Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

Transcrição

1 Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 04/10/2017. Pacto antenupcial para o regime da comunhão parcial de bens. No que tange o regime de comunhão de bens a sua a comunicação dos adquiridos após o casamento, nada impede que seja pactuado de forma diversa, segue cláusula do pacto para este regime como modelo: COMUNHÃO PARCIAL DE BENS, nos termos dos artigos e seguintes do Código Civil Brasileiro, no entanto convencionam que no que tange a concorrência do cônjuge sobrevivente com os descendentes e ascendentes do de cujus, declaram que não há qualquer direito, conforme entendimentos jurisprudenciais da 3ª Turma do STJ, no EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº MS (2007/ ) e no RECURSO ESPECIAL Nº MG (2013/ ), comunhão essa que se tornará extensiva aos frutos, juros, rendimentos e dividendos, no entanto quanto aos salários e direitos trabalhistas durante o período do casamento, convencionam que serão incomunicáveis, conforme preceitua o artigo 1.659, IV, CC, com absoluta exclusividade, o domínio, a posse e a administração dos seus bens considerados particulares, observadas as prescrições legais; que convencionando para o seu casamento o regime da comunhão parcial com exceções acima elencadas. Pacto antenupcial para o regime da comunhão universal de bens. Apesar do regime da comunhão universal a regra ser da comunicabilidade de todos os bens (herança, doação, sub-rogados, adquiridos antes do casamento, os adquiridos após o casamento), é possível pactuar de forma diversa, exemplo de cláusula de não comunicação: O regime da COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS, nos termos dos artigos e do Código Civil Brasileiro, comunicando não somente aos bens atualmente existentes, como também em relação aos que de futuro forem havidos por qualquer título, oneroso ou 1

2 gratuito, ou ainda por sucessão hereditária e legados, comunhão essa que se tornará extensiva aos frutos, juros, rendimentos, dividendos, salários e seus respectivos direitos trabalhistas, inclusive terão conjuntamente o domínio, a posse e a administração dos seus bens, observadas as prescrições legais; exceto não se comunicará, bem como não terá a posse e a administração dos seguintes bens: (descrever os bens que não comunica). Dissolução da sociedade conjugal. A sociedade conjugal termina nas hipóteses tratadas no artigo do código civil, in verbis: Art A sociedade conjugal termina: I - pela morte de um dos cônjuges; II - pela nulidade ou anulação do casamento; III - pela separação judicial; IV - pelo divórcio. 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente. 2º Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial. (Grifo nosso) A dissolução se dá pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, parágrafo primeiro do art Dissolver é extinguir o casamento. Pode casar novamente. 2

3 Terminar a sociedade conjugal é pôr fim aos deveres do casamento. No caso da separação judicial ou extrajudicial não pode casar novamente, porquanto durar esta condição. Quando anula o casamento, este nunca existiu. É possível manter o nome de casada/o quando termina ou dissolve a sociedade conjugal, desde de que não tenha determinação judicial em sentido contrário. Separação. Litigiosa Judicial Separação Consensual Extrajudicial Separação judicial. Separação judicial pode ser consensual ou litigiosa. Litigiosa Consensual a pedido de um dos cônjuges. a pedido de ambos os cônjuges. Na separação judicial litigiosa há uma atribuição de culpa, na consensual não precisa explicar o motivo pelo qual ambos querem se separar. Art Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum. (...) (G. n.). 3

4 No divórcio não se discute culpa e não há mais o lapso temporal para ensejar o seu cabimento. Separação judicial litigiosa. Separação judicial litigiosa por sanção. Sanção na separação por culpa perda dos alimentos sociais, perda do direito do uso do sobrenome, artigo CC, usucapião familiar do imóvel na parte do conjugue que abandonar o lar. Art A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade dívida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº , de 2011) 1º O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 2º (VETADO). No tocante a perda do sobrenome é possível seja mantido quando importa perda de identificação, diferença com o sobrenome dos filhos havidos no casamento ou dano grave reconhecido por decisão judicial. Separação judicial litigiosa por falência. Falência ruptura da vida em comum há mais de um ano, contudo, entende-se que foi revogada pela Emenda Constitucional 66/2010, tendo em vista que o divórcio não tem mais prazo, logo, a separação também não deve ter. Separação judicial litigiosa por remédio. Remédio quando o outro cônjuge esta acometido de doença mental grave irreversível que surgiu após o casamento, devendo permanecer casado 4

5 durante dois anos. Contudo, pode alegar a Emenda Constitucional 66/2010 no tocante ao prazo. No caso da separação judicial com alegação de doença mental é importante observar a lei /2015 (Estatuto do Deficiente). Separação judicial consensual. A separação judicial consensual tem como requisito que seja feita por ambos os cônjuges, por acordo, é possível fazer sem o lapso temporal do artigo devida a Emenda Constitucional 66/2010. Art Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se forem casados por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a convenção. Parágrafo único. O juiz pode recusar a homologação e não decretar a separação judicial se apurar que a convenção não preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cônjuges. Na separação judicial precisa ser feita a partilha dos bens e importa a separação de corpos. Já o divórcio é possível fazer sem a partilha dos bens. Contudo, se na separação não for feita a partilha, é possível reconciliar e volta a vigorar o mesmo regime de bens e pode haver confusão, pois, pode ter adquirido bens no período da separação, mas prudente é ser feita a partilha. A reconciliação é possível fazer quantas vezes quiser. Procedimento da separação judicial litigiosa. Foro competente, artigo 53 CPC: Domicilio do guardião de filho incapaz. Último domicílio do casal. Do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal. 5

6 Ação cumulada com alimento, domicilio do alimentando. Petição inicial. Se tiver menor envolvido é necessária a participação do ministério público, se não tiver o MP declina. Recebida a inicial o juiz manda citar o réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, a citação não será acompanhada de contra fé, está também precisa ser feita na pessoa do réu, não podendo ser feita por AR, sob pena de nulidade. Na audiência de mediação e conciliação precisam as partes estarem acompanhadas por seus advogados, artigo 695 CPC. Não tendo acordo, inicia o prazo para contestar de quinze dias. Após, inicia o prazo para réplica, se não for alegado na contestação de: fato impeditivo; modificativo; extintivo de direito ou preliminares (coisa julgada, conexão, litispendência, ilegitimidade de parte, impossibilidade jurídica do pedido, falta de interesse de agir), artigo 337 CPC, prazo de 5 dias, se tiver algumas dessas situações o prazo é de 15 dias, conforme artigo 350 CPC: Art Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. Provas que pretende produzir, se tiver oitiva de testemunhas e / ou depoimento pessoal das partes o juiz marca audiência de instrução. Na sequência é determinado pelo juiz que as partes façam os memoriais ou alegações finais por escrito, prazo de 15 dias para o autor e depois 15 dias para o réu, artigo 364 2º. Decorrido os prazos acima o juiz proferirá a sentença. 6

7 O b s e r v a r a s r e g r a s d e c o m p e t ê n c i a, r e c e b i d a a i n i c i a l é m a r c a d a a u d i ê n c i a de C o n c i l i a ç ã o. A r t C P C. O j u i z m a n d a c i t a r o r é u p a r a a a u d i ê n c i a, a c i t a ç ã o n ã o v a i a c o m p a n h a d a d e c o n t r a f é e t e m q u e s e r p e s s o a l. N ã o t e n d o a c o r d o i n i c i a o p r a z o d e 1 5 d i a s p a r a c o n t e s t a r, a r t e s s C P C P r o v a s q u e p r e t e n d e p r o d u z i r : o i t i v a d e t e s t e m u n h a s, d e p o i m e n t o p e s s o a l d a s p a r t e s P r a z o d a r é p l i c a 5 o u 1 5 d i a s, e s t e s e r á s e t i v e r as h i p ó t e s e s d o a r t CPC. A l e g a ç õ e s f i n a i s p o r e s c r i t o n o p r a z o d e 1 5 d i a s p a r a o a u t o r e d e p o i s p a r a o r é u. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 7