ÁREAS CONTAMINADAS EM SÃO PAULO
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- Marta Lancastre Miranda
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1 TWIN CITIES Solos das Regiões Metropolitanas de São Paulo e Curitiba ÁREAS CONTAMINADAS EM SÃO PAULO Vivian Leme Sanches Bureau de Projetos e Consultoria Ltda, São Paulo, Brasil Paulo Ivo Braga de Queiroz Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, Brasil Bárbara Chiodeto de Paula Silva Bureau de Projetos e Consultoria Ltda, São Paulo, Brasil Arsenio Negro Bureau de Projetos e Consultoria Ltda, São Paulo, Brasil
2 TWIN CITIES Solos das Regiões Metropolitanas de São Paulo e Curitiba 1. INTRODUÇÃO 2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO 5. O TRANSPORTE DE CONTAMINANTES E SUA MODELAGEM 6. GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS 7. CONCLUSÕES
3 1. INTRODUÇÃO
4 1. INTRODUÇÃO Explosão populacional do século XX Expansão urbana Desconstrução e reconstrução urbana (mudança frequente nas vocações de uso) Problemas ambientais (exposição de ocupantes a substâncias perigosas) Criação de legislação específica e definição de procedimentos para Avaliações Ambientais e Reabilitação de Áreas Contaminadas
5 2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
6 2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Lei nº 6.938/81 Política Nacional do Meio Ambiente conferiu ao Ministério Público legitimidade para atuar em defesa do meio ambiente; responsabilidade objetiva basta demonstração de nexo causal e efeito entre a ação/omissão do poluidor ao dano ambiental. Obrigação de reparação de todo dano ambiental, independentemente da comprovação de dolo (vontade de obter o resultado) ou culpa (ação realizada com negligência, imprudência ou imperícia) e da licitude do ato poluidor.
7 2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Constituição Federal de 1988 definição da competência legislativa da União, Estados e Municípios quanto à questão ambiental; exigência de ações preventivas para implantação de empreendimentos com potencial de poluição ao meio ambiente; atribuição de sanções nas esferas administrativas, civil e penal aos causadores do dano.
8 2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Responsabilização Ambiental Brasileira Responsabilidade administrativa: - resulta do descumprimento de normas ambientais; - sanções: advertência, multa, suspensão de atividades, perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais e proibição de ser contratado pelo Poder Público. Responsabilidade civil: - responsabilidade objetiva e solidária; - sanção: obrigação de reparação do dano. Responsabilidade penal (Lei nº 9.605/98): - responsabilidade subjetiva; - sanções: penas privativas de liberdade e restritivas de direito, prestação de serviços à comunidade e aplicação de multas.
9 2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Caso Paulista Lei Estadual nº /09: instrumentos para prevenção e controle da contaminação no solo reforço para os procedimentos estipulados no Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas (CETESB, 1999) e na Decisão de Diretoria CETESB nº 103/2007 (CETESB, 2007); definição de responsabilidades, infrações e penalidades; FEPRAC Fundo Estadual para Prevenção e Remediação de Áreas Contaminadas.
10 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP
11 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP 1500: Ocupação do litoral santista pelos portugueses. 1554: Planalto de Piratininga celebração da primeira missa no local denominado São Paulo (25/01/1554) a 1600: Mineração de ouro na parte noroeste do Planalto de Piratininga.
12 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP Séculos XVI a XVII: Transformação de São Paulo em entreposto comercial para a exploração do interior do país. 1808: Transferência da coroa portuguesa para o Brasil. 1822: Proclamação da Independência do Brasil, nomeando São Paulo como a sede administrativa da Província - título de Cidade Imperial.
13 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP 1860: Após 300 anos de sua fundação, São Paulo não era mais do que um vilarejo, com apenas 10 mil habitantes. A B C Fonte: São Paulo 450 anos. IMS, 2004.
14 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP D F H E G I Fonte: São Paulo 450 anos. IMS, 2004.
15 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP 1870: Intensificaram-se os investimentos públicos em obras de infraestrutura, que alcançaram o espigão central onde seria aberta a Avenida Paulista, e instalaram-se as primeiras indústrias na cidade Av. Paulista Inauguração da Av. Paulista. Fonte: São Paulo 450 anos. IMS, 2004.
16 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP 1900: Inauguração do Moinho Matarazzo. A cidade já possuía habitantes.
17 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP 1914: Ocupação industrial na região do bairro do Brás. Fonte: EMPLASA (2001).
18 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP Crescimento populacional na cidade de São Paulo entre os anos de 1872 e 2010 Fonte: IBGE (2010).
19 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP Momento Atual Município de São Paulo possui cerca de 11,2 milhões de habitantes (IBGE, 2010); perdeu espaço no setor industrial e concentra a maior parte de suas atividades no setor de serviços; gera cerca de 12% do produto nacional bruto, sendo o valor adicionado aos serviços (255,7 bilhões de reais, muito superior ao valor adicionado à indústria (66,8 bilhões de reais), segundo SEADE (2011).
20 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP Momento Atual Mercado Imobiliário mercado imobiliário atual tende para fase de equilíbrio entre oferta e demanda; estabelecimento de processo contínuo de reurbanização das áreas; cenário atual é de carência de terrenos na RMSP; tendência de ocupação de imóveis industriais desativados por empreendimentos imobiliários residenciais e comerciais.
21 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP Bairro do Brás Vista do Brás, na direção do Bairro da Moóca, em Vista panorâmica na década de Fonte: Gerodetti e Cornejo (1999), créditos Gustavo Prugner.
22 3. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO NA RMSP Bairro da Água Branca Foto de junho de Foto oblíqua de meados do século XX com ocupação industrial ao longo da estrada de ferro São Paulo Railway Company. Fonte: Lavander Jr. e Mendes (2005).
23 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO
24 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO Cadastro de Áreas Contaminadas e Reabilitadas no Estado de SP (CETESB)
25 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO Cadastro de Áreas Contaminadas e Reabilitadas no Estado de SP (CETESB) Distribuição por Atividade - Dezembro/2011:
26 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO Cadastro de Áreas Contaminadas e Reabilitadas no Estado de SP (CETESB) Distribuição por Etapa de Gerenciamento - Dezembro/2011:
27 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO Áreas Críticas no Estado de SP (CETESB) Aterro Industrial Mantovani e CETRIN, Santo Antônio de Posse - SP; Bairro do Jurubatuba, São Paulo SP; Bairro de Vila Carioca, São Paulo SP; Condomínio Residencial Barão de Mauá, Mauá SP; Jardim das Oliveiras, São Bernardo do Campo SP; Shopping Center Norte, São Paulo SP; Bairro Mansões Santo Antônio, Campinas SP; Indústria Química Matarazzo S.A, São Caetano do Sul SP; COHAB Nossa Senhora da Penha, V. Nova Cachoeirinha, São Paulo SP; COHAB Heliópolis, Heliópolis, São Paulo SP.
28 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO 4.1. Metano: Casos típicos de contaminação na cidade estão associados ao aproveitamento urbano de áreas de antigas cavas de mineração utilizadas para disposição de lixo doméstico. 1974: Projeto RARES Recuperação de Áreas por Resíduos Sólidos. 1940: Região do Carandiru. Fonte: Silva (2001). 1994: Região do Carandiru. Fonte: Silva (2001).
29 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO Construção da Casa de Detenção; 2 Ampliação do Centro Aeronáutico; 3 e 4 Hangares na Av. Olavo Fontoura; 5 Av. Santos Dumont em direção à Rua Voluntários da Pátria; 6 Aterramento da Tieteqüera; 7 Construção da Marginal Direita; 8 Aterramento e ocupação da Coroa. Fonte: Idoeta, Irineu (2004). São Paulo vista do alto: 75 anos de aerofotogrametria.
30 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO Prédio da Secretaria dos Transportes; 2 Praça Campo da Bagatelle; 3 Construção de 3 pavilhões da Casa de Detenção; 4 Construção das marginais; 5 Finalização do aterro da Coroa; 6 Construção da Av. Cruzeiro do Sul (retirada dos trilhos); 7 Av. Brás Leme; 8 Ocupação do aterro da Tieteqüera; 9 Futura linha de metrô. Fonte: Idoeta, Irineu (2004). São Paulo vista do alto: 75 anos de aerofotogrametria.
31 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO Conj. de Faculdades Santana; 2 Sambódromo; 3 Alargamento da seção do Tamanduateí. Fonte: Idoeta, Irineu (2004). São Paulo vista do alto: 75 anos de aerofotogrametria.
32 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO 4.2. Solventes Organoclorados: PCE e TCE: potentes desengraxantes com aplicação industrial; DCE e VC: resultantes da degradação do PCE / TCE; toxicidade crescente com a degradação; Na cidade de São Paulo, o processo industrial fez uso dos organoclorados, sobretudo nas indústrias têxteis (zona leste), metalúrgicas e químicas (zona sul - Bairro do Jurubatuba).
33 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO Caso Jurubatuba No passado, classificada como Zona de Uso Predominantemente Industrial (ZUP131). 513 poços cadastrados no DAEE (total estimado superior a poços). Processo de Investigação Ambiental desde 2001 terreno da Gillette / Duracell. Contaminação da água subterrânea por solventes halogenados. Fonte: Governo do Estado de São Paulo (2009). Projeto Jurubatuba: Restrição e Controle de Uso da Água Subterrânea.
34 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO Áreas Contaminadas área afetada: 6 km x 3,5 km, coincidente com a direção do canal do Jurubatuba. profundidade: avanço para o interior do aquífero fraturado (prof. superior a 100m). concentração: a vezes superior aos limites de intervenção estabelecidos pela CETESB. Área de Controle e Restrição Temporária da Água Subterrânea Portaria DAEE nº 1594 de 05/10/2005. Fonte: Governo do Estado de São Paulo (2009). Projeto Jurubatuba: Restrição e Controle de Uso da Água Subterrânea.
35 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO 4.3. Hidrocarbonetos Derivados de Petróleo: postos de combustíveis que comercializam substâncias pertencentes aos grupos I e II; indústrias que consomem derivados de petróleo relacionados aos grupos III e IV e seus consequentes casos de contaminação por compostos do grupo V.
36 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO fase de vapor (difuso no ar intersticial do solo); fase residual (preso por capilaridade ou sorvido nas partículas de solo e na matéria orgânica); fase dissolvida (na água subterrânea); fase livre (NAPL LNAL e DNAPL) Adaptado de: USEPA (1996).
37 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO Metais: várias atividades industriais utilizam metais tóxicos ao homem (fabricação de tintas, galvanização, metalurgia, etc.); podem apresentar riscos à saúde humana (ex. arsênio); solubilidade na água (temperatura, ph, potencial redox); origem geoquímica ou antrópica?
38 4. CASOS TÍPICOS DE CONTAMINAÇÃO Valores Orientadores para o Estado de São Paulo CETESB (2005)
39 5. O TRANSPORTE DE CONTAMINANTES E SUA MODELAGEM
40 5. O TRANSPORTE DE CONTAMINANTES E SUA MODELAGEM Advecção: - transporte do soluto por um fluido em movimento; - depende do fluxo de Darcy (k?), da porosidade do solo e da concentração do contaminante; Dispersão Hidrodinâmica: - composição de dois fenômenos: difusão + dispersão mecânica - suavização das frentes de contaminação; Sorção: - afinidade dos contaminantes com os sólidos dos aquíferos; - existem dois tipos de sorção: adsorção + absorção; Transporte de fase não aquosa: - NAPLs: LNAPL (mais leve que a água) e DNAPL (mais denso que a água); - fonte secundária de contaminação;
41 6. GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS
42 6. GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS Metodologia de Gerenciamento de Áreas Contaminadas no Estado de São Paulo objetivo: otimizar recursos técnicos e econômicos; princípios: estratégia constituída por etapas sequenciais, em que a informação obtida em cada etapa é a base para a execução da etapa posterior.
43 7. CONCLUSÕES
44 7. CONCLUSÕES É de fundamental importância que qualquer negociação imobiliária seja precedida por Avaliação Ambiental da propriedade, a fim de se evitar aquisição de passivos ambientais. Dentre os cenários mais usuais de contaminação detectados citamse os casos de presença de metano, contaminação do aquífero profundo por compostos organoclorados, contaminação por hidrocarbonetos de petróleo e por metais. O momento atual favorece a detecção de ambientes contaminados e sua reabilitação para finalidades residenciais e comerciais. Os prazos associados às medidas de reabilitação impostas pelos órgãos ambientais ainda são demasiadamente longos, tendo conta demandas de agilidade do mercado imobiliário. O primeiro passo já foi dado pela CETESB. Prova disso é o fato de conferir maior autonomia às consultoras, desde que as áreas investigadas não estejam inseridas nas zonas de contaminação crítica, e que obedeçam à metodologia por ela definida.
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