EXISTENCIALISMO. A existência precede a essência
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- Brenda Candal Ferretti
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1 EXISTENCIALISMO A existência precede a essência 1
2 Existencialismo Contexto histórico Importante corrente francesa pós guerra (50-60). Exerceu grande influência na filosofia, literatura, teatro e cinema. Surge da época de crise posterior ao otimismo romântico do século XIX (noções de razão e progresso afirmadas por filosofias otimistas como o idealismo, positivismo, marxismo). O existencialismo considera o homem como ser finito, lançado no mundo, se interessa pelo homem em sua singularidade. Caravaggio 2
3 O mundo vivia a esperança de ser mais livre e mais justo As guerras, a revolução sexual, o anseio de liberdade dos povos. A falta de crença busca do sentido da existência A Filosofia passa a incorporar as discussões éticas, sociais... 3
4 Jean-Paul Sartre ( ) - Filósofo francês, nasceu e faleceu em Paris; - Depois de cumprir serviço militar começou a trabalhar como professor; conseguiu uma bolsa de estudos e foi para a Alemanha onde teve contato com a filosofia de Huserl e de Heidegger ministra Filosofia - Em 1938 publica A náusea ; - Cassado em 1939, foi preso, mas conseguiu evadir-se em 1941 e voltar a Paris; publicou O ser e o nada sua obra mais conhecida. 4
5 Na obra A náusea Sartre fala da angústia da existência. - A angústia é a experiência metafísica do nada (liberdade) junto a responsabilidade A liberdade consiste na escolha do próprio ser. 5
6 Sartre ( ) - Foi não somente um escritor brilhante, mas dramaturgo e romancista de fama. - Em 1964 foi indicado ao Prêmio Nobel de literatura mas não o aceitou. - Simone de Beauvoir, sua companheira foi a 1º autora feminista de fama internacional. Escreveu O segundo sexo. - Com Merleau Ponty Sartre fundou o jornal Les temps Modernes 6
7 O existencialismo de Sartre é um projeto ambicioso: Baseado principalmente na fenomenologia de Husserl e em 'Ser e Tempo' de Heidegger, o existencialismo sartriano procura explicar todos os aspectos da experiência humana. A maior parte deste projeto está sistematizada em seus dois grandes livros filosóficos: "O ser e o nada" e "Crítica da razão dialética". 7
8 As raízes da existência humana EXISTÊNCIA CONSIDERADA EM SEU ASPECTO PARTICULAR, INDIVIDUAL E CONCRETO. ESSÊNCIA: PROPRIEDADES IMUTÁVEIS, FUNDAMENTAIS, Por que existimos? Existe alguma função em nossa existência? Nossa existência é regida por algo? Existe uma essência que rege a existência? Formas de agir e pensar, que todos os seres humanos tem em comum? Somos alguma coisa fixa ou somos uma metamorfose ambulante? 8
9 Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo, e que só depois se define. O homem de início não é nada, apenas posteriormente será alguma coisa, e será aquilo que fizer de si mesmo À medida que experimenta-se novas vivências redefine-se o próprio pensamento 9
10 Funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja pré-definido. A existência é algo em aberto, sempre em mudança, e não há nenhum tipo de determinismo ou fatalismo. O homem é como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência. Esta característica do ser é fruto da liberdade: LIVRE ARBÍTRIO 10
11 Se o homem define sua essência a cada momento... Não existe uma essência universal da humanidade, pois cada indivíduo se define através de sua existência, que é pessoal. Então, não há como prever qual atitude tomará o homem nem quais valores irá seguir! 11
12 A existência é um modo de ser finito e é possibilidade (poder ser), não é essência (coisa dada por natureza, realidade pré-determinada). Diferente dos animais que são o que são e permanecem o que são, o homem será o que ele decidiu ser (projeto). 12
13 Alguns conceitos sartrianos: O Em-si: qualquer objeto existente no mundo e que possui uma essência definida. Uma caneta, por exemplo.um ser Em-si não tem potencialidades nem consciência de si ou do mundo. Ele apenas é. Os objetos do mundo apresentam-se à consciência humana através das suas manifestações físicas O Para-si: Consciência do homem. Para-si faz as relações temporais e funcionais entre os seres Em-si e ao fazer isso constrói um sentido para o mundo em que vive, não tem uma essência definida. Ele não é resultado de uma idéia pré-existente. Como o existencialismo sartriano é ateu, ele não admite a existência de um criador que tenha predeterminado a essência e os fins de cada pessoa. É preciso que o Para-si exista e durante essa existência ele define, a cada momento o que é sua essência. 13
14 Ser para os outros: o homem para si é também ser para os outros. O outro não é aquele que é visto por mim, mas aquele que me vê, me torna presente sob a opressão do seu olhar. O homem por si só não pode se conhecer em sua totalidade. Só através dos olhos de outras pessoas é que alguém consegue se ver como parte do mundo. Sem a convivência, uma pessoa não pode se perceber por inteiro. "O ser "Parasi só é Para-si através do outro. 14
15 Cada pessoa só tem como essência imutável, aquilo que já viveu. Tenho a liberdade de mudar minha vida deste momento em diante. Podemos afirmar que meu ser passado é um Em-si, possui uma essência conhecida, mas essa essência não é predeterminada. Ela só existe no passado. Por isso se diz no existencialismo que "a existência precede e governa a essência". Por esta mesma razão cada Para-si tem a liberdade de fazer de si o que quiser. 15
16 SOMOS CONDENADOS À LIBERDADE O humano é um ser que possui consciência, isto é, interpreta e dá significado ao mundo. A Consciência percebe-se como fazedora de Escolhas, percebe-se como agente da sua própria existência. A Situação. "Não importa o que fizeram a você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram para você". 16
17 A Angústia A ANGÚSTIA A condição de liberdade faz do homem um ser angustiado, pois percebe-se que o momento de escolha define a existência. Responsabilidade: (...) concebemos o existencialismo como uma doutrina que torna a vida humana possível e que, por outro lado, declara que toda verdade e toda ação implicam um meio e uma subjetividade humana. A responsabilidade pressupõe um ser consciente e engajado no mundo em que se encontra. 17
18 18
19 A Angústia A MÁ FÉ Impulsionado pela angustia, a condição humana tenta negar a liberdade; Escolher não escolher; Aceitar o destino já traçado, aceitar as verdades exteriores; Aceitar sem críticas os valores dados; Viver no conformismo 19
20 A consciência é vazia de ser, é possibilidade, liberdade. A liberdade não é um ser: ela é o ser do homem, isto é o seu nada ser. Uma vez lançado à vida, o homem é responsável por tudo que faz do projeto, sem desculpas (se falirmos foi pq escolhemos a falência). Procurar por desculpas significa estar de má-fé, a má-fé apresenta o desejável como necessidade inevitável. As pessoas fogem da angústia pela má-fé, fingindo que estão presas a regras e normas já existentes Ex: guerra. O homem pode escolher, sua liberdade é absoluta, mas ele está condenado a liberdade. 20
21 Bibliografia sugerida: ABBAGNANO, Nicola. Introdução ao Existencialismo. São Paulo: Martins Editora, BEAUFRET, Jean. Introdução às filosofias da existência. Duas Cidades, BORHEIM. Gerd. Sartre: Metafísica e Existencialismo. Coleção Debates. São Paulo: Perspectiva, NUNES, Benedito. No Tempo do Niilismo. São Paulo, Editora Ática. COLETTE, Jacques. Existencialismo. São Paulo: L&PM Editores, REYNOLDS, Jack. Existencialismo. Petrópolis: Vozes, Literatura: Kafka e Camus. 21
22 SARTRE, Jean-Paul. O Ser e O Nada. Tradução e notas de Paulo Perdigão. Petrópolis, ª edição. Vozes., Que é a Literatura? Tradução de Carlos Felipe Moisés. São Paulo, Ed. Ática., O Imaginário: psicologia fenomenológica da imaginação. Tradução de Duda Machado. São Paulo, Editora Ática., O existencialismo é humanismo. Os Pensadores. São Paulo, Editora Abril, S. A. KIERKEGAARD, S. B. O desespero humano. In: Os pensadores. Tradução de Carlos Grifo; Maria José Marinho; Adolfo Casais Monteiro. São Paulo: Abril Cultural, KIERKEGAARD, S. B. O conceito de angústia. Petrópolis: Vozes, Entrevista: Franklin Leopoldo da Silva: Vídeo Paradigmas do Séc XXI: 22
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