ENCERRAMENTO DO MÓDULO 3 - PESSOA JURÍDICA -RESUMO
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- Tomás Maranhão Lencastre
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1 1 ENCERRAMENTO DO MÓDULO 3 - PESSOA JURÍDICA -RESUMO Segundo Eneccerus, Kipp e Wolf a necessidade sugeriu uniões e instituições permanentes, para a obtenção de fins comuns, desde as de raio de ação mais amplo Estados, Municípios, a Igreja-, até as mais restritas, como as associações particulares. O princípio básico que norteia o conceito de pessoa jurídica repousa na necessidade humana em agregar-se a outro ou outros indivíduos, com a finalidade de unir forças para a obtenção de objetivos comuns. Assim, são criados agrupamentos que se equiparam à própria pessoa física, respeitadas as suas limitações naturais, tendo capacidade para ser sujeito das relações jurídicas, na forma da legislação em vigor. Note-se que, embora dotada de personalidade, a pessoa jurídica, em face de sua própria estrutura, não pode exercer determinadas prerrogativas, como, v.g., as decorrentes do direito de família. Posto isso, tem-se que a pessoa jurídica é a união de pessoas físicas ou a afetação de um patrimônio, com a finalidade de
2 2 alcançar certos fins comuns ou de interesse coletivo, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito das relações jurídicas. pessoa jurídica: Três elementos são indispensáveis para a caracterização da a) vontade humana criadora; b) observância das condições legais; c) objeto lícito Quanto à natureza jurídica destes entes, muita controvérsia houve na doutrina, digladiando-se aqueles que reconheciam a existência da pessoa jurídica e outros que a negavam. a) teorias negativistas a pessoa jurídica seria a simples união de pessoas físicas, patrimônio destinado a um fim, sem titularidade, ou um patrimônio coletivo; b) teorias afirmativistas ficção legal, realidade objetiva, realidade técnica. A teoria da ficção legal, cujo defensor foi Savigny, afirmava que a personalidade jurídica decorria de uma mera ficção ou criação artificial da lei.
3 3 A teoria da pessoa jurídica como realidade objetiva, de procedência dos germânicos Gierke, Zittelmann e Giorgi, contrariava a anterior, uma vez que sustentava a idéia de que a vontade é capaz de dar vida à um organismo, passando esse a ter existência própria e distinta da dos seus integrantes. Por fim, a teoria da realidade técnica, preconizada, dentre outros, por Geny, afirmava que, embora existam (na órbita social), a realidade das pessoas jurídicas não é simplesmente objetiva, sendo sua personificação uma construção da técnica jurídica, que lhe dá forma. Por necessidade, a ordem jurídica personifica o ente, para que possa atingir os seus fins. Várias são as denominações utilizadas pela doutrina: pessoa jurídica, pessoa moral, ente de existência ideal (Teixeira de Freitas), pessoa mística. Não seria demais ressaltar que a pessoa jurídica, embora formada por pessoas naturais, tem vida própria e autônoma, não se confundindo com os seus membros. A pessoa jurídica pode ser formada por pessoas naturais corporações (universitas personarum), ou bens, no caso da fundação (universitas bonorum). Quanto à aquisição da personalidade jurídica, o Código Civil dispõe que:
4 4 começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição dos seus contratos, atos constitutivos, estatutos ou compromissos no seu registro peculiar, regulado por lei especial, ou com a autorização ou aprovação do governo, quando precisa" As pessoas jurídicas de direito público, ou seja, aquelas capituladas no Código Civil têm seu início a partir de fatos históricos, criação constitucional, lei especial, ou tratados internacionais - nesse último caso, em se tratando de pessoas jurídicas de direito público externo. Já as pessoas jurídicas de direito privado - elencadas no Código Civil- artigo 40 e segs (sociedades civis, mercantis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias, as associações de utilidade pública, fundações e partidos políticos) -, terão seu início com a constituição de seus atos, contendo sua finalidade e descrição de bens, seguindo-se o indispensável registro no órgão competente. No que se refere à sua classificação, as pessoas jurídicas podem ser de direito público, (interno e externo), e de direito privado, nacionais ou estrangeiras. Já no que se tange à estrutura interna, encontra -se a pessoa jurídica dividida em corporações (associações, sociedades) e fundações.
5 5 Pessoa jurídica Fundações Associações Corporações Sociedades Em breves linhas, dentro da proposta deste trabalho, as corporações e fundações podem ser definidos da seguinte forma: a) Associações agrupamentos de indivíduos sem finalidade lucrativa, como os clubes esportivos, centros culturais, centros de estudos etc. Sua finalidade é ideal ; b) Sociedades agrupamentos de indivíduos com finalidade lucrativa. Os sócios visam obter proveito econômico que será partilhado entre eles. Subdividem-se em - sociedades civis e sociedades mercantis. A diagnose diferencial entre ambas está em que somente nas últimas o lucro decorre de atividade principal mercantil (atos de comércio). c) Fundações - consiste na atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio, que a vontade humana destina a um fim social. Em outras palavras, universalidade de bens, personificada pela ordem jurídica, em consideração ao fim estipulado pelo fundador. Seguindo a doutrina de Bassil Dower, as fundações passam pela seguinte constituição:
6 6 a) ato de dotação ou de instituição (reserva de bens livres com a indicação dos fins a que se destinam) por testamento ou por escritura pública; b) elaboração dos estatutos; c) aprovação dos estatutos (MP); d) registro. Nesse ponto, saliente-se que, segundo o princípio da especialidade, a pessoa jurídica tem uma capacidade limitada à órbita de sua atividade própria (não pode, como a pessoa natural, praticar, em tese, todos os atos da vida civil). Segundo o disposto no Código Civil, para que a pessoa jurídica passe a ter existência, é necessário o registro de seus atos constitutivos, no órgão próprio (Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, Junta Comercial), à luz da legislação em vigor. A Lei n , de (Lei de Registros Públicos), trata do registro em seus arts. 114 a 121. Podemos dizer que o domicílio civil da pessoa jurídica é a sede jurídica de seu governo, administração ou direção, nos termos do art. 35 do Código Civil. Domicílio da pessoa jurídica de direito público União e Estados: capitais Municípios: local em que funciona a administração municipal
7 7 de direito privado Local onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial nos seus estatutos ou contratos constitutivos. Extingue-se a pessoa jurídica pelo (a): a) decurso do prazo de sua duração, se instituída por tempo determinado; b) pela dissolução deliberada dos sócios, na forma do estatuto; c) por determinação legal (art. 1399, CC); d) por ato governamental que lhes casse a autorização de funcionamento, por motivo de desobediência à ordem pública, por serem inconvenientes ao interesse geral, pela sua ilicitude e pela prática de atos nocivos ao bem público; dissolução judicial (respeitado o devido processo legal).
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