CURSO TJMG Nível Médio Oficial de Apoio 2016 (presencial) Nº 01

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1 CURSO TJMG Nível Médio Oficial de Apoio 2016 (presencial) Nº 01 DATA 30/5/16 DISCIPLINA Atos de Ofícios Cíveis PROFESSOR Ival Heckert Jr. MONITORA Gabriela Mendes AULA 01/11 Programa-base: extrato de licitação para contratação da banca 1. Processos: conceito, espécies, tipos de procedimento; distribuição, autuação e registro; protocolo; petição inicial; numeração e rubrica das folhas nos autos; guarda, conservação e restauração dos autos; exame em cartório, manifestação e vista; retirada dos autos pelo advogado; carga, baixa, conclusão, recebimento, remessa, assentada, juntada e publicação; lavratura de autos e certidões em geral; traslado; contestação. 2. Termos processuais cíveis e criminais e autos: conceitos, conteúdo, forma e tipos. 3. Atos do juiz: sentença, decisão interlocutória e despacho; acórdão. 4. Atos processuais: forma, nulidade, classificação e publicidade; processos que correm em segredo de justiça. 5. Citação e intimação: conceito, requisitos, modalidades de citação: via postal, mandado, por edital; cartas precatória, rogatória e de ordem. Intimação na capital e nas comarcas do interior; intimação do Ministério Público; contagem do prazo de intimação. 6. Prazos: conceito, curso dos prazos, prazos das partes, do juiz e do servidor, processos que correm em recessos. 7. Apensamento de autos: procedimento; requisitos da execução provisória. 8. Autos suplementares: sobre obrigatoriedade, peças e guarda. 9. Custas e emolumentos. 10. Distribuição de feitos: critérios para distribuição e escala de valores, ações que não dependem de distribuição. 11. Condição a ser observada para a distribuição de petição inicial; exceção. 12. Distribuição de feitos por dependência: conceito e casos em que ocorre. 13. Procedimentos nos Juizados Especiais Cíveis. Dos atos processuais. Do pedido. Das citações e intimações. Da revelia. Da conciliação e do juízo arbitral. Da instrução e julgamento. Da resposta do réu. Das provas. Da sentença. Dos embargos de declaração. Da extinção do processo sem julgamento do mérito. Do cumprimento de sentença. Das despesas e honorários. 14. Procedimentos nos Juizados Especiais Criminais. Da competência e dos atos processuais. Da fase preliminar. Do procedimento sumaríssimo. Da execução. Das despesas processuais. Ementa: Processo. Considerações iniciais. Conceito. Tipos de procedimento. Distribuição, autuação e registro. Protocolo. Petição inicial.

2 PROCESSO considerações iniciais Trata-se da forma a se aperfeiçoar, no mundo real, uma pretensão resistida por meio de uma lide. Lide: resistência ao aperfeiçoamento do direito. Processo, então, é o meio pelo qual o Estado atua para resolver interesses em conflito. Etapas: 1º - declaração da existência (ou não) do direito. Atuação do Estado 2º - efetivação do direito (se reconhecido). pela via do processo. LEI - definições - Lei material regula as condutas das pessoas na sociedade (estabelece direitos/ obrigações); - Lei processual regula os atos e condutas dos sujeitos do processo, demonstrando como (procedimento) levar ao Estado a suposta infração a direito material. Processo: sequência de atos (praticados pelos sujeitos do processo) ordenados em lei de natureza processual 1 destinados a declarar um direito, em um ato final sentença. JUIZ AUTOR RÉU Sujeitos do processo: Advogados (do autor, do réu), MP, Servidores, juiz,... CPC / 2015 (NCPC) LEI N.º , DE 16 DE MARÇO DE 2015 A todo processo, há um procedimento previsto (por meio da lei de natureza processual). 1 Processo de conhecimento Destinado a viabilizar ao Estado conhecer, ou não, da pretensão (direito alegado pelo autor). Subdivide-se em procedimentos: 1 Código de Processo Civil.

3 1.1 Procedimento comum (no CPC/73, abarcava sumário e ordinário) Procedimento que regula a busca da maioria dos direitos. 1.2 Procedimentos especiais Hipóteses em que a lei processual estabelece tratamento diferenciado para situações específicas, pois o Estado pretende proteger tais direitos de uma forma peculiar (ex.: cobrança de alimentos). Estrutura do NCPC: Parte geral: artigo 1º a 317. Princípios e fundamentos do processo, atos processuais em geral (prazos, formas, etc.)., Parte Especial: artigo 318 e seguintes Processo de conhecimento e seus procedimentos. Processo de conhecimento Art. 2.º: O processo começa por iniciativa da parte (1) e se desenvolve por impulso oficial (2), salvo as exceções previstas em lei. Desse artigo, decorrem dois princípios: (1) Inércia o juiz não pode exercer a jurisdição sem provocação, eis que, se o próprio Juiz (Estado) provoca a jurisdição, ele está fazendo um pré-julgamento da causa, ferindo a imparcialidade de que deve estar investida a sua função. O juiz, então, não pode dar início a um processo de ofício (sem que ninguém requeira). O processo somente pode ser instaurado a requerimento (ato de solicitação). (2) Impulso oficial: o princípio da inércia vigora até que o processo seja instaurado. Mas, uma vez que a pretensão seja levada ao Estado, os próximos atos são desenvolvidos por impulso oficial, o que significa que os atos serão praticados de ofício (desnecessário requerimento da parte), pois, uma vez que o Estado toma conhecimento da lesão a um direito, ele tem interesse em ver tal conflito sanado.

4 Início do processo: PETIÇÃO INICIAL Primeiro ato do procedimento, veicula a pretensão do autor em ver sanada a lesão ao seu direito. O artigo 319 do NCPC traz os requisitos do que deve conter na petição inicial. Art A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. Tais requisitos podem ser mais bem compreendidos da seguinte maneira: I juízo a que a petição é dirigida: aferição da competência (comarca competente ao julgamento daquela ação); II partes + qualificação (nome, prenome, estado civil,...); III o fato (narrativa da lesão ao direito no mundo real) e os fundamentos (direito material que respalda a pretensão); IV o pedido, com suas especificações pedido de declaração do direito com a condenação do réu ao pagamento do prejuízo e/ou outra obrigação cabível; V valor da causa corresponde ao montante que será devido pelo réu, se condenado, e serve como base para aferir o valor das custas (taxa cobrada para sanar as despesas havidas com a prestação jurisdicional) que devem ser pagas no processo. VI provas que serão utilizadas pelo autor para provar a sua alegação. VII opção do autor pela realização ou não da audiência de conciliação ou de mediação: opção do autor pela autocomposição do conflito. 2 Itens em destaque constituem inovações do NCPC.

5 OBS.: requerimento de citação do réu não é mais requisito da petição inicial. PI JUIZ Designação de audiência (se o autor optar pela audiência ou ficar silente na inicial). Citação do réu ( que se manifestará pela vontade ou não da audiência de conciliação, ou ficará silente, o que implicará a designação da audiência de conciliação ou mediação). Obs. 1: a audiência de conciliação ou mediação somente não ocorrerá se ambos, autor e réu, expressamente se manifestarem nesse sentido. O silêncio de qualquer das partes importa realização da audiência. Obs. 2: artigo 319, 1º: Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juízo diligências necessárias a sua obtenção. não pode ser de ofício. INOVAÇÃO EM RELAÇÃO AO CPC/73. Obs. 3: art. 319, 2º e 3º: Não havendo os dados do inciso II, não será a inicial indeferida, pois poderá tornar excessivamente oneroso o acesso à justiça quando o autor não puder obter os dados por conta própria, mas o puder mediante diligências requeridas ao juízo. INOVAÇÃO EM RELAÇÃO AO CPC/73. DISTRIBUIÇÃO E REGISTRO Artigo 284: Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver mais de um juiz. Registro: ato cartorário por meio do qual o servidor registra os dados do processo, partes, etc., a fim de evitar que sejam propostos vários processos com mesmas partes, causa de pedir e pedidos. É a formalização do recebimento e entrada da petição inicial em juízo. Todos os processos deverão ser submetidos a registro. Distribuição: determinação do juízo (órgão do judiciário composto por juiz, serventuários, escrivão, oficiais de justiça) competente ao julgamento da ação em comarcas em que haja mais de um juiz que possa, potencialmente, ser competente ao julgamento do processo. Ex.: em uma comarca com três juízes cíveis, não é dado ao autor escolher um juiz. Deve haver uma distribuição, com a realização de um sorteio, para que, assim, o processo seja encaminhado ao juiz sorteado. Obs.: nem todos os processos estão sujeitos a distribuição. Há comarcas em que não há mais de um juiz.

6 Art A distribuição, que poderá ser eletrônica 3, será alternada e aleatória, obedecendo-se rigorosa igualdade. Obs.: A distribuição pode ser eletrônica, ainda que não se trate de processo eletrônico. Parágrafo único: a lista de distribuição deverá ser publicada no Diário de Justiça. Os atos do processo são públicos. Distribuição por dependência (ou distribuição dirigida) Artigo 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza: I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada; II quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda; III quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, 3º, ao juízo prevento. I - Ex.: duas partes envolvidas em um acidente discutem a autoria do fato. O primeiro processo será distribuído por sorteio, e o outro, por dependência a ele, por questão de segurança jurídica, a fim de que não haja provimentos jurisdicionais contraditórios entre si. II Obs.: ato jurisdicional que põe fim ao processo: sentença (ver artigo 487). Será de mérito essa decisão quando, em linhas gerais, declarar ou não a existência de direito. A decisão, contudo, pode pôr fim ao processo sem analisar a existência (ou não) do direito do autor por motivos vários como desistência do processo, formalidades não cumpridas pela parte, etc. Nesse caso, a sentença será chamada terminativa (hipóteses previstas no artigo 485 do NCPC). Quando a decisão termina o processo sem analisar o mérito, o autor pode ajuizar novo processo, mas, nesse caso, ele será encaminhado ao mesmo juiz da ação anterior por prevenção, para evitar possíveis burlas na distribuição e direcionamento do processo a um juiz que a parte entenda lhe ser mais favorável. III Hipótese de conexão será vista em momento oportuno. Art A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que conterá os endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico. A petição inicial deve ser acompanhada de instrumento de procuração, documento pelo qual a parte constitui advogado que fará sua defesa técnica no processo. Exceções: 3 Inovação do NCPC.

7 Art (...) Parágrafo único. Dispensa-se a juntada da procuração: I - no caso previsto no art. 104; II - se a parte estiver representada pela Defensoria Pública; III - se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Constituição Federal ou em lei. Os incisos I a III referem-se a hipóteses em que advogado em causa própria, ou em casos de urgência 4, hipóteses em que o advogado deve juntar o instrumento de procuração em 15 dias - prazo prorrogável por despacho do juiz, quando a parte é assistida pela Defensoria Pública, ou quando a representação decorra da Constituição da República ou de lei (ex.: defesa dos interesses da União). Em se tratando de hipóteses de urgência, na qual o advogado não tenha como juntar aos autos o instrumento de procuração, o NCPC traz o seguinte regramento: Art O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. 1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. Se o ato não for ratificado na hipótese do artigo 104 do NCPC acarretará ao advogado as sanções do artigo 104, 2º, do NCPC: 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. 4 Artigo 104, NCPC.