GOVERNANÇA PÚBLICA O DESAFIO DO BRASIL AS CONTRIBUIÇÕES DO CONTROLE EXTERNO JOÃO AUGUSTO RIBEIRO NARDES MINISTRO DO TCU

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1 GOVERNANÇA PÚBLICA O DESAFIO DO BRASIL AS CONTRIBUIÇÕES DO CONTROLE EXTERNO JOÃO AUGUSTO RIBEIRO NARDES MINISTRO DO TCU

2 DESAFIOS BRASILEIROS IMEDIATOS E URGENTES Resgatar a confiança dos investidores e da população Racionalizar os gastos públicos juros da dívida depende do resgate da confiança Previdência Melhorar a prestação dos serviços públicos (saúde, educação, segurança, etc.) Combate à corrupção

3 DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NA UNIÃO 157,9 72,1 226,8 77,1 Déficit previsto PLOA 2017: R$ 233 bilhões - 181,2 do RGPS e 52,16 do RPPS (exclui os militares) 85,8 149, Fonte: Ministério do Planejamento

4 TCU REALIZA FISCALIZAÇÃO, NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2017, NA ÁREA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Reforma da Previdência provocou debate nacional sobre a real situação do sistema, especialmente quanto ao tamanho do déficit. TCU verificará os principais pontos polêmicos levantados nesses debates: Resultado da Seguridade Social como um todo (saúde, previdência e assistência social); Os valores contabilizados como receitas da seguridade; A incidência e o impacto da Desvinculação de Receitas da União (DRU) sobre a previdência e a seguridade social; Benefícios com desonerações e benefícios fiscais; valor da dívida previdenciária, das estimativas de sonegação e de inadimplência; previsões de gastos com aposentadorias para a administração pública nos próximos anos; impacto das deficiências da gestão no resultado da previdência, em especial da arrecadação previdenciária; aposentadoria de militares em outros países

5 ACÓRDÃO Nº 2710/2015 TCU PLENÁRIO COMPARATIVO COM A UNIÃO EUROPEIA PROBLEMAS DA PREVIDÊNCIA NO BRASIL Aumento da Expectativa de Vida; Baixa taxa de Fecundidade; Reajuste do Piso dos Benefícios (Salário Mínimo); Benefício Rural Não Contributivo; Incremento do desemprego e baixa arrecadação.

6 INFORMALIDADE GERA EFEITOS NA SEGURIDADE SOCIAL Brasil (33% - IPEA, 2014); União Europeia (15%), Grécia (24%), Polônia (24%), Hungria (23%) e Portugal (19%);

7 PIRÂMIDES ETÁRIAS - BRASIL Passaremos de uma população predominantemente jovem para uma com mais idosos e menos jovens!

8 EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA ETÁRIA Brasil Portugal Portugal Portugal Portugal Polônia Polônia Polônia Polônia Hungria Hungria Hungria Hungria Atual estrutura etária brasileira é semelhante a da Grécia dos anos 60 Grécia Grécia Grécia Grécia % 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Até 14 anos 15 a 64 anos Acima de 65 anos

9 ACÓRDÃO TCU 1.331/ GRAVE SITUAÇÃO DA PREVIDÊNCIA DÉFICIT ATUARIAL CRESCENTE NOS ESTADOS E MUNICÍPIOS (% DO PIB) 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Municípios Estados e DF Total Fonte: Acórdão TCU 1.331/2016

10 DESCRIÇÃO DE 2089 PLANOS DE RPPS DE ESTADOS E MUNICÍPIOS: ACÓRDÃO TCU 1.331/2016 (MARÇO/2016) Regime financeiro -> Capitalização Repartição Todos planos R$ bi planos R$ bi planos R$ bi déficit entre 10 e 400 bilhões 6 (328) 24 (2.065) 30 (2.393) déficit entre R$ 1 e 10 bilhões 23 (62) 56 (202) 79 (264) déficit entre R$ 10 milhões e 1 bilhão 1179 (83) 131 (43) 1310 (126) déficit até 10 milhões 433 (2) 2 (0) 435 (2) zero superávit até 10 milhões superávit entre R$ 10 milhões e 1 bilhão superávit entre R$ 1 e 10 bilhões Total 1867 (475) 222 (2.310) 2089 (2.785) O déficit de 30 estados/municípios alcança R$ 2,3 trilhões Do total de planos, estão deficitários O déficit atuarial do RPPS dos servidores federais está em R$ 1,24 trilhão Somado ao déficit dos municípios temos um déficit atuarial de R$ 4 trilhões

11 DESAFIOS PARA O DESENVOLVIMENTO GOVERNANÇA

12 GOVERNANÇA É DIFERENTE DE GESTÃO Governança Gestão Direcionar Estratégia Planejar Agir Executar Avaliar Monitorar Accountability Controlar A melhoria da gestão pública depende da boa governança

13 REFERENCIAIS DE GOVERNANÇA DO TCU DO DISCURSO PARA A PRÁTICA Referencial Básico de Governança Dez Passos para a Boa Governança. Referencial de Políticas Públicas (OCDE) Referencial para Avaliação da Governança do Centro de Governo

14 IGG - Índice de Governança (geral) Aponta deficiências nos três mecanismos (Liderança, Estratégia, Controle) 60% 50% 49% (INICIAL = Inexistente + Insuficiente + Iniciando) Inexistente Insuficiente Iniciando Intermediário Aprimorado 51% 53% 54% 19% 40% 30% 33% 31% 27% 8% 20% 10% 0% N=7770 7% 9% 7% 36% 7% 34% 30% 19% 16% 13% 16% 17% 27% 22% 24% IGGs Liderança Estratégia Controle

15 INDICADOR DE GOVERNANÇA PÚBLICA - IGG

16 PRÊMIO MÉRITO BRASIL (BRASÍLIA 28 DE NOVEMBRO DE 2016)

17 PRÊMIO MÉRITO BRASIL (BRASÍLIA 28 DE NOVEMBRO DE 2016)

18 DEZ PASSOS PARA A BOA GOVERNANÇA

19 1- ESCOLHA LÍDERES DO SEU TIME PELA COMPETÊNCIA E MERITOCRACIA Critérios claros Transparência; Avaliação do desempenho; Controlar os benefícios recebidos.

20 2 - Lidere com ética e combata os desvios Código de ética; mecanismos de controle contra ilegalidades, preconceitos, vieses ou conflitos de interesse;

21 3- Estabeleça sistema de governança Sociedade (principal) Ch. Poder (Agente) TCU/TCE Auditoria Externa Definir instâncias internas e externas de governança da organização; Auditoria Interna Dirig. máx. (Agente) Balanceamento de poder e a segregação de funções críticas; Divulgação do sistema de governança Gestor subordinado Gestor subordinado Gestor subordinado Gestor subordinado

22 4- Estabeleça modelo de gestão da estratégia que assegure seu monitoramento e avaliação Transparência e envolvimento das partes interessadas; Estratégia da organização; Monitore e avalie: estratégia, principais indicadores desempenho da organização

23 5- Estabeleça a estratégia considerando as necessidades das partes interessadas Estabeleça e divulgue canais de comunicação com as diferentes partes interessadas e assegure sua efetividade; Promova a participação social: Sociedade Demais partes interessadas Estabeleça relação objetiva e profissional com a mídia, organizações de controle e outras organizações; Decisões, estratégias, políticas, programas, projetos, planos, ações, serviços e produtos: atender ao maior número possível de partes interessadas.

24 6- Estabeleça metas e delegue poder e recursos para alcançá-las Avalie, direcione e monitore a gestão; Responsabilize-se por políticas e diretrizes para a gestão e pelo alcance dos resultados; Assegure, por meio de política de delegação e reserva de poderes, a capacidade das instâncias internas de governança de avaliar, direcionar e monitorar a organização; Responsabilize-se pela gestão de riscos; Avalie os resultados das atividades de controle e dos trabalhos de auditoria e, se necessário, determine que sejam adotadas providências.

25 7- Estabeleça mecanismos de coordenação de ações com outras organizações Estabeleça mecanismos de atuação conjunta com vistas a formulação, implementação, monitoramento e avaliação de políticas públicas transversais, multidisciplinares e/ou descentralizadas.

26 8- Gerencie riscos e institua os mecanismos de controle interno necessários Estabeleça sistema de gestão de riscos; Monitore e avalie o sistema de gestão de riscos, a fim de assegurar que seja eficaz e contribua para a melhoria do desempenho organizacional.

27 9- Estabeleça função de auditoria interna independente que adicione valor à organização Estabeleça a função de auditoria interna; Crie condições para que a auditoria interna seja independente e proficiente; Assegure que a auditoria interna adicione valor à organização.

28 10- Estabeleça diretrizes de transparência e sistema de prestação de contas e responsabilização Transparência da organização às partes interessadas, admitindo-se o sigilo como exceção, nos termos da lei; Prestar contas da implementação e dos resultados dos sistemas de governança e de gestão, de acordo com a legislação vigente e com o princípio de accountability; Avalie a imagem da organização e a satisfação das partes interessadas com seus serviços e produtos; Garanta que indícios de irregularidades sejam apurados de ofício, promovendo a responsabilização em caso de comprovação.

29 GOVERNANÇA x CORRUPÇÃO A melhoria da governança pública possibilitará que instrumentos como: planejamento estratégico; gestão de riscos; controles interno e externo; prestação de contas, entre outros, sejam inibidores de práticas tendentes a prejudicar os acionistas do bem público, a sociedade, em prol de interesses de grupos privados ou dos próprios agentes e governantes. (GOVERNANÇA PÚBLICA: O DESAFIO DO BRASIL)

30 POR QUE MELHORAR A GOVERNANÇA? Uso eficiente dos recursos públicos Evitar desvios, fraudes e corrupção Entregar serviços de qualidade aos cidadãos