Mortalidade infantil: Uma análise do município de Imaculada na Paraíba entre os anos de 2005 e Resumo:
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- Ruth Ferreira da Mota
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Mortalidade infantil: Uma análise do município de Imaculada na Paraíba entre os anos de 2005 e 2010 Ana Maria Vasconcelos de Araújo 1 Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB Shirley Pereira de Mesquita 2 Professor Assistente do Departamento de Economia - UFPB Resumo: Este estudo analisa o perfil da mortalidade infantil dos recém-nascidos no município de Imaculada, Paraíba, Brasil, entre 2005 a 2010, a partir dos dados das declarações de nascidos vivos e óbitos. Para isto foi realizada uma comparação entre os bancos de dados do SIM (Sistema de Informação de Mortalidade) e SINASC (Sistema de Informação de Nascidos Vivos). A taxa de mortalidade infantil se apresenta maior em crianças nascidas com baixo peso. A mortalidade neonatal tardia esta mais relacionada à condição de vida das famílias e as falhas na assistência a saúde da criança. A redução da mortalidade infantil segue um padrão uniforme, mas acontece com maior rapidez onde são concentrados investimento sociais, medidas de saneamento e serviços de saúde de qualidade. Palavra-chave: Mortalidade infantil; Mortalidade e Saúde Pública. 1 Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal UFPB. am.va@hotmail.com. Telefone: (83) Doutoranda em Economia na Universidade Federal da Paraíba PPGE/UFPB. Professora Assistente do Departamento de Economia - UFPB/Campus I. shirley_mesquita@yahoo.com.br. Telefone: (83)
2 2 1 - INTRODUÇÃO A mortalidade infantil é considerada um importante indicador de qualidade de vida e bem estar social de uma população. Os principais condicionantes desse problema, principalmente nos primeiros anos de vidas das crianças, são fatores biológicos, socioeconômicos e assistencias, sendo o último relacionado ao acompanhamento à gestante e ao recém-nascido. Nos últimos anos, o Brasil tem apresentado uma redução significativa nas taxas de mortalidade infantil, embora os números ainda sejam considerados preocupantes. Segundo informações do DATASUS, em 2005 o Brasil apresentava uma taxa de mortalidade infantil de 16,98/1000 nascidos vivos, enquanto em 2010 este número cai para 10,76/1000 nascidos vivos. Para a região Nordeste, em 2005 os números eram de 20,40/1000 nascidos vivos e em 2010 de 15,57/1000 nascidos vivos, acima da média nacional. Já na Paraíba em 2005 os números eram de 18,86/1000, chegando a 14,44/1000 em O município de Imaculado, foco de análise desse estudo, apresenta uma média superior ao Brasil, Nordeste e Paraíba, chegando a 2010 com 17,75/1000, redução de apenas 0,36/1000, em relação a O declínio da mortalidade infantil segue um padrão uniforme, mas acontece com maior rapidez onde são concentrados investimentos sociais, medidas de saneamento e serviços de saúde segundo o manual de vigilância de óbito infantil e fetal e do comitê de prevenção de óbito infantil e fetal do Ministério da Saúde. Um forte aliado para as políticas de redução da mortalidade infantil é o sistema de informação da atenção básica (SIAB) de responsabilidade da secretaria municipal de saúde e do Ministério da Saúde, que consegue detectar os fatores de risco, disponibilizando dados socioeconômicos que identificam as populações mais carentes, possibilitando o direcionamento correto dos serviços de assistência à saúde. A escolha do município de Imaculada na Paraíba, como foco de análise para este estudo deve-se, principalmente, ao histórico de índices elevados desse município. Em 1997, por exemplo, os dados eram de 86/1000 nascidos vivos, segundo o DATASUS. Observando os dados recentes citados acima é possível observar uma mudança significativa nesses números. Alguns fatores responsáveis por essa mudança seriam a implantação de programas de saúde da família e pré-natal, segundo informações do SUS (Sistema Único de Saúde), SISPRENATAL (Sistema de Informação do Pré-natal); do SINASC (Sistema de Informações de Nascidos Vivos) e do SIM (Sistema de Informações de Mortalidade).
3 3 O objetivo principal deste trabalho é descrever o comportamento de variáveis relacionadas à taxa de mortalidade infantil no município de Imaculada na Paraíba, entre os anos de 2005 e 2010, com o fim de realizar um plano de ação para manter em queda os indicadores e melhorar a qualidade de vida da população através da assistência à saúde. Os resultados obtidos deverão servir de base para auxiliar e planejar ações dos serviços de saúde no nível de gestão local a realizar analise das informações e orientar ações que venham a tornar estas mortes evitáveis. A busca da intersetorialidade no auxilio ao combate desse importante problema social. 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A redução da mortalidade infantil é um grande desafio para os serviços de saúde, como também para a sociedade. As mortes prematuras podem ser evitadas na sua grande maioria, mas para que isso seja possível, é necessário garantir o acesso, à informação e a serviços de saúde. Grande parcela dos óbitos é decorrente de fatores biológicos, externos e falhas na assistência prestada pelos serviços de saúde. Cerca de 70% dos óbitos de recémnascidos poderiam ser evitados se os serviços de saúde realizassem pré-natal com qualidade orientando as mulheres para o parto, segundo informações do Portal Brasil (scielo/2010). A mortalidade fetal 3, por exemplo, apresenta características semelhantes às da mortalidade neonatal precoce 4, podendo ser evitada, como exposto na citação a seguir, através da introdução de rotinas de trabalho dentro dos centros de serviços de saúde, que busquem avaliar estas ocorrências. A mortalidade neonatal também está vinculada a causa preveníeis, relacionadas ao acesso e utilização dos serviços de saúde, alem da qualidade da assistência pré-natal, ao parto e ao recém-nascido. As afecções perinatais respondem atualmente por cerca de 60% das mortes infantis e 80% das mortes neonatais, além de ser a primeira causa de morte em menores de cinco anos. (Manual de Vigilância do Óbito Infantil e Fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal, 2009). Outro agravante é o fato das estatísticas sobre morte de crianças, em alguns casos, serem subnotificações e que, na sua grande maioria, ocorre por falhas nos serviços de saúde e 3 Mortalidade fetal é aquela que ocorre antes que o concepto seja expulso ou extraído completamente do organismo materno independente da duração da gestação. 4 Mortalidade neonatal precoce é a ocorrência do óbito até o sétimo dia de vida.
4 4 por falta de informação, destacando que estas ocorrências são mais frequente nas regiões Norte e Nordeste do país, onde a omissão dos registros de óbitos em cartórios, dificuldade de acesso, falta de orientação e existência de cemitérios irregulares é uma constante, de acordo com a Revista do SUS. Para melhorar este quadro é necessário mobilizar gestores e profissionais de saúde para que ocorra uma identificação dos óbitos infantis e fetais, possibilitando uma melhora na qualidade das informações. A participação dos óbitos neonatais na taxa de mortalidade infantil no Brasil vem crescendo nas últimas décadas, comparativamente ao comportamento pós-neonatal(óbitos ocorridos do vigésimo oitavo dia até menos de um ano de idade). (Revista do Sistema Único de Saúde do Brasil. Vol16, 2007) A partir de 2009 foi ampliada a vigilância do óbito infantil e fetal, com orientações e vários instrumentos que seguem um processo, iniciando com a identificação do óbito, seguido pela coleta de dados em diversas fontes, como entrevistas com a família e registro dos serviços de saúde, através dos formulários de investigação de óbito. Esses dados permitem aos órgãos responsáveis, vigilância de óbitos e comitês de gestão, realizar análises, produzir informações e desenvolver de forma mais eficaz ações de cunho preventivo. O manual de vigilância do óbito infantil (2009) apresenta novos instrumentos para coleta e análise de dados, melhorando a qualidade das informações de óbitos, as tornando assim mais confiáveis. A mortalidade infantil no Brasil alcançou uma taxa anual de 4,8% de 1970 a Para a ONU seria necessária uma redução anual em torno de 4,4% entre 1990 e 2015, para que o país consiga cumprir a meta do milênio que é reduzir a mortalidade infantil em dois terços até Apesar dos esforços o Brasil está no 90º lugar, apresentando um número de morte na faixa etária de 0 a 5 anos, bem acima do encontrado em países desenvolvidos. Segundo o DATASUS, a mortalidade infantil no Brasil caiu de 120/1000 (cento e vinte por mil) nascidos vivos em 1970 para 19,88/1000 (dezenove vírgula oitenta e oito por mil) nascidos vivos em Segundo o Portal Brasil a previsão é que em 2012 o Brasil consiga atingir a quarta meta estabelecida pela ONU para a redução da mortalidade infantil, segundo o manual de vigilância de óbito infantil e fetal de Nos últimos anos o Brasil tem desenvolvido algumas ações de conscientização e prevenção da mortalidade infantil. Em 2004 foi lançado o Pacto para redução da mortalidade materna e neonatal, está iniciativa envolveu gestores das esferas Federal, Estadual e
5 5 Municipal, como também sociedade civil, universidades e sociedade médica. O governo brasileiro publicou uma lei que garante a gestante o direito de acompanhamento do cônjuge durante o parto no âmbito do SUS; existem incentivos ao parto normal; ações para eliminação da sífilis na gestante, sífilis congênita e a redução da transmissão do HIV. O governo assumiu o compromisso de reduzir a mortalidade infantil em no mínimo de 5% ao ano no Nordeste. O número maior de consultas no pré-natal como fator protetor para óbito neonatal, indica a importância dos cuidados durante a gestação, assim, um acompanhamento gestacional mais acido pode identificar precocemente e prevenir ocorrências lesivas para o recém-nascido. (Revista do Sistema Único do Brasil, Vol 19, 2010) Segundo o manual de vigilância de óbito infantil e fetal de 2009, a Paraíba está entre os estados da região Nordeste que tem desenvolvido ações contidas no pacto para redução da mortalidade infantil. Entre estas destacam-se melhorias na saúde da criança e da saúde da mulher, redução do analfabetismo e fortalecimento da agricultura familiar. A Paraíba ocupou o quarto lugar na taxa de mortalidade infantil, número superior à média nacional, 23,3%, os dados são referentes a Em 2008 a cada mil crianças nascidas vivas na Paraíba, 36,50% delas morrem antes mesmo de completar um ano de vida. Em 1995 o município de Imaculada apresentou uma mortalidade infantil em torno de 16 óbitos infantil ao ano, dez anos depois, em 2005 a mortalidade infantil apresentou uma redução de 11 óbitos ao ano, em relação a Em relação aos óbitos fetais houve uma inversão, em 1995 foi registrado apenas 01 (um) óbito, enquanto em 2005, foram registrados 05 (cinco) óbitos fetais. Nesse período as mães tiveram acesso à assistência ao parto, um serviço disponível no município de Teixeira, localizado na vizinhança da cidade. O hospital como lócus de atenção ao parto e ao recém-nascido, expressa a importância de estudos de base hospitalar. Em um hospital, a identificação dos recém-nascidos de risco pode auxiliar na atenção clinica, viabilizando a adoção de medidas em tempo adequado para a redução da mortalidade, segundo a revista do sistema único de saúde no seu volume 16 em O aleitamento materno traz muitos benefícios para mães e seus bebês, incluindo a diminuição da incidência de doenças diarréicas e de mortalidade infantil. Em conseqüência da política nacional de aleitamento materno, a prevalência do aleitamento materno vem aumentando de forma significativa principalmente, a prevalência de[...]
6 6 [...]aleitamento materno exclusivo. (Revista do Sistema Único de Saúde vol.20, 2011) 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O trabalho realizado é uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório, que utilizou artigos, sistema de informação, documentos existentes na secretaria de saúde do município e documentos técnicos do ministério da saúde para a coleta de dados, onde foi feita uma análise descritiva dos dados sobre mortalidade infantil do município de Imaculada no estado da Paraíba, no período de 2005 a Os dados que servirão de base para o presente artigo foram coletados no Sistema de informação sobre nascidos vivos (SINASC) e o Sistema de informação sobre mortalidade (SIM), alimentados a partir das declarações de nascidos vivos (DN) e das declarações de óbitos (DO); investigações dos óbitos realizadas pelo setor de epidemiologia da Secretária de Saúde do Município de Imaculada. Procura-se trabalhar um período relativamente longo, juntando os nascimentos de cinco anos, para evitar as inconsistências dos pequenos números. A partir da agregação ao banco de dados final, definiram-se as variáveis para a análise do perfil do objeto de estudo. A classificação das variáveis deu-se da seguinte forma: Sócio-demográfico idade, situação conjugal e grau de instrução da mãe; Relação gestação ao parto número de consultas no pré-natal, idade gestacional, tipo de gravidez e tipo de parto; Nascidos vivos (peso ao nascer, raça e cor); Óbitos observar a causa morte. Para o estudo das variáveis citadas utilizou-se a declaração de nascidos vivos, com exceção da causa básica que foi extraída da declaração de óbito. Para o cálculo da taxa de mortalidade infantil utilizou-se como numerador os óbitos ocorridos entre 0 (zero) e 11 (onze) meses e 29 (vinte e nove) dias de vida e como denominador os nascidos vivos no mesmo local e período. 4 - ANÁLISE DE RESULTADOS Entre os anos de 2005 e 2010 ocorreram no município de Imaculada nascimentos e 26 óbitos. Fazendo uma análise das estatísticas (tabela 1) é possível verificar
7 7 que existe uma oscilação nas ocorrências dos óbitos, mas a maior redução ocorreu em 2009, com um percentual de 0,52 de óbitos em relação aos nascimentos. Tabela 1. Nascimentos e óbitos por ano de ocorrência no município de Imaculada Paraíba, Brasil no período de 2005 a 2010 Ano Nº Nascimentos Nº Óbitos % , , , , , ,77 Total ,97 Fonte: DATASUS/2011 As maiores incidências aconteceram em 2007 com um percentual em torno de 3,08 óbitos para os nascidos vivos no mesmo local e período. Destaca-se que todas as crianças que nasceram com menos de 1.500g foram a óbito, indicando o baixo peso ao nascer como um fator de alto risco para a ocorrência de óbitos em recém-nascidos (Tabela 2). O Ministério da Saúde elaborou a norma de atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso, método canguru, incluindo na tabela de procedimentos do sistema único de saúde (SUS) e caracterizada pela mudança na forma do cuidado neonatal, com quatro fundamentos básicos; acolhimento ao bebê e sua família; respeito às singularidades; promoção do contato pele-a-pele mais precoce possível; e envolvimento da mãe nos cuidados do bebê. Estudos com mães de prematuros demonstram insegurança e desconhecimento do papel materno nos cuidados com o filho, acentuados pela ausência ou inadequação de informação a ser oferecida pelos profissionais de saúde, a ponto de algumas mães desenvolverem quadro depressivo. (Revista do Sistema único de Saúde do Brasil. Vol20, 2011)
8 8 Tabela 2. Óbitos infantis por faixa de peso ocorridos no município de Imaculada, Paraíba, Brasil de 2005 a Faixa de Peso (g) Óbitos p/ Ano e Faixa de Peso a a a a a ou mais Ignorada Total Fonte: DATASUS/2011 A tabela 3 destaca as características sócio-demográficas das mães dos recém-nascidos do município de Imaculada. Os dados mostram que cinco crianças nascidas de mães com menos de 19 anos foram a óbito, no entanto a faixa etária das mães com maior ocorrência de óbitos em recém-nascidos está entre 20 e 34 anos. Outro condicionamento esta relacionado com a raça e cor, onde 50% dos óbitos ocorrem em filhos de mães de cor parda, uma terceira variável socioeconômica é a escolaridade das mães, onde a maior ocorrência dos óbitos está entre as crianças nascidas de mães que tem entre zero e três anos de escolaridade (Tabela 3). Tabela 3. Características sócio-demográficas das mães dos recém-nascidos que foram a óbito no município de Imaculada, Paraíba, Brasil no período de 2005 a Variáveis Nº Idade da mãe (anos) Raça/Cor Branca 05 Parda 13 Ignorada 08 Escolaridade (anos de estudo) Ignorado 11 Fonte: DATASUS/2011
9 9 É possível avaliar a obstetrícia observando a Tabela 4 onde o maior número de óbitos se verifica em crianças nascidas entre 37 e 41 semanas, no entanto o percentual mais elevado está entre os nascidos entre 32 e 36 semanas, pois nesta faixa ocorrem apenas 3,25 dos nascimentos enquanto a faixa anterior corresponde a 91,93 dos nascimentos, evidenciando que a prematuridade é fator de risco para a ocorrência de óbitos em recém-nascidos. Tabela 4. Histórico obstétrico dos recém-nascidos que foram a óbitos antes de completar um ano de vida no município de Imaculada, Paraíba, Brasil no período de 2005 a Variáveis Nº Idade da gestacional (semanas) Ignorado 06 Tipo de gravidez Única 26 Dupla 00 Tipo de parto Vaginal 20 Cesário 06 Ocorrência do parto Domiciliar 06 Hospitalar 20 Fonte: DATASUS/2011 Com a implantação da estratégia de saúde da família em 2000 e o pré-natal humanizado em 2001, teve início a redução da mortalidade infantil. Partindo de observações realizadas no DATASUS, em 1995 verificou-se que a mortalidade infantil do município de Imaculada se encontrava em 16 óbitos ao ano. Em 2005, após 05 anos da implantação da ESF (Estratégias saúde da família) estes óbitos caíram para 05 óbitos ao ano. Para melhorar os resultados, em 2004 foi implantado o programa Bolsa Família e com ele um maior reforço para manter em queda o fantasma da mortalidade infantil, mas, no inicio, o programa oferecia uma pequena cobertura, só em 2006 foi ampliada atingindo assim um maior numero de famílias em extrema pobreza, com isto em 2009 o município registrou apenas óbitos em menores de um ano. Um problema que persiste nos dias atuais, e que é fator condicionante para a mortalidade infantil é a inexistência de hospital ou maternidade no município. Das 26 mães
10 10 entrevistadas, todas alegaram as dificuldades que enfrentaram com o deslocamento para outras cidades na hora do parto, 09 enfrentaram falta de vagas em hospitais, tendo que ser deslocadas para outro município. Outro momento relatado pelas mães é que quando a criança necessita de internação hospitalar são muitas as dificuldades enfrentadas até receber assistência. Tabela 5: Mães que realizaram consultas de pré-natal distribuído por ano de ocorrência no município de Imaculada, Paraíba, Brasil no período de 2005 a 2010 Pré-natal (consulta) a a mais Ignorada Total Fonte: DATASUS/2011 Os dados apontam como possíveis condicionantes da mortalidade infantil as condições de vida das famílias e a assistência pré-natal e assistência a crianças. Portanto, mais mortes poderiam ser evitadas com o empenho do Estado na implantação de políticas públicas que venham melhorar a condição de vida das famílias e com a implementação da assistência à mãe durante o pré-natal e à criança nos primeiros meses de vida. No entanto, para um estudo mais completo é necessária á análise dos dados por meio de instrumentais estatísticos e econométricos, que definam de forma mais clara a relação de causalidade entre as variáveis em estudo e a taxa de mortalidade infantil. 5 - CONCLUSÕES É necessário que esforços sejam empreendidos para garantir a cobertura de ações que se estendam a todo o ciclo gestacional, dando oportunidade para que todas as grávidas recebam assistência de qualidade no pré-natal, durante o trabalho de parto as assistências ao recém-nascidos. É inaceitável a ocorrência de óbitos detectados neste estudo quando a maioria poderia ser evitado, bastando para isto melhorar a qualidade dos serviços. A pesquisa mostra que a assistência ao pré-natal ganhou uma melhor qualidade nos últimos anos, garantindo um mínimo de seis consultas sendo quatro com a enfermeira e no mínimo duas com o médico,
11 11 imunização, exames básicos além da testagem rápida para HIV e sífilis, mas só um pré-natal de qualidade não basta, é necessário muito mais. Percebe-se uma grande falha na organização da assistência perinatal, onde o atendimento ao parto, está localizado nas grandes cidades, desta forma penalizando as gestantes residentes em localidades mais distantes. Outro fator importante é que durante a gestação a mãe seja orientada quanto ao cuidado, fortalecendo o vinculo mãe e bebê, nesta linha de cuidado, devem estar contemplados o incentivo ao aleitamento materno. O atendimento humanizado tem grande importância para a mãe durante o trabalho de parto e para o recém-nascido, quando este necessita de assistência hospitalar. Após toda pesquisa verifica-se que o serviço de imunização realizado pelo atenção básica em saúde, está sendo ampliado com a oferta de novas vacinas e cada dia tem prestado uma grande contribuição para a redução da mortalidade infantil. As vacinas contra influenza, rotavirus, sarampo, rubéola, tétano neonatal, entre outras, reduziram as mortes de menores de um ano que na sua grande maioria ocorria por doenças do sistema respiratório e por doenças infecciosas intestinais. Para que está realidade mude com maior rapidez, é necessário que gestores se mobilizem para realizar em todos os níveis de gestão mudanças no que se refere a assistência hospitalar para os municípios de pequeno porte, desde das mudanças ocorridas em 2006, vem sofrendo com a restrição da assistência de média complexidade em seus territórios, provocando grandes transtornos para as famílias que necessitam deslocar seus filhos para outras cidades, ficando relegados a própria sorte. Reimplantação do serviço de maternidade e pediatria na sede dos municípios ira causar um grande impacto na redução da mortalidade infantil dando maior segurança as famílias que iram receber assistência próximo de suas residências, evitando assim óbitos por demora de atendimento. Infant mortality: An analysis of the Immaculate in the municipality of Paraíba between 2005 and ABSTRACT: This study analyzes the profile of infant mortality of newborns in the city of Mary Immaculate, Paraiba, Brazil, from 2005 to 2010, from the data declarations of live births and deaths. For this was made a comparison between the databases SIM (Mortality Information System) and SINASC (Information System on Live Births). The infant mortality rate appears
12 12 higher in children with low birth weight. The late neonatal mortality is more related to living conditions of families and gaps in the health care of the child. The reduction of child mortality follows a uniform pattern, but it happens more quickly where they are concentrated social investment, reorganization measures and quality health services. KEYWORD: Infant mortality, Mortality and Public Health REFERÊNCIAS BOLSA FAMILÍA. Disponível em: DATASUS. Datasus. Disponível em: Acessado em: 17/10/2011 DIÁRIO DA SAÚDE. Mortalidade infantil. Disponível em: Acessado em: 26/11/2011 as 16h45 MESA_REDONDA. Epi2008. Disponível em: Giugliani.pdf Acessado em: 22/10/2011 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agenda de compromísso para a saúde integral da criança e redução da mortalidade infantil. 1ª Ed. Série A. Normas e manuais técnicos, Brasília DF, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual dos comitês de prevenção do óbito infantil e fetal. 1º ed, 2ª reimpressão, série A. Normas técnicas, Brasília DF, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de vigilância do óbito infantil e fetal e do comitê de prevenção do óbito infantil e fetal. 2ª Ed. Brasília DF, PORTAL BRASIL. Estimativa de impacto da amamentação sobre a mortalidade infantil. Disponível em: Acessado em: 30/10/2010 as 18h19 PORTAL BRASIL. Textos acadêmicos fatores de risco para menores. Disponível em: Acessado em: 30/10/2010 as 18h10 REVISTA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL. A percepção materna sobre vivência e aprendizado de cuidado de um bebê prematuro. Revista do Sistema Único de Saúde do Brasil. Volume 20, nº01, janeiro/março de 2011.
13 13 REVISTA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL. Fatores associados à mortalidade noenatal precoce: ANÁLISE DE SITUAÇÃO NO NÍVEL LOCAL. Revista do Sistema Único de Saúde do Brasil. Volume 19, nº01, janeiro/março de REVISTA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL. Fatores de risco para mortalidade neonatal em coorte hospitalar de nascidos vivos. Revista do Sistema Único de Saúde do Brasil. Volume 16, nº03, julho/setembro de REVISTA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL. Mortalidade neonatal hospitalar na coorte de nascidos vivos em maternidade-escola na região nordeste do brasil. Revista do Sistema Único de Saúde do Brasil. Volume 15, nº04, outubro/dezembro de SECRETÁRIA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE IMACULADA. Declarações de óbitos, declarações de nascidos vivos e investigação e monitoramento de óbitos em menores de 01 ano. Arquivos da Secretária de Saúde do Município de Imaculada a 2010.
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