Trabalho apresentado no III Congresso Ibero-americano de Psicogerontologia, sendo de total responsabilidade de seu(s) autor(es).
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- Maria Fernanda Festas Molinari
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1 OBSERVAÇOES SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Alex da Silva Xavier; Lílian Koifman. Universidade Federal Fluminense Niterói RJ / Brasil. RESUMO Diante do número de idosos registrados nos censos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nos últimos 50 anos, podemos observar que no Brasil esta parcela da população tem se multiplicado. O aumento do percentual da população com idade igual ou superior a 60 anos, todavia, não tem garantido que os mesmos alcancem tal faixa etária mantendo-se saudáveis. Estes fatos constantemente são abordados com intuito de formulação de políticas públicas, a exemplo temos: Política Nacional do Idoso, Política Nacional de Saúde do Idoso, Estatuto do Idoso, Pacto pela Saúde e Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa PNSPI. Dentre outras, tais políticas abordam a formação do profissional de nível superior em saúde como uma estratégia para atenção à saúde do idoso. Com o objetivo de verificar a implementação da PNSPI, especificamente quanto à formação do enfermeiro, foi analisado o curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal Fluminense. Metodologia: Foi realizado analise documental e entrevistas. Resultados: o curso possui 4 disciplinas específicas em envelhecimento; todos os professores envolvidos nas disciplinas possuem doutorado com inserção no campo da gerontologia; e a abordagem das disciplinas localizam-se neste campo. Conclusão: A implementação da PNSPI é uma realidade no curso de graduação em enfermagem da UFF, correspondendo a necessidade de formação voltada para capacitação de profissionais enfermeiros com habilidades para o cuidado com a pessoa idosa. Palavras-chave: Políticas Públicas, idoso, graduação em enfermagem.
2 O envelhecimento populacional apresenta-se como um fenômeno mundial, onde estima-se que em 2025 o Brasil ocupara o 6 lugar no ranking. Diante do número de idosos registrados nos censos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE nos últimos 50 anos, podemos observar que no Brasil esta parcela da população tem se multiplicado, resguardado as especificidades regionais encontradas (CAMARANO; PASINATO, 2004; CHAIMOWICZ, 2004; PAPALEO NETTO, 1996). O aumento do percentual da população com idade igual ou superior a 60 anos, todavia, não tem garantido que os mesmos alcancem tal faixa etária mantendo-se saudáveis. Estes fatos constantemente são abordados com intuito de formulação de políticas públicas, a exemplo temos: Política Nacional do Idoso PNI, Política Nacional de Saúde do Idoso PNSI, Estatuto do Idoso, Pacto pela Saúde e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa PNSPI. Dentre outras, tais políticas abordam a formação do profissional de nível superior em saúde como uma estratégia para atenção à saúde do idoso (BRASIL, 1996; BRASIL, 2006). Ao abordar o idoso o profissional de saúde necessita de habilidades e competências específicas que o permitam diferenciá-lo das demais faixas etárias. Segundo Montanholi e col. (2006, p. 664), apud Santos (1990), é possível observar mudanças favoráveis na atuação dos estudantes de enfermagem após cursarem disciplinas que abordem o idoso de maneira específica. Diogo (2004), já destacava em seus estudos a importância da existência de disciplinas específicas que tratem do envelhecimento durante a graduação dos profissionais de saúde. A Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa faz parte da Universidade Federal Fluminense (UFF), localizada no município de Niterói, estado do Rio de Janeiro, tradicionalmente reconhecida pela formação de enfermeiros desde a década de 60. Seu principal campo de estágio é o Hospital Universitário Antônio Pedro, localizado no mesmo município e responsável pelo atendimento da população de Niterói e municípios vizinhos. Segundo relato de professores do curso de enfermagem a demanda maior de paciente hospitalizado é idoso, 70% é idoso. Objetivo: Verificar a implementação da PNSPI no curso de graduação em Enfermagem da UFF.
3 Metodologia: Este trabalho é parte integrante do projeto de pesquisa submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Antônio Pedro sob o protocolo n 137/98, aprovado em 12/03/09. O universo do trabalho compreende o curso de graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da UFF. Foi realizado analise do fluxograma de curso, Programa de curso e Programa das disciplinas que abordam o envelhecimento; e entrevistas com coordenadora do curso, discentes envolvidos com o tema envelhecimento, com posterior análise dos currículos lattes, e entrevistas com os alunos que cursaram as disciplinas que tratam do tema idoso. Resultados: O curso de graduação em enfermagem da UFF possui 2 disciplinas específicas em envelhecimento na modalidade obrigatória, Enfermagem na Saúde do Adulto e do Idoso I (clínica), e Enfermagem na Saúde do Adulto e do Idoso II (cirúrgica). Ambas as disciplinas situam-se no campo geriátrico e o fato de dividirem seus conteúdos entre duas faixas etárias adulto e idoso possibilita a existência de concorrência entre os conteúdos das duas faixas etárias. Em um contexto mais gerontológico o curso possui 2 disciplinas optativas que dedicam-se exclusivamente ao envelhecimento A diversidade e a pluralidade do processo de envelhecimento, e Sistematização da assistência de enfermagem ao cliente adulto e idoso. A complementaridade entre as disciplinas parece ideal, tendo vista que o tema envelhecimento é oferecido durante a formação de maneira satisfatória. Outras disciplinas não específicas como Introdução à Metodologia da Pesquisa, Fundamentos de Enfermagem I, Fundamentos de Enfermagem II, Enfermagem em Saúde Coletiva II, Práticas Alternativas em Saúde, também abordam o tema envelhecimento em seus conteúdos, caracterizando a transversalidade do tema no curso. O curso conta ainda com atividades de extensão que possibilita maior aproximação dos discentes com o envelhecimento, neste caso destacamos a presença dos alunos no Núcleo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem Gerontológica e em monitorias oferecidas pelas disciplinas (ESAI I, ESAI II, A diversidade e pluralidade do processo de envelhecimento). Todos os professores envolvidos nas disciplinas
4 possuem doutorado com inserção no campo da gerontologia, são professores do quadro permanente da UFF em média a 16 anos, exercem atividades docente em programas de pós graduação e possuem publicação em gerontologia com freqüência. Conclusão: Conforme diretriz da PNSPI a formação dos profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde devem abordar a saúde do idoso, destacando que tal diretriz deverá ser alcançada através de articulação com o setor educação. Assim, dentre outras a inclusão de disciplinas que abordem o processo de envelhecimento, e a adequação de currículos são estratégias para o alcance da diretriz. A Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa historicamente parece estar voltada a formação de enfermeiros qualificados para o tratamento do indivíduo idoso, de maneira que é possível verificar que a implementação da PNSPI, no que diz respeito a formação superior, é uma realidade no curso de graduação em enfermagem oferecida pela mesma, haja visto, o oferecimento de estruturas acadêmicas que possibilitam a formação de enfermeiros com habilidades para o cuidado com a pessoa idosa. Bibliografia: BRASIL. DECRETO nº 1.948, editado em 3 de julho de Que regulamenta a Lei 8.842, sancionada em 4 de janeiro de 1994, a qual dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. BRASIL. Portaria do Gabinete do Ministro do Estado da Saúde de nº 2.528, de 19 de outubro de 2006b, que aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Diário Oficial (da) República Federativa do Brasil, Brasília, DF, CAMARANO, Ana Amélia; PASINATO, Maria Tereza. O envelhecimento populacional na agenda das políticas públicas. In.: CAMARANO, A. A. Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60? Rio de Janeiro: IPEA, p CHAIMOWICZ, Flávio. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções e alternativas. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.31, n.2, DIOGO, Maria José D Elboux. Formação de recursos humanos na área da saúde do idoso. Rev. Latino-am Enfermagem, v.12, n.2, p , mar/abr MONTANHOLI, Liciane Langona; TAVARES, Darlene Mara dos Santos; OLIVEIRA, Gabriela Ribeiro; SIMÕES, Ana Lúcia de Assis. Ensino sobre idoso e gerontologia: visão do discente de enfermagem no Estado de Minas Gerais. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 15, n. 4, 2006.
5 PAPALÉO NETTO, Matheus; PONTE, José Ribeiro. Epidemiologia do Envelhecimento. In: PAPALÉO NETTO, Matheus Gerontologia A velhice e o envelhecimento em visão globalizada. Rio de Janeiro: Atheneu, 524p, Alex da Silva Xavier é fisioterapeuta, mestrando em Saúde Coletiva na UFF. Possui especialização em Gerontologia e Geriatria Interdisciplinar. Atualmente é Professor Auxiliar da UNIPLI. Tem experiência em Fisioterapia, com ênfase em envelhecimento. xavier_fisio@yahoo.com.br Lílian Koifman é Pedagoga, mestre e doutora em Saúde Pública pela Fiocruz. Professora adjunta da UFF, coordenadora do Laboratório Universitário de Planejamento em Saúde. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, ênfase em Educação Médica. lilian.koifman@gmail.com
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