveis; esta se serve da tradição da palavra. Nesse sentido, a presente obra pode ser classificada como anti-história. Não é uma apostila para vestibulares, é antes uma narrativa para quem pretenda conhecer a República fora dos cânones oficiais; brilhante sim, mas por vezes imprecisa ou controversa. Na elaboração do texto, todavia, valeramme também consultas que fiz à obra do político e historiador pernambucano José Maria Belo, bem como ao irreprimível trabalho do jornalista e historiador Hélio Silva, ambos também testemunhas oculares da História e fontes indispensáveis em qualquer pesquisa sobre o período republicano. Conquanto o texto procure ser coerente, mantendo a unidade do conjunto, cada capítulo é independente dos demais, podendo ser consultado separadamente, sem prejuízo para o entendimento da matéria. É assim que funciona a Internet e assim a obra foi projetada. São Paulo, novembro/2000 Paulo Victorino Primeira República ( ) Capítulo Um ASSIM NASCIA A REPÚBLICA A história da independência das colônias americanas começa bem distante da América, do outro lado do Atlântico, no coração da velha Europa. Pouco mais de dez anos haviam se passado desde o início da Revolução Francesa, e uma sucessão atropelada de acontecimentos levou a França de volta à monarquia com Napoleão Bonaparte, cuja ambição não tinha limites que não pudessem ser ultrapassados. Pois foi invasão das tropas napoleônicas à Península Ibérica, em 1807, que criou um reboliço nas colônias latino-americanas, gerando, primeiro, desorientação total; depois, uma reação natural de fidelidade à coroa espanhola, com a formação de governos provisórios e, por fim, o despertamento da consciência de que, subjugada a Espanha por Napoleão, surgia uma oportunidade única para que os vice-reinos assumissem seus destinos, declarando a própria independência. De como o processo se efetivou, das lutas fraticidas e da divisão dos vice-reinos em uma porção de pequenas repúblicas, isso é assunto para uma História das Américas, que não cabe neste trabalho. Basta registrar que a inexistência de um rei a quem servir e a repulsa ao império invasor criaram condições para que praticamente toda a América Latina se tornasse republicana, seguindo o exemplo dos Estados Unidos, que já tinham feito sua opção em Não foi o caso do Brasil, que as circunstâncias encaminharam para um processo histórico totalmente diferente. Com Portugal invadido, a família real e a nobreza se instalaram em sua antiga colônia, que passou a ser a sede de reinado, oficializada com a criação do Reino Unido Portugal-Brasil- Algarves. Esse elemento distinto alterou a nossa história, pois evitou fracionamento do país em vários pequenos territórios e, a par disso, garantiu a permanência do regime monárquico após a Independência, contrariando a opção do restante das três Américas. Garantiu, ainda, uma relativa estabilidade, que permitiu a D. Pedro 2º, primeiro monarca nascido no Brasil, ficar no poder por meio século, sem maior contestação, seja ao regime, seja à pessoa do Imperador. Todavia, o fim da Guerra do Paraguai levou o país a fazer uma reavaliação de seus próprios destinos. A guerra, ainda que inevitável, trouxe um custo elevado em vidas humanas, um preço pago com o sangue dos próprios soldados brasileiros, recrutados, sabe Deus em que circunstâncias, e utilizados como peças de guerra, sem maiores preocupações com a preservação das vidas. E, enquanto lá fora os soldados da pátria morriam na defesa das liberdades, aqui dentro permanecia a escravidão a serviço de uma oligarquia alheia aos problemas do povo, controlando o poder de forma absoluta pelo voto seletivo, restrito aos cidadãos de boa renda. Outro fator a interferir na vida nacional era a inconveniente união entre a Igreja e o Estado. De um lado, o clero recebia seus proventos dos cofres públicos; de outro, o Imperador tinha a prerrogativa de nomear bispos e interferir em assuntos administrativos da

9 9 Igreja, a contragosto dos religiosos. Por fim, outra realidade passa a ser questionada, e esta na esfera militar. Cessada a guerra e não tendo mais com que se preocupar quanto à segurança nacional, os militares foram remanejados para serviços menores, fora de suas atribuições, como a caça de escravos foragidos. Contando com uma forte representação no Congresso, acharam eles que já era momento de ter uma participação política mais ativa, o que originou a criação do Clube Militar e a disposição manifesta de tornar públicas as suas opiniões, embora isto fosse vedado taxativamente pelo regulamento. Assim, dentro da rediscussão dos problemas brasileiros provocada pelo reavivamento nacional, surgiram questões importantes, que puseram por terra toda a estrutura, aparentemente sólida, de nosso Império. Abolição da Escravatura Durante seu longo reinado, D. Pedro 2º, em harmonia com os gabinetes do parlamento, vinha tratando acabar, gradualmente, com o trabalho escravo, eliminando primeiro os navios negreiros, depois tornando livres as crianças nascidas de mãe escrava, por fim dando alforria aos escravos maiores de sessenta anos. Havia ainda a abolição feita em separado por algumas regiões e cidades brasileiras. Em março de 1884, foi extinta a escravidão no Ceará e, em julho do mesmo ano, o Amazonas lhe segue o exemplo. No Rio de Janeiro, em São Paulo e em outros Estados, a campanha abolicionista vinha ganhando força cada vez maior, e a voz de Castro Alves, nos anos sessenta, repercute agora com nomes como o de José do Patrocínio, que não usa só o seu dom da palavra e do convencimento, como ainda presta ajuda na fuga de escravos e na proteção dos fugitivos. A assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel, representa uma arriscada manobra política, mas a única possível, na tentativa de salvar o trono. Todavia, se de um lado o ato aproxima o trono a uma larga parcela da opinião pública, de outro, enfurece as classes rurais dominantes, que dependem da mãode-obra escrava para sustentação da lavoura. Agora, são as oligarquias que se rebelam e vão engrossar as fileiras dos republicanos, com seu apoio pessoal e financeiro, deslocando ainda mais o centro de equilíbrio do poder. A Questão Religiosa Sabe-se bem da grande influência política da maçonaria na vida brasileira, atuando primeiro no processo de Independência, depois, nas revoluções que eclodiram durante a fase inicial do Império e, finalmente, registrando participação ativa no Congresso e em outros setores da vida pública. Como é natural, sua ação estende-se também sobre a vida religiosa, alterando o tradicional dia-adia dos conventos. Os padres defendem idéias francamente liberais e muitos deles acabam se identificando com os maçons, aderindo a eles, primeiro discretamente, depois, de forma escancarada, e contando, senão com o consentimento, pelo menos com a tolerância de seus superiores. A paz termina quando, numa homenagem prestada pelas lojas maçônicas do Rio de Janeiro ao seu grão-mestre, Visconde do Rio Branco, se registra um incidente de maior monta. O padre Almeida Martins, que também é maçom, se apresenta na cerimônia em seus trajes de sacerdote e faz um discurso de saudação, representando a loja do Grande Oriente do Lavradio, recebendo, por isso, uma punição do bispo diocesano, D. Pedro Maria de Lacerda. Reincidente em sua atuação, é então suspenso das ordens sacras. Começa aqui uma guerra surda em que os maçons passam a hostilizar a Igreja, enquanto esta, por seus bispos, age duro contra os religiosos renitentes na prática da maçonaria. Ocorre, então, um incidente mais grave. O bispo de Olinda, D. Vital Maria Gonçalves de Oliveira, jovem de vinte e poucos anos, resolveu aplicar, na área sob sua jurisdição, as recomendações da Encíclica de 1864, do papa Pio 9º, proibindo o clero de participar de cerimônias patrocinadas por maçons. O bispo chama particularmente cada um dos sacerdotes envolvidos e ordena-lhes que se dediquem tão somente à vida religiosa, afastando-se de atividades estranhas aos conventos. Encontrando oposição, D. Vital acabou por suspender as irmandades recalcitrantes, impedindo-as de receber novos membros, de participar de ofícios religiosos e até de vestir os seus hábitos. Algumas dessas irmandades recorrem ao Governo e D. Vital, por sua parte, recorre ao Papa que lhe dá poderes para agir com rigor contra os rebelados. Está formado o embrulho, provocado pela espúria união entre o Estado e a Igreja. O acordo entre o Governo e o Vaticano deter-

10 10 minava que todas as bulas papais, para serem cumpridas no país, deveriam primeiro receber o "execute-se" do Governo brasileiro o que não acontecera com a Encíclica cujas recomendações o bispo insistia em aplicar. A crise agrava-se mais ainda quando o bispo do Pará, D. Antônio Macedo Costa, faz um protesto formal contra a maçonaria e se solidariza com D. Vital. Foi a conta. O Governo apresenta ação criminal contra os dois religiosos, perante o Supremo Tribunal de Justiça, por desrespeito aos poderes do Império. Presos, os dois bispos são levados ao Rio de Janeiro, julgados e condenados a dois anos de prisão com trabalhos forçados, sendo instaurados processos também contra outros padres que lhes deram apoio. Isto ocorreu em 1º de julho de 1873 e só ao final da pena é que os dois bispos foram anistiados, por decreto do Gabinete presidido pelo Duque de Caxias. Mas o desastre já acontecera e seus efeitos são irremediáveis. A Questão Militar Dentre todos os problemas que o Governo vinha enfrentando, por certo, o mais grave de todos e o mais decisivo para o fim do Império foi a questão militar. Sob acusação de terem feito manifestações políticas, foram punidos os coronéis Sena Madureira e Cunha Matos, provocando descontentamentos no Exército e resultando num violento discurso do Visconde de Pelotas, que era um militar exercendo, naquele momento, um mandato de senador, o qual tomou a defesa dos militares punidos. O ministro que aplicou as punições, general Franco de Sá, que também era senador, reassumiu sua cadeira no Senado e replicou às acusações no mesmo tom, reafirmando sua posição de manter os militares afastados de manifestações políticas. Um dos coronéis punidos, Sena Madureira, se achava em Porto Alegre, sob o comando do marechal Deodoro da Fonseca. Sentindo-se ofendido com o discurso do exministro, Sena foi aos jornais e publicou uma nota violenta contra o General Franco de Sá, com o que envolvia indiretamente o seu comandante, marechal Deodoro, que foi interpelado a respeito. Agravava-se a crise. Deodoro enviou um ofício, por via marítima, manifestando sua opinião de que "não há questão disciplinar, porque o regulamento veda discussão entre o subordinado e seu superior. O senador Franco de Sá atuava como parlamentar e não como militar, não sendo, naquele momento, um superior se dirigindo ao coronel, mas sim um senador a emitir sua opinião". Esse oficio cruzou com outro que veio do Rio de Janeiro, também por via marítima, aplicando punição a Sena Madureira por "referências inconvenientes a um membro do Parlamento e por ter criticado atos de um ex- Ministro da Guerra". Deodoro recusou-se a aplicar a punição. Sena Madureira, longe de se acomodar, voltou à imprensa com nova manifestação. No Rio, o ex-ministro e senador exigiu explicações do Chefe do Conselho, Barão de Cotegipe. E, de Porto Alegre, Deodoro comunicava ao governo que havia autorizado outros oficiais a fazerem manifestações de solidariedade ao colega punido. No Rio de Janeiro, o jornal "O País", de Quintino Bocaiúva, publicava um manifesto de solidariedade a Deodoro, assinado por 150 oficiais e cadetes. E Benjamim Constant, que também era militar, conseguiu um manifesto, assinado por Deodoro e pelos oficiais sob seu comando, na defesa dos direitos da classe. Na tentativa de debelar a crise, o governo manda vir ao Rio de Janeiro o marechal Deodoro e o coronel Sena Madureira, mas o tiro sai pela culatra, pois, ao chegarem à capital federal, em 26 de janeiro de 1887, os dois foram recebidos com entusiásticas manifestações de oficiais e cadetes. Provocações de um lado e de outro, queda de Ministro, apelos a D. Pedro para que interferisse na questão, tudo foi experimentado, sem efeito, até surgir a figura conciliadora de Rui Barbosa, que, reunido com os militares na casa de Deodoro, redigiu um manifesto pacificador, assinado primeiro por Deodoro e pelo Visconde de Pelotas, em seguida pelos demais. Depois, em 18 de maio de 1887, o visconde de Pelotas fez um discurso no Senado, na presença do Barão de Cotegipe, pedindo a todos os envolvidos que, em nome da nação, a questão fosse encarada e resolvida de modo honroso e digno. Mas o mal já estava feito e não havia mais como restabelecer a confiança recíproca entre governo e militares. Aquele representava a ordem, estes detinham a força. O desfecho havia de ocorrer, apenas não se sabia quando. Proclamação da República O movimento de sedição que levou ao golpe de Estado, derrubando o Império e proclamando a República, não foi um acidente. Estava bem planejado e tinha até uma

11 11 data para acontecer: 17 de novembro de A operação foi bem planejada e envolvia mesmo táticas de guerra, como a da contra-informação, isto é, a divulgação de boatos para criar um clima propício à ação. Falhou apenas na cronologia, pois Quintino Bocaiúva e o major Solon Ribeiro provocaram sua antecipação. Deodoro adoeceu, e recolheu-se à sua casa. Coube, então ao major Solon espalhar a falsa notícia de que Deodoro estava preso, juntamente com Bocaiuva, e que, por ordem do ministro Visconde de Ouro Preto, vários batalhões seriam removidos da capital para pontos distantes do país. Esse alarme falso provocou a rebelião imediata de dois batalhões da Cavalaria, aquartelados em São Cristóvão, aos quais se juntou, logo em seguida, todo o Regimento de Cavalaria e, pouco depois, várias outras unidades militares. Isso aconteceu no dia 14 de novembro de Logo na manhã do dia seguinte, foram buscar Deodoro em sua casa, o qual, apesar de doente, assumiu prontamente o comando das Forças Armadas. O ministro Ouro Preto avisou o Imperador sobre o movimento e, em seguida, tentou juntar forças para a resistência, reunindo, no pátio do Quartel General, no Campo de Santana, todo o destacamento policial ao seu alcance, e mais a Brigada de Infantaria, sob o comando do general Almeida Barreto, ficando a cargo de Floriano Peixoto (até então aparentemente legalista) comandar ambas as forças para o contraataque. Faltou disposição, tanto aos comandados, quanto ao comandante, para que esse contra-ataque se realizasse. As tropas rebeldes invadiram o edifício do Ministério da Guerra, entre vivas e aclamações dos soldados que deveriam defendê-lo. Ali mesmo, após um diálogo "ligeiro e ríspido", o Marechal Deodoro determinou a prisão do Visconde de Ouro Preto, dirigindo-se depois ao Arsenal da Marinha, para confirmar o apoio da Armada, consumando, assim, o golpe. Não houve participação popular. O povo olhava, indiferente, as tropas que circulavam pela rua do Ouvidor e outras ruas da cidade. Ainda na tarde do dia 15 de novembro de 1889, José do Patrocínio conseguiu reunir um pequeno agrupamento popular que, de tão pequeno, coube dentro da Câmara Municipal. À noite, o mesmo Patrocínio foi à casa de Deodoro para levar um manifesto com as poucas assinaturas que conseguiu obter. E é só o que registra a história, quanto ao envolvimento popular no ato de Proclamação da República. O Presidente do último gabinete parlamentar, Visconde de Ouro Preto, foi deportado para a Europa. O major Sólon Ribeiro, já referido acima, entregou ao Imperador uma mensagem do Governo Provisório, que o obrigava a deixar o Brasil, o que aconteceu na madrugada do dia 17. Toda a família imperial foi transportada para a corveta "Parnaíba", de onde ocorreu o transbordo para o vapor Alagoas. Segue, para o exílio, o Imperador, e com ele, meio século de história do Brasil imperial. Estava proclamada a República e voltavam as esperanças de se construir uma nova nação, dentro dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. * * * Capítulo Dois PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA Deodoro e Floriano No mesmo dia 15 de novembro de 1889, após a Proclamação da República, é editado o Decreto nº1 do Governo Provisório, traçando as diretrizes básicas do regime que se iniciava. Fica instituída a República dos Estados Unidos do Brasil, adotando como forma de governo a República Federativa, isto é, o poder passa a ser compartilhado com as vinte unidades provinciais, ao contrário da Monarquia, onde o sistema era unitário e centralizado. O Rio de Janeiro, que era designado "Município Neutro da Corte" passa a ser "Distrito Federal". As províncias, agora, chamam-se "Estados". Deodoro é o chefe do Governo Provisório, enquanto se estabelece a nova ordem para a convocação de eleições constituintes. Já pela manhã do dia 15, logo após o golpe, o tenente Vinhais apodera-se do telégrafo, enviando mensagem a todos os Presidentes de Província, na qual anuncia a implantação do novo regime e a deposição do ministério monárquico, "pelas forças de terra e mar". Ao contrário do que ocorrera por ocasião da Independência, desta vez não há qualquer reação à mudança, registrando-se até uma certa apatia, como se estivesse administrando um fato esperado há algum tempo, e agora apenas consumado. Somente a Bahia

12 12 esboça um sinal de reação, para voltar logo à normalidade, ao saber que o Imperador cedera à imposição das circunstâncias, e que a tomada do poder deu-se sem derramamento de sangue. Diante da transição pacífica de regime, cuida-se de tomar as providências para sua consolidação. Deodoro organiza seu primeiro Ministério, formado com os civis e militares mais envolvidos com o processo de mudança: Justiça, Campos Sales; Guerra, Benjamin Constant; Marinha, contraalmirante Eduardo Wandenkolk; Relações Exteriores, Quintino Bocaiúva; Interior, Aristides da Silveira Lobo; Fazenda, Rui Barbosa; Agricultura, Comércio e Obras Públicas, Demétrio Ribeiro. Este último foi nomeado por indicação dos positivistas e Deodoro sequer o conhecia [o positivismo é sistema filosófico materialista, que se apoia exclusivamente nos fatos e experiências práticas, repelindo por inteiro os princípios de fé. É partidário de um governo forte e centralizado]. No dia 17, após a partida de D. Pedro 2º, os positivistas, por sugestão de Benjamim Constant, vão ao Palácio, em passeata, para prestar solidariedade ao novo governo, levando à frente uma faixa com os dizeres "Ordem e Progresso", frase criada por essa corrente filosófica e incorporada em seguida à nova Bandeira Nacional, criada por decreto de 19 de novembro. Com dois representantes no pequeno Ministério, esperavam eles direcionar o governo e a constituição na trilha de suas idéias. Se não o conseguiram de todo, pelo menos deixaram presença marcada por toda a República Velha e na outra subseqüente, perdendo, porém, gradativamente, o fascínio que despertavam no final do império. Dentre as primeiras medidas do Governo Provisório, destacam-se a separação entre a Igreja e o Estado, a secularização dos cemitérios, e a instituição do registro civil de nascimentos, casamentos e óbitos, o que, até então, era validado pela Igreja. Ficou acertado também, que, no primeiro aniversário da República, se instalaria a Assembléia Constituinte, segundo convocação a ser feita oportunamente. Assembléia Constituinte As providências para a instalação da Constituinte já iam adiantadas. Em 3 de dezembro de 1889, dezoito dias após a Independência, o governo nomeava uma comissão, presidida por Saldanha Marinho e composta de cinco juristas, com a missão de elaborar um anteprojeto a ser encaminhado aos constituintes, em seu tempo oportuno, para análise e aprovação. Essa comissão apresentou, não um, mas três anteprojetos, redigidos respectivamente por Américo Brasiliense, Rangel Pestana e Magalhães Castro. Esses três trabalhos são, agora, entregues a um outro jurista, Rui Barbosa, que, com sua proverbial habilidade, reuniu as idéias em um único texto, unificando conceitos, aprimorando a forma e, além do que lhe fora pedido, alterando até o conteúdo dos textos iniciais, ao acrescentar, na consolidação, vários dispositivos que não estavam nos anteprojetos originais. Se, em teoria, tudo estava correndo dentro do concertado com os republicanos, na prática, a coisa era diferente. Como dissemos, no Ministério, havia dois positivistas, Benjamin Constant e Demétrio Ribeiro, ambos defensores de um governo forte e centralizado e, sobretudo este último, tudo fazia para que fosse protelada a convocação da Assembléia. Dentro do Exército, também, surgia uma corrente, sustentada por destacados militares, que defendia a manutenção de todo o poder com o Governo Provisório. O próprio marechal Deodoro relutava em fazer a convocação, irritando os republicanos mais exaltados, os quais se manifestavam pela imprensa, reclamando o prosseguimento da democratização do e lembrando que a indefinição do governo já vinha causando desconfianças em países amigos, que retardavam em reconhecer o novo regime, trazendo dificuldades para o comércio exterior. Prevaleceu o bom senso e, em 22 de junho de 1890, finalmente, realizou-se a convocação da Constituinte para a data já estabelecida, com eleições a se realizarem dois meses antes. Com efeito, as eleições se realizaram em 15 de setembro de 1890, porém, em ambiente tumultuado e com sérias acusações quanto à lisura do pleito, já que nomes totalmente desconhecidos conseguiram um número expressivo de votos, incompatível com sua pouca ou nenhuma projeção junto ao eleitorado. Mas, pelo menos, houve eleições, e grandes inteligências nacionais conseguiram se sobressair, impondo sua força de liderança e neutralizando a vulgaridade dos demais. Com exceção de Benjamim Constant, que não se candidatou, os demais ministros (Campos Sales, almirante

13 13 Wandenkolk, Quintino Bocaiúva, Silveira Lobo, Rui Barbosa e Demétrio Ribeiro) foram todos eleitos. O anteprojeto, com a nova redação proposta por Rui Barbosa, foi então encaminhado à Assembléia Constituinte que, como previsto, se instalou no dia 15 de novembro de Nova Constituição Em um ano e dois meses, o projeto final estava pronto, discutido, emendado e votado. A Constituição, em sua redação final, foi promulgada pelo Congresso em 24 de fevereiro de 1891, entrando imediatamente em vigor. No dia seguinte, seria eleito o presidente da República, nesta primeira vez, excepcionalmente, por via indireta, com o voto dos parlamentares. Somente a partir do segundo Presidente é que as eleições passariam a ser por voto direto. A nossa Carta Magna, embora incorporando as várias medidas já tomadas pelo Governo Provisório, era inspirada na Constituição norte-americana, estabelecendo no país um regime republicano, com governo presidencialista e sistema federativo. (O contrário disto seria regime monárquico, com governo parlamentarista e sistema unitário). Na prática, os governos que se seguiram adotaram apenas um presidencialismo forte e centralizado, dificultando ao máximo a aplicação do princípio federativo, já que os Estados sempre foram dependentes, política e financeiramente, do governo central. O fiel da balança pendeu, agora, para as oligarquias rurais, principalmente de São Paulo e Minas Gerais, gerando a política que ficou sendo conhecida como de café com leite, com o poder se alternando entre esses dois Estados até o fim da República Velha, em Porém, em relação à Constituição de 1824, a nova Carta representou considerável avanço. As eleições para a Câmara, Senado e Presidência da República passaram a ser diretas e universais. Na Carta anterior somente os deputados eram eleitos e, assim mesmo, por voto censitário, isto é, segundo a renda de cada um. Os senadores deixaram de ser vitalícios. O voto era livre (não obrigatório) e universal (cada eleitor, um voto, sem contar a renda de cada um) mas somente para homens, maiores de 21 anos, e com uma série de outras restrições, pois estavam proibidos de votar, além das mulheres, também os analfabetos, os militares e os religiosos. Com todas essas limitações, e não sendo obrigatório o voto, o número de eleitores era muito pequeno, representando muito pouco o universo populacional, em torno de 40 milhões de almas. As mulheres ganharam direito a voto na Constituição de 1934, os militares e os religiosos, na de 1945 (com idade reduzida para 18 anos) e os analfabetos, na de 1988 (com idade reduzida para 16 anos). Nos cem anos de República ampliouse, pois, passo a passo, o contingente eleitoral, tornando-o mais expressivo com relação ao conjunto da população. Todavia, o que jamais se conseguiu eliminar, foram a fraude, sempre presente nas eleições brasileiras, a influência do poder econômico nas mais variadas formas e o uso da máquina em favor dos candidados do governo. Eleição do primeiro Presidente Enquanto se discutia a nova Constituição, eram feitas articulações para a eleição presidencial. Como se recorda, Deodoro era chefe do Governo Provisório e urgia eleger o presidente da República para um mandato regular, previsto para quatro anos. Na oposição, lançaram-se as candidaturas de Prudente de Morais e do marechal Floriano Peixoto, respectivamente para presidente e vice; pelo governo, aparecia o nome do próprio marechal Deodoro para presidente, tendo como companheiro de chapa o almirante Eduardo Wandenkolk. Deodoro permaneceu candidato sem se afastar do governo, o que o mantinha como chefe das Forças Armadas e, literalmente, com maior poder de fogo. O ambiente era pesado e a discussão transcorreu por todo o período constituinte, em clima tenso e no meio da boataria. Ninguém em sã consciência acreditava que, perdendo as eleições, Deodoro consentisse entregar o poder aos seus opositores. E o rumo tomado pelos acontecimentos mostrava a realidade da situação, como conta o historiador Hélio Silva: "Corria entre os Congressistas rumores de que as tropas sairiam dos quartéis, no caso de o marechal Deodoro não ser eleito. Alarmados com o que se dizia, Floriano, Campos Sales, José Simeão e outros, resolveram se reunir na casa deste último para planejar as providências que deveriam tomar no caso de vitória de Prudente [oposição]. Proclamado o presidente da República, o Congresso deveria dar-lhe posse imediatamente, no próprio edifício onde funcionava. O Ministério, também, já deveria estar organizado. Passariam a aguardar os acontecimen-

14 14 tos em sessão permanente, enquanto se trataria de angariar reforços. O almirante Custódio de Melo [também da oposição] já tinha armado um esquema para reagir. Eleito Prudente, o militar iria a toda pressa para o cais novo, embarcaria num escaler à sua disposição a caminho do cruzador Primeiro de Março. Seu plano era levantar as forças de mar". Percebe-se o ambiente em que transcorreram as eleições. Acordos de bastidores, porém, garantiriam a eleição do marechal Deodoro para Presidente, enquanto que os governistas se propuseram em eleger para vice o candidato da oposição, marechal Floriano Peixoto. Foram, em conseqüência, sacrificadas as candidaturas de Prudente (oposição) e Wandenkolk (governo), numa dobradinha que procurava misturar óleo e água, na esperança de obter uma substância homogênea. "Votaram 234 representantes. Prudente passa a presidência [do Congresso] a Antônio Euzébio Gonçalves de Almeida para fazer a apuração. O marechal Manuel Deodoro da Fonseca é eleito por 129 votos, contra 97 dados a Prudente de Morais. Depois, é feita a eleição para vice-presidente. O marechal Floriano Peixoto, candidato da oposição, é eleito por 153 votos, contra 57 dados ao almirante Eduardo Wandenkolk." Com o "jeitinho brasileiro", estava vencida a primeira crise. Outras mais estavam por vir. Quem era Deodoro Manuel Deodoro da Fonseca, agora Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, nasceu em Alagoas em 1827, participou da repressão a revoltas contra o Império e esteve presente nas guerras do Prata e do Paraguai, chegando ao posto de marechal em 1884, após o que foi nomeado comandante-de-armas no Rio Grande do Sul, onde se envolveu nos acontecimentos, que, à sua revelia, colocaram-no na liderança do movimento que pôs fim ao Império. Há muitas semelhanças entre o comportamento de Deodoro, nosso primeiro Presidente, e D. Pedro 1º, nosso primeiro Imperador. Os dois eram liberais, mas apolíticos, tinham uma formação voltada para o militarismo, eram temperamentais e impulsivos, defendiam suas idéias até o uso extremo da força, mas um e outro revelavam ingenuidade total no que se refere ao jogo político. D. Pedro prosperou enquanto tinha ao seu lado o hábil José Bonifácio, que lhe moldava as idéias e sugeria os caminhos a percorrer, mas deu-se mal quando os Andradas passaram para a oposição. Já o velho marechal (Deodoro assumira o governo com 62 anos) não tinha quem e- xercesse uma influência maior dentro do governo e lhe dirigisse as ações no trânsito pela complicada teia da vida pública, em que é preciso administrar, ao mesmo tempo, várias correntes antagônicas. Foi assim que, logo no início do Governo Provisório, comprou o plano mirabolante de seu Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, que consistiu na e- missão desenfreada de moeda sem lastro, originando a especulação, gerando inflação e piorando a situação financeira do país, que já se tornara ruim no final do Império. Como agravante, consentiu com a exigência de Rui para que o plano fosse posto em prática sem discussão prévia com o restante do Ministério, com o que assumiu individualmente as conseqüências pelo seu fracasso. Como quebra, criando um clima de animosidade entre Rui e seus auxiliares diretos, acrescentou ao governo mais dificuldades do que podia administrar. No mais, sua inexperiência política era proverbial. Ao receber, mais tarde, o anteprojeto da Constituição, consolidado pelo próprio Rui, reclamou da inexistência, nele, de um Poder Moderador, dando ao Executivo a prerrogativa de dissolver o Congresso e convocar novas eleições. Achava que era impossível governar, se não tivesse controle pessoal sobre o parlamento. Por fim, eleito Presidente, transferiu para o barão de Lucena a incumbência de organizar um novo Ministério, como se ainda estivéssemos no regime parlamentarista. Tal como aconteceu com D. Pedro, essa inexperiência, aliada à impulsividade, colocou-o, por fim, em confronto aberto com seus opositores, até criar uma situação irreversível, fechando todos os caminhos para o diálogo e ficando sem alternativas para enfrentar uma crise por ele mesmo criada. Deodoro era casado com dona Mariana Cecília de Sousa Meireles e não tinha filhos. O fechamento do Congresso e a renúncia O acordo emergencial, feito por ocasião das eleições presidenciais, desgostou profundamente a oposição e estabeleceu as raízes da instabilidade política, pois, junto com Deodoro, também foi eleito o marechal Floriano Peixoto que, além de oposicionista, era inimigo pessoal do Presidente. Inicia-se

15 15 logo uma conspiração para a derrubada do governo, com a participação pouco velada do próprio vice-presidente, enquanto, no Congresso, uma oposição persistente praticamente obstruía a ação presidencial. Por outro lado, decretos governamentais polêmicos causavam péssima repercussão junto ao Congresso e à opinião pública. Um deles, foi a concessão do porto de Torres a empresa privada, com empréstimos em condições especiais e outras facilidades. Mais concessões se fizeram da mesma maneira, uma delas envolvendo a Companhia Geral de Estradas de Ferro. A reforma do Banco do Brasil deu margem a favorecimentos que acabariam envolvendo nomes importantes da vida nacional, entre empresários e políticos influentes. Não havia, entretanto, má fé do Presidente, que acreditava piamente estar colaborando para acelerar o desenvolvimento nacional. No meio de tantos "amigos", Deodoro nem precisava de inimigos, se bem que os tinha, e muitos, principalmente dentro do Congresso Nacional, onde a situação se tornou insustentável. Impossibilitado de governar, tomou uma medida de extrema gravidade, cujas conseqüências nem de longe podia imaginar: por decretos presidenciais, fechou o Congresso Nacional, estabeleceu estado de sítio e mandou que forças militares cercassem os edifícios da Câmara e do Senado. Embora a maioria dos parlamentares aceitasse a situação de fato, retirando-se para seus Estados de origem, um grupo de deputados, de pequeno número mas de grande força, intensificou o movimento conspiratório e conseguiu levantar a Marinha, sob o comando do almirante Custódio José de Melo, colocando em cheque o governo. Este inicialmente pensou em resistir, mas depois desistiu, temendo que o choque de tropas militares viesse levar o país a uma guerra civil de conseqüências imprevisíveis, porém, certamente, desastrosas.. Doente, cansado e desiludido, Deodoro manda chamar Floriano, a quem entrega o governo, assinando o ato de renúncia, em 23 de novembro de 1891, com uma frase que deixou para a História: "Assino o decreto de alforria do último escravo do Brasil.." Morre nove meses depois e, conforme seu desejo expresso, é enterrado em trajes civis, dispensadas as honras militares. Os que o conheceram, sempre elogiaram sua integridade. O grande mal de Deodoro foi que, durante toda vida, preparou-se para a guerra, mas estava despreparado para a paz. Sua formação era de caserna e o ambiente político exige um jogo contínuo de simulações, de avanços e recuos, que não condiziam nem com o temperamento, nem com a personalidade do marechal, dotado de uma espinha dorsal inflexível. Quem era Floriano Floriano Vieira Peixoto, que assume a presidência da República após a renúncia de Deodoro, nasceu em Vila de Ipioca, Alagoas, em Filho de uma família pobre e numerosa (tinha outros nove irmãos), seus pais o entregaram aos cuidados de um tio, senhor de engenho no litoral alagoano. Patrocinado pelo tio, estuda no Rio de Janeiro e, terminado o colégio, assenta praça num quartel de Infantaria para, em seguida, matricular-se no Colégio Militar. Teve participação ativa na Guerra do Paraguai, atuando nas batalhas de Tuiuti, Itororó, Lomas Valentinas e outras. Paralelamente à vida militar, sempre manifestou especial interesse pela política, sendo filiado ao Partido Liberal, que fazia oposição ao governo imperial. Em seu Estado natal, tornou-se proprietário de dois engenhos, o que lhe deu contato com a vida rural, a pobreza e a injustiça social, rotinas bem conhecidas do povo nordestino. Mesmo sendo senhor de engenho, tinha uma posição francamente abolicionista. Em 1884, foi nomeado presidente da Província de Mato Grosso, onde ficou por um ano. Chegou ao topo de sua carreira militar em 1888, ao ser promovido a marechal-de-campo. No último gabinete do Império, foi nomeado ajudante geral do Exército. Nessa condição, em 15 de novembro de 1889, coube a ele comandar as tropas que, dentro do Campo de Santana, deviam preservar o Quartel General do Exército contra a investida dos soldados do marechal Deodoro, protegendo a autoridade do Chefe de Governo ali asilado. Recusou-se, porém, a ordenar o contra-ataque, permitindo que Deodoro invadisse o quartel, com a subsequente prisão do ministro Visconde de Ouro Preto, chefe do Conselho de Ministros do Império. Essa traição jamais for perdoada pelos seus inimigos que lhe apontam, também, outras fraquezas de caráter, como relaciona Iberê de Matos: "a traição a Ouro Preto [mencionada acima]; a aversão que lhe tinham Deodoro e Benjamin Constant, que não podiam ser gratuitas; a atitude dúbia ou

16 16 traiçoeira no episódio da eleição [à Presidência]; o apego ambicioso a um poder que não lhe pertencia; a impiedosa repressão, com requintes de maldade, culminando com as tentativas de assassinato, pelo desterro para regiões inabitáveis, de homens como José do Patrocínio, e os massacres no Paraná e Santa Catarina; seu desprezo pela dignidade de homens como Gaspar da Silveira Martins, Custódio de Mello, Saldanha da Gama, Wandenkolk, José do Patrocínio, Olavo Bilac e tantos outros que foram vítimas de processos infamantes e perversos..." Outro autor, José Maria Bello, faz sua análise da personalidade de Floriano: "Não se distinguia Floriano por nenhum dom exterior de fascínio ou de domínio. Descuidado de si mesmo, máscara medíocre, de traços inexpressivos e adoentados. Falta-lhe, por exemplo, o porte marcial, o élan, o olhar lampejante de Deodoro. Não lhe vibra a voz arrastada de caboclo do Norte; não se lhe impacientam jamais os gestos e as atitudes. Pela perfeita impassibilidade, como por outras virtudes e defeitos, lembra Benito Juarez [presidente mexicano do Século 19], vindo da mesma origem ameríndia. Não tem brilho a sua inteligência que é, especialmente, a intuição divinatória dos homens. Escassa a sua cultura, quase reduzida aos vulgares conhecimentos técnicos da profissão. Não revela curiosidades intelectuais, dúvidas, aflições de vida interior. Desdenha o dinheiro. Deixamno completamente indiferente as comodidades materiais da vida. Despreza a humanidade e, por isso mesmo, nivela facilmente todos os valores que o cercam. Confundindose de bom grado nas multidões humildes das ruas, conserva-se, entretanto, impenetrável a qualquer intimidade. A família, de pequeno estilo burguês, esgota-lhe, porventura, a capacidade afetiva. Como os de sua raça cabocla, é um irredutível desconfiado. Não se expande nunca. Simples e acessível embora, é incapaz de intempestivas familiaridades, de grossas e alegres pilhérias, tão fáceis, sempre, em Deodoro. No fundo, um triste. A sua ironia, tão frisante no vasto anedotário que corre por sua conta, tem sempre alguma coisa do gélido e do cruel dos temperamentos ressentidos e amargos." Este homem, cujo perfil o aproxima mais a uma máquina do que a um ser humano, chegava agora ao governo propondo consolidar a República com sua mão de ferro. Era casado com dona Josina Vieira Peixoto e tinha oito filhos: Ana, José, Floriano, Maria Teresa, José Floriano, Maria Amália, Maria Josina e Maria Anunciada. A questão constitucional Começa bem o governo. Logo ao assumir, em 23 de novembro de 1891, Floriano procura restabelecer a ordem constitucional quebrada por Deodoro. Convoca, para o dia 18 de dezembro, o Congresso fechado por seu antecessor e acaba com o estado de sítio, restabelecendo todas as garantias constitucionais Mas, por outro lado, intervém no sistema federalista, depondo, em nome da ordem, quase todos os governadores de Estado que apoiaram Deodoro quando este decretou a dissolução do Congresso. Criou, porém, outra crise institucional. O artigo 42 da nova Constituição determinava que, "se no caso de vaga, por qualquer causa, da Presidência ou vice-presidência não houverem ainda decorridos dois anos do período presidencial, proceder-se-á a nova eleição". Floriano recusou-se a fazê-lo, alegando que a Constituição se referia a eleição presidencial pelo voto direto, sendo que Deodoro e ele foram eleitos em condições excepcionais, por voto indireto do parlamento. Com efeito, por um cochilo de redação, as Disposições Transitórias estabeleciam que a primeira eleição seria indireta e que "O Presidente e o vice-presidente eleitos na forma deste artigo [por via indireta] ocuparão a Presidência e a vice-presidência da República por quatro anos". Ora, Deodoro renunciou e Floriano não, permanecendo válido seu mandato. Eis o ardil utilizado. Sendo "vice" por todo o período de quatro anos, cabia a ele, Floriano, substituir o Presidente enquanto durasse sua ausência, ou seja, até o final do mandato. Verificaram-se intensos e polêmicos debates, tanto na imprensa como no Congresso, ficando este com a responsabilidade de resolver a questão. Numa solução essencialmente política, o Congresso se manifestou favoravelmente à permanência de Floriano na presidência até o final do período. Essa solução foi defendida como saída pacífica para a crise, dado que, num clima de efervescência política, qualquer outra conclusão poderia trazer conseqüências funestas para a incipiente democracia brasileira. Para cumprir a Constituição, durante todo o mandato, Floriano se considerava "vice-presidente, em substituição ao Presidente ausente".

17 17 Revolta da Armada (1892) No dia 6 de abril de 1892, é lançado um manifesto, assinado por treze generais e almirantes, exigindo que Floriano convoque novas eleições, nos termos da Constituição. Entre os signatários, está o contra-almirante, Eduardo Wandenkolk, que nas eleições indiretas, teve de engolir a derrota, em favor do acordo de bastidores que entregou a vice- Presidência ao marechal Floriano. Paralelamente, ocorrem manifestações populares nas ruas do Rio de Janeiro, enquanto a imprensa incendeia os ânimos, alimentando a polêmica em torno de tão controvertida matéria. Floriano, então, apela à força bruta, reprimindo com energia os protestos de rua, decretando estado de sítio e colocando na indisponibilidade os oficiais insubordinados, através de aposentadoria compulsória que os retirou do comando, solucionando, momentaneamente a crise. Não contente com a vitória, manda castigar severamente os envolvidos, deportando-os para as selvas inabitadas da Amazônia, e condenando-os a viver como bichos do mato, distantes da civilização. Não foram poupados jornalistas, homens de letras e até congressistas, que estavam protegidos com imunidades parlamentares. Entre estes se encontrava José do Patrocínio, o homem que se empenhou na libertação dos escravos e, depois, se entregou à causa republicana. No ano seguinte, porém, o contraalmirante Custódio de Mello, ministro da Marinha, se desentende com o marechal e demite-se, sublevando grande parte da Armada, estacionada na baía da Guanabara, e recebendo reforços com o apoio do almirante Saldanha da Gama, em dezembro de Ambos tinham pretensões diferentes, já que Saldanha continuava monarquista mas, neste momento, a aliança convinha a um e outro. A seu lado, está também o almirante Wandenkolk que, por razões pessoais, desejava ver o marechal fora do poder. Felizmente para o marechal, a sublevação não atingiu o Exército, que permaneceu fiel ao governo, o qual contava ainda com o apoio da nova classe dominante na República, a oligarquia formada pelos ruralistas. Como resposta imediata, Floriano ordenou à artilharia um contra-ataque que atingiu pesadamente os rebelados. Não encontrando maior receptividade no Rio de Janeiro e fracassando em sua tentativa de tomar a cidade, uma boa parte da Armada se retirou para o sul do país com o fim de reforçar a Revolução Federalista iniciada no Rio Grande no ano anterior. Desembarcou na cidade de Desterro, Santa Catarina (hoje, Florianópolis, em homenagem a Floriano) e procurou contato com os revolucionários gaúchos que, entretanto, não viram com bons olhos esse apoio inesperado e não solicitado. Enquanto isso, o Governo central consegue restabelecer sua frota, enviando-a também para o sul e sufocando a Revolta da Armada. Revolução Federalista no Sul (1893) A par com a eleição para a criação da Assembléia Nacional Constituinte, elegia-se, também os representantes que iriam cuidar de redigir, votar e promulgar, em seu Estado, a Constituição Estadual. Assim se fez, também, no Rio Grande do Sul e, em 14 de julho de 1891, exatamente na data do centenário da promulgação da Carta Magna da França, era proclamada a Constituição gaúcha, reproduzindo, quase na íntegra, o anteprojeto redigido por Júlio de Castilhos, com o auxílio de Assis Brasil e Ramiro Barcelos, com teor fortemente centralizador, concentrando grande parte dos poderes nas mãos do governador do Estado. Com efeito, a partir desta data, o Governador passava a ser eleito por cinco anos, com direito a reeleição (mais tarde, Borges de Medeiros, usando deste dispositivo, ficou no poder por 28 anos). Além disso, podia governar por decreto e tinha a prerrogativa de nomear, ele próprio, o vice-governador. Havia um legislativo, mas sua ação se restringia à elaboração e aprovação do orçamento. Prevaleciam, pois, no Rio Grande, as idéias dos positivistas, aliados de um governo forte, centralizado e ditatorial. Assim, eleito governador, Júlio de Castilhos, nos seus 31 anos de idade e amigo do então Presidente Deodoro da Fonseca, passou a ser o mais jovem ditador no Brasil. Acontece que, à semelhança de seus vizinhos uruguaios, o Rio Grande do Sul possuía duas correntes políticas fortes e claramente definidas: de um lado os "blancos", republicanos, também conhecidos como "chimangos"; de outro, os "colorados", federalistas, também conhecidos como "maragatos". Júlio de Castilhos era um republicano e, com a Constituição que ele mesmo preparou, garantiu-se perpetuamente no poder, afastando a chance de seus opositores. Estava espalhada a semente da discórdia que levaria o Rio Grande do Sul a dois

18 18 anos e meio de uma guerra sangrenta e fratricida. A revolta explode em 1893 e os combates se espalham por todo o Estado. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, sai Deodoro, entra Floriano. Este, pela lógica deveria aliar-se aos federalistas, contudo achou-os perigosos ao novo regime, por defenderem, ainda, ideais monarquistas. Assim, o novo Presidente optou por apoiar os republicanos, liderados pelo governador Júlio de Castilhos, apesar de este ser amigo de Deodoro e haver, tempos atrás, assumido posição contra a permanência de Floriano no poder. Política tem dessas coisas... No início de 1894, os federalistas avançam sobre Santa Catarina, seguem até a cidade de Desterro (Florianópolis) e vão se juntar aos revoltosos da Armada, que vieram do Rio de Janeiro (ver tópico anterior), seguindo depois para o Paraná, onde tomam a cidade de Curitiba. Não havia, porém, fôlego para continuar. Uma revolução, naquela época, com grande limitação de recursos técnicos, exigia quantidade apreciável de homens, por conseguinte, armamento e munição para todos eles, o que faltava aos revoltosos. Com prudência, então, recuaram, concentrando-se apenas no Rio Grande do Sul e mantendo sua posição até a saída de Floriano e a posse do novo Presidente, Prudente de Morais, que consegue um acordo honroso para ambas as partes. O governo de Júlio de Castilhos saiu fortalecido com o apoio que recebeu de Prudente de Morais, ao mesmo tempo em que o Congresso Nacional, participando dessa obra de pacificação, votou a anistia total aos participantes do movimento revolucionário. Estava superada a crise, mas não permaneciam as divergências. Os "blancos" e os "colorados" tinham ideais quase irreconciliáveis e marcavam suas posições políticas até pela cor dos lenços que amarravam ao pescoço. Os mais fanáticos, cuidavam também da cor das roupas usadas em casa e pelos familiares. A propósito, comenta D. Alzira Vargas do Amaral Peixoto, em seu livro "Getúlio Vargas, meu Pai": "Comecei a observar em torno de mim e a fazer perguntas. Por que havia desespero e ódio em tantas fisionomias? Por que não podia cumprimentar certas pessoas? Por que janelas se fechavam silenciosamente e outras se abriam ostensivamente? Por que não podia usar vestidos de cor vermelha? Por que uma cidade pequena como São Borja se dava ao luxo de possuir dois clubes sociais? Por que só podíamos entrar em um e devíamos virar o rosto quando éramos obrigados a passar em frente ao outro? Por que somente uma parte da família de minha avó, do ramo Dornelles, tinha relações conosco? Por quê?" Essa situação perdurou até 1928, quando Getúlio Vargas (um "blanco" casado com uma "colorada") assumiu o governo do Rio Grande do Sul e iniciou um processo de união entre as duas facções, mostrando que aquele Estado não conseguiria sair de suas fronteiras para abraçar o resto do país, enquanto se ocupasse inteiramente com lutas internas. Por fim, unidos os destinos, em 1930, Getúlio, um "blanco", colocou em seu pescoço um lenço vermelho e subiu com destino ao Rio de Janeiro para a derrubada do Presidente Washington Luís e a tomada do poder, no qual permaneceu 15 anos! Consolidou-se a República Os anos do governo Floriano foram difíceis para ele e, sem dúvida, muito mais difíceis para seus opositores, perseguidos sem trégua e castigados na forma da lei e muito além do que a lei permitia... Seu governo, longe de ser pacificador, foi um agente multiplicador de ódios, de tal maneira que a posse de Prudente de Morais, em 15 de novembro de 1894, trouxe a todos um alívio geral, mesmo com o conhecimento de que os dois eram amigos e correligionários. Floriano deixou uma terrível marca em sua passagem pela Presidência e os historiadores lhe reservam, no inferno, um apartamento perpétuo, sem ar condicionado. Todavia, foi o marechal tudo o que dele falam? O processo histórico é extremamente lógico, não se guia por princípios de ética. Herói é o vencedor, subversivo é quem perde. E Floriano ganhou a luta, cumprindo seu objetivo, qual seja, o de consolidar a República, permitindo que os seus sucessores (à exceção do marechal Hermes) fossem todos civis e, até o fim da República Velha, a sociedade teve sua participação no governo, ainda que de forma limitada, representada pelas suas oligarquias. Mas o poder político-militar se manteve afastado durante esse período de quarenta anos. Ou se não afastado, pelo menos controlado em todas as tentativas para a retomada do poder. Grupos interessados na perpetuação do regime forte, representado pelo marechal, até que tentaram mantê-lo no poder, gerando

19 19 forte boataria, em meio à qual se realizaram as eleições. E mesmo depois de empossado o novo presidente da República, o primeiro eleito por voto direto, continuou a conspiração dos saudosistas, mais realistas que o rei, e que desejavam a volta do florianismo. A tudo Floriano assistia com desprezo, como conta Hélio Silva: "Quando, meses depois, um grupo de jovens oficiais da Escola Militar vai visitá-lo em seu retiro, na Fazenda Paraíso, na antiga Estação da Divisa, hoje município de Deodoro, Estado do Rio de Janeiro e lhe dirige um apelo como a única esperança da República, Floriano sorri, respondendo com sua frase famosa e derradeira: Eu sou um inválido da Pátria... Não sairá mais dali, até 29 de julho de 1895, quando termina sua vida." O velho e bravo guerreiro não durou nove meses após sua última batalha, mais violenta que todas as outras de que participara na Guerra do Paraguai. E como naquela, conquistou a vitória, apesar da barbárie e das marcas de sangue e violência que deixou em sua passagem. Ao menos para ele, a missão estava cumprida. Descanse em paz. * * * Capítulo Três O CAMINHO DA PACIFICAÇÃO Prudente de Morais Floriano Peixoto, o Presidente que está terminando seu mandato, e Prudente de Morais, o Presidente eleito e em vias de tomar posse, vieram do mesmo partido e até caminharam juntos nos primeiros tempos da República. Ambos haviam sido candidatos de oposição a Deodoro da Fonseca, nas eleições indiretas que se seguiram à promulgação da Constituição de Naquela época, todos se lembram, Prudente aceitou o sacrifício de ver queimada sua candidatura ao mais alto cargo da nação, para que se tornasse possível uma composição, elegendo Deodoro (Presidente) e Floriano (vice). Com todo esse passado de afinidades, o resultado das novas eleições presidenciais, dando vitória a Prudente, deveria despertar o maior entusiasmo nos gabinetes do Palácio Itamarati, onde se achava instalada a sede do governo federal. Entretanto, nada disso aconteceu. Não era do feitio do marechal animar-se com qualquer acontecimento, por importante que fosse e, no caso da indicação do candidato governista, sua atitude foi de prevenção e desconfiança. Quando sondado por Francisco Glicério a respeito do nome de Prudente, o marechal fez sérias ponderações, alertando que uma vez no governo, Prudente se sentiria fortalecido para perseguir até os seus próprios companheiros de partido. Ainda assim, tranqüilizou o chefe republicano, dando sua garantia pessoal de que o eleito, quem quer que fosse, tomaria posse normalmente, em respeito à Constituição. As eleições, efetivamente, se realizaram em 1º de março de 1894 e, conforme o previsto, ganhou o partido governista, com Prudente de Morais, paulista, e Manuel Vitorino Pereira, baiano, respectivamente para Presidente e vice. Embora assumindo o compromisso de garantir a posse, o que realmente fez, Floriano não tomou qualquer iniciativa para facilitar a transição de governo, como costuma acontecer, até mesmo quando o eleito seja um adversário político, que não era o caso. Deixaram Prudente sozinho Nem o próprio eleito imaginava o caminho que teria de trilhar para assumir o cargo e iniciar o seu governo. A desfeita, ou grosseria, que seria o termo mais apropriado, começou em sua chegada ao Rio de Janeiro, por estrada de ferro, num significativo dia de Finados. Nenhuma comitiva oficial para recebê-lo, nem mesmo alguém que, isoladamente, se apresentasse em nome do governo. Nada. Apenas um amigo pessoal, que o ajudou a sair com a bagagem e chegar até o hotel. Mais tarde, um pedido de desculpas. Floriano estava doente e não pôde dar-lhe a atenção que merecia, mas o receberia em audiência quando quisesse. Prudente apressou- se, pois, a enviar um telegrama ao Chefe da Nação solicitando a prometida audiência, tendo como resposta o silêncio total e absoluto. A posse se daria no dia 15 de novembro de 1894 e, desde a sua chegada ao Rio, foram duas semanas de isolamento. No dia 15, Prudente e o seu futuro Chefe de Polícia, André Cavalcanti, esperaram, sem sucesso, pela condução oficial, que não apareceu. Às pressas, alugaram uma carruagem, a única disponível no largo do Machado, toda velha e desconjuntada, e foi com isso que o novo Presidente chegou ao Palácio dos Arcos, onde o Congresso estava reunido para empossá-lo, na presença de representantes de vários países amigos, mas com a ausência

20 20 notada do antecessor. Não houve, pois, a cerimônia tradicional de transmissão de faixa. O representante da Inglaterra, presente à solenidade, percebeu de imediato a situação vexatória em que se encontrava o Presidente empossado e ofereceu-lhe a própria carruagem, luxuosa, para fazer o trajeto até a sede do Governo. Um piquete de alunos do Colégio Militar, reunido às pressas, formou a escolta presidencial, emocionando o novo Presidente. Mas, no palácio, também, ninguém o esperava. As portas estavam abertas, à disposição do primeiro que chegasse. Prudente, então, mandou chamar o chefe-geral da Diretoria dos Negócios do Interior, funcionário de carreira, o qual, no exercício de suas funções, ratificou os primeiros atos do Presidente, inclusive a nomeação do novo Ministro do Interior, com o que o Governo ficou legalmente constituído. Contornando as dificuldades, mas já Presidente, organizou o seu ministério, que ficou assim constituído: Guerra, general Bernardo Vasques; Relações Exteriores, Carlos Augusto de Carvalho; Justiça, Interior e Instrução Pública, Antônio Gonçalves Ferreira; Viação e Obras Públicas, Antônio Olinto dos Santos Pires; Fazenda, Francisco de Paula Rodrigues Alves, conterrâneo e amigo fiel, que lhe foi útil, durante parte do governo, até ser substituído por Bernardino de Campos; Marinha, contra-almirante José Alves Barbosa. Quem era Prudente de Morais Prudente José de Morais e Barros, era descendente de uma família de ruralistas da cidade de Itu, onde nasceu em Embora pertencendo a uma família influente, o que lhe permitiria queimar etapas em sua carreira política, preferiu subir pelo próprio esforço, desde os primeiros degraus, elegendo-se à Câmara Municipal, aos 24 anos, após concluir o curso na Faculdade de Direito de São Paulo. Em 1868, elege-se deputado pela Província de São Paulo pelo Partido Liberal (oposição ao Império). Em 1873, com a fundação do Partido Republicano (ainda dentro do período Imperial), adere a essa nova legenda, passando a ser um propagandista e defensor do regime que viria a ser instalado em Assim, após a Proclamação da República, Deodoro nomeiao Presidente do Estado de São Paulo. Realizando-se as eleições para a Constituinte, elege-se senador e torna-se o presidente do Senado. Perdeu as eleições indiretas à presidência da República, em 1891, para elegerse, finalmente, por via direta, em Com a instalação de seu governo é que, de fato, começa a influência da aristocracia rural, sobretudo de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com destaque para os dois primeiros Estados, numa alternância de poder que deu origem à chamada política do "café com leite". Observe-se que essa "dobradinha" referiase à maior influência dos dois Estados na política nacional e não necessariamente à origem dos candidatos. Deodoro e Floriano eram de Alagoas; Hermes da Fonseca, do Rio Grande do Sul; Epitácio Pessoa, da Paraíba; Washington Luís, do Estado do Rio. Por São Paulo, tivemos Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigues Alves e Júlio Prestes, sendo que este último não chegou a tomar posse. Por Minas, os presidentes foram Afonso Pena, Venceslau Brás, Delfim Moreira e Artur Bernardes. Prudente de Morais era casado com dona Adelaide Benvinda da Silva Gordo, tendo oito filhos: Maria Amélia, Gustavo, Júlia, Prudente, Carlota, Antônio Prudente, Maria Teresa e Paula. Anistia geral Instalado o governo, o problema que se afigurava mais urgente era o da pacificação nacional. No Rio Grande do Sul, a luta entre as duas facções políticas continuava, ameaçando a unidade do país e até a sua soberania, pelo envolvimento indireto das potências vizinhas que, a qualquer pretexto, poderiam intervir, com consequências imprevisíveis, mas fáceis de imaginar, vivas que ainda estavam na memória as guerras cisplatinas e seu trágico desdobramento com a Guerra do Paraguai. No Rio de Janeiro, a situação não era menos grave. Floriano Peixoto sobreviveu apenas alguns meses mais, após o término de seu governo, mas o florianismo estava vivo e atuante, incendiado por militares desejosos de um governo forte, no que eram a- companhados pelos positivistas, partidários da centralização de todo o poder nas mãos de um só homem. Uns e outros não eram muitos, no conjunto da população, mas conseguiam fazer barulho, o suficiente para aparentar uma certa força, criando instabilidade e dificultando a consolidação de um governo democrático, com o respeito devido à Constituição e aos poderes instituídos por ela. Havia, ainda os restauradores, com esperanças

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