Contexto histórico. 1930: Incentivos do governo federal para indústrias.
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- Alexandre Valverde Costa
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1 ÁREAS CONTAMINADAS
2 CONTEXTO 2
3 Contexto histórico 1930: Incentivos do governo federal para indústrias. Crescimento industrial sem preocupação relacionada aos cuidados com o meio ambiente. Indústria = Desenvolvimento = População População = Demanda por Moradia 3
4 Contexto histórico Desaceleração industrial nas áreas urbanizadas: Aumento do IPTU; Falta de espaço para expansão; Restrição de ruído e circulação de caminhões; Expansão urbana: áreas antes ocupadas pelas indústrias passaram a ser utilizadas para habitação. Baixa fiscalização = grande passivo ambiental. 4
5 Contexto histórico Caso Residencial Barão de Mauá (2001): Explosão causada pela alta concentração de gás metano no subsolo. Aumento na atuação da CETESB: 2001: Criação do 1º manual de gerenciamento de áreas contaminadas. Poder Público, com base na legislação ambiental, passou a exigir a remediação da contaminação com base nos valores de intervenção e uso futuro da área. 5
6 REMEDIAÇÃO PARA USO DECLARADO X REMEDIAÇÃO INTEGRAL 6
7 Colocação da Questão Uso Declarado: Estabelece os parâmetros do gerenciamento de áreas contaminadas fundado no uso pretendido para a área, nos termos da Lei. Integral: Estabelece os parâmetros do gerenciamento de áreas contaminadas pautado unicamente da remediação integral (mais próximo possível de sua composição original), independentemente do uso pretendido, nos termos da Lei. 7
8 LEGISLAÇÃO USO DECLARADO 8
9 Legislação Uso Declarado Constituição Federal Art Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 9
10 Legislação Uso Declarado Resolução CONAMA 420/2009 Art. 3º - A proteção do solo deve ser realizada de maneira preventiva, a fim de garantir a manutenção da sua funcionalidade ou, de maneira corretiva, visando restaurar sua qualidade ou recuperá-la de forma compatível com os usos previstos. Art. 6º - XVIII - Reabilitação: ações de intervenção realizadas em uma área contaminada visando atingir um risco tolerável, para o uso declarado ou futuro da área; 10
11 Legislação Uso Declarado Lei Estadual Paulista nº /2009 Artigo 3º - Para efeitos desta lei, são adotadas as seguintes definições: V - Área Remediada para o Uso Declarado: área, terreno, local, instalação, edificação ou benfeitoria anteriormente contaminada que, depois de submetida à remediação, tem restabelecido o nível de risco aceitável à saúde humana, considerado o uso declarado; Artigo 26 - A área contaminada será classificada como Área Remediada para o Uso Declarado quando for restabelecido nível de risco aceitável para o uso declarado. 11
12 Decreto /2013 Legislação Uso Declarado Artigo 3º - Para efeitos deste regulamento, são adotadas as seguintes definições: X - Área Reabilitada para o Uso Declarado (AR): área, terreno, local, instalação, edificação ou benfeitoria anteriormente contaminada que, depois de submetida às medidas de intervenção, ainda que não tenha sido totalmente eliminada a massa de contaminação, tem restabelecido o nível de risco aceitável à saúde humana, ao meio ambiente e a outros bens a proteger. 12
13 Legislação Uso Declarado Decreto /2013 XXXVIII: Valor de Referência: concentração de determinada substância no solo e na água subterrânea que define um solo como limpo ou a qualidade natural da água subterrânea. XXXVII: Valor de Prevenção: concentração de determinada substância acima da qual podem ocorrer alterações prejudiciais à qualidade do solo e da água subterrânea XXXVIII: Valor de Intervenção: concentração de determinada substância no solo e na água subterrânea acima da qual existem riscos potenciais diretos e indiretos à saúde humana, considerado um cenário de exposição genérico; 13
14 LEGISLAÇÃO REPARAÇÃO INTEGRAL 14
15 Legislação Reparação Integral Constituição Federal Art Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados 15
16 Lei 9.985/2000 Legislação Reparação Integral Esta Lei institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNUC, estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. Art. 2º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. 16
17 Rol Taxativo Áreas de Proteção Ambiental Áreas de Relevante Interesse Ecológico Florestas Nacionais Reservas Extrativistas Reservas de Fauna Reservas de Desenvolvimento Sustentável Reservas Particulares do Patrimônio Natural 17
18 Legislação Reparação Integral Lei 9.985/2000 Art. 2º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por XIII - recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original; XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original; 18
19 Doutrina José Eduardo Ismael LUTTI. Resolução CONAMA 420/2009 e Lei Estadual /2009: inconstitucionalidade da remediação para uso declarado. Revista de Direito Ambiental. São Paulo: Editora RT, nº 65, Luis Fernando ROCHA. Áreas Contaminadas: A Reparação Integral do Dano e o Equilíbrio de Resiliência Ecológica. Revista de Direito Ambiental. São Paulo: Editora RT, nº 171, 2015 Em sentido contrário: Rodrigo BICALHO. A remediação das áreas contaminadas - uma abordagem jurídica e social. Revista de Direito Ambiental. Vol. 71. Set
20 ETAPAS DO GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS (GAC) Uso Declarado 20
21 ETAPAS DO GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS (GAC) Uso Declarado 21
22 Avaliação preliminar 22
23 Avaliação Confirmatória Valores de intervenção 23
24 Avaliação Detalhada Valores de intervenção 24
25 ETAPAS DO GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS (GAC) Reparação integral 25
26 Avaliação preliminar 26
27 Avaliação Confirmatória Valores de Referência 27
28 Avaliação Detalhada Valores de Referência 28
29 Aspectos práticos Plano Geral de Atuação 2016: Reparação integral passa a ser tese institucional Newsletter Bicalho e Mollica FEV/2016 Instrumentos do MP: Inquérito Civil (Ato n.º 484/2006) Termo de Ajustamento de Conduta Ação civil Pública 29
30 ATENÇÃO!! ARMADILHAS DO TAC: REFERÊNCIA À LEI DO SNUC RESTAURAÇÃO AMBIENTAL REPARAÇÃO INTEGRAL REMEDIAÇÃO INTEGRAL Artigo Valor Econômico (17/06/2013): Termo de Ajustamento de Conduta Umberto Bara Bresolin e Sarah Vargas. 30
31 ATENÇÃO!! CONSIDERANDO... 31
32 CONSEQUÊNCIAS 32
33 Consequências caso prevaleça a tese da reparação integral Contestação das Remediações Realizadas: reabertura dos processos, com consequências imprevisíveis. Dependendo da fase do empreendimento, pode haver embargo de obra ou cassação de habite-se. Por iniciativa do MP, do condomínio ou do consumidor Exigência de Reparações Difusas: em TACs ou ACPs 33
34 Consequências caso prevaleça a tese da reparação integral Exigência de Indenização: ou abatimento do preço, pleiteados pelo consumidor. Pleito de distrato: com restituição integral, em decorrência do produto ser inadequado ou potencialmente afetar a saúde. Abalo de Imagem: empresa sofre considerável abalo por ser considerada infratora. 34
35 Consequências caso prevaleça a tese da reparação integral Mercado Imobiliário: perda de espaço territorial para empreender e, portanto, movimentar a economia, por meio da geração de empregos formais, na medida em que áreas contaminadas não mais serão adquiridas. Social: encarecimento das moradias pelo maior custo de produção (descontaminação) ou redução da oferta de terrenos. 35
36 Consequências caso prevaleça a tese da reparação integral Ambiental: perpetuação da contaminação. Risco Social: Ocupação de áreas contaminadas na busca por moradia, com grave risco de saúde pública. 36
37 PRECEDENTE 1ª CÂMARA DE DIREITO AMBIENTAL (Ap. nº , Des. Rel. Ruy Alberto Leme Cavalheiro, 1ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente do TJSP, j. 03/03/2016). 37
38 RECOMENDAÇÕES 38
39 RECOMENDAÇÕES Informar detalhadamente nos contratos sobre a existência, os procedimentos e restrições decorrentes das contaminações (independentemente da averbação na matrícula) Informar também no memorial de incorporação e na Convenção de Condomínio. Se for o caso, prever monitoramentos a serem realizados após entrega do prédio. 39
40 JURISPRUDÊNCIA Informação não transmitida ao comprador e descoberta via imprensa local somente durante a vigência do contrato. Possibilidade de rescisão contratual, com devolução integral das quantias pagas, sem direito de retenção, sob pena de enriquecimento sem causa. Danos materiais e morais não caracterizados. (TJSP, Apelação , 5ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. James Siano, j. 03/08/2011). 40
41 JURISPRUDÊNCIA DANOS MORAIS E MATERIAIS DECORRENTES DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO. Apesar da violação do dever de informação, o órgão responsável pela fiscalização afirma pela ausência de risco à saúde dos moradores. Adoção de todas as medidas necessárias para garantir a habitabilidade. Preocupação do autor não pode se sobrepor a dados técnicos. Inocorrência de danos morais. (TJSP; 7ª Câm. de Dir. Priv.; Ap ; Rel. Des. Mary Grun; J. 12/8/2015) 41
42 INCENTIVOS 42
43 Incentivo à reutilização de áreas contaminadas Decreto /2013 Artigo 61 - A aquisição de terrenos onde são ou foram desenvolvidas atividades com potencial de contaminação com vistas à sua revitalização será considerada como de interesse público, devendo ser incentivada e apoiada pelo poderes públicos estadual e municipal. 43
44 Incentivo à reutilização de áreas públicas contaminadas Nova Lei de Zoneamento do Município de São Paulo (Lei /2016) Art. 137 (...) 4º Os bens classificados como áreas contaminadas, nos termos desta lei, poderão ser objeto de desafetação e alienação, por meio de venda ou permuta, devendo os recursos ou imóveis recebidos em contraprestação ser obrigatoriamente destinados à implantação de equipamentos sociais ou de áreas verdes. 44
45 45
46 46
47 REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição Federal. São Paulo: [s.n.], [20--]. BRASIL. Decreto Regulamentador nº /2013. Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Disponível em: < >. Acesso em: mar BRASIL. Lei Estadual Paulista nº /2009. Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Disponível em: < >. Acesso em: mar BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de Presidência da República. Disponível em: < Acesso em: mar BICALHO, Rodrigo Cury. A remediação das áreas contaminadas - uma abordagem jurídica e social. In: Revista de Direito Ambiental. São Paulo, RT, v. 71, set CETESB. Manual de Gerenciamento de áreas contaminadas. São Paulo, Disponível em: < Acesso em: mar LUTTI, José Eduardo Israel. Resolução CONAMA 420/2009 e Lei Estadual /2009: inconstitucionalidade da remediação para uso declarado. In: Revista de Direito Ambiental. São Paulo, RT, nº
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