UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O ENSINO SUPERIOR Por: ANDREA VIRGINIA MACHADO Orientadora Profª. Monica Melo Rio de Janeiro 2012

2 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O ENSINO SUPERIOR Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior. Por: Andrea Virginia Machado

3 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter permitido que mais uma jornada fosse cumprida, ao meu esposo pela paciência, a minha maravilhosa filha, a minha família e àqueles que direta ou indiretamente contribuíram com este trabalho.

4 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha querida filha, Nathália.

5 5 RESUMO O presente estudo mostra um pouco da história da educação a distância no Brasil até os dias atuais, seus conceitos e desafios. O trabalho aborda também o crescimento significativo da EAD a partir de 1996, com Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e mostra que os Cursos Superiores a Distancia vieram contribuir de forma inovadora com os indivíduos que precisam realizar um curso de graduação e não conseguem alcançá-lo por diversos motivos. Os pontos positivos e negativos da EAD e seu público alvo também são ressaltados. Com esse crescimento, pode-se perceber também que o Governo Federal está investindo na EAD para o aumento dessa tecnologia, visando oferecer aos professores da rede pública a qualificação para que eles estejam preparados para atuar na melhoria da qualidade de ensino na educação básica, através dessa metodologia do ensino. Foi possível verificar que ainda é imprescindível mais investimento e incentivo por parte das instituições de ensino para que a desistência nesses cursos seja diminuída. E com isso, na intenção de manter esses alunos até o fim de cada curso, as universidades buscam cada vez mais atingir o público alvo da EAD de forma inovadora e criativa. Apesar da união de todos os esforços, o sucesso da EAD precisa crescer na mesma proporção que o oferecimento e a procura por esse tipo de metodologia.

6 6 METODOLOGIA A metodologia utilizada para o desenvolvimento e realização deste trabalho foram as pesquisas através de bibliografias, revistas, sites de internet, site do MEC e artigos. A escolha do tema foi aguçada pela curiosidade em conhecer e entender o funcionamento da educação a distância no Brasil e, para isso, foi fundamental a ajuda dos autores Moran, Valente e Libâneo.

7 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL 10 CAPÍTULO II - O CONCEITO DE EAD 16 CAPÍTULO III A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA 25 CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38 WEBGRAFIA CITADA 40 ÍNDICE 41

8 8 INTRODUÇÃO A educação a distância vem sendo discutida por vários pesquisadores na intenção de melhorar a cada dia mais a forma de oferecer uma formação de qualidade. As pesquisas feitas sobre educação a distância mostraram que o número de pessoas e instituições de ensino que se utilizam dessa metodologia é mais comum em nosso país. Dessa forma, a EAD tornou-se viável o sonho de muita gente que não teve oportunidade de frequentar uma universidade, mas que sempre almejou à formação universitária e/ou à qualificação profissional. Além disso, esse estudo ressalta os desafios dos projetos pedagógicos para que haja bons resultados neste método de educação, e semelhantes condições dos outros métodos de ensino. É possível perceber também que esta metodologia tem sido interessante, eficaz e muito lucrativa, não só para as instituições de ensino e alunos, como para empresas que precisam qualificar seus funcionários para o mercado de trabalho e, por não ter de financiar deslocamentos, estadia e outros investimentos aos seus colaboradores, acabam por economizar recursos financeiros que podem ser investidos em outras necessidades. Sabe-se que há vários tipos de cursos no mercado da EAD e esses variam desde cursos de curta duração até a formação superior. O público alvo da EAD, normalmente, possui características um pouco diferentes do público da educação presencial, pois a intenção da educação a distância é justamente de conseguir atingir a esse público diferenciado, e assim fazer chegar esse conhecimento de um jeito democrático, dinâmico e que alcance a construção e o desenvolvimento do saber em todos os cantos país. Mesmo com todo o crescimento da EAD pode-se perceber também que ainda existe preconceito por parte daqueles que não possuem as devidas informações sobre funcionamento desse sistema. É apresentado também a preocupação do

9 9 governo em atender diferentes públicos, chegando a um projeto mais aprimorado que visa atender pessoas com deficiências. Por intermédio deste trabalho, serão mostradas as barreiras que a EAD vem quebrando, a facilidade e praticidade que se obtém, e a flexibilidade de tempo e espaço que apresenta. É ressaltado também o comportamento das instituições de ensino superior para com a EAD. A abertura de cursos neste atual método de aprendizagem e as preocupações para que este atue com eficiência, sem deixar falhas na formação profissional do aluno. Por fim, o trabalho apresenta a receptividade tida pelos alunos na EAD, o grau de interesse desses alunos ao longo do curso e a percepção do que é tido como sucesso na EAD.

10 10 CAPÍTULO I A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) NO BRASIL 1.1 O começo da EAD no Brasil É cada vez mais comum ouvirmos falar em Educação a Distância no Brasil. O crescimento do ensino a distância tem se dado de forma acelerada e está fazendo com que muitas pessoas consigam a formação universitária que tanto sonham e precisam. Esse modelo de ensino tem chegado a lugares onde jamais se imaginou chegar. "A educação a distância foi um grande passo para a democratização do conhecimento intelectual, oportunizando o acesso ao ensino de forma mais fácil." ( acesso em 02/01/2012). No Brasil a EAD surgiu, aproximadamente, na década de quarenta, com aulas transmitidas pelo rádio. O Instituto Universal Brasileiro (IUB) foi uma das primeiras instituições a oferecer através desse método de ensino no Brasil. Desde 1960, tem oferecido cursos profissionalizantes, supletivo e técnico a pessoas que não podem frequentar cursos regulares presenciais. Esse tipo de ensino foi bem aceito pela população, que escolheu por esse tipo de formação. Fundado em 1941, o Instituto Universal Brasileiro (IUB) continua oferecendo seus cursos até os dias de hoje, com a função de ajudar no desenvolvimento educacional utilizando-se da metodologia de educação a distância. Entretanto, para Saraiva (1996), quando cita sobre a educação a distância no Brasil, somente há registros a partir de 1960.

11 11 A partir da década de 60 é que se encontram registros, alguns sem avaliação, de programas de EAD. Foi criado, inclusive, na estrutura do Ministério da Educação e Cultura, o Programa Nacional de Teleducação (Prontel), a quem competia coordenar e apoiar a teleducação no Brasil. Este órgão foi substituído, anos depois, pela Secretaria de Aplicação Tecnológica (Seat), que foi extinta. ( ewfile/1048/950 acesso em 07/02/2012) A história da educação a distância mostra que, desde o século XIX, o desenvolvimento dessa modalidade vem passando por uma evolução constante; tivemos a primeira geração com o ensino por correspondência, onde o aluno recebia todo o material didático, estudava e depois fazia as avaliações. Depois vieram os Telecursos, com aulas expositivas, programas de televisão, fitas de vídeo e material didático. Já a terceira geração criou ambientes em que o aluno passou a interagir com o conteúdo, professor, material didático e outros colegas de turma. A modernidade facilitou aos alunos o acesso a assuntos da disciplina e os deixou mais participativos, pois eles precisam o tempo todose relacionar com o conteúdo e os colegas através das novas tecnologias, fóruns de discussão, chats, s, vídeoconferências e outros ambientes que os deixam em contato enquanto estão conectados. Existem, basicamente no Brasil, dois grandes modelos de EAD, com muitas variáveis. No primeiro, aparece mais o professor no seu papel tradicional, sendo visto pelos alunos ao vivo (teleaula) ou em aula gravada (videoaula). Além das aulas, há leituras e atividades presenciais e virtuais (modelo de tele/videoaula). No segundo modelo, o professor não "dá aula", ele se comunica por materiais impressos e digitais, escritos de forma dialogada e com tutoria presencial em polos e/ou virtual, pela internet. Usa alguns vídeos eventual, não sistematicamente (modelo web). (Arantes p.48)

12 12 Os modelos de EAD oferecidos no Brasil são semelhantes entre as instituições públicas e privadas. No entanto, as instituições de ensino só poderão oferecer os cursos de graduação a distância se estiverem devidamente credenciadas para o ensino superior a distância. A regulamentação da EAD é feita através de Leis, Decretos e Portarias. Uma dessas leis é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20/12/96), na qual a educação a distância recebeu destaque, de acordo com os artigos 80 e 87. Art. 80. O poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União. 2º A União regulamentará os requisitos para a realizaçãode exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância. 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. ( 4.pdf - acesso em 07/02/2012) Já o artigo 87 da LDB informa que o ano da Educação foi instituído a partir da publicação desta própria Lei É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir da publicação desta lei. Com isso, a preocupação com a educação em nosso país tem crescido bastante, mas ainda está muito aquém do ideal. 1.2 O crescimento da EAD no Brasil A EAD, em nosso país, teve um crescimento significativo a partir de

13 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; após esse período é que surgiram os primeiros cursos superiores, já regulamentados pelo Ministério da Educação. Esse processo foi e vem sendo facilitado com o avanço da tecnologia.podemos observar esse aumento exacerbado dos cursos da EAD através de uma reportagem do Jornal o Globo, em 09/05/2009: A educação a distância é a modalidade que mais cresce no ensino superior brasileiro. (...) em 2008, o número de estudantes no Brasil chegou a , um aumento de 91% em relação ao ano a Nos últimos quatro anos, de 2004 a 2008, o salto foi de 1.175%. Embora os cursos a distância atendam o equivalente a um sexto dos alunos presenciais, eles avançam num ritmo de fazer inveja às faculdades tradicionais.( em 02/01/2012) Os desafios da educação a distância têm aumentado na mesma proporção em que cresce a procura por esse tipo de modalidade. São muitas instituições de ensino abrindo oportunidades de cursos para atender à demanda de mercado. Com isso, a EAD vem ganhando força também no mercado corporativo e tem sido reconhecida pelas empresas por considerarem que a utilização dessa metodologia é eficiente e econômica. As empresas também fazem economia por não ter de financiar aos seus colaboradores o deslocamento e estadia para outros estados, já que muitos cursos podem ser praticamente online. 1.3 A EAD na Formação Superior Os Cursos Superiores a Distancia vieram para contribuir de forma inovadora e levar o ensino a municípios onde há dificuldades em contratar professores ou simplesmente porque não há esses profissionais da educação, pela redução no custo da mensalidade, para atender um público que precisa de horários mais flexíveis ou que não encontra instituições de ensino próximo ao

14 14 trabalho, residência ou mesmo aquele que não tem tempo, mas que pretende se desenvolver na carreira profissional, através da formação universitária. Com esse crescimento, podemos observar que aumenta no Governo Federal a vontade de melhorar a qualidade de ensino na educação básica, através dessa metodologia de ensino. Ele juntou-se aos estados, municípios e as universidades públicas para promover a criação e o desenvolvimento de programa de formação à distância. Este programa, denominado Pró- Licenciatura, surgiu com o objetivo de qualificar professores da rede pública sem nível superior (ou que apresentassem nível superior em uma área diferente da que atua). Esta controvérsia entre pessoas não formadas em nível superior, e o magistério, ocorre em locais longes dos centros urbanos. Segundo o MEC, Trata-se de um Programa de formação inicial voltado para professores que atuam nos sistemas públicos de ensino, nos anos/séries finais do Ensino Fundamental e/ou no Ensino Médio e não têm habilitação legal para o exercício da função (licenciatura). O Pró-Licenciatura - Programa de Formação Inicial para Professores dos Ensinos Fundamental e Médio se insere no esforço pela melhoria da qualidade do ensino na Educação Básica realizado pelo Governo Federal por meio do Ministério da Educação (MEC), com a coordenação das Secretarias de Educação Básica (SEB) e de Educação a Distância (SEED) e com o apoio e participação das Secretarias de Educação Especial (SEESP) e Educação Superior (SESU). (portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pro_licenciatura.pdf, acesso em 18/01/2012) Apesar de as instituições e o Governo Federal estarem aumentando a oferta dos cursos a distância, o desafio maior é manter esses alunos matriculados até a conclusão do curso. O ambiente virtual é instigante, mas nem todas as pessoas conseguem se manter concentradas em frente ao computador estudando sozinhas. A EAD exige que o aluno tenha disciplina para estudar e que não deixe de se dedicar a esses estudos pelo menos por uma ou duas horas a cada dia.

15 15 Além do ambiente virtual, o curso de educação a distância oferece material impresso para que os alunos não precisem ficar em frente ao computador enquanto estudam. Isso traz facilidade ao aprendizado, já que eles, de posse desse material, podem estudar em qualquer lugar e, após o embasamento teórico, acessar o conteúdo virtual. Para dinamizar o aprendizado a distância é importante também que as instituições busquem tecnologias mais avançadas e criativas.

16 16 CAPÌTULO II CONCEITOS DE EAD 2.1- Conceitos de EAD Antes de mostrar e expor os conceitos da educação a distância é preciso olhar para outro conceito principal, que é a Educação. O termo educação pode ser entendido de várias formas que podem abranger diversas áreas. A educação pode ser então considerada como um processo de formação humana, o qual uma sociedade abraça e transmite conhecimentos, valores, e cria traços de personalidade social. A educação a distância tem como base democratizar o acesso ao saber escolarizado, e diminuir a exclusão social, para assim atender às exigências feitas pela sociedade atual. Esta opta por ser um método mais alternativo, e economicamente acessível, já que tem como aliado às novas tecnologias da educação e da informação. Para que haja excelência na educação a distância, não se pode esquecer que há a necessidade de ter um projeto político pedagógico embasado em renomados teóricos e boas metodologias de ensino. Este método de educação hoje ocupa uma área estratégica para satisfazer as necessidades de qualificação de pessoas amadurecidas, além de contribuir para a diminuição de gastos nas áreas de serviços educacionais. Esta modalidade vem sendo difundida e discutida de maneira frequente. Segundo o MEC educação a distância é: "a modalidade educacional na qual alunos e professores estão separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária a utilização de meios e tecnologias de informação e

17 17 comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação específica e pode ser implantada na educação básica (educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e na educação superior." ( article&id=12823:o-que-e-educacao-adistancia&catid=355:educacao-a-distancia&itemid=230 acesso em 18/01/2012) De acordo com o MEC, a educação a distância é regulada por decretos e portaria normativa. No Brasil, as bases legais para a modalidade de educação a distância foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). Essa modalidade é regulada pelo Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005; pelo Decreto nº 5.773, de maio de 2006; pelo Decreto nº 6.303, de 12 de dezembro de 2007, e pela Portaria Normativa nº 40, de 12 de dezembro de ( article&id=12830:qual-a-legislacao-que-regula-a-educacao-adistancia-onde-encontrar&catid=355:educacao-adistancia&itemid=230 acesso em 18/01/2012) Com vastas potencialidades e desafios, a EAD ganha cada vez mais espaço na sociedade e motiva a autonomia dos aprendizes por via de um estudo independente e flexível. Todavia, também é um modelo de educação que exige novas atitudes e competências dos estudantes e professores, uma vez que ter apenas acesso à informação não exprime a formação de um conhecimento científico. A forma de estudar sem a presença física de colegas e docentes incentiva e capacita o aluno a desenvolver, de forma independente, a competência de estudar de acordo com o tempo disponível, local e no compasso apropriado para o estudo. Na educação a distância o aluno é o principal responsável pelo processo de construção do conhecimento, já que a metodologia utilizada depende muito do aluno ir buscar o conteúdo disponibilizado virtualmente. Ele

18 18 precisa ter contato direto com todo o material da disciplina para que o aprendizado aconteça. No artigo 1º do Decreto Nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, a educação a distância é caracterizada como: Modalidade Educacional na qual a mediação didáticopedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. ( acesso em 07/02/2012) A sigla EAD é usada tanto para educação a distância, como para ensino a distância. A educação a distância não é um novo processo de estudo, a inclusão de novas tecnologias nesse processo é que trouxe um caráter inovador e renovado. Para a Decana, pró-reitora da UnB, Profª. Dra. Dóris Santos de Faria, a diferença entre Educação a Distância e Ensino a Distância é: A concepção de Ensino a Distância envolve um conceito mais pragmático e operacional do ensinar. Usamos a metodologia com uma finalidade concreta, objetiva e direcionada. Quando pensamos em Educação a Distância falamos em componentes mais gerais de uma formação, de maneira que o processo seja muito mais completo e complexo, e não apenas orientado exclusivamente para o trabalho de aprendizagem. ( %F3ris%20Faria%20fala%20sobre%20Educa%E7%E3o%20a %20Dist%E2ncia acesso em 07/02/2012) Na visão de Doris, a educação a distância é importante para o Brasil por vários motivos e podem ser divididos em cinco linhas de concepção; ordem geográfica, por ser o Brasil um país muito grande e com a população bem dispersa; das necessidades do país no campo da educação, pelo Brasil

19 19 estar em uma das últimas colocações da América Latina, com relação ao ingresso da população no ensino superior; caráter técnico, onde impacto social é muito maior e a metodologia é barata; de ordem particular e individual do cidadão que tem acesso à educação, onde o aluno escolhe a melhor forma de realizar um curso e, por último, processo gradativo e permanente que a educação vem adquirindo no mundo contemporâneo, educação contínua e que deixa o aluno com mais autonomia. 2.2 A divisão da educação A educação pode ser dividida em educação presencial metodologia tradicional onde alunos e professores encontram-se na instituição de ensino para a realização das aulas. Metodologia na qual a maior parte das pessoas está acostumada e condicionada, com a presença do professor em sala de aula. Temos também a educação semi-presencial na qual professores e alunos se encontram na instituição de ensino, mas contam com a ajuda da tecnologia para que uma parte do ensino seja a distância. E por último, a educação a distância onde professores e alunos interligam-se através das tecnologias de comunicação. É uma metodologia de ensino que dá mais comodidade a ambas as partes, para o professor e para o aluno. Entretanto, exige maior responsabilidade, autonomia e motivação dos alunos para que eles possam continuar no curso até o final. Apesar de seus métodos, neste tipo de educação pode ter momentos em que professores e alunos se encontram na instituição de ensino, mesmo que não seja com certa frequência. Um exemplo desse encontro são as avaliações desses cursos que normalmente são presenciais, e das

20 20 apresentações de trabalhos individual ou em grupo, como forma de avaliação. Existem também as aulas ao vivo, através de telão, onde o aluno tem possibilidade de interagir com o professor e tirar eventuais dúvidas que possam existir. 2.3 Pontos positivos e negativos da EAD Muitos são os pontos favoráveis da educação a distância, assim como seus desafios. Entretanto, não podemos deixar de mencionar que este preceito envolve conflitos de interesse. Para muitos a educação a distância reforçou o aspecto de que o ensino é uma mercadoria e a educação um grande mercado. Nestas situações, as escolas são tidas como empresas e os estudantes como clientes. Neste modelo de educação a distância comercial, o ensino é realizado em grande escala de modo rápido, que gera grande economia. A EaD pode ser considerada uma ferramenta de inclusão social, pois beneficia eficazmente pessoas portadoras de deficiências físicas graves como paralisia, por exemplo, que não podem sair de casa com facilidade. Com a EaD, essas pessoas ganham a oportunidade de estudar. ( acesso em 13/01/2012). A escolha das tecnologias utilizadas em um processo de educação a distância pode ser feita visando alguns parâmetros, tais como, o público alvo e a acessibilidade às tecnologias existentes no projeto. De acordo com Valente (2011): Considerando as dimensões do Brasil e a qualidade de pessoas a serem educadas, a EAD tem sido vista como uma importante alternativa educacional. No entanto, como modalidade ou estratégia educacional, a EAD deve preservar todas as qualidades de uma boa educação, com o objetivo de

21 21 possibilitar a cada pessoa desenvolver suas capacidades cognitivas, sociais, emocionais e viver em sociedade, exercitando sua cidadania plena. Todos os esforços e recursos disponíveis devem ser utilizados para que a EAD possa criar condições de formação de profissionais com qualidade. (p.125) Pode-se perceber, como pontos positivos, que a educação a distância atende um maior e variado público. Motiva o rompimento de barreiras de acesso a níveis de estudo, assim como a extensão da oferta de cursos. Proporciona facilidade de acesso, flexibilidade de tempo e conveniência. Inclusão social, como para as pessoas deficientes que têm dificuldade de sair de casa. Eficácia, propondo que o aluno seja o sujeito ativo de sua formação, haja vista respeitando seu próprio ritmo de aprendizagem. Utilização de recursos que promovem um aprendizado dinâmico. Diminui gastos, assim gerando um lucro econômico ao não gastar com transporte e ensino presencial. Para Arantes (2011): Em um mundo conectado em redes, onde aumenta a mobilidade, a EAD passou hoje de uma modalidade complementar a eixo norteador das mudanças profundas da educação, em todos os níveis, para todos os público, ao longo da vida de todas as pessoas. Podemos ir menos dias a uma escola e continuar aprendendo de forma significativa. Isso implica rever a restrição dos 20% a cursos a distância, mudar o currículo, com menos engessamento de disciplinas e processos, com foco maior em pesquisa, desafios, jogos e produções interessantes, nos ensino superiores, médio e, com mais cuidado, no fundamental. (p.82) Entretanto, os pontos negativos podem ser a aceitação por parte da população, já que existe um paradigma que dificulta a aceitação, a mudança, e tudo que é novo, além de causar desconfiança no sistema. Para muitos o fundamental ao aprendizado é a presença do aluno e do professor na sala de

22 22 aula porque essa falta de interação direta entre a relação educativa professor x aluno pode enfraquecer a troca de experiências. Na educação a distância, o aluno precisa ser autodidata e aquele que não sabe utilizar a tecnologia imposta também sai prejudicado no aprendizado. Alega-se também limitação em se alcançar o objetivo da socialização, devido às escassas ocasiões para interação de alunos com o docente e entre si. ( acesso em 13/01/2012) O aparecimento de um novo paradigma provoca rejeições, desconfianças, incômodos, desinstala rotinas de sistemas consolidados porque questiona verdades e desmonta conceitos, ameaçando estruturas administrativas conservadoras e impondo mudanças que são muitas vezes vistas com reserva e temor. (Educação a distância em organizações públicas, 2006, p. 18). Mesmo assim, é necessário que esse paradigma seja experimentado e trabalhado de forma a ter mais credibilidade por parte dos que desconhecem a metodologia a distância. Segundo Moran (2011): Existem resistências e preconceitos, e ainda estamos aprendendo a gerencias processos complexos de EAD, mas um país do tamanho do Brasil só pode superar sua defasagem educacional por meio de uso intensivo de tecnologias em rede, da flexibilização dos tempos e espaços de aprendizagem e da gestão integrada de modelos presenciais e digitais. (p.125) 2.4 Os desafios da EAD

23 23 Para a implantação da EAD é imprescindível experimentar desafios, superar obstáculos e seguir sempre em busca de novos caminhos e metodologias já solidificadas, como a já existente no ensino presencial. É preciso ter criatividade, discernimento, calma, amadurecimento e muita perseverança para a realização de um bom trabalho em equipe. Os desafios precisam ser vencidos a todo o momento. Segundo o livro Educação a distância em organizações públicas: Alguns desses desafios são de ordem mais subjetiva e comportamental: os psico-sócio-culturais, que influenciam de maneira geral e muitas vezes são determinantes como facilitadores ou dificultadores do processo de implementação de EAD. Outros desafios são mais operacionais, como os metodológicos, tecnológicos, legais, formação de equipe técnica e logística. Além desses, não podemos deixar de lado os desafios enfrentados pelas organizações de governo. (2006 p.17) Os desafios são realmente grandes e estão presentes em todos os momentos. Conforme Valeria Amorim (2011) em Educação a distância: Pontos e Contrapontos: As universidades públicas têm muita dificuldade em sair do modelo individualizado de gestão, tanto no presencial como nos cursos a distância. Em nome da autonomia, cada uma faz seu projeto pedagógico, sua construção do material e sua gestão individual dos cursos. É um modelo aceitável no início, quando se está aprendendo. No Brasil, quem sabia um pouco ensinou a quem estava começando e ainda muitas instituições se encontram na etapa de conhecer, pela primeira vez, o processo de EAD. (p.68) É possível se perceber que ainda há muito que se fazer para a EAD atingir o nível desejável de amadurecimento e sucesso, pois para Moran (2011):

24 24 A educação a distância está se transformando, de uma modalidade complementar ou especial para situações específicas, em referência para uma mudança profunda na educação como um todo. É uma opção importante se os objetivos são o aprendizado ao longo da vida, a formação continuada, a aceleração profissional, a conciliação entre estudo e trabalho. Ainda há resistências e preconceitos e estamos aprendendo a gerenciar complexos de EaD, mas cresce a percepção de que um país do tamanho do Brasil só conseguirá superar sua defasagem educacional por meio do uso intensivo de tecnologias em rede, da flexibilização dos tempos e espaços de aprendizagem, e da gestão integrada de modelos presenciais e digitais. (p.45) Percebe-se que somente com a EAD será possível alcançar o avanço necessário ao crescimento educacional no país. Não há outra saída, no momento, porque faltam instituições para todos que querem e/ou precisam da formação universitária. A população precisa que a metodologia de educação a distância seja crescente, melhorada e chegue a lugares onde há carência de universidades, de cursos profissionalizantes, de professores qualificados e outras carências.

25 25 CAPÍTULO III A EAD NA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA 3.1 A universidade se prepara para EAD Atualmente, no âmbito do Ministério da Educação há várias instituições credenciadas para oferecerem cursos superiores através deste método de ensino. Hoje já podemos dizer que o avanço da internet trás métodos da educação a distância para a educação presencial, assim como a EAD fica em um modelo mais próximo da educação presencial. No cenário atual, há uma vasta criação de projetos em todas as áreas. As empresas estão recorrendo a processos contínuos de capacitação, assim fazendo parceria com as melhores universidades. Hoje, já há uma e variedade de cursos, tanto de curta como de longa duração; tem curso para pequenos grupos, assim como para grandes grupos, e ainda cursos totalmente online, assim como os impressos que utilizam os Correios. As Instituições de Ensino Superior IES que ministram cursos de EAD entram no mercado com novas tecnologias, buscam novas estruturas, padrões e técnicas para aumentar a autonomia do estudante, propiciando o crescimento, desenvolvimento intelectual, crítico e profissional de seus alunos. Com o avanço da tecnologia, já há, inclusive, curso de medicina com aulas a distância, com programas super modernos que são capazes de ensinar ao aluno a posicionar uma agulha em partes do corpo humano para realizar uma punção, por exemplo. As universidades têm investido bastante em tecnologias desse porte para tornar a EAD uma forma viável e capaz de produzir conhecimento a distância pelo país inteiro e até pelo mundo.

26 26 A alta seletividade existente nos cursos superiores brasileiros e a dificuldade em aumentar seu atendimento, tem sido uma razão para os vários programas de EAD se concretizarem. O Brasil é um país com uma grande distribuição continental, porém com uma péssima distribuição de renda. Assim, para muitos, a educação é tida como um refúgio para alcançar condições melhores de vida. Partindo deste pressuposto, os órgãos públicos estão se unindo para oferecer a população, principalmente à de baixo poder aquisitivo, oportunidades de ingresso ao ensino superior, através de Programas criados para facilitar o acesso às universidades. 3.2 Público alvo da EAD Uma das questões mais importantes para o aluno que ingressa em um curso de educação a distância é a necessidade de possuir alguns atributos fundamentais ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Ele precisa ser uma pessoa com grande motivação para levar a diante o curso escolhido. Além de ser autodidata, este discente também necessita ter muita disciplina e capacidade de organização para administrar o tempo de estudo e obter bons resultado. Além da importância dos atributos citados, o público que ingressa em cursos de EAD é formado, muitas vezes, por pessoas que não têm oportunidade de realizar um curso presencial, seja por falta de tempo, de instituição disponível, curso escolhido ou até mesmo por economia no custo do curso. Com essa problemática, a mudança na educação faz-se necessária para atender a essa demanda. Tem gente que gostaria de fazer cursos que só existem em outros estados do país e por terem de se mudar por um período, optam pela EAD como forma de economia e praticidade, pois podem permanecer em seus estados, com a família, e ainda tem a formação que desejam, pois nada é mais prazeroso do que realizar aquilo que tem vontade.

27 27 Outro ponto importante para que a EAD atinja seu público, além da tecnologia, é possuir educadores bem preparados e comprometidos, tutores e discentes amadurecidos para que juntos possam chegar ao mesmo objetivo. Os bons professores seduzem não só pelas grandes ideias, mas pelo contato presencial. Dentro do espaço acadêmico na instituição ou espaço virtual, esses professores despertam a atenção de seus alunos. A relação torna-se mais prazerosa, já que eles são pessoas que têm sempre algo diferente para apresentar aos seus alunos, estabelecendo autoconfiança e segurança na relação aluno x professor. Esses educadores são pessoas que têm sempre algo de inovador para dizer a seus alunos, são pessoas com conhecimentos inesgotáveis. Assim como a educação presencial, a educação a distância tem desafios que precisam ser priorizados, tais como, lidar com o aprendizado de pessoas com deficiências, principalmente a visual. De fato, há um grande questionamento à capacidade da EAD conseguir apresentar ferramentas que sejam capazes de permitir que estes alunos tenham as mesmas possibilidades de ensino a distância que os demais estudantes. O trabalho para englobar os deficientes visuais na EAD, não pode se levar em conta que há mudança no indivíduo, e sim no material didático a ser trabalhado, uma vez que, a limitação não está na capacidade intelectual, e sim na capacidade física da pessoa. As instituições de ensino precisam se preparar para receber esse público especial. Entretanto, percebe-se que além da maioria das instituições, não estarem preparadas para atender as necessidades educativas dos deficientes, os cursos de educação a distância apresentam alguns desafios no que diz respeito a acessibilidade não só relacionados a tecnologia como também à compreensão das informações, tanto por parte dos educadores quanto por parte dos alunos. Estes são problemas gravíssimos, pois, além de grande parte das instituições de ensino que possuem educação online crescer a cada ano nesta modalidade de ensino, além de possibilitar a disseminação desconhecimento e a inclusão social e digital, ampliam a

28 28 capacidade intelectual dos atores envolvidos, aumentando assim o número de excluídos digitais. ( 7/2007_Educacao_online_um_caminho_Janae_Martins.pdf acesso em 21/01/2012) Para Martins, Miranda e Spanhol: Os aspectos relacionados a acessibilidade e usabilidade são primordiais no desenvolvimento de tecnologias que visem o acesso de todas as pessoas, independente de suas limitações. Entretanto, as tecnologias de informação e comunicação, muitas vezes, são desenvolvidas baseadas na lógica de funcionamento e não na lógica de execução desconsiderando assim, as necessidades e características dos usuários. ( 7/2007_Educacao_online_um_caminho_Janae_Martins.pdf acesso em 21/01/2012) Para o desenvolvimento da EAD é importante se pensar de forma mais abrangente para que o público com necessidades especiais não fique de fora dessa inclusão e possa participar do processo de crescimento e desenvolvimento intelectual, ativamente, sem se sentir excluído. 3.3 Como despertar o interesse do aluno na EAD? Essa pergunta deve estar presente no dia-a-dia de quem desenvolve sistemas e material didático para os cursos de EAD. Para uma instituição de ensino desenvolver todo o sistema e material didático de um curso de EAD há de se ter grande envolvimento de pessoas especializadas e preparadas para tal. Essas pessoas precisam estar o tempo todo pensando em preparar materiais que sejam bastante atrativos, inteligentes, capazes de facilitar o aprendizado, sem perder o foco. A mistura de tecnologias favorece o aprendizado, além de aguçar o interesse do aluno pelo curso. Quem não gosta de estar à frente de

29 29 conhecimentos modernos, não é mesmo? Esse deve ser um dos principais objetivos de quem pensa em desenvolver sistemas para a EAD. Hoje até as escolas públicas, de nível fundamental, estão optando por novas tecnologias para que os alunos tenham mais interesse no aprendizado. Alunos da rede municipal vão aprender a ler e escrever usando, entre outras ferramentas, jogos eletrônicos. A Educopédia site da Secretaria Municipal de Educação com conteúdo pedagógico em forma de vídeos, games e programas de rádio gravados para Internet ganhou versão para a classe de alfabetização que se chama Pé de Vento. E já neste ano letivo, que começa no próximo dia 13, assim como já ocorre com os do 6º a 8º ano, os estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental contarão com esse auxílio tecnológico. ( acesso em 05/02/2012) É fundamental se pensar em modelos de aprendizagem cada mais atrativos, pois, através da internet as informações chegam muito mais rápidas e os modelos de materiais didáticos precisam acompanhar essa velocidade e devem se atualizados com o mesmo dinamismo. A EAD também precisa estimular a preparação profissional desse aluno, permitindo a melhoria na atuação profissional, essencial ao desenvolvimento do país. Há de se desenvolver, também, a capacidade de investigação científica, pois a EAD precisa despertar esse interesse em seus alunos para que eles possam se tornar pesquisadores de modo a contribuir significativamente com a cultura acadêmica e social da nação Pode-se considerar a EAD como um sucesso? Pode-se considerar como sucesso, visto e sentido pelo lado da economia de capital do aluno e da instituição, pela praticidade de poder estudar em casa, por poder atender grande parte da população, pelo fato de chegar a

30 30 locais aonde a universidade ainda não chegou ou que, talvez, nunca chegará. Já, olhando pelo lado da quantidade de alunos que concluíram seus cursos não podemos igualar o mesmo sucesso, pois parte desses ingressantes na educação a distância perde o interesse, tem dificuldade em realizar as tarefas determinadas pelo curso e, com isso, acabam desistindo de estudar. Mesmo com as desistências por parte desses alunos, a EAD tem sido uma metodologia muito interessante e crescente com o passar dos anos. A melhoria em todo desenvolvimento da metodologia da EAD é constante e tem ficado mais eficiente e eficaz, já que as instituições buscam, no mercado, profissionais mais capacitados para a realização de bons resultados ao final de cada curso. A tendência é que a EAD seja responsável pela formação de grande parte da população porque não há universidade para todos e hoje em dia mais pessoas estão chegando ao ensino superior com muito mais frequência. Mesmo assim, não é fácil manter o interesse desses alunos no mundo virtual. Os alunos precisam ser convidados, através de processos participativos, afetivos e confiantes, a se envolverem no processo de ensino-aprendizagem. As instituições têm de pensar qual é o modelo mais apropriado de EAD para determinadas regiões, ao mesmo tempo em que deve se pensar em universalizar a educação. É preciso pensar também em que material didático poderá ser utilizado em cada região, não se esquecendo de analisar todas as variáveis, já que as condições de um local para o outro podem varia bastante. Na EAD o aluno e o professor, separados pela tecnologia, acabam ficando mais distantes; o diálogo, normalmente, acontece através de , chat e outros canais disponibilizados pela web, e isso pode torná-lospessoas com menos vínculo afetivo na relação professor x aluno. Se o aluno for do tipo que não tem disciplina para estudar sozinho poderá comprometer a qualidade

31 31 do resultado final. O que também não deve acontecer é esse aluno perder o tempo de cumprimento das atividades propostas durante a realização do curso para não atrapalhar a própria aprendizagem, ele precisa estar atento aos prazos. Diz o senso comum que a melhor forma de se aproximar alunos, professores e materiais seria colocando-os fisicamente próximos. Mas como se sabe a simples proximidade física não garante uma efetiva aproximação transacional, haja vista ser comum, em muitas atividades presenciais, a quase total ausência de interatividade entre os participantes. ( m, acesso em 21/01/2012) Mesmo com todas as diferenças, a formação do Ensino Superior da EAD segue as mesmas finalidades básicas da educação presencial, ou seja, prioriza a formação cultural do indivíduo, de modo a fazer com que ele tenha a compreensão geral de mundo, entendendo um pouco do funcionamento político, social, cultural e possa fazer a divulgação dessa cultura absorvida durante sua formação acadêmica Os professores e as novas tecnologias Com a implantação da educação a distância os docentes precisam se preparar de modo mais intenso para atuar nesse processo. Eles devem estar atentos às mudanças porque faz parte de profissão buscar a atualização, a qualificação sempre que necessário. Para alguns docentes o avanço das novas tecnologias da comunicação pode assustar, mas mesmo assim é importante que busquem ajuda e não deixem de enfrentar esses novos desafios que aparecem o tempo todo. A educação e comunicação sempre andaram juntas na reflexão pedagógica. (LIBÂNEO, 2003, p.54) Para Libâneo (2003):

32 32 Os vínculos entre práticas educativas e processos comunicativos estreitaram-se consideravelmente no mundo contemporâneo, ao menos, por duas fortes razões: os avanços tecnológicos na comunicação e informática e as mudanças no sistema produtivo envolvendo novas qualificações e, portanto, novas exigências educacionais. O impacto dessas novas realidades no ensino impõe ao menos três tipos de leitura: a pedagógica, a epistemológica e a psicocognitiva. (p.55) O impacto das novas tecnologias na educação é grande em todos os segmentos educacionais. Hoje já não combina com a profissão de professor entrar em sala de aula para apenas despejar o conteúdo da disciplina sobre seus alunos, assim como os docentes que atuam na educação a distância também não devem fazer. Para esses docentes da educação a distância é mais complicado, pois as informações passadas a seus alunos, via internet, precisam estar bem claras para satisfazer as dúvidas desses alunos no menor tempo possível. E se esses docentes tiverem um bom preparo pedagógico, a comunicação torna-se mais fácil de ser entendida. De acordo com Libâneo (2003): Como se sabe, o conteúdo da educação varia de uma sociedade a outra segundo interesses de diversos segmentos sociais, interesses esses que se projetam em valores, aspirações, objetivos. A pedagogia intervém na prática educativa dando-lhe uma orientação de sentido e criando condições organizativas e metodológicas para sua viabilização, definindo seu traço mais característico: a intencionalidade. A intencionalidade implica perguntas como: quem e porque se educa, para que objetivos se educa, quais os meios adequados de se educar. A intencionalidade é, portanto, a dimensão ética e normativa da prática educativa, pela qual todos os tipos de educadores envolvem-se moralmente no trabalho que realizam. Essa posição obriga os educadores a levarem a sério, por exemplo, o entrecruzamento entre os interesses empresariais e os interesses da maioria da população, os conteúdos culturais veiculados pelas mídias, os efeitos pedagógicos dos meios de comunicação etc. (p.56)

33 33 A intenção dos docentes deve ser de se pensar em atuar de forma pedagógica, buscando a reflexão como para que e porque se educar esses discentes Como reconhecer um bom professor? Pode-se dizer que a resposta a esse questionamento é muito subjetiva porque o que pode ser bom professor para um não pode ser considerado para outro. Mesmo que a educação seja a distância os professores precisam ter a mesma atuação da educação presencial. Não é somente o aluno que precisa seguir critérios para o bom desempenho educacional, os professores têm de estar preparados para a educação de qualidade, que garanta aos discentes condições de se sentirem preparados ao término de cada etapa. A prática docente deve ir muito além da sala de aula ou do ambiente virtual. O bom professor busca novos conhecimentos, novos desafios para aprimorar sua prática docente. Ele precisa relacionar teoria e prática enquanto atuam. Eles, como formadores de opinião, são responsáveis por formar cidadãos críticos e reflexivos capazes de fazer a diferença na sociedade. Para Freire (1996), o professor precisa ter características fundamentais ao bom desempenho profissional e acadêmico. Para ele, ensinar exige rigorosidade metódica. O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. Uma de suas tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com quem deve se aproximar dos objetos cognocíveis. (...) ensinar não se esgota no tratamento do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível. E essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e de educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes. Faz parte das condições em que aprender criticamente é possível a pressuposição por parte

34 34 dos educandos de que o educador já teve ou continua tendo experiência da produção de certos saberes e que estes não podem a eles, os educandos, ser simplesmente transferidos. (FREIRE, 1996, p.26). Nota-se que o educador é a parte fundamental nessa busca incessante pelo conhecimento. Freire (1996) enfatiza que existem outras características primordiais ao bom desenvolvimento da prática docente, como por exemplo: ensinar exige pesquisa para ele não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. (Freire, 1996, p.29) O bom professor, em sua prática docente, precisa respeitar o conhecimento prévio de seus alunos. Ele deve saber aproveitar as experiências de cada um, de modo a acrescentar como parte do conteúdo a ser ministrado, seja no modo presencial, seja no modelo de educação a distância. Mesmo na educação a distância é possível essa troca de experiências acontecer, desde que esse docente esteja aberto e atento às novas contribuições e experiências desses alunos. Com isso, os docentes também devem aproveitar e cobrar que os alunos desenvolvam a criticidade. Dentre as várias características citadas por Freire (1996) uma das que parece se aproximar ao preconceito sentido por parte de alguns professores com relação a educação a distância é: ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido só

35 35 porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas cronológico. O velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou marca uma presença n tempo continua novo. (p.35) É sabido que para ser bom professor é primordial que ele atue em sua profissão com seriedade, que seja esforçado, que saiba conduzir seus alunos de forma respeitosa, responsável, generosa e dinâmica. Esse educador deve estar atento aos alunos que estão sob sua responsabilidade. Uma boa atuação docente pode fazer muita diferença na formação educacional e profissional desses alunos. O professor é capaz de dar direcionamento a alunos que, por diversas razões, estão sem perspectivas profissionais e pessoais. O bom educador faz a diferença.

36 36 CONCLUSÃO A educação a distância é uma metodologia que veio para ficar e facilitar a vida de pessoas que não conseguiram ou não conseguirão frequentar um curso presencial. Pode-se perceber que mais instituições de ensino estão se preparando para entrar nesse mercado competitivo e promissor. Algumas instituições já fazem a mescla da educação presencial e a distância para que os alunos já sejam inseridos nessa nova metodologia de ensino, visando o crescimento da educação a distância. Na educação a distância o aluno torna-se autônomo para desenvolver seu trabalho e não fica dependente do professor, o que não acontece na educação presencial. Além disso, o aluno consegue praticidade e flexibilidade no tempo e espaço de estudo, e também passa a administrar seu próprio tempo de estudo. A educação a distância mudou de alguma forma o papel do discente e do docente, no que diz respeito ao ensino presencial, possibilitando assim um diferencial entre a metodologia tradicional focada na transmissão de informação dos professores para os estudantes. Com base no que foi pesquisado ao longo do trabalho, pode-se, portanto concluir, que o aluno é tido como parte fundamental no processo da educação a distância. O aluno precisa de acompanhamento, motivação, informação sobre sua ascensão, assim como os procedimentos do curso e esclarecimento de suas dúvidas. Para que haja sucesso no curso, o aluno precisa sentir-se envolvido neste exemplo de educação, que necessita de um fator determinante, como a