AULA 4 PROTEÇÃO DE GERADORES RAFAEL DE OLIVEIRA RIBEIRO 1
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- Elza Pinto Brezinski
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1 AULA 4 PROTEÇÃO DE GERADORES RAFAEL DE OLIVEIRA RIBEIRO 1
2 A máquina síncrona, operando como gerador é um equipamento vital ao sistema elétrico. 2
3 Sua capacidade de geração limita a demanda que pode ser suprida. O sistema elétrico é mantido por poucos geradores, sendo que sua carga está distribuída em milhares de pontos. 3
4 Sendo o gerador um equipamento complexo, o qual possui peças girantes, está sujeito a maiores riscos. 4
5 A máquina síncrona, acoplada ao sistema elétrico, está sujeita a diversos tipos de perturbações provenientes de: Sistema elétrico Da própria máquina síncrona (armadura/rotor) Da máquina primária 5
6 As perturbações no sistema elétrico são decorrentes da: Retirada súbita de cargas Inserção de cargas pesadas Retirada súbita de geração Curtos-circuitos 6
7 As perturbações no sistema elétrico são decorrentes da: Sobrecargas Abertura de fase Cargas fortemente desequilibradas Descargas atmosféricas 7
8 As perturbações na máquina síncrona na armadura: Falha de isolação entre espiras Falha na isolação entre bobinas e carcaça Movimentação das espiras devido às forças elétricas e magnéticas, provocadas pelas correntes de curto-circuito 8
9 As perturbações na máquina síncrona na armadura: Aquecimento nas bobinas e materiais do estator Não equalização de campos elétricos e magnéticos no material do núcleo da armadura 9
10 As perturbações na máquina síncrona na rotor: Falha na isolação entre espiras Falha na isolação entre bobinas e a carcaça Movimentação das espiras devido às forças elétricas e magnéticas, provocadas pelas correntes de curto-circuito 10
11 As perturbações na máquina síncrona na rotor: Movimentação das espiras, devido a força centrífuga provocada pela sobre velocidade do rotor Aquecimento nas bobinas e material do rotor Abertura de espiras 11
12 As perturbações na máquina síncrona na rotor: Perdas de campo (excitação) Problemas mecânicos e de aquecimento dos mancais do rotor Problemas na escova 12
13 Problemas nos serviços auxiliares: Problemas nos equipamentos que compõem os serviços auxiliares, próprios para operação e regulação da máquina, afetam as condições de operação do gerador síncrono. 13
14 Problemas na máquina primária: Problemas em qualquer componente vital, principalmente nas turbinas, comprometem a operação do conjunto de geração. Problemas decorrentes da vibração ou movimentos anômalos das palhetas nas turbinas. 14
15 A seguir um levantamento estatístico de taxas de falhas dos equipamentos de uma usina hidrelétrica. EQUIPAMENTO PERCENTUAL DE FALHAS Gerador 28,73% Regulador de Velocidade 21,28% Turbina Hidráulica 12,23% Excitação 10,10% Adução/Sucção 8,51% Mancal 13,30% Serviço Auxiliar 4,25% Quadro de Comando 1,60% 15
16 A proteção utilizada no gerador síncrono é, principalmente, devido a: Curto-circuito Entre espiras Entre fases Fase e carcaça trifásico 16
17 A proteção utilizada no gerador síncrono é, principalmente, devido a: Falha de Funcionamento Perda de excitação Carga desequilibrada Sobre velocidade Vibração 17
18 A proteção utilizada no gerador síncrono é, principalmente, devido a: Falha de Funcionamento Sobrecarga Sobretensão 18
19 Visando cobrir todos os defeitos e demais anormalidades, as proteções mais utilizadas em geradores síncronos são: Proteção de Sobrecorrente (50,51) Proteção Diferencial (87) 19
20 Proteção de Subtensão (27) Proteção de Sobretensão (59) Proteção de Sequência Negativa (46) 20
21 Proteção de Imagem Térmica (49) É um relé que opera quando a temperatura do enrolamento da armadura, de outro enrolamento ou elemento da máquina, sujeito à sobrecarga de uma máquina, excede um valor predeterminado. Esta função é própria para sinalizar o nível de sobrecarga de um equipamento elétrico. 21
22 Proteção de Perda de Excitação (40) É um relé que opera com a ocorrência de falha (curtocircuito) ou com um valor anormalmente baixo da corrente de campo de uma máquina síncrona, ou por um valor excessivo da componente reativa da corrente de armadura da máquina síncrona. 22
23 Proteção Direcional de Potência (32) É um relé que opera num valor desejado do fluxo de energia numa dada direção. Proteção de Frequência (81) É um relé que opera quando a variação na frequência do sistema. Pode ser de subfrequência ou sobrefrequência. 23
24 Proteção de Perda de Sincronismo (78) É o relé de medição de ângulo de fase ou de proteção fora de fase atuando quando o ângulo entre duas tensões ou entre duas correntes, excede um valor predeterminado. 24
25 Proteção de Balanço de Tensão (60) É o relé que opera quando a diferença de tensão de dois circuitos ultrapassar um valor pré-ajustado. Este relé é usado principalmente para detectar a perda do sinal de tensão dos circuitos de proteção ou controle alimentados por TPs. 25
26 Proteção de Terra Ground (64) É o relé que opera qundo da ocorrência de uma falha do isolamento contra a terra de uma máquina, transformador ou de outro equipamento ou sob arco elétrico a terra de uma máquina de CC. Estes relés podem ser por corrente ou por tensão, para a sua identificação, os diagramas devem indicar se são alimentados por TC ou TP. 26
27 Proteção de Terra Ground (64) A função 64R designa proteção à terra do rotor enquanto a função 64S designa proteção à terra da bobina de armadura da máquina síncrona. 27
28 Proteção de balanço de corrente (61) É um relé que opera quando uma dada diferença de corrente de entrada ou saída de dois circuitos, ultrapassar um valor pré-ajustado. Esta função é muito utilizada na proteção de banco de capacitores e em enrolamentos de mesma fase de geradores síncronos. 28
29 Proteção de mancal (38) É um dispositivo que funciona quando a temperatura do mancal do eixo da máquina for excessiva ou sob outras condições mecânicas anormais, associadas ao mancal, tais como desgaste indevido, que resulta em excessivo aumento da temperatura do mancal. 29
30 Proteção contra vibrações (39) É um dispositivo que funciona quando da ocorrência de uma condição mecânica anormal (exceto a associada com mancais na forma abrangida pela função 38) tal como excessiva vibração, excentricidade, expansão, choque, inclinação ou falha de vedação. 30
31 Diagrama unifilar de uma unidade geradora que sofre um curto-circuito. As correntes de curto-circuito I G e I S, que alimentam o defeito em F, são provenientes dos 2 lados, isto é, do gerador síncrono e do sistema elétrico conectado à barra. 31
32 32
33 O sistema de proteção existente abre primeiro o disjuntor 52 e portanto momentaneamente a nova configuração passa a ser: 33
34 Na figura anterior, o estado aberto do disjuntor 52 está assinalado me negrito, sendo que a partir do instante de sua abertura o sistema elétrico não contribui mais com a corrente de curto-circuito. Porém como o gerador está excitado e girando, o curtocircuito continua sendo alimentado pela máquina síncrona. 34
35 Deste instante em diante, a corrente de curto-circuito proveniente da máquina se extingue gradualmente (lentamente) devido a existência no rotor de magnetismo remanescente. Dependendo do porte da máquina síncrona, a corrente se extingue na faixa de 5 s a 10 s. 35
36 Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono Na bobina (enrolamento) da armadura são induzidas as tensões elétricas, sendo que defeitos em algum ponto das espiras provocarão correntes de curto-circuito. 36
37 Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono Na figura a seguir representa um gerador síncrono operando a vazio, com as bobinas da armadura conectadas em Y, e aterrado no neutro por uma impedância Z N. Neste gerador o defeito pode ocorrer a p% do enrolamento da bobina do estator. 37
38 Curto-circuito Trifásico: Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono Supondo a ocorrência de um defeito trifásico a p% a partir de neutro (N) da bobina do estator, conforme figura. 38
39 Curto-circuito Trifásico: Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono Como o curto-circuito trifásico é equilibrado, tem-se somente a representação do modelo de sequência positiva. Assim: I CC3 p% = pe px G = E X G = I cc3 Para o curto-circuito trifásico, a corrente independe do ponto da bobina do estator em que ocorreu o defeito e tem o mesmo valor no terminal da máquina síncrona, isto é, a 100% do enrolamento. 39
40 Curto-circuito Bifásico: Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono Para o curto-circuito bifásico, supondo ter ocorrido num ponto a p% das bobinas do estator das fases B e C, tem-se os modelos de sequência positiva e negativa conectados em paralelo. 40
41 Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono A intensidade da corrente de curto-circuito bifásica depende do tipo de rotor da máquina síncrona, qual pode ser: Máquina síncrona de rotor liso (neste caso XG = X2 I cc2 = 3 2 E X G Máquina síncrona de rotor saliente (neste caso XG X2 I cc2 = 3 E X G + X 2 41
42 Curto-circuito Bifásico: Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono Portanto, pode-se concluir que o valor da corrente de curto-circuito bifásica é o mesmo e independe da localização do ponto de defeito no enrolamento da bobina do estator (armadura). 42
43 Curto-circuito monofásico à terra: Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono A ocorrência de um curto-circuito monofásico para a terra (carcaça), em um ponto p% do enrolamento da bobina do estator é apresentado a seguir. 43
44 Curto-circuito monofásico à terra: Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono Apresenta-se uma máquina síncrona genérica, que está aterrada por uma impedância Z N. A máquina pode apresentar a impedância do aterramento com os seguintes valores: Zero, ou seja, solidamente aterrada. Não muito elevada, com objetivo de apenas limitar a corrente de defeito a uma valor considerado. Muito elevada, para limitar consideravelmente a corrente de defeito. Infinita, isto é, sem aterramento. 44
45 Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono Máquina síncrona solidamente aterrada (independe local defeito): I cc1 terra = 3E X G + X 2 + X 0 Máquina síncrona aterrada com uma impedância de valor elevado, tal que ZN >>> (XG+X2+X0) (depende do local defeito) I cc1 terra = pe Z N 45
46 Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono Como a corrente de curto-circuito à carcaça depende do ponto de defeito, as espiras iniciais mais próximas do neutro não ficarão cobertas pela proteção diferencial (87). Isto ocorre porque as correntes de defeito menores que o ajuste do relé 87 não serão eliminadas. Dependendo da máquina síncrona e da impedância de aterramento, por exemplo, um percentual de 5% a 10% da bobina da armadura pode ficar sem proteção. Portanto necessita-se de outros esquemas de proteção para cobrir esses trechos. 46
47 Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono 47
48 Curto-circuito entre espiras: Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono A figura a seguir mostra o caso em que um curto-circuito ocorre entre espiras de uma bobina da armadura da máquina síncrona. 48
49 Curto-circuito entre espiras: Curto-circuito na bobina da armadura do Gerador Síncrono O trecho de espiras em curto-circuito pode ser interpretado como correspondendo a um pequeno gerador, separado do gerador principal. Nesse caso, o curto-circuito é do tipo monofásico para a carcaça e os circuitos de sequência estão conectados em série. 3E I CC entre espiras = X G + X 2 + X 0 Portanto, a corrente de curto-circuito entre espiras independerá do local do defeito e terá o mesmo valor do curto-circuito monofásico a terra da máquina síncrona solidamente aterrada. 49
50 Trecho não Protegido pela Proteção 87 Com objetivo de limitar a corrente de curto-circuito à terra, para que os danos sejam minimizados, as máquinas síncronas devem operar com uma impedâncias conectada ao neutro. Esse procedimento prejudica a proteção diferencial que não cobre mais 100% das espiras do enrolamento da armadura. O trecho não protegido é devido ao valor da corrente de ajuste no relé 87, isto é, ao I ajuste do relé
51 Trecho não Protegido pela Proteção 87 A corrente de defeito monofásico à carcaça, na bobina da armadura da máquina síncrona, é dada por: I cc1 terra = pe Z N O trecho desprotegido é limitado pela corrente de defeito, a qual é igual a corrente de ajuste do relé 87, isto é: I cc1 terra = pe Z N = I ajuste 87 RTC 51
52 Trecho não Protegido pela Proteção 87 Assim: Como p = Z N E RTC I ajuste 87 E = V L 3 O trecho desprotegido é calculado por: p = 3 Z N V L RTC I ajuste 87 52
53 Proteção Contra Falhas entre Espiras A proteção diferencial (87) não é sensível para defeitos entre espiras. Isto ocorre porque as correntes de entrada e saída nos TCs são iguais. Para obter-se a proteção entre espiras, utiliza-se uma proteção diferencial especial, chamada função 61, a qual pode ser realizada por vários relés, e que depende do porte do gerador e do esquema adotado. Função ANSI 61 Relé de balanceamento de corrente É um relé que opera quando uma dada diferença de corrente de entrada ou saída de dois circuitos, ultrapassar um valor pré-ajustado. Esta função é muito utilizada na proteção de banco de capacitores e em enrolamentos de mesma fase de geradores síncronos. 53
54 Relé de Sobreexcitação do Gerador Síncrono O fluxo magnético máximo no interior do núcleo do transformador ou na estrutura da máquina síncrona é diretamente proporcional ao termo V/f, isto é: φ máximo V f Portanto, sob frequência nominal, um aumento na tensão, provoca um aumento no fluxo magnético, produzindo um aquecimento não desejado no núcleo do transformador ou da máquina síncrona. 54
55 Relé de Sobreexcitação do Gerador Síncrono Os transformadores e geradores síncronos dependendo da tecnologia e dos materiais empregados na sua fabricação, os mesmos apresentam uma curva de danos em relação ao excesso de fluxo magnético, ou seja, elevada relação de V/Hz. Como os modernos relés digitais tem o recurso de personalizar curvas de atuação, pode-se ajustar uma curva de atuação que seja uma réplica da curva de dano do transformador ou gerador síncrono, deslocada para baixo em torno de 20%. 55
56 DÚVIDAS? 56
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