TEXTOS DE APOIO RURALIDADE E URBA IDADE AGRUCULTURA A AGRICULTURA
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- Raphael Amorim Fartaria
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1 AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALFENA CURSOS EFA NS NG6: URBANISMO E MOBILIDADES- DR2: CONTEXTO PROFISSIONAL TEXTOS DE APOIO RURALIDADE E URBA IDADE AGRUCULTURA A AGRICULTURA A agricultura é a actividade humana de exploração do solo para cultivo de espécies vegetais, com o intuito de produzir matérias-primas para a alimentação e outras actividades. A prática agrícola interfere negativamente com os ecossistemas terrestres. A agricultura implica, por exemplo, a eliminação do coberto vegetal da área de cultivo, que é substituído pelas espécies vegetais de interesse económico. A expansão das áreas destinadas à agricultura e a sobreexploração dos solos, com consequente aumento da utilização de adubos e pesticidas, contribuem também para o impacte ambiental negativo desta actividade. "A Agricultura Biológica é um modo de produção agrícola que respeita o meio ambiente e a biodiversidade, recorrendo a técnicas de produção menos agressivas e mais preventivas do que as utilizadas na agricultura convencional. Este tipo de agricultura utiliza somente químicos naturais, contribuindo assim para alimentos mais saudáveis que podemos encontrar em inúmeros pontos de venda: frutos, legumes, hortícolas, vinhos, cereais, pão, azeite... Enquanto consumidores, devemos exigir o melhor para a nossa saúde e para o ambiente. Ao optarmos por alimentos provenientes da agricultura biológica estamos a contribuir para a redução da quantidade de agroquímicos tóxicos na nossa alimentação e, simultaneamente, para o desenvolvimento de um modo de produção agrícola mais sustentável."
2 Tópicos de Reflexão Sociedade: 1. Identifico profissões ou ocupações profissionais relacionadas com a produção agrícola. 2. Compreendo a evolução recente das actividades económicas e produtivas em Portugal e relacioná-las com a alteração de inserções profissionais e modos de vida das populações de certas regiões (por exemplo: o Alentejo ou a Região Oeste). 3. Exploro novos modos de evolução das actividades agrícolas como factor de desenvolvimento regional (por exemplo: a agricultura biológica ou culturas de produtos tradicionais que entram nas quotas da Política Agrícola Comum da União Europeia). Tecnologia: 1. Identifico produtos químicos adequados a diversas intervenções (fertilizantes, herbicidas, fungicidas), equipamentos agrícolas e respectivas aplicações. 2. Compreendo a adopção de diferentes técnicas agrícolas em função de diferentes culturas e ambientes, relacionando algumas práticas agrícolas com mecanismos de prevenção e redução de danos por contaminação química ou biológica (por exemplo, rotação de culturas e cultivos mistos, análise de solos, utilização correcta dos prazos de tratamento elativamente a colheitas, distância segura em culturas transgénicas em relação a outras culturas, etc.). 3. Exploro a produção de novas agriculturas, tais como agricultura biológica, produtos transgénicos e/ou geneticamente modificados, tendo em conta vantagens e inconvenientes. Ciência: 1. Identifico etapas do ciclo do azoto (fixação de azoto pelas leguminosas, incorporação pelas plantas, transferência para os animais, etc.). 2. Compreendo a acção das bactérias das raízes das leguminosas e dos solos nas reacções de transformação dos compostos azotados. Exploro os mecanismos biológicos de transformação de compostos azotados relacionando-os com a utilização de estrumes orgânicos e de fertilizantes inorgânicos (por exemplo, degradação da ureia nas pastagens ou nos estrumes e formação de nitritos por acção das bactérias dos solos, etc.).
3 Biotecnologia e Agricultura Quando os primeiros agricultores, há anos atrás, começaram a guardar para os anos seguintes as sementes das plantas que lhes pareciam mais produtivas, vigorosas, resistentes ou melhor adaptadas às condições locais, estavam de facto a procurar salvaguardar e incrementar as suas fontes energéticas. Em boa verdade, poderia dizer-se que há Melhoramento desde que existe Agricultura. Contudo, só no séc. passado com os estudos de G. Mendel sobre a hereditariedade foram estabelecidas as 1ªs bases científicas da Genética. E será já no inicio do séc. XX que estas importantes descobertas começam a ser utilizadas no melhoramento de plantas cultivadas. Nos anos seguintes a evolução foi muito rápida. Na década de 30 quebram-se as barreiras da Espécie. O triticale, resultado do cruzamento do trigo com o centeio, é hoje uma cultura comum. A produtividade do milho passou de 1t/ha para mais de 10 em pouco mais de 50 anos. Situação semelhante ocorreu com a generalidade das culturas agrícolas, com a contribuição importantíssima do Melhoramento. A Agricultura Portuguesa e a Politica Agrícola Comum Mais de três quartos do território da União Europeia são terras agrícolas (44%) ou arborizadas (33%). No entanto, nos últimos 40 anos, os seus recursos naturais têm sido sobreexplorados pela agricultura, pela silvicultura e pelas actividades comerciais, em nome do aumento da produção. Do mesmo modo, a evolução tecnológica e razões de ordem comercial 8maximização dos lucros e minimização dos custos) têm levado a uma intensificação da agricultura. A PAC foi, então, responsável pelos níveis elevados de apoio aos preços agrícolas, que favoreceram a agricultura intensiva e o aumento da utilização de adubos e pesticidas. Estas práticas provocaram: A poluição da água e do solo; A degradação de alguns ecossistemas; Alterações na paisagem (destruição de sebes, muros de pedra, valas e a secagem de terras húmidas contribuíram para a perda de habitats naturais de muitos pássaros, plantas e outras espécies naturais); O aumento da erosão dos solos. O ciclo do Azoto As bactérias têm um papel ímpar nos ciclos biogeoquímicos, nomeadamente no ciclo do azoto, que só reacções mediadas pelas bactérias conseguem fechar; contrariamente à crença generalizada, que baseia todo o ambiente nas relações entre animais e plantas, o tecido do equilíbrio ecológico fundamenta-se essencialmente no variado metabolismo bacteriano
4 As Plantas Transgénicas Uma planta transgénica é aquela cujo genoma foi modificado mediante Engenharia Genética, quer para introduzir um ou vários genes quer para modificar a função de um gene próprio. Uma vez realizada a inserção ou modificação do gene este transmite-se à descendência. Como consequência destas modificações a planta transgénica revelará uma nova e desejável característica. Pode então pensar que, se o milho for alterado geneticamente, então certamente irá ficar com aspecto diferente do milho tradicional. Mas isso não acontece...é que a modificação genética realiza-se de forma dirigida e afecta apenas um número reduzido de genes perfeitamente conhecidos como resultado, as variedades transgénicas não diferem muito das variedades não transgénicas e apresentam, quase sempre, as características previsíveis. Não é possível muitas vezes, determinar se uma planta é ou não transgénica observando apenas as suas características externas. Por exemplo se uma planta for geneticamente alterada para resistir a herbicidas basta cultivar a planta na presença do herbicida se ela sobreviver é porque estamos perante a variedade transgénica, se não sobreviver é porque estamos perante a variedade tradicional. O ciclo do Azoto O processo pelo qual o nitrogénio ou azoto circula nos ecossistemas através das plantas e do solo, pela acção de organismos vivos, é conhecido como ciclo do nitrogénio ou ciclo do azoto. O ciclo azoto é um dos ciclos de matéria mais importantes nos ecossistemas terrestres. O azoto (N) é usado pelos seres vivos para a produção de moléculas complexas necessárias ao seu desenvolvimento tais como aminoácidos, proteínas e ácidos nucleicos. O principal depósito de azoto é a atmosfera (78% desta é composta por azoto) onde se encontra sob a forma de gás (N 2 ). Outros depósitos consistem em matéria orgânica nos solos e oceanos. Apesar de extremamente abundante na atmosfera o azoto é frequentemente o nutriente limitante do crescimento das plantas. Isto acontece porque as plantas apenas conseguem usar o azoto sob duas formas sólidas: ião de amónio (NH 4 + ) e ião nitrato (NO 3 - ), cuja existência não é tão abundante. Estes compostos são obtidos através de vários processos tais como a fixação e nitrificação. A maioria das plantas obtém o azoto necessário ao seu crescimento através do nitrato, uma vez que o ião de amónio lhes é tóxico em grandes concentrações. Os animais recebem o azoto que necessitam através da alimentação.
5 Ciclo do Azoto O ciclo do azoto engloba as seguintes fases: 1. Fixação: : A fixação é o processo através do qual o azoto é capturado da atmosfera em estado gasoso (N 2 ) e convertido em formas úteis para outros processos químicos, tais comoo amoníaco (NH 3 ), nitrato (NO - 3 ) e nitrito (NO - 2 ). Esta conversão pode ocorrer através de vários processos, tais como: - Fixação biológica Algumas bactérias têm a capacidade de capturar moléculas de azoto (N 2 ) e transformá-las em componentes úteis para os restantes seres vivos; - Fixação atmosférica A fixação atmosférica ocorre através dos relâmpagos, cuja elevada energia separa as moléculas de azoto e permite que os seus átomos se liguem com moléculas de oxigénio existentes no ar formando monóxido de azoto (NO). Este é posteriormente rmente dissolvido na água da chuva e depositado no solo. - Fixação industrial Através de processos industriais (nomeadamente o processo de Haber-Bosch) é possível produzir amoníaco (NH 3 ) a partir de azoto (N 2 ) e hidrogénio (H 2 ). O amoníaco é produzido principalmente para uso como fertilizante cuja aplicação ação sustenta cerca de 40% da população mundial. 2. itrificação: A oxidação do amoníaco, conhecida como nitrificação, é um processo que produz nitratos a partir do amoníaco (NH 3 ). Este processo é levado a cabo por bactérias (bactérias nitrificantes) em dois passos: numa primeira fase o amoníaco é convertido em nitritos (NO - 2 ) e numa segunda fase (através de outro
6 tipo de bactérias nitrificantes) os nitritos são convertidos em nitratos (NO 3 - ) prontos a ser assimilados pelas plantas. 3. Assimilação: Os nitratos formados pelo processo de nitrificação são absorvidos pelas plantas e transformados em compostos carbonados para produzir aminoácidos e outros compostos orgânicos de azoto. A incorporação do azoto em compostos orgânicos ocorre em grande parte nas células jovens das raízes das plantas. 4. Mineralização: Através da mineralização (ou decomposição) a matéria orgânica morta é transformada em ião amónio (NH 4 + ) por intermédio de organismos decompositores: bactérias aeróbias, anaeróbias e alguns fungos. Desta forma, o azoto é devolvido ao solo na sua forma inorgânica para que possa ser novamente utilizado pelas plantas (processo de reciclagem do azoto). 5. Desnitrificação: A desnitrificação é o processo pelo qual o azoto volta à atmosfera sob a forma de gás quase inerte (N 2 ). Este processo ocorre através de algumas espécies de bactérias (tais como Pseudomonas e Clostridium) em ambiente anaeróbio. Estas bactérias utilizam nitratos alternativamente ao oxigénio como forma de respiração e libertam azoto em estado gasoso (N 2 ). Influência Humana Como resultado da utilização intensiva de fertilizantes e da poluição resultante dos veículos e centrais energéticas, o Homem aumentou significativamente a taxa de produção de azoto utilizável biologicamente. Esta alteração leva a alterações da concentração deste nutriente, nomeadamente, em depósitos de água e ao excessivo crescimento de determinadas espécies, deteriorando o ambiente que as rodeia e causando desequilíbrios nos ecossistemas. Apesar dos ecossistemas terrestres serem vulneráveis ao excesso de azoto, os sistemas aquáticos são os que mais sofrem, porque são os receptores finais do excedente do azoto que chega por escorrência ou através de descargas directas de efluentes não tratados. (
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