Validando um Modelo de Medida de Resistência à Mudança em Organizações Públicas

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Validando um Modelo de Medida de Resistência à Mudança em Organizações Públicas"

Transcrição

1 Validando um Modelo de Medida de Resistência à Mudança em Organizações Públicas Autoria: Antônio Luiz Marques, Renata Simões Guimarães e Borges, Kelly de Morais RESUMO O objetivo desta pesquisa é identificar quais fatores podem influenciar a aceitação ou a resistência à mudança organizacional no setor público. Mais especificamente, como certas resistências individuais e organizacionais afetam negativamente a decisão de aceitar e de cooperar com o processo de mudança organizacional, neste caso, com a implantação da avaliação de desempenho individual. Para testar as hipóteses colocadas neste estudo foi realizado um survey, cujo instrumento utilizado foi o questionário padronizado. A amostra obtida foi de 679 respondentes de três Secretarias de Estado de Minas Gerais: Secretaria de Estado da Educação (SEE), Secretaria de Estado da Saúde, especificamente as unidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG); e Secretaria de Planejamento e Gestão (SEPLAG). Foi utilizado o método PLS (Partial Least Squares) para analisar os modelos de medição e estrutural. Os resultados indicam que o modelo de mensuração é adequado para o objetivo da pesquisa, pois apresenta ótimos índices de consistência. Com base nos dados obtidos, pode-se concluir que o nível de aceitação e apoio individual com a implantação das mudanças organizacionais é influenciado principalmente pela decisão e pela concordância prévia com o processo de mudança, seguido pela influência do grupo de trabalho e pelo grau de ameaça ao convívio social percebida pelo servidor. Finalmente, fatores organizacionais como experiências prévias bem sucedidas e consistência organizacional exercem pouca influência na decisão individual de aceitar ou resistir às mudanças organizacionais. A principal contribuição da pesquisa foi validar um modelo de avaliação de resistência à mudança, até o momento inexistente na literatura sobre o tema. O modelo proposto obteve ótimos índices de validade, isto é, pode ser utilizado como instrumento de mensuração para avaliar os fatores que influenciam a aceitação e apoio individual à mudança organizacional. Os resultados referentes aos fatores organizacionais merecem especial atenção, embora pesquisas futuras possam investigar o papel da cultura brasileira como moderador das relações de causa e efeito. Esta pesquisa pretende também contribuir para a literatura ao ampliar a compreensão dos fatores que influenciam as reações possíveis diante dos processos de mudança organizacional. Para a literatura da administração pública brasileira, este estudo oferece um modelo que serve como ponto de partida para avaliação do gerenciamento de processos de mudança organizacional no setor público. Para os gestores e profissionais que atuam na administração pública, este trabalho oferece dados empíricos que podem guiar a tomada de decisão relativa à implantação de mudanças organizacionais. PALAVRAS-CHAVE: Mudança organizacional, mudança organizacional no setor público, gestão de pessoas no serviço público, avaliação de desempenho. 1

2 1 Introdução A necessidade de mudança e de sua compreensão não é um fenômeno novo. Porém, no contexto atual, as organizações têm mudado de forma mais acelerada para atender às demandas por produtos e por serviços de melhor qualidade e para garantir sua sustentabilidade (WOOD; CURADO; CAMPOS, 1994). Na área pública, as organizações também vêm mudando tendo em vista a reestruturação da economia mundial, o desenvolvimento tecnológico e o papel do Estado, no momento em que governos mais responsáveis vêm se preocupando mais com a eficácia na aplicação de recursos e com a prestação de serviços públicos de melhor qualidade (OCDE, 2005; OSBORNE; GAEBLER, 1994; BRESSER-PEREIRA, 1996). Diante disso, o Estado brasileiro vem substituindo a administração pública burocrática pela administração gerencial (PENENGO, 1997; PIETRO, 2001; PEREIRA; FONSECA, 1997), tendo como um dos pilares da nova administração a inovação nas políticas e práticas de gestão de pessoas. A avaliação de desempenho individual (ADI) foi então, adotada como um instrumento necessário para implantação de um modelo meritocrático na administração de recursos humanos no setor público, nos âmbito dos governos federal, estadual e municipal. Seu principal objetivo é possibilitar o crescimento e o desenvolvimento dos servidores e, conseqüentemente, a melhoria da qualidade do serviço público (VILHENA et al., 2006). Uma das reações possíveis diante da mudança organizacional é a resistência à mudança. Quando os atores organizacionais percebem qualquer transformação de forma ameaçadora, podem comprometer os esforços de inovação da gestão organizacional ao adotarem comportamentos de resistência ou indiferença às mudanças propostas (OSBORNE; GAEBLER, 1994; PIETRO, 2001). Com isso, torna-se importante compreender os fatores que determinam as possíveis reações dos indivíduos frente à mudança organizacional. Portanto, o objetivo deste trabalho é identificar os fatores que influenciam a aceitação ou a resistência à mudança organizacional no setor público. Mais especificamente, como certos elementos de resistência individual e organizacionais afetam negativamente a decisão de aceitar e cooperar com o processo de mudança organizacional. O processo de mudança abordado neste trabalho é a implantação da avaliação de desempenho individual pelo governo de Minas Gerais. Este estudo pretende contribuir para o enriquecimento da literatura sobre o tema, ao oferecer dados empíricos para a compreensão do fenômeno da mudança organizacional na administração pública brasileira. Além disso, a principal contribuição desta pesquisa é propor e validar um modelo de mudança organizacional que identifica os elementos que afetam a decisão individual de aceitar e cooperar com o processo de mudança organizacional, minimizando assim, a resistência individual à mudança. 2 Mudança organizacional no setor público Embora a mudança organizacional seja um fenômeno necessário para as organizações privadas e públicas, nestas últimas as mudanças ocorrem de forma mais lenta. Isto porque, além de o estado ter muito mais clientes do que as empresas privadas, mudanças no setor público necessitam da concordância de vários agentes da sociedade (OSBORNE; GAEBLER, 1994). Outro fator que limita a capacidade de implantação de mudanças organizacionais é a cultura organizacional. Como argumenta Schein (2009), a cultura organizacional pode condicionar o modo de pensar, de sentir e de agir dos trabalhadores. No caso da cultura predominante na gestão pública brasileira, Penengo (1997) ressalta que esta é fortemente baseada no modelo gerencial tradicional, com grande ênfase em estruturas piramidais, 2

3 clientelismo, autoritarismo, rigidez, falta de estímulo à inovação, políticas de pessoal obsoletas e visão antiquada do trabalho do gerente. Com isso, as heranças institucionais do setor público levam ao surgimento de várias crenças em relação ao Estado e à administração pública. As idéias que enfatizam ineficiência, corrupção e interesse pessoal dos servidores em detrimento do bem comum e dos interesses da sociedade civil levam à "construção de uma espécie de imaginário coletivo de ausência de perspectivas, de que tudo tem permanecido igual e nada jamais mudará" (SCHOMMER, 2003, p. 104). Esse imaginário pode reforçar a resistência a mudanças e inovações. No entanto, existe um esforço de alguns administradores públicos brasileiros para modernizar a gestão pública principalmente no âmbito estadual (PECI et al., 2008). Esse esforço segue rumo à substituição da administração pública burocrática baseada em modelo rígido, burocrático, legalista e hierarquizado por uma administração gerencial, mais orientada para resultados. É neste cenário que o Governo de Minas Gerais implementa, a partir de 2003, o chamado Choque de Gestão que vem conduzindo toda a administração pública estadual a grandes mudanças organizacionais. Um destes processos de mudança consiste na implantação do sistema de avaliação de desempenho. Para ajudar na implementação de um modelo meritocrático na administração pública do estado, a nova gestão pública utiliza também, dentre outros instrumentos, o sistema de avaliação de desempenho individual (ADI). A adoção da avaliação de desempenho individual objetiva proporcionar maior objetividade e imparcialidade às avaliações, melhorar a remuneração variável dos profissionais competentes, afastar os funcionários que demonstrarem repetidamente desempenho insatisfatório e melhorar a qualidade do serviço prestado a população (VILHENA et al., 2006). Um dos principais desafios enfrentados na implantação da ADI foi a concepção errônea de que a avaliação foi criada para punir os servidores, pois contempla a perda do cargo público, caso o desempenho seja insatisfatório. No entanto, para que a demissão seja concretizada o funcionário deve receber dois conceitos de desempenho insatisfatórios sucessivos, três conceitos interpolados de desempenho insatisfatório em cinco avaliações consecutivas, ou quatro conceitos interpolados de desempenho insatisfatório em dez avaliações consecutivas. Mesmo assim, ainda é necessária a instauração de um processo administrativo garantindo ao servidor o direito ao contraditório e a ampla defesa (VILHENA et al., 2006). Essas reações de desconfiança e apreensão pela possível perda do cargo público, entre outros fatores, podem gerar sentimentos de rejeição à avaliação de desempenho individual caracterizados como resistência à mudança. 2.1 Reações possíveis diante da mudança organizacional Dentre as reações possíveis diante da mudança organizacional, a resistência à mudança é a mais problemática, pois é resultado de um comportamento que objetiva a manutenção do status quo em resposta a uma pressão para modificá-lo (HERNANDEZ; CALDAS, 2001). Segundo Baron e Greenberg (1989), a percepção da ameaça ao status quo no ambiente de trabalho pode gerar insegurança, medo de perder o emprego ou gratificações, e medo do desconhecido, porque as mudanças, em geral, exigem que o indivíduo altere seus hábitos de trabalho e comportamento em prol de novas maneiras de trabalhar e agir. Além da resistência a mudança, o comportamento diante da mudança pode ser também de cooperação ou indiferença (JUDSON, 1980). Trata-se de um contínuo que varia de resistência ativa à mudança, no extremo negativo, passando pela indiferença e seguindo para a aceitação e apoio declarado no extremo positivo. Os comportamentos de resistência à 3

4 mudança se manifestam pela sabotagem deliberada, erros intencionais, diminuição no ritmo de trabalho, e comportamentos regressivos diante da aprendizagem e reativos diante dos desafios. A indiferença é identificada pela passividade, apatia, e perda de interesse no trabalho. Finalmente, a cooperação é caracterizada pelo apoio declarado, entusiasmo, e otimismo diante dos processos de mudança organizacional (PEREIRA; FONSECA, 1997). As reações diante da mudança organizacional são, portanto, comportamentos resultantes da percepção individual sobre as mudanças na organização. Para Judson (1980) e Mota (2004), estas percepções são relacionadas tanto com as expectativas em relação ao futuro do indivíduo na organização, quanto com as experiências anteriores com outros processos de mudança organizacional. 2.2 Fatores que influenciam a aceitação e cooperação A literatura mostra que os processos de mudança são inevitáveis. No entanto, é de se esperar que quando os trabalhadores entendem os objetivos e os processos das mudanças eles se tornam mais comprometidos e tendem a ver com otimismo as perspectivas de desenvolvimento do espírito de equipe, de melhoria das políticas de gestão, podendo melhorar sua qualidade de vida e redução do estresse relacionado ao trabalho. Baseado no modelo teórico processual de resistência individual à mudança de Hernandez e Caldas (2001), resistência à mudança bem como a indiferença, e a aceitação e apoio declarado são influenciados pela decisão prévia de aceitar ou rejeitar a mudança, pela percepção do nível de ameaça ao convívio social, pela influência dos colegas de trabalho, e finalmente, pelas experiências anteriores com os processos de mudança organizacional Decisão prévia O sucesso ou fracasso das mudanças organizacionais depende da forma como as mudanças são gerenciadas. Um fator chave, nesse caso, é o grau de envolvimento das pessoas que irão sofrer os impactos da mudança e o tipo de percepção que elas desenvolvem a respeito desse processo. Elias (2007) acrescenta que é importante que o processo de mudança organizacional envolva psicologicamente o trabalhador no sentido de minimizar a resistência e de garantir o comprometimento no trabalho. Portanto, torna-se importante na implantação de mudança na organização esclarecer e conscientizar o trabalhador das necessidades da mudança e principalmente, das vantagens obtidas com os resultados para o funcionário e para a empresa. Com isso, objetiva-se diminuir a incerteza do trabalhador em relação à instabilidade provocada pela mudança (PEREIRA; FONSECA, 1997). Neste sentido, espera-se que a percepção sobre as vantagens e desvantagens da mudança organizacional, no caso do presente estudo - a implantação da ADI pelo governo de Minas Gerais, influenciará as reações dos servidores diante da mudança introduzida. Quando o servidor avalia previamente que as mudanças serão positivas, ele tenderá a aceitar e cooperar com o processo de mudança organizacional. Por outro lado, se ele ainda não tem certeza, ou seja, está indeciso em relação às vantagens da mudança, ele tenderá a reagir com indiferença ou até mesmo se tornar resistente à avaliação de desempenho individual. Assim, a seguinte hipótese é colocada: Hipótese 1: A decisão prévia em relação o processo de mudança influenciará positivamente a aceitação e cooperação individual com a mudança organizacional Convívio social 4

5 Muitas mudanças organizacionais ameaçam a integridade dos grupos sociais, que muitas vezes consiste em uma importante fonte de reconhecimento para os funcionários (BARON; GREENBERG, 1989). Portanto, espera-se, também, que o ambiente no qual o servidor está inserido e a forma como a mudança implantação da ADI pelo governo de Minas Gerais - irá alterar este ambiente influencie a decisão do individuo de apoiar e cooperar com o processo de mudança introduzida. Assim, se o servidor julgar que seu convívio social no ambiente profissional será prejudicado pela implantação da mudança organizacional a reação poderá ser de resistência ou indiferença. A percepção negativa em relação à mudança pode estar relacionada, por exemplo, com a mudança de grupos de trabalho, departamentos ou chefia. Neste caso, o indivíduo pode resistir ao ter que conviver com colegas de trabalho que não lhe são agradáveis ou simpáticos. Por outro lado, o indivíduo pode oferecer resistência ao simplesmente ter que deixar o seu grupo de trabalho atual. A ameaça ao convívio social pode ser percebida também, devido às possíveis demissões dos colegas de trabalho motivadas pelos baixos resultados apresentados na avaliação de desempenho individual. Portanto, quando o funcionário percebe que a mudança proposta prejudicará ou tem a possibilidade de oferecer ameaça ao convívio social ele tenderá a não aceitar e cooperar com a mudança organizacional. Desta forma, a alta ameaça ao convívio social percebida influenciará negativamente a aceitação e cooperação com a mudança organizacional. Neste caso, a seguinte hipótese é formulada: Hipótese 2: A percepção de ameaça ao convívio social pelo servidor influenciará negativamente a aceitação e cooperação individual com a mudança organizacional Pressão do grupo O debate sobre os possíveis comportamentos e reações individuais diante de mudanças organizacionais ainda é inconclusivo. Segundo Glen (1976), quase sempre, as mudanças organizacionais recebem apoio de uma minoria dos trabalhadores devido à insegurança que geram nos grupos de trabalho. Para Nogueira (1997) a literatura sobre mudança organizacional não identifica ou reconhece um comportamento comum dos grupos diante das mudanças. Porém, Hernandez e Caldas (2001), após uma ampla revisão da literatura sobre resistência a mudança, argumentam que a reação positiva ou negativa do individuo diante da mudança organizacional é afetada também pela pressão do grupo de trabalho sobre seus membros. Entretanto, o número de pesquisas confirmando esse pressuposto é pequeno. Visando contribuir para este debate, o presente estudo pretende elucidar empiricamente até que ponto o grupo de trabalho realmente interfere na reação individual diante da mudança vivenciada, tal como ressaltado por Hernandez e Caldas (2001). Portanto, esta pesquisa analisará a percepção do servidor sobre a implantação da ADI pelo governo de Minas Gerais e até que ponto a percepção positiva ou negativa sobre a mudança é influenciada pela pressão do grupo de trabalho do qual o indivíduo está inserido. O pressuposto teórico é que quando o individuo percebe que o grupo de trabalho do qual faz parte tem baixa resistência à implantação da mudança, ele é encorajado pelos membros do grupo a aceitar e cooperar com a implantação das mudanças propostas. Por outro lado, quando o grupo exerce uma pressão no sentido de resistir às mudanças, a probabilidade de o individuo apresentar resistência à mudança é maior. Portanto, sugere-se que a alta resistência do grupo à mudança influenciará negativamente a aceitação e cooperação individual. Com isso, formulou-se a terceira hipótese da pesquisa. 5

6 Hipótese 3: A percepção individual de que o grupo apresenta alta resistência ao processo de mudança influenciará negativamente a aceitação e cooperação individual com a mudança organizacional Consistência organizacional A resistência ou apoio à mudança organizacional origina-se também de fatores associados à própria organização (NOGUEIRA, 1997). A consistência organizacional percebida está relacionada ao resultado da avaliação que os membros da organização fazem sobre o quanto a mudança proposta foi elaborada por profissionais com experiência no assunto, apresenta uma metodologia consistente, e está sustentada pelos líderes, gerentes, e funcionários com cargos de chefia. Logo, tomando como referencia o argumento de Nogueira (1997), infere-se, no presente trabalho, que quando o servidor percebe que existe uma alta consistência organizacional no processo de mudança - no caso a implantação da ADI -, ele tenderá a concordar e apoiar o mesmo. Por outro lado, se o servidor perceber que a mudança proposta não foi elaborada por profissionais competentes, não apresenta coerência no método ou não recebe o devido apoio dos superiores, sua reação será de resistência ou indiferença a ela. Portanto, infere-se que a percepção de uma alta consistência organizacional influenciará positivamente a aceitação e cooperação individual com a mudança proposta. Assim, a seguinte hipótese foi formulada: Hipótese 4: A percepção de alta consistência organizacional no processo de mudança influenciará positivamente a aceitação e cooperação individual com a mudança organizacional Experiência anterior Experiências prévias de mudanças organizacionais também alteram as possíveis reações individuais diante da mudança. Segundo Baron e Greenberg (1989), experiências anteriores de mudança malsucedidas atuam como barreiras para a aceitação de novas mudanças. O argumento central dos autores é que indivíduos, grupos de trabalho, ou organizações inteiras que tenham tido insucesso na introdução de mudanças no passado serão relutantes em aceitar a promoção de uma nova tentativa de mudança no sistema organizacional. Assim, experiências anteriores negativas com mudanças organizacionais podem potencializar no indivíduo comportamentos de descrença e de resistência a novos projetos de mudança. Por outro lado, experiências positivas com processos anteriores de mudança podem levar a reações de aceitação e cooperação diante das mudanças propostas. Visando contribuir com esses pressupostos teóricos, o presente estudo analisa empiricamente, até que ponto experiências prévias com mudanças bem o malsucedidas influenciam positiva ou negativamente a decisão do servidor no sentido de aceitar e cooperar com a mudança organizacional implantação da ADI ou de resistir a ela. Assim, a última hipótese do presente trabalho é apresentada a seguir: Hipótese 5: Experiências prévias bem sucedidas com processos de mudança organizacional influenciarão positivamente a aceitação e cooperação com a mudança organizacional proposta. Em suma, propõe-se que as reações aceitação e cooperação, indiferença, ou resistência diante das mudanças propostas podem ser influenciadas pela decisão prévia do servidor em aceitar ou não as mudanças; por sua percepção em relação à manutenção do 6

7 convívio social; pela pressão exercida pelo grupo, pela consistência organizacional percebida, e pelas experiências anteriores de implantação da mudança organizacional. Na FIG. 1, pode-se visualizar as relações propostas nesta pesquisa representadas pelas respectivas hipóteses. Q136 Q137 Decisão prévia Q138 H1 Q139 Q140 Convívio social H2 Q132 Q143 Q144 Q141 Q142 Resistência do grupo Consistência organizacional H3 H4 H5 Aceitação e apoio individual Q133 Q134 Q135 Q145 Q146 Experiência anterior Figura 1 Modelo Proposto 3 Metodologia O objetivo desta pesquisa é investigar quais fatores influenciam a aceitação ou resistência à mudança organizacional no setor público. De acordo com a literatura, os fatores considerados críticos que podem influenciar a reação individual diante do processo de mudança organizacional são: a decisão ou avaliação prévia com base nas informações obtidas a priori sobre o processo de mudança implantado, o nível de ameaça ao convívio social, a pressão do grupo de trabalho no sentido de resistir ao processo de mudança organizacional, a consistência organizacional e experiências anteriores bem sucedidas. Para testar as hipóteses propostas, foi realizada uma pesquisa explanatória. O objetivo da pesquisa explanatória, de acordo com Babbie (2007), é obter evidências causais. Os fenômenos de causa e efeito são investigados usualmente, utilizando-se variáveis independentes representando a causa e variáveis dependentes representando o efeito (MALHOTRA, 2004). 3.1 População e amostra A unidade de análise deste estudo são todos os funcionários do estado de Minas Gerais que tenham vivenciado a implantação da avaliação de desempenho individual (ADI). A 7

8 avaliação de desempenho individual foi implementada no segundo semestre de 2004 e no primeiro semestre de 2005, simultaneamente em 61 órgãos e entidades com diferentes estruturas organizacionais, cultura e capacidade técnica, o que significou a avaliação de aproximadamente 100 mil servidores (VILHENA et al., 2006). A ADI é baseada em onze critérios de avaliação qualidade do trabalho, produtividade no trabalho, iniciativa, presteza, aproveitamento em programas de capacitação, assiduidade, pontualidade, administração do tempo e tempestividade, uso adequado dos equipamentos e instalações de serviço, aproveitamento dos recursos e racionalização de processos, e capacidade de trabalho em equipe (MINAS GERAIS, 2003, Lei Complementar 71, de 2003) e quatro conceitos para os avaliados excelente, bom, regular, e insatisfatório (MINAS GERAIS, 2003, Lei Complementar 71, de 2003). Os mecanismos de premiação para os servidores que apresentarem pontuações satisfatórias na ADI são o desenvolvimento na carreira, o adicional de desempenho (ADE) e o prêmio por produtividade. Para que o servidor progrida de um grau para outro em sua carreira deverá, além de possuir o tempo de serviço necessário, dois resultados satisfatórios na avaliação de desempenho individual. No caso de promoções, para que o servidor passe de um nível para outro, ele deverá possuir, além do tempo de serviço e da formação necessários, cinco resultados satisfatórios na ADI (SILVA et al., 2006). Foi também implantada a avaliação de desempenho dos gestores públicos (ADGP), regulamentada pelo Decreto , de 19 de dezembro de Sua operacionalização é realizada a partir da verificação qualitativa dos comportamentos esperados das competências definidas no perfil de competências dos gestores públicos orientação para resultados, visão sistêmica, compartilhamento de informações e conhecimentos, liderança de equipes, gestão de pessoas, capacidade inovadora e competência técnica e da verificação quantitativa dos resultados alcançados na segunda etapa do acordo de resultados dos órgãos onde atuam. A avaliação é realizada pela chefia imediata do gestor público avaliado, pelo próprio gestor público, por meio da auto-avaliação, e pelos servidores que compõem a equipe coordenada pelo gestor. Foram pesquisadas três secretarias de Estado do Governo de Minas Gerais: Secretaria de Estado da Educação (SEE), Secretaria de Estado da Saúde, especificamente as unidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG); e Secretaria de Planejamento e Gestão (SEPLAG). Estas unidades foram escolhidas por empregarem o maior número de servidores, o maior número de servidores de todas as categorias ocupacionais do Estado e por apresentarem importância estratégica para as mudanças implantadas pelo governo de Minas Gerais, a partir de A população pesquisada nessas três secretarias totaliza servidores. Adotou-se o processo de amostragem aleatória estratificada por secretaria, a fim de garantir que os servidores selecionados representassem a população de cada órgão envolvido na pesquisa. Segundo fórmula de Barnett (1991), a amostra calculada para a pesquisa, com erro amostral de 5%, alcançou o índice mínimo de 196 indivíduos. A amostra obtida é de 679 respondentes, muito superior ao valor mínimo sugerido. Os servidores participantes estão distribuídos da seguinte forma: 262 na Secretaria de Estado da Educação, 202 na Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão, e 215 na Secretaria de Estado da Saúde. 3.2 Coleta dos dados Os dados qualitativos foram coletados por meio de análise documental e de entrevistas com gestores da política de recursos humanos das instituições pesquisadas. Optou-se por realizar um survey para obter os dados quantitativos. Creswell (2009) explica que o objetivo do survey é utilizar uma amostra para fazer inferências sobre atitudes, comportamentos, ou 8

9 características de uma população tão grande que inviabiliza sua observação direta, utilizandose de uma amostra representativa da população pesquisada. O instrumento utilizado foi o questionário padronizado (anexo I). Segundo Cervo e Bervian (1983, p. 159), "o questionário é a maneira mais utilizada para colher dados, uma vez que permite medir com melhor exatidão o que se deseja. As vantagens desta técnica se referem à sua natureza impessoal, que permite assegurar a uniformidade na avaliação de uma situação para outra; e à possibilidade do anonimato, que permite aos respondentes se sentirem mais confiantes, de forma que informações e respostas mais próximas à realidade possam ser obtidas. Visando garantir a representatividade da amostra, os dados foram coletados em diferentes órgãos de cada secretaria. Os itens que medem as variáveis avaliadas neste estudo foram retirados do Inventário de Medida de Resistência à Mudança Organizacional desenvolvido e validado por Marques et al. (2005). Foi utilizada a escala do tipo Likert variando de 1 a 6, onde 1 representa a resistência à mudança e 6 representa a aceitação e cooperação. Ao final do questionário consta um campo denominado Espaço Aberto para Livre Manifestação do Respondente que foi acrescido para obter dados qualitativos que só poderiam ser obtidos por meio de entrevistas. 4 Análise dos dados O método PLS (Partial Least Squares) foi utilizado para testar as hipóteses. Este método foi preferido porque é adequado para estimar a relação entre as variáveis porque considera o erro de estimação (CHIN, 1998b). Também, o PLS não requer pressupostos de normalidade, sendo indicado para modelos preditivos altamente complexos (LOHMOLLER, 1984). Para analisar o modelo de mensuração e o modelo estrutural, utilizou-se o software SmartPLS versão 2.0M3. Além do algoritmo PLS, o método bootstrap de reamostragem foi usado para determinar o nível de significância dos caminhos (paths) hipotetizados no modelo proposto. 4.1 Modelo de medição O modelo de mensuração ou seja, a consistência e a qualidade com que os itens representam as variáveis propostas foi determinado com base nas medidas de confiabilidade e de validade convergente. De acordo com Hair et al. (2005), as cargas dos itens devem exceder o limite de ± 0,50 para que os valores de significância sejam atingidos, embora valores acima de ± 0,30 e ± 0,40 sejam aceitáveis. Com isso, um item referente à medida de consistência organizacional foi excluído do modelo, por apresentar uma carga padronizada de 0,31. A validade convergente isto é, a medida na qual os itens de uma variável específica convergem ou dividem entre si em grande proporção de variância é adequada quando as variáveis obtêm no mínimo 50% de variância extraída. Todas as variáveis obtiveram a variância extraída superior a 0,50, após a exclusão de um dos itens que medem a consistência organizacional. O menor valor para a variância extraída foi de 63% para a variável experiência anterior. A confiabilidade, cuja medida representa o grau de consistência entre os múltiplos itens de uma variável, deve exceder o valor mínimo de 0,70 para ser considerado bom, embora Hair et al. (2005) afirmem que o valor mínimo de 0,60 pode ser adotado em pesquisas exploratórias. Todas as variáveis do modelo proposto nesta pesquisa excederam o valor 0,70, sendo que o menor valor obtido para o alfa de Cronbach foi de 0,75 para experiência anterior, indicando uma boa consistência interna. A TAB. 1 mostra os valores padronizados de carga 9

10 para cada item e, posteriormente, para cada variável, a média da variância extraída e também a medida de confiabilidade alfa de Cronbach. Variáveis Decisão prévia Tabela 1 Resultado do Modelo de Mensuração Itens Carga padronizada Variância extraída Alfa de Cronbach Q136 0,81 0,75 0,84 Q137 0,94 Q138 0,85 Convívio social Q139 0,89 0,83 0,80 Q140 0,93 Resistência do grupo Q143 0,90 0,87 0,85 Q144 0,96 Consistência organizacional Q142 1, Experiência anterior Aceitação e apoio individual Q145 0,52 0,63 0,75 Q146 0,99 Q132 0,88 0,83 0,93 Q133 0,95 Q134 0,91 Q135 0,90 Por último, Chin (1998a) sugere que outras medidas também devem ser consideradas para avaliar o modelo de medição como, por exemplo, o R². O R² é o coeficiente de determinação que indica a precisão com que as variáveis latentes são estimadas. A medida do coeficiente de determinação do modelo proposto é de 0,969, indicando uma ótima estimação do modelo de medição. Na TAB.2, pode-se visualizar a média, desvio padrão e correlação das variáveis independentes decisão prévia, convívio social, resistência do grupo, consistência organizacional e experiência anterior e da variável dependente aceitação e apoio individual. Todas as correlações são significantes em p < 0,05. Tabela 2 Média, desvio-padrão e correlação das variáveis Desvio Média padrão Decisão Convívio Consisten. Resistência Experiênci Aceitação social Org. do grupo a anterior e apoio Decisão prévia 3,41 1,09 1 Convívio social 4,37 1,25 0,177* 1 Consistência organizacional 2,87 1,52 0,201* 0,136** 1 Resistência do grupo 4,36 1,12 0,113** 0,246** 0,131** 1 Experiência anterior 3,45 1,29 0,250** 0,153** 0,521** 0,211** 1 Aceitação e apoio indivicual 3,24 1,19 0,108* 0,034* 0,345** 0,089* 0,283** 1 Nota: N = 679 * significante em p < 0,05 ** significante em p < 0,01 10

11 4.2 Modelo estrutural A análise dos caminhos (paths) é um método que consiste em decompor as correlações em diferentes partes para interpretar seus efeitos. Por isso, a análise dos caminhos está fortemente associada à regressão múltipla. Ou seja, a regressão pode ser considerada um caso especial da análise dos caminhos. Os caminhos são representados pelas setas que indicam a relação de causa e efeito. Para analisar os caminhos (paths) do modelo estrutural proposto deve-se considerar não somente a significância estatística, mas também a intensidade. Chin (1998a) afirma que os caminhos padronizados (standardized paths) devem apresentar valores em torno de 0,20 embora valores acima de 0,30 sejam preferíveis. Os resultados da análise confirmatória indicam que a decisão prévia em relação ao processo de mudança influencia positivamente a aceitação e cooperação individual com a mudança organizacional, λ = 0,68, t (679) = 42,64, p < 0,001, confirmando a hipótese 1. A hipótese 2 também foi confirmada sugerindo que a ameaça ao convívio social percebida pelo funcionário público influencia negativamente a aceitação e cooperação individual com a mudança organizacional, λ = - 0,35, t (679) = 28,41, p < 0,001. A FIG. 2 mostra os resultados de estimação dos caminhos (paths), representados pelas hipóteses propostas. O erro padrão está representado entre parêntesis. Figura 2 Resultado da Análise dos Caminhos (path analysis) Decisão prévia.66** (.015) Convívio social -.35** (.012) Resistência do grupo.-50** (.017) Aceitação e apoio individual Consistência organizacional.05** (.008) Experiência anterior.09** (.013) Os dados sugerem que a percepção do individuo de que seu grupo de trabalho apresenta alta resistência ao processo de mudança afeta negativamente sua decisão de aceitação e apoiar a mudança organizacional, confirmando a hipótese 3, λ = - 0,05, t (679) = 6,09, p < 0,001. No entanto, este resultado deve ser interpretado com parcimônia, pois embora o resultado da análise seja significante (p < 0,001), o valor encontrado que representa o caminho (path) é muito pequeno quando comparado aos caminhos (paths) que representam a influência dos outros fatores; conseqüentemente o resultado do teste t também é inferior quando comparado com os outros testes t. Duas explicações são possíveis: a primeira seria a 11

12 interpretação direta de que este fator quando comparado com os demais simplesmente tem uma influência muito pequena na variável dependente aceitação e apoio individual com a mudança organizacional. A segunda, mais provável interpretação, é decorrente do tamanho da amostra. De acordo com Hair et al. (2005), amostras com mais de 400 respondentes aumentam consideravelmente a sensibilidade dos testes estatísticos, exigindo que o pesquisador examine a significância prática de todos os resultados estatísticos significantes. A hipótese 4 foi confirmada, λ = 0,49, t (679) = 29,79, p < 0,001, indicando que a percepção de alta consistência organizacional influencia positivamente a aceitação e cooperação individual com a mudança organizacional. Finalmente, a quinta hipótese também foi confirmada, λ = 0,08, t (679) = 6,39, p < 0,001. Esse resultado sugere que experiências prévias bem sucedidas com processos de mudança organizacional influenciam positivamente a aceitação e cooperação com a mudança organizacional. Entretanto, os resultados, embora significantes, sugerem a necessidade de cautela na sua interpretação, pois a influência positiva das experiências prévias bem sucedidas na aceitação e apoio individual é muito pequena quando comparada com os outros três fatores analisados (decisão prévia, convivência social, consistência organizacional).. 5 Conclusão As organizações enfrentam atualmente cenários substancialmente mais dinâmicos que os anteriores. Com isso, elas têm buscado constantemente a adaptação aos novos desafios impostos por estes ambientes (BECK; BRÜDERL; WOYMODE, 2008). A organização pública gradativamente vem buscando uma postura pró-ativa em relação às mudanças, embora atue em um domínio diferenciado, ou seja, livre das condições de concorrência muitas vezes acirradas do mercado. A necessidade de descobrir novas fontes de recursos além de impostos e do corte de gastos, o surgimento de instituições não governamentais e a pressão do setor privado estão forçando os órgãos públicos a inovar-se, a aumentar sua eficiência e a voltar-se para as necessidades do cidadão (OSBORNE; GAEBLER, 1994; PIETRO, 2001). Os estados, então, tendem a adotar uma combinação de medidas que busquem o ajuste das contas públicas e a modernização do arranjo institucional e do modelo de gestão do próprio estado. No entanto, embora o objetivo seja melhorar a qualidade dos serviços prestados à população e reduzir custos, muitos servidores públicos reagem às mudanças propostas com resistência. A natureza conservadora das próprias instituições pode também ser fonte de resistência. Marques et al. (2005) explicam que, se por um lado, a resistência é um importante meio de preservação que permite a continuidade de personalidades, instituições, civilizações e culturas, por outro lado, a resistência organizacional é uma conseqüência da inércia estrutural, da inércia do grupo, da ameaça às especialidades técnicas e da ameaça as posições de poder estabelecidas. Comumente, é sugerido que as organizações se preparem e se organizem para lidar com a resistência, mas raramente são apontados os fatores que reforçam comportamentos ligados à aceitação e cooperação individual com a mudança organizacional. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi identificar os fatores que influenciam a aceitação e apoio individual com a mudança organizacional no setor público. Mais especificamente, como as variáveis decisão prévia, convívio social, consistência organizacional, resistência do grupo e experiência anterior com mudança podem afetar a decisão de aceitar e apoiar o processo de mudança organizacional. O processo de mudança analisado foi a reação dos servidores à implantação da avaliação de desempenho individual pelo governo de Minas Gerais. 12

13 O modelo proposto sugere que a decisão e concordância prévia com o processo de mudança, a percepção de uma alta consistência organizacional no processo de mudança e experiências prévias bem sucedidas com processos de mudança influenciam positivamente a aceitação e apoio individual à mudança organizacional. Por outro lado, a pressão que o grupo de trabalho exerce no sentido de resistir à mudança e a ameaça ao convívio social percebida pelo funcionário afetam negativamente a decisão individual de aceitar e apoiar o processo de mudança organizacional. Para testar as hipóteses colocadas neste estudo foi realizado um survey, cujo instrumento utilizado foi o questionário padronizado. Foi utilizado o método PLS (Partial Least Squares) para analisar os modelos de medição e estrutural. Os resultados apontam que o modelo de mensuração é adequado para o objetivo da pesquisa, pois apresenta ótimos índices de consistência. A análise dos dados indica que a decisão prévia de concordar com o processo de mudança organizacional é o fator que exerce maior impacto na aceitação e apoio individual com a mudança organizacional. Este resultado confirma o pressuposto de que o primeiro passo na implantação de qualquer processo de mudança é envolver o trabalhador psicologicamente nesse processo, tal como ressaltado por Elias (2007) com o objetivo de diminuir as incertezas, tal como sugere Pereira e Fonseca (1997) e, com isso, diminuir a resistência individual à mudança, como apontado por Hernandez e Caldas (2001), ou seja, garantir que o funcionário aceite e coopere com a mudança proposta. O segundo fator que exerce maior impacto na aceitação e apoio individual com a mudança organizacional é referente à pressão do grupo. Constatou-se que grupo de trabalho exerce uma forte influência na decisão individual de aceitar e apoiar a mudança organizacional. Este resultado reforça a importância das relações sociais no trabalho e suas relações com os resultados organizacionais. Talvez por isso, o terceiro fator seja a ameaça percebida ao convívio social. Isto sugere que, quando o funcionário enxerga que a mudança trará conseqüências negativas para a integridade dos grupos sociais ele tende a não aceitar e a não cooperar com a mudança organizacional, como argumentam Baron e Greenberg, Curiosamente, os fatores organizacionais revelaram-se influenciar menos a decisão individual de aceitar ou resistir ao processo de mudança. A consistência organizacional, ou seja, o profissionalismo com que a mudança organizacional foi planejada e implantada pouco influencia na aceitação e cooperação individual com o processo de mudança. Finalmente, as experiências prévias dos indivíduos com processos de mudança organizacional, mesmo que bem sucedidas, também, pouco influenciam na aceitação e cooperação com a mudança implantada. 5.1 Contribuições A principal contribuição da pesquisa foi validar um modelo de avaliação de resistência à mudança, até o momento inexistente na literatura sobre o tema. O modelo proposto obteve ótimos índices de validade, isto é, pode ser utilizado como instrumento de mensuração para avaliar os fatores que influenciam a aceitação e apoio individual à mudança organizacional. Os resultados referentes aos fatores organizacionais merecem especial atenção, embora pesquisas futuras possam investigar o papel da cultura brasileira como moderador das relações de causa e efeito. Por outro lado, o modelo desta pesquisa não foi apresentado como definitivo e acabado e sim como uma tentativa inicial de quantificar as possíveis reações diante da mudança organizacional. Portanto, trata-se de um instrumento em construção que deve ser aprimorado no sentido de compreender como os fatores propostos afetam a decisão individual de aceitar e de apoiar o processo de mudança organizacional. 13

14 Por último, esta pesquisa pretende contribuir para a literatura ao ampliar a compreensão dos fatores que influenciam as reações possíveis diante dos processos de mudança organizacional. Para a literatura da administração pública brasileira, este estudo oferece um modelo que serve como ponto de partida para avaliação do gerenciamento de processos de mudança organizacional no setor público. Para os gestores e profissionais que atuam na administração pública, este trabalho oferece dados empíricos que podem guiar a tomada de decisão relativa à implantação de mudanças organizacionais. 5.2 Limitações Este estudo, como tantos outros, também apresenta algumas limitações. A primeira delas se refere à variância do método comum. A variância do método comum é erro sistemático que pode ser introduzido durante a medição devido ao método de coleta de dados e ao instrumento utilizado. As fontes mais comuns que podem levar a variância do método comum são: a) os questionários auto-aplicáveis eles podem estar correlacionados e a influência social porque podem aumentar as correlações observadas; b) negativismo porque as emoções negativas dos respondentes podem apontar influências negativas entre as variáveis, que não existem necessariamente; e c) a conformidade a tendência em concordar com os itens independentemente de seu conteúdo. A segunda limitação está relacionada com a representatividade da amostra. Embora se tenha obtido um grande número de respondentes, é importante considerar que o Brasil é um país de dimensões continentais, com características regionais próprias e, por isso, qualquer generalização deve ser realizada com cautela. Até que ponto as três secretarias pesquisadas representam as demais Secretarias de Governo do estado de Minas Gerais e, o quanto o estado de Minas Gerais pode representar a região sudeste ou o setor público brasileiro como um todo precisa ainda ser estudado. As variáveis selecionadas nesta pesquisa constituem a última limitação apontada neste estudo. Embora elas sejam ancoradas na literatura dominante na área, outras variáveis poderiam ser incorporadas ao modelo para oferecer uma melhor compreensão do fenômeno estudado. O modelo também poderia ser revisto com o objetivo de investigar porque um dos itens da variável consistência organizacional não apresentou resultados aceitáveis e precisou ser excluído da análise. 5.3 Pesquisas futuras Pesquisas futuras podem superar as limitações apontadas neste estudo, primeiramente adotando medidas que minimizem a probabilidade da variância do método comum ocorrer. Outras pesquisas poderiam também replicar este estudo para validar o modelo proposto e obter outra amostra para avaliar a representatividade dos resultados obtidos. Pesquisas posteriores poderiam ainda investigar por que as variáveis individuais sobrepuseram às variáveis organizacionais. Uma explicação que precisa ser analisada seria a influência da cultura paternalista ainda enraizada no setor público brasileiro. Talvez por isso, a influência dos grupos de trabalho e a preocupação com o ambiente social tenham se destacado em comparação com os outros fatores. Este estudo sugere ainda importância de se estudar a dinâmica das redes sociais no contexto da administração pública. Finalmente, outros estudos poderiam investigar por que a consistência organizacional e a experiência anterior com mudanças pouca influência na aceitação e cooperação individual com a mudança organizacional. Este último pode ser explicado pela tendência natural de se achar que cada caso é um caso; que a mudança organizacional é um fenômeno de difícil acumulação de expertise, por ser complexo e acontecer em ambientes diferentes com 14

15 variáveis distintas. No entanto, não foi possível encontrar uma explicação plausível para o resultado referente à consistência organizacional percebida. 6 Referências bibliográficas BABBIE, E. The practice of social research. CA: Wadsowrth, Cengage Learning, BARNETT, V. Sample Survey: principles and methods. London: Arnold, BARON, R. A.; GREENBERG, J. Behavior in organizations: understanding and managing the human side of work. (3a ed.). Londres: Allyn and Bacon, BECK, N.; BRÜDERL, J.; WOYMODE, M. Momentum or deceleration? Theoretical and methodological reflections on the analysis of organizational change. Academy of Management Journal, v. 51, n. 3, p , BRESSER-PEREIRA, L. C. Da administração pública burocrática à gerencial. Revista do Serviço Público, v. 120, n. 1, p , CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: Macgraw-hill, CHIN, W. W. Issues and Opinion on Structural Equation Modeling. MIS Quarterly, v. 22, n. 1, p. vii-xvi, 1998a. CHIN, W. W. The partial least squares approach to structural equation modeling. In G.A. MARCOULIDES (Coord) Modern methods for business research. Mahwah: Lawrence Erlbaum Associates, 1998b. p CHU, R. A. Resistência à mudança: aspectos positivos. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPAD, Anais... Atibaia: ANPAD, CRESWELL, J. W. Research design: qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. (3 ed.). CA: SAGE Publications, ELIAS, S. M. Employee commitment in times of change: assessing the importance of attitudes toward organizational change. Journal of Management, oct., GLEN, F. Psicologia social das organizações. Rio de Janeiro: Zahar, GUERRERO, R. P.; NAKAYAMA, M. K.; PILLA, B. S. As mudanças geradas com a implantação de sistemas de educação a distância em uma empresa de telecomunicações. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPAD, Anais... Salvador: ANPAD, HAIR, J.; BLACK, W.; BABIN, B.; ANDERSON, R.E.; TATHAM, R. Multivariate data analysis. 6 th ed. New Jersey: Prentice Hall, p. HERNANDEZ, J. M. C.; CALDAS, M. P. Resistência à mudança: uma revisão crítica. Revista de Administração de Empresas, v. 41, n. 2, 31-45, JUDSON, A. S. Relações humanas e mudanças organizacionais. São Paulo: Atlas,

16 LOHMOLLER, J.B. LVPLS program manual. Zentralarchiv, p. MALHOTRA, N. K. Marketing research: an applied orientation. (4 ed.). New Jersey: Prentice Hall, MARQUES, A. L.; CHAVES, R. C.; DIAS, A. T. Validando um instrumento de medida de Resistência à Mudança. Anais..., Brasília: ANPAD, MINAS GERAIS. Lei nº , DE 30 DE JUNHO DE Institui o Adicional de Desempenho (ADE), no âmbito da Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional do Poder Executivo. Minas Gerais. Belo Horizonte, MG. MINAS GERAIS. Lei nº 71, DE 30 DE JULHO DE Institui a avaliação de Desempenho Individual, disciplina a perda de cargo público e de função pública por insuficiência de desempenho do servidor público estável e do detentor de função pública na Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional do Poder Executivo e outras providencias. Minas Gerais. Belo Horizonte, MG. MOTTA, P. R. Transformação organizacional: a teoria e a prática de inovar. Rio de Janeiro: Qualitymark, NOGUEIRA, G. E. G. et al. O estresse e suas implicações no trabalho policial. Revista de Psicologia: saúde mental e segurança pública, v. 1, n. 1, p , OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Modernizando o emprego público. Revista do Serviço Público, v. 56, n. 4, p , OSBORNE, D.; GAEBLER, T. Reinventando o governo: como o governo empreendedor está transformando o setor público. Brasília: MH Comunicação, PECI, A.; FIGALE, J.; OLIVEIRA, F.; BARRAGAT, A.; SOUZA, C. Oscips e termos de parceria com a sociedade civil: um olhar sobre o modelo de gestão por resultados do governo de Minas Gerais. Revista de Admiistração Pública, v. 42, n. 6, p , PENENGO, M. O papel do gerente público no processo de mudança. Revista do Serviço Público, v. 48, n. 1, p , PEREIRA, M. J. L. B.; FONSECA, J. G. M. Faces da decisão: as mudanças de paradigmas e o poder da decisão. São Paulo: Makron Books, PIETRO, M. S. Z. As novas regras para os servidores públicos. Rio de Janeiro: FUNDAP, SCHEIN, E. H. Cultura Organizacional e liderança. São Paulo: Atlas, SCHOMER, P. Gestão Pública no Brasil: notícias do teatro de operações. Revista de administração de empresas, v. 43, n. 4, p , SILVA, J.; BAYÃO, F.; NEVES, F.; MEIRELES, L. Reestruturação das carreiras. In VILHENA, R.; MARTINS, H.; MARINI, C.; GUIMARÃES, T. B. O Choque de Gestão em Minas Gerais: Políticas da gestão pública para o desenvolvimento. Belo Horizonte: Editora UFMG,

Processo Organizacional

Processo Organizacional Processo Organizacional Controle Controlar significa garantir que aquilo que foi planejado seja bem executado e que os objetivos estabelecidos sejam alcançados adequadamente. Monitoramento está presente

Leia mais

DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO CONTEXTO ATUAL

DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO CONTEXTO ATUAL DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO CONTEXTO ATUAL Andréia Therezinha Lima Reis * A gestão pública brasileira vive um momento de transição e ajustamento às exigências, tanto das leis de responsabilidade

Leia mais

Clima organizacional dos colaboradores da indústria de Panificação do Grupo Cíntia

Clima organizacional dos colaboradores da indústria de Panificação do Grupo Cíntia Clima organizacional dos colaboradores da indústria de Panificação do Grupo Cíntia Michele Firmino Guimarães Vanessa Q. Rocha Centro Universitário do Norte (Uninorte) RESUMO Este trabalho vem mostrar o

Leia mais

Cada criatura é um rascunho,a ser retocado sem cessar..." Guimarães Rosa

Cada criatura é um rascunho,a ser retocado sem cessar... Guimarães Rosa Clima organizacional Cada criatura é um rascunho,a ser retocado sem cessar..." Guimarães Rosa Conceitos básicos Clima Organizacional é o potencial de energia disponível para alavancar resultados. Perfil

Leia mais

Análise Fatorial Exploratória (AFE) Disciplina: Medidas em Psicologia Professora: Ana Carolina Rodrigues

Análise Fatorial Exploratória (AFE) Disciplina: Medidas em Psicologia Professora: Ana Carolina Rodrigues Análise Fatorial Exploratória (AFE) Disciplina: Medidas em Psicologia Professora: Ana Carolina Rodrigues O que é análise fatorial? É uma técnica de interdependência, cujo propósito principal é definir

Leia mais

carreiras especial: 44 vol.7 nº1 jan/fev > 2008

carreiras especial: 44 vol.7 nº1 jan/fev > 2008 especial: carreiras 44 vol.7 nº1 jan/fev 2008 Profissionais modernos, empresas arcaicas? As empresas exigem de seus profissionais o desenvolvimento de competências cada vez mais complexas, mas, na prática,

Leia mais

MÉTODOS QUANTITATIVOS PARA CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO EXPERIMENTAL

MÉTODOS QUANTITATIVOS PARA CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO EXPERIMENTAL MÉTODOS QUANTITATIVOS PARA CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO EXPERIMENTAL Pedro Henrique Bragioni Las Casas Pedro.lascasas@dcc.ufmg.br Apresentação baseada nos slides originais de Jussara Almeida e Virgílio Almeida

Leia mais

3 Metodologia. 3.1 Tipo de Pesquisa

3 Metodologia. 3.1 Tipo de Pesquisa 3 Metodologia Neste capítulo será explicado em profundidade o método utilizado e a classificação do tipo de pesquisa. Serão descritos o universo e a seleção da amostra, o método de coleta de dados empregado,

Leia mais

PESQUISA CAUSAL: Experimentação

PESQUISA CAUSAL: Experimentação RAD 1404 Pesquisa de Marketing PESQUISA CAUSAL: Experimentação Cap. 7 Pesquisa de Marketing Naresh K. Malhotra Prof. Dirceu Tornavoi de Carvalho Qual o Conceito de Causalidade? Pesquisa Causal Quando a

Leia mais

AULA 03 Estimativas e tamanhos amostrais

AULA 03 Estimativas e tamanhos amostrais 1 AULA 03 Estimativas e tamanhos amostrais Ernesto F. L. Amaral 03 de outubro de 2013 Centro de Pesquisas Quantitativas em Ciências Sociais (CPEQS) Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) Universidade

Leia mais

GOVERNANÇA DE TI: uma pesquisa quantitativa com empresas brasileiras

GOVERNANÇA DE TI: uma pesquisa quantitativa com empresas brasileiras GOVERNANÇA DE TI: uma pesquisa quantitativa com empresas brasileiras Prof. Paulo Henrique S. Bermejo, Dr. Prof. André Luiz Zambalde, Dr. Adriano Olímpio Tonelli, MSc. Pamela A. Santos LabGTI Laboratório

Leia mais

4 Análise dos. dados. versão abaixo. arrependimento

4 Análise dos. dados. versão abaixo. arrependimento 4 Análise dos dados Esta parte apresentaa os resultados obtidos neste trabalho. Serão detalhados os procedimentos estatísticos e as análises utilizadas. A variável independente é a motivação de compra

Leia mais

PERFIL DOS AUTORES... XVII PREFÁCIO... XIX INTRODUÇÃO... XXI

PERFIL DOS AUTORES... XVII PREFÁCIO... XIX INTRODUÇÃO... XXI Sumário PERFIL DOS AUTORES... XVII PREFÁCIO... XIX INTRODUÇÃO... XXI CAPÍTULO 1 O processo de pesquisa e os enfoques quantitativo e qualitativo rumo a um modelo integral... 2 Que enfoques foram apresentados

Leia mais

1 Evolução da administração. 1.1 Principais abordagens da administração (clássica até contingencial). 1.2 Evolução da administração pública no Brasil

1 Evolução da administração. 1.1 Principais abordagens da administração (clássica até contingencial). 1.2 Evolução da administração pública no Brasil 1 Evolução da administração. 1.1 Principais abordagens da administração (clássica até contingencial). 1.2 Evolução da administração pública no Brasil (após 1930); reformas administrativas; a nova gestão

Leia mais

Relações entre Reações a Mudanças e Comprometimento Organizacional em Servidores Públicos de Minas Gerais. Resumo

Relações entre Reações a Mudanças e Comprometimento Organizacional em Servidores Públicos de Minas Gerais. Resumo Relações entre Reações a Mudanças e Comprometimento Organizacional em Servidores Públicos de Minas Gerais Autoria: Antonio Luiz Marques, Renata Simões Guimarães e Borges, Kelly de Morais, Mariane Coimbra

Leia mais

AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL COROINHA DARONCHI 1

AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL COROINHA DARONCHI 1 AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL COROINHA DARONCHI 1 Débora Regina Lermen 2, Maira Fátima Pizolotto 3. 1 Trabalho de Conclusão de Curso 2 Aluna do curso de Administração

Leia mais

ÍNDICE 1. OBJETIVO ABRANGÊNCIA DEFINIÇÕES GESTÃO DE RISCOS ETAPAS DA GESTÃO DE RISCOS E CONTROLES INTERNOS...

ÍNDICE 1. OBJETIVO ABRANGÊNCIA DEFINIÇÕES GESTÃO DE RISCOS ETAPAS DA GESTÃO DE RISCOS E CONTROLES INTERNOS... GESTÃO DE RISCOS Folha 1/10 ÍNDICE 1. OBJETIVO... 2 2. ABRANGÊNCIA... 2 3. DEFINIÇÕES... 2 4. GESTÃO DE RISCOS... 3 5. ETAPAS DA GESTÃO DE RISCOS E CONTROLES INTERNOS... 4 5.1. Identificação dos Riscos:...

Leia mais

5.1. Sugestões para pesquisas futuras

5.1. Sugestões para pesquisas futuras 5 Conclusão A presente pesquisa trata o problema de identificação e avaliação de competências organizacionais capazes de alavancar vantagem competitiva sustentada em empresas fabricantes de produtos de

Leia mais

2. MODELO EVOLUCIONÁRIO Incerteza Adaptação aos ambientes interno e externo

2. MODELO EVOLUCIONÁRIO Incerteza Adaptação aos ambientes interno e externo 3 PARADIGMAS DE GESTÃO 1. MODELO RACIONAL Passos no desenvolvimento da estratégia 1. Definição da missão - Definir utilidade - Definir objetivos estratégicos 2. Análise SWOT - Análise interna - Previsão

Leia mais

Escala de Atitudes em relação à Estatística: estudo de validação. Resumo

Escala de Atitudes em relação à Estatística: estudo de validação. Resumo 1 Escala de Atitudes em relação à Estatística: estudo de validação. Juliana Alvares Duarte Bonini Campos*; Lívia Nordi Dovigo**; Fernanda Salloumé Sampaio Bonafé**; João Maroco*** *Profa. Dra. Da Disciplina

Leia mais

PESQUISA DE MERCADO. Profa. MSc Marilda Sena P. Zuza

PESQUISA DE MERCADO. Profa. MSc Marilda Sena P. Zuza PESQUISA DE MERCADO Profa. MSc Marilda Sena P. Zuza Pesquisa de Mercado no Contexto de Marketing É uma ferramenta para tornar as decisões a respeito do Mix de Marketing mais seguras. Algumas dúvidas envolvidas

Leia mais

Metodologia de Dissertação II. Renata Lèbre La Rovere IE/UFRJ

Metodologia de Dissertação II. Renata Lèbre La Rovere IE/UFRJ Metodologia de Dissertação II Renata Lèbre La Rovere IE/UFRJ Recapitulando- bibliografia das aulas anteriores CRESWELL, J.W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre:

Leia mais

Capacidade discriminante de testes de rastreamento utilizando variáveis latentes: aplicação de modelagem de equações estruturais

Capacidade discriminante de testes de rastreamento utilizando variáveis latentes: aplicação de modelagem de equações estruturais Capacidade discriminante de testes de rastreamento utilizando variáveis latentes: aplicação de modelagem de equações estruturais Juliana Alvares Duarte Bonini Campos 1 Paula Cristina Jordani 1 Fernanda

Leia mais

X. 2 O SISTEMA DE REMUNERAÇÃO NA EMPRESA X. 3 RESILIÊNCIA EM ALUNOS DE PÓS GRADUAÇÃO. 4 ATRAÇÃO E RETENÇÃO NAS EMPRESAS A VISÃO DA GERAÇÃO Y.

X. 2 O SISTEMA DE REMUNERAÇÃO NA EMPRESA X. 3 RESILIÊNCIA EM ALUNOS DE PÓS GRADUAÇÃO. 4 ATRAÇÃO E RETENÇÃO NAS EMPRESAS A VISÃO DA GERAÇÃO Y. SUMÁRIO Diagnostico e Proposição de Ampliação do Processo de Avaliação de Desempenho na Empresa X... 2 O SISTEMA DE REMUNERAÇÃO NA EMPRESA X... 3 RESILIÊNCIA EM ALUNOS DE PÓS GRADUAÇÃO... 4 ATRAÇÃO E RETENÇÃO

Leia mais

III AMOSTRAGEM E INTERVALO DE CONFIANÇA Conceito de Amostragem AMOSTRA ALEATÓRIA

III AMOSTRAGEM E INTERVALO DE CONFIANÇA Conceito de Amostragem AMOSTRA ALEATÓRIA III AMOSTRAGEM E INTERVALO DE CONFIANÇA 3.1- Conceito de Amostragem AMOSTRA ALEATÓRIA Consideremos uma população e observando alguns elementos queremos obter informações a respeito da mesma. Estes elementos

Leia mais

III ENCONTRO ANUAL FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA

III ENCONTRO ANUAL FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA III ENCONTRO ANUAL FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA Proposta de Sistema de Indicadores de Desempenho de Segurança Pública Doriam Borges (Consultor da SENASP) Abril de 2009 A informação como instrumento

Leia mais

Alinhamento estratégico de melhoria de processos de software: percepções de um processo de apoio à decisão.

Alinhamento estratégico de melhoria de processos de software: percepções de um processo de apoio à decisão. Alinhamento estratégico de melhoria de processos de software: percepções de um processo de apoio à decisão. Francisco Vasconcellos UFMS Caíque Minhare UFMS Leonardo Fuchs UFMS Jucele Vasconcellos UFMS

Leia mais

Definição. Os valores assumidos pelos estimadores denomina-se estimativas pontuais ou simplesmente estimativas.

Definição. Os valores assumidos pelos estimadores denomina-se estimativas pontuais ou simplesmente estimativas. 1. Inferência Estatística Inferência Estatística é o uso da informção (ou experiência ou história) para a redução da incerteza sobre o objeto em estudo. A informação pode ou não ser proveniente de um experimento

Leia mais

ESTUDOS CORRELACIONAIS E ESTUDOS CAUSAL-COMPARATIVOS. Ana Henriques Carla Neves Idália Pesquita Mestrado em Educação Didáctica da Matemática

ESTUDOS CORRELACIONAIS E ESTUDOS CAUSAL-COMPARATIVOS. Ana Henriques Carla Neves Idália Pesquita Mestrado em Educação Didáctica da Matemática 1 ESTUDOS CORRELACIONAIS E ESTUDOS CAUSAL-COMPARATIVOS Ana Henriques Carla Neves Idália Pesquita Mestrado em Educação Didáctica da Matemática 1. Introdução A compreensão do comportamento humano tanto a

Leia mais

Técnicas de Amostragem

Técnicas de Amostragem Técnicas de Amostragem 1 Amostragem é o processo de seleção de uma amostra, que possibilita o estudo das características da população. Quando obtemos informações a partir de amostras e tentamos atingir

Leia mais

Sistema de Gestão em Excelência Operacional e a Jornada rumo a uma Organização Livre de Acidentes

Sistema de Gestão em Excelência Operacional e a Jornada rumo a uma Organização Livre de Acidentes Sistema de Gestão em Excelência Operacional e a Jornada rumo a uma Organização Livre de Acidentes Laudemir Silva Superintendente e Gerente de Planta Edmario Nascimento - Gerente de HES/OE/PSM Planta Mauá

Leia mais

NBC TA 530 Amostragem em Auditoria Se aplica quando o auditor independente decide usar amostragem na execução de procedimentos de auditoria Trata do

NBC TA 530 Amostragem em Auditoria Se aplica quando o auditor independente decide usar amostragem na execução de procedimentos de auditoria Trata do Amostragem NBC TA 530 Amostragem em Auditoria Se aplica quando o auditor independente decide usar amostragem na execução de procedimentos de auditoria Trata do uso de amostragem estatística e não estatística

Leia mais

Expectativas Subjectivas e Escolhas Ocupacionais de Estudantes Universitários em Moçambique

Expectativas Subjectivas e Escolhas Ocupacionais de Estudantes Universitários em Moçambique Nota de Política 36401 Março 2018 Mariapia Mendola, Luigi Minale, Ines Raimundo Expectativas Subjectivas e Escolhas Ocupacionais de Estudantes Universitários em Moçambique Em suma A transição da educação

Leia mais

1 O Problema. 1.1 Introdução

1 O Problema. 1.1 Introdução 1 O Problema 1.1 Introdução O atual cenário financeiro, altamente competitivo, tem sido responsável por um aumento expressivo da velocidade das transformações ocorridas nas instituições financeiras. Freqüentemente

Leia mais

3 Metodologia de Estudo

3 Metodologia de Estudo 3 Metodologia de Estudo Este capítulo apresenta as características do método adotado para o estudo, compreendendo a descrição sobre o instrumento de pesquisa adotado (questionário), bem como os critérios

Leia mais

Corruption and Growth

Corruption and Growth December 6, 2010 Vários economistas, como North [1990], argumentam que o mal-funcionamento das instituições governamentais pode ser um contra-incentivo à inovação, ao investimento e ao empreendedorismo

Leia mais

5 Análise dos resultados

5 Análise dos resultados 5 Análise dos resultados Os dados foram analisados utilizando o software SPSS (Statistical Package for Social Sciences) base 18.0. Para Cooper e Schindler (2003) a análise de dados envolve a redução de

Leia mais

3 MÉTODO. 3.1 Introdução

3 MÉTODO. 3.1 Introdução 53 3 MÉTODO 3.1 Introdução Neste capítulo será apresentado o método de pesquisa utilizado, esclarecendo o tipo de pesquisa realizado, método de coleta de dados, universo e amostra, tratamento dos dados

Leia mais

Interpretação da norma NBR ISO/IEC 27001:2006

Interpretação da norma NBR ISO/IEC 27001:2006 Curso e Learning Sistema de Gestão de Segurança da Informação Interpretação da norma NBR ISO/IEC 27001:2006 Todos os direitos de cópia reservados. Não é permitida a distribuição física ou eletrônica deste

Leia mais

6 Teste de Normalidade das Cargas Fatoriais

6 Teste de Normalidade das Cargas Fatoriais 6 Teste de Normalidade das Cargas Fatoriais Até o presente momento os intervalos de confiança e os valores-p para o TIAF são sugeridos com base em métodos não paramétricos, que não exigem a normalidade

Leia mais

ANEXO I RESOLUÇÃO Nº 15/ CONSELHO SUPERIOR FORMULÁRIO PARA AVALIAÇÃO DE TÉCNICO ADMINISTRATIVO EM EDUCAÇÃO

ANEXO I RESOLUÇÃO Nº 15/ CONSELHO SUPERIOR FORMULÁRIO PARA AVALIAÇÃO DE TÉCNICO ADMINISTRATIVO EM EDUCAÇÃO ANEXO I RESOLUÇÃO Nº 15/2011 - CONSELHO SUPERIOR FORMULÁRIO PARA AVALIAÇÃO DE TÉCNICO ADMINISTRATIVO EM EDUCAÇÃO DADOS DO SERVIDOR AVALIADO: Nome Completo: Unidade de Lotação: Cargo: Período de Avaliação

Leia mais

FORMAÇÃO DE AUDITORES INTERNOS DA QUALIDADE ISO 19011:2012 PROF. NELSON CANABARRO

FORMAÇÃO DE AUDITORES INTERNOS DA QUALIDADE ISO 19011:2012 PROF. NELSON CANABARRO FORMAÇÃO DE AUDITORES INTERNOS DA QUALIDADE ISO 19011:2012 PROF. NELSON CANABARRO PRINCÍPIOS ISO 9001:2015 1. Foco no cliente 2. Liderança 3. Engajamento das pessoas 4. Abordagem de processo 5. Melhoria

Leia mais

5 Conclusão Sumário do Estudo

5 Conclusão Sumário do Estudo 77 5 Conclusão Este capítulo apresenta um sumário do estudo, de modo a proporcionar uma visão geral de suas etapas e metodologia. Em seguida, são apresentadas as principais conclusões da pesquisa, respondendo-se

Leia mais

Sistema de Informações e Pesquisa de Marketing Aula 12 24/10/17

Sistema de Informações e Pesquisa de Marketing Aula 12 24/10/17 Sistema de Informações e Pesquisa de Marketing Aula 12 24/10/17 2º semestre / 2017 Profa Kavita Hamza kavita@usp.br População Soma de todos os elementos que compartilham algum conjunto comum de características

Leia mais

Wconsulting Garantia de excelência nos projetos desenvolvidos!

Wconsulting Garantia de excelência nos projetos desenvolvidos! A utilização do método de análise e solução de problemas O MASP é uma excelente ferramenta utilizada para análise e solução de problemas. Permite identificar de forma assertiva as causas de um determinado

Leia mais

ERRATA: Orientação para o mercado nas instituições de ensino superior Portuguesas

ERRATA: Orientação para o mercado nas instituições de ensino superior Portuguesas UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Ciências Sociais e Humanas ERRATA: Orientação para o mercado nas instituições de ensino superior Portuguesas Maria Helena de Jesus Leal Júlio Dissertação para obtenção do

Leia mais

Considerações. Planejamento. Planejamento. 3.3 Análise de Variância ANOVA. 3.3 Análise de Variância ANOVA. Estatística II

Considerações. Planejamento. Planejamento. 3.3 Análise de Variância ANOVA. 3.3 Análise de Variância ANOVA. Estatística II UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARAN PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Estatística II Aula 8 Profa. Renata G. Aguiar Considerações Coleta de dados no dia 18.05.2010. Aula extra

Leia mais

AVALIAÇÃO DOS TESTES MULTIVARIADOS DA RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇAS E T² DE HOTELLING: Um estudo por simulação de dados

AVALIAÇÃO DOS TESTES MULTIVARIADOS DA RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇAS E T² DE HOTELLING: Um estudo por simulação de dados AVALIAÇÃO DOS TESTES MULTIVARIADOS DA RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇAS E T² DE HOTELLING: Um estudo por simulação de dados Eduardo Campana Barbosa 12 Rômulo César Manuli² Patrícia Sousa² Ana Carolina Campana

Leia mais

Comportamento Organizacional

Comportamento Organizacional Comportamento Organizacional Profª. Taís Brenner Oesterreich 2011-1 O que é comportamento organizacional? Campo de estudo que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento

Leia mais

SATISFAÇÃO NO TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO NA VENCAL CALÇADOS IJUÍ/RS 1

SATISFAÇÃO NO TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO NA VENCAL CALÇADOS IJUÍ/RS 1 SATISFAÇÃO NO TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO NA VENCAL CALÇADOS IJUÍ/RS 1 Angélica Tamires Gasparin Casalini Zweigle 2, Marisandra Da Silva Casali 3. 1 Trabalho de conclusão de curso realizado no ano de 2014

Leia mais

Objetivo: Demonstrar ao aluno como identificar, medir e administrar o desempenho humano nas organizações.

Objetivo: Demonstrar ao aluno como identificar, medir e administrar o desempenho humano nas organizações. GESTÃO DE EQUIPES Objetivo: Demonstrar ao aluno como identificar, medir e administrar o desempenho humano nas organizações. Nesta aula: Conceitos Dimensões Condução de programa de gestão de desempenho

Leia mais

1 Apresentação. 2 Objetivos. 2.1 Fatores internos de influência. 2.2 Fatores externos de influência

1 Apresentação. 2 Objetivos. 2.1 Fatores internos de influência. 2.2 Fatores externos de influência 1 18 1 Apresentação O presente documento corresponde ao produto que trata da Pesquisa de Clima Organizacional com servidores do Ifes, realizado pela Diretoria de Gestão de Pessoas DRGP, com apoio da Diretoria

Leia mais

Faculdade de Imperatriz FACIMP

Faculdade de Imperatriz FACIMP Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Controle de Qualidade de Medicamentos Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 5 o Período de Farmácia e Bioquímica 1 o Semestre de 2007 Prof. Dr. Paulo Roberto

Leia mais

CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA. Prof. Renato Fernandes Universidade Regional do Cariri URCA Curso de Tecnologia da Construção Civil

CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA. Prof. Renato Fernandes Universidade Regional do Cariri URCA Curso de Tecnologia da Construção Civil CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA Prof. Renato Fernandes Universidade Regional do Cariri URCA Curso de Tecnologia da Construção Civil Classificação com base em seus objetivos Pesquisas exploratórias

Leia mais

1 Natureza da Ciência Social, 1

1 Natureza da Ciência Social, 1 SUMÁRIO 1 Natureza da Ciência Social, 1 1.1 O conhecimento do mundo, 1 1.2 Natureza da ciência, 2 1.3 Classificação das ciências, 3 1.4 Peculiaridades das ciências sociais, 3 1.4.1 O problema da objetividade,

Leia mais

Controle: a quarta função da administração.

Controle: a quarta função da administração. Controle: a quarta função da administração. Por: Leonora Duarte, administradora e gerente de atendimento ao cliente IDEAGRI Apresentamos os principais aspectos da quarta e última função da Administração/Gestão:

Leia mais

I CONSIDERAÇÕES SOBRE CIÊNCIA E PESQUISA CIENTÍFICA,

I CONSIDERAÇÕES SOBRE CIÊNCIA E PESQUISA CIENTÍFICA, SUMÁRIO Prefácio, xv Parte I CONSIDERAÇÕES SOBRE CIÊNCIA E PESQUISA CIENTÍFICA, 1 1 PROCESSO DE PESQUISA, 3 1.1 O processo de pesquisa: características e exigências, 4 1.2 Para que pesquisar?, 5 1.2.1

Leia mais

Aula 2 Pesquisa. Conceitos. Prof. Marcelo Musci

Aula 2 Pesquisa. Conceitos. Prof. Marcelo Musci Aula 2 Pesquisa Conceitos Prof. Marcelo Musci Conceito de Pesquisa O objetivo da pesquisa científica é explicar, prever e / ou controlar um determinado fato ou fenômeno. Fazer pesquisa é... Investigar

Leia mais

Aula 01 Planejamento de uma Pesquisa

Aula 01 Planejamento de uma Pesquisa Aula 01 Planejamento de uma Pesquisa Stela Adami Vayego - DEST/UFPR 1 Etapas usuais de uma pesquisa empírica Tema, definição do problema, objetivos,... Planejamento da pesquisa Metolo- -logia estatística

Leia mais

ESTUDO DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL EM UMA ORGANIZAÇÃO DO TERCEIRO SETOR DA CIDADE DE IJUI/RS 1

ESTUDO DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL EM UMA ORGANIZAÇÃO DO TERCEIRO SETOR DA CIDADE DE IJUI/RS 1 ESTUDO DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL EM UMA ORGANIZAÇÃO DO TERCEIRO SETOR DA CIDADE DE IJUI/RS 1 Luís Fernando Irgang Dos Santos 2, Claudio Rodrigo Machado Fraga 3. 1 Pesquisa realizada na disciplina

Leia mais

AVALIAÇÃO POR COMPETÊNCIAS E POR RESULTADOS

AVALIAÇÃO POR COMPETÊNCIAS E POR RESULTADOS AVALIAÇÃO POR COMPETÊNCIAS E POR RESULTADOS A Avaliação de Desempenho dos Gestores Públicos (ADGP) é uma das ações do Projeto Estruturador Ampliação da Profissionalização dos Gestores Públicos composto

Leia mais

1. O PROBLEMA Introdução

1. O PROBLEMA Introdução 9 1. O PROBLEMA Nas últimas décadas, grande parte da literatura sobre administração tem se dedicado à mudança organizacional. Uma rápida consulta à literatura especializada revela a existência de centenas

Leia mais

Data: 02/02/2018 Conteúdo: Planejamento Estratégico: gestão orientada para resultados Professora: Conceição Castelo Branco

Data: 02/02/2018 Conteúdo: Planejamento Estratégico: gestão orientada para resultados Professora: Conceição Castelo Branco Data: 02/02/2018 Conteúdo: Planejamento Estratégico: gestão orientada para resultados Professora: Conceição Castelo Branco Se planejar é sinônimo de conduzir conscientemente, então não existe alternativa

Leia mais

Profa. Cláudia Palladino. Unidade II SUPRIMENTO DE MÃO DE OBRA

Profa. Cláudia Palladino. Unidade II SUPRIMENTO DE MÃO DE OBRA Profa. Cláudia Palladino Unidade II SUPRIMENTO DE MÃO DE OBRA Temática do recrutamento O recrutamento: É uma ação externa da empresa; Influência o mercado de recursos humanos; Absorve os candidatos de

Leia mais

Processo Organizacional

Processo Organizacional Processo Organizacional Direção Processo de trabalhar com pessoas para possibilitar a realização de objetivos. Representa a implantação daquilo que foi planejado e organizado: dinamiza a empresa, faz as

Leia mais

Processo Organizacional

Processo Organizacional Processo Organizacional Direção Processo de trabalhar com pessoas para possibilitar a realização de objetivos. Representa a implantação daquilo que foi planejado e organizado: dinamiza a empresa, faz as

Leia mais

Estratégia de Negócios em TI

Estratégia de Negócios em TI 1 Estratégia de Negócios em TI Apresentação Prof. Mestre Walteno Martins Parreira Júnior Prof. Walteno Martins Parreira Jr 1 A Gestão Estratégica compreende três requisitos 1- Planejamento (processo de

Leia mais

XVIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias SNBU 2014

XVIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias SNBU 2014 1 XVIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias SNBU 2014 A ADOÇÃO DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS COMO CAMINHO PARA O DESCARTE DE MATERIAIS BIBLIOGRÁFICOS Evandra Campos Castro Mauro José Kummer 2 RESUMO

Leia mais

SENAI&'&ES& O"METODO"QUANTITATIVO" " " 26/06/14 MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS & &

SENAI&'&ES& OMETODOQUANTITATIVO   26/06/14 MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS & & SENAI&'&ES& & & O"METODO"QUANTITATIVO" " " Prof."FÁBIO"CAMPOS" E O que é método? É a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de fenômenos. O que são procedimentos metodológicos?

Leia mais

Comprometimento, Entrincheiramento e Consentimento do Indivíduo com a Organização: Explorando seus Antecedentes e Consequentes RESUMO EXPANDIDO

Comprometimento, Entrincheiramento e Consentimento do Indivíduo com a Organização: Explorando seus Antecedentes e Consequentes RESUMO EXPANDIDO Comprometimento, Entrincheiramento e Consentimento do Indivíduo com a Organização: Explorando seus Antecedentes e Consequentes Gean Carlos Tomazzoni (gean.tomazzoni@mail.ufsm.br) Vânia Medianeira Flore

Leia mais

MONTAGEM DE HIPÓTESES

MONTAGEM DE HIPÓTESES MONTAGEM DE HIPÓTESES Metodologia Científica Graduação Tecnológica O Enunciado das Hipóteses * Toda pesquisa científica consiste em enunciar e verificar hipóteses... Hipótese é: * uma suposição que se

Leia mais

Figura 04: Esquema visual de conclusões Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 04: Esquema visual de conclusões Fonte: Elaborado pelo autor 5 Conclusões O presente estudo teve como objetivo identificar quais fatores do serviço prestado pela Unimed-Rio foram determinantes para a formação de insatisfação entre os beneficiários em situações enquadradas

Leia mais

Você gostaria de ter um espaço aberto para trocar idéias sobre...

Você gostaria de ter um espaço aberto para trocar idéias sobre... Você gostaria de ter um espaço aberto para trocar idéias sobre... Este bate papo que tivemos foi, na verdade, para inaugurar o Programa Sua carreira; Sua vida profissional; Dicas para o auto-desenvolvimento;

Leia mais

ISO 9001:2015. Principais alterações. Andreia Martins Gestora de Cliente

ISO 9001:2015. Principais alterações. Andreia Martins Gestora de Cliente ISO 9001:2015 Principais alterações Andreia Martins Gestora de Cliente Andreia.martins@apcer.pt Objetivos da Revisão Considerar as mudanças nas práticas de sistemas de gestão e nas tecnologias. Disponibilizar

Leia mais

SUMÁRIO. Prefácio, xv

SUMÁRIO. Prefácio, xv SUMÁRIO Prefácio, xv 1 Natureza da ciência social, 1 1.1 Conhecimento do mundo, 1 1.2 Natureza da ciência, 2 1.3 Classificação das ciências, 3 1.4 Peculiariedades das ciências sociais, 3 1.4.1 O problema

Leia mais

9 Conclusões e considerações finais

9 Conclusões e considerações finais 139 9 Conclusões e considerações finais Discutiu-se nesta tese a operacionalização da flexibilidade de manufatura, a partir das perspectivas teórica e empírica. Dentre as principais contribuições da tese,

Leia mais

Curso do Superior de Tecnologia em Marketing

Curso do Superior de Tecnologia em Marketing Curso do Superior de Tecnologia em Objetivos do curso 1.5.1 Objetivo Geral O Curso Superior de Tecnologia em na modalidade EaD da universidade Unigranrio, tem por objetivos gerais capacitar o profissional

Leia mais

4 Descrição e análise dos resultados 4.1. Introdução

4 Descrição e análise dos resultados 4.1. Introdução 4 Descrição e análise dos resultados 4.1. Introdução O presente estudo, baseado na pesquisa GPTW (GreatPlacetoWork ) 2013, focou um universo de 327 empresas nacionais, do qual foi identificada uma amostra

Leia mais

Validação da Versão Portuguesa do QUESTIONÁRIO DE EFICÁCIA CLÍNICA E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS

Validação da Versão Portuguesa do QUESTIONÁRIO DE EFICÁCIA CLÍNICA E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS Validação da Versão Portuguesa do QUESTIONÁRIO DE EFICÁCIA CLÍNICA E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS Rui Pereira A. Cristina Guerra M.ª José Peixoto Teresa Martins M.ª Céu Barbieri A. Vaz Carneiro Escola

Leia mais

Figura 5 Ciclo de vantagem competitiva sustentável no mercado de saúde

Figura 5 Ciclo de vantagem competitiva sustentável no mercado de saúde 5 Conclusão A análise realizada ao longo deste estudo foi voltada para responder a pergunta problema proposta pelo autor: no atual contexto, que práticas de gestão levam as empresas de serviço em Saúde

Leia mais

15/08/2016. Prof. Richard Brosler Estratégias e Mudanças

15/08/2016. Prof. Richard Brosler Estratégias e Mudanças Prof. Richard Brosler richard.brosler@aedu.com Estratégias e Mudanças 1 Segundo Rezende, pode-se conceituar a tecnologia da informação (TI) como recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso

Leia mais

Estudo de Validade feito por Spectrum Assessments Avaliação de Índice Comportamental

Estudo de Validade feito por Spectrum Assessments Avaliação de Índice Comportamental Estudo de Validade feito por Spectrum Assessments Avaliação de Índice Comportamental Insight.lideracoaching.com.br 1 Introdução A Avaliação O Índice Comportamental Spectrum Assessments foi desenvolvido

Leia mais

Uma Investigação sobre a Relevância de Valores Organizacionais em Iniciativas de Melhoria de Processo de Software

Uma Investigação sobre a Relevância de Valores Organizacionais em Iniciativas de Melhoria de Processo de Software Programa de Pós-Graduação em Informática Uma Investigação sobre a Relevância de Valores Organizacionais em Iniciativas de Melhoria de Processo de Software Odette Mestrinho Passos (odette@ufam.edu.br) Arilo

Leia mais

APÊNDICE 7 ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS DO TCC NO FORMATO DE RELATÓRIO TÉCNICO GERENCIAL

APÊNDICE 7 ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS DO TCC NO FORMATO DE RELATÓRIO TÉCNICO GERENCIAL APÊNDICE 7 ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS DO TCC NO FORMATO DE RELATÓRIO TÉCNICO GERENCIAL 1 INTRODUÇÃO Explicar o formato de análise de diagnóstico/relatório técnico do trabalho. Contextualizar o leitor, descrevendo

Leia mais

Desenvolvido pelo Software Engineering Institute-SEI em 1992 Possui representação por estágios (5 níveis)e contínua (6 níveis)

Desenvolvido pelo Software Engineering Institute-SEI em 1992 Possui representação por estágios (5 níveis)e contínua (6 níveis) CMMI / MPS.BR Modelos de Maturidade de Qualidade de Software Aplicações criteriosas de conceitos de gerenciamento de processos e de melhoria da qualidade ao desenvolvimento e manutenção de software CMMI

Leia mais

Análise Estatística de Experimentos

Análise Estatística de Experimentos Agosto, 2013 Sumário 1 Termos e conceitos 2 Experimentos Problema Planejamento Protocolo 3 Conceitos Testes 4 Um Fator Dois Fatores Fatorial Completo 5 Pesquisa Científica Termos e conceitos Processo de

Leia mais

5 Análise dos dados 5.1. Caracterização da amostra

5 Análise dos dados 5.1. Caracterização da amostra 5 Análise dos dados 5.1. Caracterização da amostra Do total da amostra pesquisada, 164 participantes eram do sexo masculino (77%), 48 do sexo feminino (23%) e 90 deles nasceram após 1980, o que significa

Leia mais

7.1 Contribuições para a teoria de administração de empresas

7.1 Contribuições para a teoria de administração de empresas 7 Conclusões Esta tese teve por objetivo propor e testar um modelo analítico que identificasse como os mecanismos de controle e as dimensões da confiança em relacionamentos interorganizacionais influenciam

Leia mais

Unidade: Risco e Retorno. Unidade I:

Unidade: Risco e Retorno. Unidade I: Unidade I: 0 Unidade: Risco e Retorno A análise de investimentos está baseada nas estimativas dos fluxos de caixa de um projeto. Nem sempre essas previsões de fluxo de caixa coincidem com os resultados

Leia mais

Lista de exercícios. Liderança. Prof. Carlos Xavier.

Lista de exercícios. Liderança. Prof. Carlos Xavier. INSTITUTO DE GESTÃO, ECONOMIA E POLÍTICAS PÚBLICAS Lista de exercícios Liderança 1. (CESPE/STJ/Técnico/2008) O gestor de recursos humanos que utiliza a liderança centrada nas pessoas se preocupa em passar

Leia mais

Avaliação de Artigo com utilização de SEM Modelagem de Equações Estruturais

Avaliação de Artigo com utilização de SEM Modelagem de Equações Estruturais Avaliação de Artigo com utilização de SEM Modelagem de Equações Estruturais Universidade de São Paulo - FEA Professor Dr. Ronaldo Zwicker Professor Dr. Cesar Alexandre de Souza Fulvio Cristofoli Nr.. USP:

Leia mais

Estimação parâmetros e teste de hipóteses. Prof. Dr. Alberto Franke (48)

Estimação parâmetros e teste de hipóteses. Prof. Dr. Alberto Franke (48) Estimação parâmetros e teste de hipóteses Prof. Dr. Alberto Franke (48) 91471041 Intervalo de confiança para média É um intervalo em que haja probabilidade do verdadeiro valor desconhecido do parâmetro

Leia mais

AULA 06 Correlação. Ernesto F. L. Amaral. 04 de outubro de 2013

AULA 06 Correlação. Ernesto F. L. Amaral. 04 de outubro de 2013 1 AULA 06 Correlação Ernesto F. L. Amaral 04 de outubro de 2013 Centro de Pesquisas Quantitativas em Ciências Sociais (CPEQS) Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) Universidade Federal de

Leia mais

PESQUISA QUANTITATIVA

PESQUISA QUANTITATIVA PESQUISA QUANTITATIVA Teoria e Análise das Organizações Comportamento Organizacional Tópicos Contemporâneos em Administração 1 Prof. Dr. Onofre R. de Miranda 1 OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Apresentar conceitos

Leia mais

CESPE A governança corporativa acentua a necessidade de eficácia e accountability na gestão dos bens públicos.

CESPE A governança corporativa acentua a necessidade de eficácia e accountability na gestão dos bens públicos. CESPE 2013 A respeito de governança corporativa na gestão pública, julgue os itens a seguir. 01. No setor público, a governança corporativa refere-se à administração das agências do setor público mediante

Leia mais

CHECK-LIST ISO 14001:

CHECK-LIST ISO 14001: Data da Auditoria: Nome da empresa Auditada: Auditores: Auditados: Como usar este documento: Não é obrigatório o uso de um check-list para o Sistema de Gestão. O Check-list é um guia que pode ser usado

Leia mais

Informações de marketing

Informações de marketing Pesquisas Mercadológicas Informações de Marketing Informações de marketing O Sistema de Informações de Marketing (SIM) possibilita que a empresa organize um fluxo de informações necessárias para a tomada

Leia mais

CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL

CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL PLANO DE AULA Contexto e Mudanças no Ambiente de Trabalho Conceito de Clima Organizacional Conceito de Cultura Organizacional Clima e Cultura Organizacional Indicadores de

Leia mais

Cap. 4 - Estimação por Intervalo

Cap. 4 - Estimação por Intervalo Cap. 4 - Estimação por Intervalo Amostragem e inferência estatística População: consiste na totalidade das observações em que estamos interessados. Nº de observações na população é denominado tamanho=n.

Leia mais