DEPARTAMENTO DE ESTUDOS CAEPE 2015

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1 ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA DEPARTAMENTO DE ESTUDOS CAEPE 2015 MONOGRAFIA (CAEPE) UM ESTUDO SOBRE AS DIFICULDADES DO BRASIL EM DESENVOLVER UM SATÉLITE NACIONAL DE SENSORIAMENTO REMOTO Cel Eng EB IVAN CARLOS SOARES DE OLIVEIRA

2 IVAN CARLOS SOARES DE OLIVEIRA UM ESTUDO SOBRE AS DIFICULDADES DO BRASIL EM DESENVOLVER UM SATÉLITE NACIONAL DE SENSORIAMENTO REMOTO Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia. Orientador: Carlos Alberto Gonçalves de Araújo. Rio de Janeiro 2015

3 C2015 ESG Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitida a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG. IVAN CARLOS SOARES DE OLIVEIRA - Cel Eng Estagiário CAEPE 2015 Biblioteca General Cordeiro de Farias Soares de Oliveira, Ivan Carlos. Um estudo sobre as dificuldades do Brasil de desenvolver um satélite nacional de sensoriamento remoto / Cel Eng Ivan Carlos Soares de Oliveira. - Rio de Janeiro: ESG, f.: il. Orientador: Cel Eng Carlos Alberto Gonçalves de Araújo. Trabalho de Conclusão de Curso Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), ano Ciência e Tecnologia. 2. Programa Espacial Brasileiro. 3. Satélite de Sensoriamento Remoto. I. Título.

4 Dedico este trabalho aos meus pais, minha esposa e meus filhos, que com seu amor incondicional, me deram forças para que eu pudesse conclui-lo. Em especial, ao meu filho Luís Henrique que, mesmo antes de nascer, me enche de orgulho e alegria.

5 AGRADECIMENTOS Aos meus amigos da melhor turma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia da Escola Superior de Guerra, de todos os tempos, Turma Destinos do Brasil, minha amizade e profunda saudade. Ao Coronel Carlos Alberto Gonçalves de Araújo, meu orientador, obrigado pela confiança demonstrada e pelo correto direcionamento, que me permitiram a conclusão deste trabalho. Meu reconhecimento e admiração. Aos integrantes do Corpo Permanente da ESG, meu profundo agradecimento. Sem as pertinentes orientações dos professores, não teríamos bases teóricas suficientes para nossa produção intelectual. A todos os integrantes do Corpo Administrativo da ESG, meu muito obrigado. A presença constante da equipe de apoio em todas as atividades programadas permitiram nossa dedicação integral ao cumprimento desta meta. Aos meus irmãos, Aline e Henrique, pelo apoio e estímulo constantes, meu amor e gratidão. Aos meus filhos Lyana, Julia e Ivan Gabriel, por seu amor inconteste, que me estimulam a seguir como seu exemplo, que Deus os abençoe sempre. Aos meus pais Ivan Soares de Oliveira (in memoriam) e Maria Izabel Soares de Oliveira, por tudo o que sou, meu imenso amor e gratidão eterna. À minha adorável esposa, incansável em seu apoio diário, minha admiração, gratidão e amor eterno.

6 Um satélite não possui consciência. Edward R. Murrow

7 RESUMO No início da década de 1960, os programas espaciais de Brasil, China e Índia encontravam-se no mesmo estágio de desenvolvimento tecnológico. Passados mais de 50 anos, verifica-se que a defasagem da tecnologia espacial existente entre o Brasil e, por exemplo, os demais países integrantes do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, é acentuada e aumenta a cada ano. Tendo em vista o lançamento em 2012, pelo governo federal, da Estratégia Nacional de Defesa (END), da Política Nacional de Defesa (PND), do Livro Branco da Defesa Nacional, da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) para o período de 2012 a 2021, este trabalho se propôs a estudar as dificuldades do Brasil em desenvolver um satélite nacional de sensoriamento remoto. Foram analisados os objetivos do Programa Espacial Brasileiro (PEB), da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), as missões da Agência Espacial Brasileira (AEB), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), bem como algumas políticas públicas que abrangem o tema. Também foram apresentados os principais sistemas sensores existentes e em projeto no País, além de possíveis aplicações das imagens provenientes deste sensoriamento remoto. Por fim, apresenta uma avaliação e uma análise da política espacial implementada no Brasil, desde a criação da MECB, em A pesquisa mostra como a política espacial conseguiu se manter fiel às suas ideias básicas iniciais, a despeito dos acontecimentos políticos e econômicos, porém, sem o esperado desenvolvimento científico e tecnológico no setor espacial. Palavras-chave: satélite, sensoriamento remoto, desenvolvimento científico, tecnologia, Programa Espacial Brasileiro.

8 ABSTRACT In the early 1960s, the space programs of Brazil, China and India were at the same stage of technological development. After more than 50 years, it appears that the space technology gap between Brazil and, for example, the other BRICS member countries, Russia, India, China and South Africa, is wide and increases each year. With the 2012 publication of the National Defense Strategy (END), the National Defense Policy (PND), the White Paper of National Defense, the National Strategy for Science, Technology and Innovation and the National Program Space Activities (PNAE) for the period 2012 to 2021, this work proposes to study Brazil s difficulties in developing a national remote sensing satellite. The objectives of the Brazilian Space Program (PEB) and of the Brazilian Complete Space Mission (MECB) were studied. Similarly, the missions of the Brazilian Space Agency (AEB) and the National Institute for Space Research (INPE) were studied, as well as some public policies that cover the subject. Also, the main sensor systems and existing projects in the country are presented, as well as the possible applications of images from this remote sensing. Finally, this paper presents an assessment and analysis of spatial policy implemented in Brazil since the creation of the MECB, in The research shows us how the space policy has managed to remain true to its initial basic ideas,, despite political and economic events, but without the expected scientific and technological development in the space sector. Keywords: satellite, remote sensing, scientific development, technology, Brazilian Space Program.

9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES QUADRO 1 Total de satélites operacionais QUADRO 2 Principais satélites com sensores de alta resolução espacial FIGURA 1 Satélite AMAZÔNIA FIGURA 2 Satélite de Coleta de Dados SCD FIGURA 3 Satélite CBERS FIGURA 4 Investimento em programas espaciais FIGURA 5 Programação das missões espaciais... 34

10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AEB AIAB AWFI CBERS CLA CNAE CNPq COBAE CRC CT&I DCTA DEPED DSG EB EMFA END ESG FAB GETEPE GTEPE GSI GOCNAE IAE IEAv INPE IPD ITA LBDN LIT MCTI MD Agência Espacial Brasileira Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil Advanced Wide Field Imager (Imageador Avançado de Visada Larga) China-Brazil Earth Resources Satellite (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) Centro de Lançamento de Alcântara Comissão Nacional de Atividades Espaciais Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Comissão Brasileira de Atividades Espaciais Centro de Rastreio e Controle de Satélites Ciência, Tecnologia e Inovação Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Diretoria de Serviços Geográficos Exército Brasileiro Estado-Maior das Forças Armadas Estratégia Nacional de Defesa Escola Superior de Guerra Força Aérea Brasileira Grupo Executivo de Trabalhos e Estudos de Projetos Espaciais Grupo de Trabalhos e Estudos de Projetos Especiais Gabinete de Segurança Institucional Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais Instituto de Aeronáutica e Espaço Instituto de Estudos Avançados Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento Instituto Tecnológico da Aeronáutica Livro Branco de Defesa Nacional Laboratório de Integração e Testes de Satélites Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Ministério da Defesa

11 MIT PADCT PBDCT PEB PNAE PND PNDAE PR SAE SAR SCD SIB UCS VLS Massachusetts Institute of Technology (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) Plano de Ação do Desenvolvimento Científico e Tecnológico Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Programa Espacial Brasileiro Programa Nacional de Atividades Espaciais Política Nacional de Defesa Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais Presidência da República Secretaria de Assuntos Estratégicos Synthetic Aperture Radar (Radar de Abertura Sintética) Satélite de Coleta de Dados Sociedade Interplanetária Brasileira Union of Concerned Scientists (União de Cientistas Dedicados) Veículo Lançador de Satélites

12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO REFERENCIAL TEÓRICO SISTEMAS SENSORES ORBITAIS SISTEMAS SENSORES APLICAÇÕES DAS IMAGENS DE SENSORIAMENTI REMOTO PESQUISA DE CAMPO O BRASIL E OS SISTEMAS SENSORES ORBITAIS NACIONAIS POSSIBILIDADES PRINCIPAIS DIFICULDADES O FUTURO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANEXO A PESQUISA DE CAMPO ANEXO B PESQUISA DE CAMPO: RESPOSTAS ANEXO C SISTEMAS SENSORES MAIS UTILIZADOS... 51

13 11 1 INTRODUÇÃO A soberania e autonomia de um país estão, proporcionalmente, relacionadas à sua capacidade de desenvolvimento tecnológico (AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA, 2012). A exploração espacial realizada pelas duas principais economias do pósguerra, os Estados Unidos e a Rússia, desde a década de 1950, permitiu o amadurecimento dos programas espaciais destas duas nações. Além de serem a vanguarda na exploração espacial, por muito tempo, foram os grandes detentores da tecnologia existente para o imageamento da Terra. O Brasil deu início ao Programa Espacial Brasileiro (PEB) na década de 1960 e, até hoje, enfrenta problemas. A despeito de trabalhar com imagens de satélites de sensoriamento remoto desde 1973, o país ainda não possui uma plataforma espacial, destinada à observação da Terra, totalmente nacional. A proposta do trabalho é realizar um estudo sobre as dificuldades do Brasil em desenvolver um satélite nacional de sensoriamento remoto. O trabalho tem como tema proposto pela Escola Superior de Guerra (ESG), O Programa Espacial Brasileiro. Da delimitação do tema surgiu o problema da presente monografia: Quais as possibilidades e as principais dificuldades do Brasil em desenvolver um satélite nacional de observação da Terra?. O objetivo geral do presente trabalho é analisar a política espacial implantada no Brasil, desde a década de 1970, particularmente no que se refere à tentativa de desenvolvimento de satélites de sensoriamento remoto nacionais. Para atingi-lo, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: 1) destacar elementos de análise que apontem para o desenvolvimento do programa espacial brasileiro; 2) descrever os efeitos da política espacial brasileira; 3) destacar deficiências na política espacial implementada no Brasil; e 4) identificar os fatores que permitam o desenvolvimento da tecnologia de satélites de sensoriamento remoto nacionais. Justifica-se a presente análise pelo potencial de se explorar importantes aspectos sobre os quais se poderão agir, no sentido de melhor fomentar o desenvolvimento de satélites de sensoriamento remoto nacionais.

14 12 Como hipótese, foi proposta que a inexistência de um satélite de sensoriamento remoto nacional está associada à baixa prioridade que o Programa Espacial Brasileiro tem recebido, nos últimos anos, por parte do Poder Executivo, no que tange ao investimento em ciência e tecnologia, particularmente pesquisa, desenvolvimento e inovação. O estudo restringiu-se a analisar políticas públicas implementadas (inclusas, aí, programas e estratégias) e acordos de cooperação, onde se consideraram alguns fatores-objeto de reflexão para possíveis revisões. Ficou fora do escopo da pesquisa estabelecer os parâmetros de uma nova plataforma orbital, ou mesmo de sensores embarcados de observação da Terra. A metodologia empregada na realização do trabalho consistiu em uma pesquisa bibliográfica, histórica e documental, com o propósito de se ter uma ideia mais próxima da realidade do contexto atual do programa espacial brasileiro, em especial, no que se refere ao desenvolvimento de satélites de observação da Terra. A seguir, procedeu-se a uma coleta de dados dos principais anseios dos usuários de imagens de satélites de sensoriamento remoto, por meio de uma pesquisa qualitativa, utilizando-se levantamento de campo dirigido, buscando-se explorar, na visão daqueles, quais são as possibilidades e as principais dificuldades do Brasil em desenvolver um satélite nacional de observação da Terra. Esses dados foram buscados junto a órgãos oficiais, como a Agência Espacial Brasileira (AEB); o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República (PR); a Diretoria de Serviços Geográficos (DSG), do Exército Brasileiro (EB); e o Instituto de Estudos Avançados (IEAv), da Força Aérea Brasileira (FAB). E junto a profissionais da iniciativa privada, que trabalham com soluções de inteligência geográfica e geoinformação em um amplo espectro. No prosseguimento foi examinada a Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE) 1 e o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) 2, em decorrência da necessidade de identificação dos objetivos e metas necessários para sua implementação por completa, e seu desenvolvimento. Esse exame baseou-se no estudo da Política Nacional de Defesa (PND) 3 e da Estratégia 1 Decreto Nr 1.332, de 08 de dezembro de Agência Espacial Brasileira (AEB). 3 Decreto Legislativo 373/2013. Diário Oficial da União de 26 de setembro de 2013.

15 13 Nacional de Defesa (END) 4, legislação aprovada no Congresso Nacional, em conjunto com a leitura de artigos e matérias publicadas recentemente, sobre o assunto. Por fim, foram analisadas as consequências imediatas da atual proposta do Programa Espacial Brasileiro para o desenvolvimento de satélites de observação da Terra nacionais, procurando-se destacar fatores que permitam o aprimoramento desta tecnologia, elementos essenciais, sob os quais, pode-se intervir. Este trabalho está organizado em 5 capítulos. O primeiro capítulo, esta introdução. No capítulo 2 é apresentado um breve histórico do Programa Espacial Brasileiro (PEB), a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e algumas políticas públicas que abrangem o tema. No capítulo 3 apresentam-se os principais sistemas sensores existentes e em projeto no País, bem como as possíveis aplicações das imagens provenientes deste sensoriamento remoto. No capítulo 4 é apresentada uma avaliação e análise da política espacial implementada no Brasil e, no capítulo 5, são apresentadas as considerações finais. 4 Decreto Legislativo 373/2013. Diário Oficial da União de 26 de setembro de 2013.

16 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO O Programa Espacial Brasileiro não é um documento formal. O PEB trata-se, na verdade, de um conjunto de estratégias, políticas, programas, planos e ações, planejadas, e não necessariamente desencadeadas, emanadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que abrangem o assunto Atividades Espaciais. No entanto, à guisa de um breve histórico, pode-se considerar que o Programa Espacial Brasileiro teve sua origem no final da década de 1950, quando pesquisadores da Sociedade Interplanetária Brasileira (SIB); do, à época, Centro Tecnológico da Aeronáutica hoje, Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) ; do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA); e do, então, Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD), atualmente, Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE); reuniram-se para instalar, no Brasil, uma estação para recepção de sinais do que, se julgava, seria o primeiro satélite terrestre artificial, previsto para ser lançado pelos norte-americanos (Projeto Vanguard). Todavia, em 1957, a então União Soviética lançou o Sputnik 1, frustrando estes planos. Entretanto, adaptando, rapidamente, a estação de recepção chamada Minitrack (DURÃO, 2000), puderam receber os sinais, tanto do satélite soviético, quanto do Explorer 1, norte-americano, lançado em seguida. Em 1961, foi criado o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE), subordinado ao Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), hoje Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, com as missões de estudar e propor a Política Espacial Brasileira e elaborar o plano de criação da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CNAE) (MOURA, 1984). Em 1964, foi criado, pelo então Ministério da Aeronáutica, o Grupo de Trabalhos e Estudos de Projetos Especiais (GTEPE), subordinado, diretamente, ao Estado-Maior da Aeronáutica, com a missão, principal, de elaborar um programa de desenvolvimento de meios materiais e de pessoal voltado à criação de mísseis. Em 1966, o GTEPE transformou-se no GETEPE (Grupo Executivo de Trabalhos e Estudos de Projetos Espaciais), desta vez subordinado ao CTA, com a missão de planejar, construir e operar um campo de lançamento de foguetes (GOUVEIA, 2003). O GETEPE, fundindo-se ao IPD, em 1969, deu origem ao IAE. Já em 1970, o CNAE apresentou as diretrizes para a política nacional de desenvolvimento das

17 15 atividades espaciais, que favoreceu a criação da Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (COBAE), órgão complementar do Conselho de Segurança Nacional, presidido pelo Ministro-Chefe do então Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) (SOMMERLATTE, 2001), com a finalidade de exercer a coordenação interministerial e propiciar o correto assessoramento à Presidência da República, nos assuntos correlatos às atividades espaciais. O CNAE deu origem, em 1971, ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), subordinado, diretamente, ao CNPq. O decreto de sua criação o definiu como o principal órgão de execução civil para o desenvolvimento das pesquisas espaciais, sob a orientação da COBAE. Revisado este breve histórico, pode-se afirmar, entretanto, que o Programa Espacial Brasileiro teve início, concretamente, em 1979, com a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), que propunha a execução de um programa, como o próprio nome sugere, completo, isto é, constituído por veículos lançadores de satélites de órbita de média altura; satélites de coleta de dados e de sensoriamento remoto (observação da Terra); e segmento terrestre (infraestrutura de apoio), compreendendo campos de lançamento, instalações de montagem de foguetes, e estações de rastreio, telemetria e comando. A MECB surge, então, por meio da consolidação dos esforços, antes separados, de organizações que desenvolviam seus projetos paralelamente, em busca de um objetivo maior em uma missão comum, com objetivos bem definidos e prazos estabelecidos (MONTENEGRO, 1997). Este amadurecimento dos projetos brasileiros para a área espacial deve-se, em grande parte, ao planejamento estratégico federal existente no País, à época, que direcionava as ações de todas as esferas governamentais para objetivos claros e definidos. Ressalta-se o Plano de Metas e Bases para a Ação de Governo 5, de 1970, do Governo Médici; os I, II e III Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND) 6 ; os I, II e III Planos Básicos de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PBDCT) 7 ; 5 Estabelecia efetiva participação do Brasil, seletivamente, no Programa Espacial, segundo orientação adotada, por intermédio do GOCNAE e de outros órgãos, em que se definiam as prioridades dos projetos em função do seu impacto sobre o desenvolvimento econômico e social do país. As aplicações do GOCNAE incluíam os projetos de Sensores Remotos. 6 O I PND abordava a necessidade de se implantar um Centro de Tecnologia na área da Pesquisa Espacial. O II PND estabelecia que o Programa Espacial devesse ser coordenado pela COBAE, envolvendo as atividades espaciais de interesse militar e as voltadas para a utilização de tecnologia espacial para o desenvolvimento (sensoriamento remoto, comunicações, e estudos meteorológicos). 7 Definia, como uma das principais linhas de atuação, o desenvolvimento da pesquisa espacial aplicada ao desenvolvimento. O III PBDCT estabelece a MECB.

18 16 os Planos de Ação do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT); e as Ações Programadas. Segundo MONTENEGRO (1997), o III PND, publicado em fevereiro de 1980, é diferenciado dos planos anteriores, uma vez que perde o caráter quantitativo que os vinha marcando. Os momentos difíceis que o mundo enfrentava, fizeram com que o plano tivesse, como principal característica, certa flexibilidade para que o Governo e todos os setores da sociedade pudessem, permanentemente, adaptar e ajustar seu comportamento e suas ações à conjuntura existente, sem, entretanto, perder de vista os objetivos do desenvolvimento nacional. A profunda crise econômica que o País vinha atravessando, ciclicamente, desde a década de 80, com momentos de dificuldade variáveis, fez com que a ênfase em ciência e tecnologia fosse derivada para outras direções. E a falta de políticas e ações direcionadas, aliada a uma grande carência de recursos, transformou aquele período em uma fase sem rumo. Em 1994, é criada a Agência Espacial Brasileira (AEB), em substituição ao COBAE. A AEB elaborou a Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE), estabelecendo objetivos e diretrizes para o desenvolvimento das atividades destinadas ao desenvolvimento das atividades espaciais no País. Esta Política foi essencial para o Brasil iniciar o seu programa espacial, que viria a ser chamado de Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). A PNDAE foi um importante passo dado à formalização do Programa Espacial Brasileiro. Em seu texto, conceituava, oficialmente, as expressões sistemas espaciais, infraestrutura espacial e atividades espaciais, estabelecendo claras diferenças entre si, minimizando diferenças entre pesquisadores da época. Cabe salientar (AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA, 1994): As atividades espaciais de um país organizam-se, usualmente em programas, compostos de subprogramas, projetos e atividades de caráter continuado. Ao conjunto desses programas costuma-se referir como o Programa Espacial do País. De forma análoga, o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) representará o conjunto das iniciativas proposto pela Agência Espacial Brasileira e aprovado pelo Presidente da República. A Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE) ressaltou, também, a importância da Missão Espacial Completa Brasileira, iniciada em Afirmava que a MECB representou o primeiro grande programa nacional no âmbito do espaço, logrando êxito com o lançamento, com grande sucesso, em

19 , do primeiro satélite desenvolvido no Brasil, o Satélite de Coleta de Dados SCD1; e a implantação da infraestrutura básica para as futuras missões espaciais brasileiras, incluindo-se o Laboratório de Integração e Testes de Satélites (LIT) e o Centro de Rastreio e Controle de Satélites (CRC), ambos no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), já subordinado ao, então, Ministério da Ciência e Tecnologia. Destacava, da mesma forma, os resultados dignos (sic) da implantação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e a consecução das principais etapas de desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS), a cargo do Comando da Aeronáutica. Ou seja, até então, a MECB estava cumprindo o que fora planejado há 15 anos. Em 1996, foi instituído o Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), com a finalidade de organizar a execução das atividades destinadas ao desenvolvimento espacial de interesse nacional. O SINDAE foi constituído pela Agência Espacial Brasileira (AEB), como órgão central, o então Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, do ainda existente, Ministério da Aeronáutica (DEPED) hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), como órgãos setoriais. E, como órgãos e entidades participantes, os Ministérios e Secretarias da Presidência da República, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e o setor privado 8, quando houver interesse. O objetivo principal do SINDAE era fomentar a execução do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), por meio de convênios de participação entre os órgãos e entidades signatários, estabelecendo, claramente, as ações a serem desenvolvidas, visando ao maior aproveitamento dos recursos disponíveis. O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) vem sendo atualizado desde sua primeira edição, em A última versão abrange o período de 2012 a Antes de explorar o atual PNAE, no entanto, é importante abordar outros marcos igualmente importantes para as atividades espaciais brasileiras: a Política Nacional de Defesa, e a Estratégia Nacional de Defesa (END), ambas atualizadas em Em 1993 foi criada a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), sediada em São José dos Campos, SP.

20 18 A Política Nacional de Defesa, inicialmente Política de Defesa Nacional, foi aprovada, primeiramente, por meio do Decreto Nr 5.484, de 30 de junho de Em sua versão atualizada, tem por finalidade estabelecer objetivos e orientações para o preparo e o emprego dos setores militar e civil em todas as esferas do Poder Nacional, em prol da Defesa Nacional. Dentro destas orientações, destaca-se o subitem 7.10, que afirma que os setores espacial, cibernético e nuclear são estratégicos para a Defesa do País; devendo, portanto, serem fortalecidos. Já a Estratégia Nacional de Defesa (END), apresentada, pela primeira vez, pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) em 2008, estabelece três eixos estruturantes, dentre os quais se destaca o segundo, que refere-se à reorganização da Base Industrial de Defesa, para assegurar que o atendimento às necessidades de tais produtos por parte das Forças Armadas apoiese em tecnologias sob domínio nacional, preferencialmente as de emprego dual (militar e civil). Detalha, também, as seguintes prioridades para o setor estratégico espacial (BRASIL, 2012): (a) Projetar e fabricar veículos lançadores de satélites e desenvolver tecnologias de guiamento, sobretudo sistemas inerciais e tecnologias de propulsão líquida; (b) Projetar e fabricar satélites, sobretudo os geoestacionários, para telecomunicações e sensoriamento remoto de alta resolução, multiespectral, e desenvolver tecnologias de controle de atitude dos satélites; (c) Desenvolver tecnologias de comunicações, comando e controle a partir de satélites, com as forças terrestres, aéreas e marítimas, inclusive submarinas, para que elas se capacitem a operar em rede e a se orientar por informações deles recebidas; e (d) Desenvolver tecnologia de determinação de posicionamento geográfico a partir de satélites. Nota-se, claramente, a continuação da antiga aspiração da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), de 1979, o que demonstra que o país, por todos os contratempos ao longo dos anos, não perdeu o foco estratégico de sua concepção espacial. A END apresenta, ainda, as ações estratégicas orientadoras de sua implementação, no que diz respeito à Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) (BRASIL, 2012):

21 19 3. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por intermédio da Agência Espacial Brasileira, promoverá a atualização do Programa Espacial Brasileiro, de forma a priorizar o desenvolvimento de sistemas espaciais necessários à ampliação da capacidade de comunicações, meteorologia e monitoramento ambiental, com destaque para o desenvolvimento de: um satélite geoestacionário nacional para meteorologia e comunicações seguras, entre outras aplicações; e satélites de sensoriamento remoto para monitoramento ambiental, com sensores ópticos e radar de abertura sintética. 4. O Ministério da Defesa e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por intermédio do Instituto de Aeronáutica e Espaço do Comando da Aeronáutica e da Agência Espacial Brasileira, promoverão medidas com vistas a garantir a autonomia de produção, lançamento, operação e reposição de sistemas espaciais, por meio: do desenvolvimento de veículos lançadores de satélites e sistemas de solo para garantir acesso ao espaço em órbitas baixa e geoestacionária; de atividades de fomento e apoio ao desenvolvimento de capacidade industrial no setor espacial, com a participação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de modo a garantir o fornecimento e a reposição tempestiva de componentes, subsistemas e sistemas espaciais; e de atividades de capacitação de pessoal nas áreas de concepção, projeto, desenvolvimento e operação de sistemas espaciais. Verifica-se, a intenção e a vontade do governo brasileiro em se destacar, no cenário internacional, como uma potência espacial, como idealizaram os primeiros pesquisadores, na década de Comprova-se isto, por meio da leitura do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). A quarta versão do PNAE ( ) é produto da avaliação, feita pela Agência Espacial Brasileira (AEB), dos resultados dos três PNAE anteriores (1996, 1998 e 2005). Enfatiza a necessidade de integração da política espacial às demais políticas públicas em execução e apresenta oito projetos estruturantes e mobilizadores, orientados para atender às grandes necessidades nacionais nas áreas de observação da Terra, meteorologia, telecomunicações e ciências, dentre os quais, destacam-se (AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA, 2012): a) Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres (CBERS-3 e 4 e seus sucessores); b) Satélites de Observação da Terra da série Amazônia (Amazônia-1 e seus sucessores); (...)

22 20 f) Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC); g) Satélite de Observação da Terra por Radar (SAR); e h) Satélite Geoestacionário de Meteorologia (GEOMET). Com isto, verifica-se que as ideias iniciais dos primórdios da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) continuam válidas. O Brasil tem buscado o caminho da realização das políticas, estratégias, programas, projetos, ações, mas os desafios do Programa Espacial Brasileiro continuam imensos. De acordo com DURÃO et CEBALLOS (2011), o Programa Espacial Brasileiro evoluiu menos nos últimos 15 anos do que nos 15 anos anteriores, do ponto de vista do seu desenvolvimento tecnológico. Segundo os autores, o Programa Espacial Brasileiro, em seu início, foi capaz de descobrir identidades e complementaridades na evolução dos seus projetos. No entanto, na última década, ou mesmo antes, essa evolução em seu desenvolvimento tecnológico não se sustentou. Para os autores, urge retomar esse desenvolvimento, de importância estratégica para o País em sua inserção mundial. GHIZONI (2011), complementando esta ideia, afirmou que a solução mais adequada para o Brasil, em termos de satélites de observação da Terra, deve atender aos requisitos básicos de operacionalidade, autonomia e estratégia. A dispersão das atividades espaciais no Brasil, entre diversas instituições civis e militares, torna necessária a articulação do governo para melhor direcionar suas ações.

23 21 3 SISTEMAS SENSORES ORBITAIS 3.1 SISTEMAS SENSORES Segundo NOVO (1992), um sistema sensor pode ser definido como qualquer equipamento capaz de transformar alguma forma de energia (no caso específico do Sensoriamento Remoto, radiação eletromagnética) em um sinal passível de ser convertido em informação sobre o ambiente. Em 2001, a autora detalhou sua definição, afirmando que todos os sistemas sensores são compostos por um sistema de lentes, um sistema de abertura óptica e um detector. Levando-se em consideração a conceituação proposta por NOVO (1992) de que sistemas de aquisição de dados por Sensoriamento Remoto são compostos por uma fonte de energia eletromagnética, por um sensor que transforma a energia proveniente do alvo em sinal, e por um analisador que transforma este sinal em informação, e levando-se em consideração, também, o nível desta aquisição de dados (orbital), pode-se conceituar o conjunto composto pela plataforma orbital (satélite) e pelos sistemas sensores, como sistemas orbitais. De acordo com CAIN (2013), existiam, à época de sua pesquisa, mais de 1000 satélites operacionais na órbita da Terra, sendo que, aproximadamente, metade deles havia sido lançada pelos Estados Unidos da América. Entre satélites de comunicações, meteorológicos e de sensoriamento remoto, países como Alemanha, Brasil, Canadá, China, Espanha, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Israel, Itália, Japão, Reino Unido e Taiwan possuem seus próprios satélites de observação da Terra, sejam de tecnologia compartilhada ou não. O Quadro 1, organizado pela União de Cientistas Dedicados (Union of Concerned Scientists) (UCS, 2015), formada por cientistas e alunos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Massachusetts Institute of Technology MIT), apresenta o número de satélites operacionais no espaço, atualizado até 31/01/2015. Quadro 1 Total de satélites operacionais. Número total de satélites operacionais: Estados Unidos: 528 Rússia: 131 China: 132 Outros países: 474 Órbita Baixa: 669 Órbita Média: 94 Órbita Elíptica: 37 Geoestacionários: 465 Civis: 18 Comerciais: 229 Governamentais: 121 Militares: 160 Fonte: Adaptado de UCS, 2015.

24 22 Segundo OLIVEIRA (2010), o que mais se destaca quando se trata de imagens de sensoriamento remoto é a resolução espacial da imagem, pois, além do seu processamento digital, a identificação visual dos objetos, ou fenômenos que se deseja estudar, é de grande importância. E mesmo após a leitura de um relatório, a capacidade de se observar uma imagem sem ajuda de outros equipamentos, faz com que haja maior interesse por parte dos tomadores de decisão, após o assessoramento dos especialistas. Neste contexto, de acordo com BIAS (2012), verificam-se os satélites de sensoriamento remoto de alta resolução espacial em uso nos mais diversos países (Quadro 2). Quadro 2 Alguns dos principais satélites com sensores de alta resolução espacial. Fonte: BIAS, Dos países que possuem satélites de sensoriamento remoto em órbita, o Brasil participa com o CBERS, em uma parceria com a China. Projetos que previam o lançamento de mais dois satélites, o AMAZÔNIA-1, em 2011, em parceria com o Reino Unido, e o MAPSAR, em 2013, em parceria com a Alemanha, ambos de média resolução espacial, não se concretizaram. Em substituição ao MAPSAR, o governo brasileiro, por meio do Ministério da Defesa (MD), investirá no Projeto Amazônia SAR, que consiste na compra de imagens de sistemas sensores orbitais de radar de abertura sintética (AEB, 2015). Já com relação ao Projeto AMAZÔNIA-1, este não foi abandonado. Pelo contrário, consta do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) para o período de 2012 a 2021, como um dos projetos estruturantes e mobilizadores (sic).

25 23 O Projeto AMAZÔNIA-1 (figura 1) tem como missão prover dados para o monitoramento ambiental, principalmente dar continuidade e aperfeiçoar o sistema de Detecção Em TEmpo Real (DETER) do desflorestamento no Brasil, desenvolvido, implementado e operacionalizado pelo INPE. Será o primeiro satélite a utilizar a plataforma multimissão (PMM), em desenvolvimento no INPE, em parceria com a Base Industrial de Defesa brasileira. O Amazônia-1 consolidará, no País, a capacidade própria para projetar, desenvolver e fabricar satélites artificiais de observação da Terra, voltados às aplicações de interesse nacional em áreas como recursos minerais, florestais e hídricos, agricultura, meio ambiente, vigilância territorial e monitoramento de desastres ambientais. Figura 1 Satélite AMAZÔNIA-1 Fonte: AMAZÔNIA-1, 2015 Segundo AMAZÔNIA-1 (2015), o satélite será composto por um módulo de carga útil com sensor imageador AWFI (Advanced Wide Field Imager), com resolução espacial de 40m, e tem, por objetivo, em termos tecnológicos, capacitar e tornar o País independente em todo o ciclo de desenvolvimento de satélites desta classe e de seus subsistemas. 3.2 APLICAÇÕES DAS IMAGENS DE SENSORIAMENTO REMOTO As principais aplicações das imagens de sensoriamento remoto são: atualizar a cartografia existente; desenvolver mapas e obter informações sobre áreas minerais, de agricultura, bacias de drenagem e florestas;

26 24 confeccionar mapas temáticos usados para estudos de geologia, de vegetação, de uso do solo, do relevo, da agricultura, da rede de drenagem, de inundações e para operações e/ou exercícios militares; melhorar e o planejamento urbano e regional; monitorar desastres ambientais, tais como enchentes, erosão, deslizamentos de terras, secas, poluição de rios e de reservatórios; monitorar desmatamentos; estudar correntes oceânicas e movimentação de cardumes, aumentando assim a produtividade na pesca; estimar a taxa de desflorestamento da Amazônia Legal; dar suporte a planos diretores municipais; realizar Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e Relatórios de Impacto sobre Meio-Ambiente (RIMA); levantar áreas favoráveis para exploração de mananciais hídricos subterrâneos; monitorar mananciais e corpos hídricos superficiais; realizar levantamento Integrado de diretriz para rodovias e linhas de fibra ótica; monitorar o lançamento e a dispersão de efluentes em domínios costeiros ou em barragens; estimar a área plantada em propriedades rurais para fins de fiscalização do crédito agrícola; identificar áreas de preservação permanente e avaliar o uso do solo; implantar polos turísticos ou industriais; avaliar do impacto de instalação de rodovias, ferrovias ou de reservatórios; identificar possíveis alvos em operações de segurança pública; identificar possíveis alvos em operações da garantia da lei e da ordem; dar suporte ao planejamento de operações militares na fronteira e de exercícios militares em todo o território nacional; dar suporte ao Zoneamento Ecológico e Econômico de regiões onde a ação antrópica ainda não aconteceu de forma intensa, como no caso da Amazônia.

27 PESQUISA DE CAMPO Na pesquisa de campo realizada por meio da coleta de dados dos principais anseios dos usuários de imagens de satélites de sensoriamento remoto, foi utilizada uma pesquisa qualitativa, através de levantamento de campo dirigido, buscando-se explorar, na visão daqueles, quais são as possibilidades e as principais dificuldades do Brasil em desenvolver um satélite nacional de observação da Terra. Esses dados, buscados junto a órgãos oficiais e a profissionais da iniciativa privada que trabalham com soluções de inteligência geográfica e geoinformação em um amplo espectro, estão discriminados a seguir. Foi verificado que a maioria dos pesquisados (40,9%) possui experiência em sensoriamento remoto, tendo feito uso de imagens orbitais já há um período de tempo que varia entre 5 e 10 anos. Foram verificados, também, os principais sistemas sensores utilizados por aqueles profissionais, como pode ser visto no Anexo C: - LANDSAT 86,4%; - CBERS 59,1%; - QUICKBIRD 54,5%; - IKONOS 50%; - RAPIDEYE 50%; - GEOEYE 45.,5%; e - SPOT 40,9%. Analisando-se estes dados, pode-se chegar a algumas conclusões: 1) A maioria dos usuários são de empresas estatais, que utilizam dados gratuitos de sistemas sensores orbitais (LANDSAT 7, CBERS e SPOT). Estes dados, por sua vez, são ricos em resolução espectral, porém pobres em resolução geométrica (espacial). Isto leva à conclusão de que esta maioria trabalha com análise do ambiente, onde se faz necessário a análise multiespectral e o fusionamento de imagens (bandas espectrais), para se chegar a um resultado interpretativo confiável, considerando-se as diversas variáveis ambientais. 2) Confirma-se a hipótese acima descrita, de que a maioria dos usuários são de empresas estatais, quando se verifica que, quando aqueles necessitam de imagens de alta resolução espacial, as utilizam de sensores antigos,

28 26 já lançados há mais tempo (QUICKBIRD e IKONOS), que possuem um preço menor por quilômetro quadrado, mas que atendem às necessidades da análise ambiental, principalmente quando se trata de um estudo temporal da área ou problema envolvido. 3) Chama à atenção, no entanto, o interesse pelo satélite alemão RAPIDEYE. Lançado bem mais recentemente que os demais satélites mais utilizados (2008), junto com o norte-americano GEOEYE, destaca-se deste último pelo tempo de revisita que apresenta, de apenas 1 dia, pela largura da faixa imageada (78 km), bem maior que a dos demais, e pela maior resolução radiométrica (12 bits), apesar de não possuir a mesma resolução geométrica do GEOEYE, apenas 5 m, contra 41 cm deste último. Quanto à aplicabilidade das imagens de sensoriamento remoto, a pesquisa mostrou que a maioria dos usuários as utiliza para mapeamento temático (63,6%) e mapeamento cartográfico (50%), seguido da atividade de inteligência (45,5%), o que pode explicar o uso de satélites de alta resolução espacial de boa qualidade, tais como, o RAPIDEYE e o GEOEYE. Quanto aos tipos de sensores utilizados, verificou-se que a maioria trabalha com os sensores eletro-ópticos disponíveis, de baixa, média ou alta resolução espacial, na mesma proporção, em detrimento de imagens hiperespectrais ou de radar. Verificou-se, também, que a maioria utilizou, ou ainda utiliza o Satélite Sino- Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), apesar de não atender às suas expectativas e necessidades. Quando perguntado quais as principais dificuldades do Brasil para desenvolver seu Satélite Nacional de Observação da Terra (SNOT), a grande maioria (76,2%) respondeu que o que falta é fomento à pesquisa espacial, seguido da dependência de investimentos governamentais em ciência e tecnologia (61,9%). Por fim, quando perguntado que tipos de sensores um satélite nacional de observação da Terra poderia ter, para poder abarcar um maior número de áreas de aplicação, a maioria das pessoas respondeu que de média resolução espacial, hiperespectrais e sensores radar. São os desafios das pesquisas científicas, limitadas pelos sistemas sensores disponíveis para serem utilizados.

29 27 4 O BRASIL E OS SISTEMAS SENSORES ORBITAIS NACIONAIS 4.1 POSSIBILIDADES O primeiro satélite nacional idealizado, concebido, projetado, construído e operado em órbita pelo INPE foi o Satélite de Coleta de Dados, tendo sua primeira versão (SCD-1), conforme mostra a fig.2, lançado em 1993 e, sua segunda versão (SCD-2), em Ambos foram postos em órbita pelo foguete lançador norteamericano Pégasus, transportado pelo avião Lockheed L-1011 Tristar. De extrema importância para desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro, este projeto teve como objetivo primário, conhecer a diversidade ambiental do Brasil. Com previsão de vida operacional da ordem de, respectivamente, um e dois anos apenas, os SCD ainda sobrevivem, após ultrapassarem, em vários anos, as previsões de funcionamento, com desempenhos altamente satisfatórios. Figura 2 - Satélite de Coleta de Dados SCD-1 Fonte: SATÉLITE, 2013 Juntamente com as plataformas terrestres de coletas de dados, estes satélites permitem conhecer o nível e a qualidade da água nos rios e represas, a quantidade de chuva, a pressão atmosférica, a intensidade da radiação solar, a temperatura do ar e outros parâmetros. Os SCD captam os sinais das plataformas e os retransmitem para uma estação de recepção e processamento de dados

30 28 localizada em Cuiabá/ MT. De lá, os dados coletados são enviados para a cidade de Cachoeira Paulista/ SP e ficam à disposição, via internet, para mais de 80 empresas e instituições usuárias do sistema (SATÉLITES, 2015). Segundo INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (2013), o SCD foi instrumental para o desenvolvimento do programa espacial brasileiro e de programas espaciais, tanto da Argentina, como da China. Na Argentina, ajudou a calibrar a Estação Terrena de Córdoba e, na China, a Estação Terrena de Nanning. Era realizada a previsão da passagem do SCD-1 pela China e os chineses utilizavam essas informações para aperfeiçoar seu próprio sistema de determinação em órbita, pois eles ainda iriam lançar seu satélite na banda S. Para a Argentina, que não tinha nenhum satélite na época, o SCD-1 foi ainda mais importante para determinar os parâmetros da sua estação. Além do pioneiro SCD-1, integra hoje o sistema de coleta de dados o satélite SCD-2. Os satélites CBERS-1, CBERS-2 (figura 3) e CBERS-2B, quando operacionais, fizeram parte do sistema. Figura 3 Satélite CBERS-2 Fonte: INPE, 2010

31 29 A concepção do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, de acordo CBERS (2015), foi uma consequência natural do desenvolvimento da tecnologia de construção de satélites, conquistado com o SCD. O Programa CBERS nasceu de uma parceria entre Brasil e China no setor técnico-científico espacial. Contemplou, num primeiro momento, apenas dois satélites de sensoriamento remoto, os CBERS- 1 e 2, com uma divisão de investimentos de recursos entre o Brasil e a China da ordem de 30% e 70% respectivamente. O sucesso do lançamento pelo foguete chinês Longa Marcha 4B e o perfeito funcionamento destes satélites motivaram ambos os governos a expandir o acordo e incluir outros dois da mesma categoria, os satélites CBERS-3 e 4, como uma segunda etapa da parceria Sino-Brasileira. A família de satélites de sensoriamento remoto CBERS trouxe significativos avanços científicos ao Brasil. No País, muitas instituições ligadas ao meio-ambiente e recursos naturais passaram a ser usuárias das imagens do CBERS. Um dos frutos dessa cooperação foi a obtenção de uma poderosa ferramenta para monitorar seu imenso território com satélites próprios de sensoriamento remoto, buscando consolidar uma importante autonomia neste segmento. Com isto, o Brasil ingressou no seleto grupo de países detentores da tecnologia de geração de dados primários de sensoriamento remoto. O Programa CBERS contemplou o desenvolvimento e construção de dois satélites de sensoriamento remoto que levassem a bordo, além de câmeras imageadoras, um repetidor para o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais. Os CBERS-1 e 2 foram idênticos em sua constituição técnica, missão no espaço e em suas cargas úteis (câmeras e sensores). Os equipamentos foram dimensionados para atender às necessidades dos dois países e, também, para permitir o ingresso no emergente mercado de imagens de satélites, até então dominado pelos que integram o bloco das nações desenvolvidas. Em 2002, foi assinado um acordo para a continuação do programa CBERS, com a construção de dois novos satélites os CBERS-3 e 4 com novas cargas úteis e uma nova divisão de investimentos de recursos entre o Brasil e a China: 50% para cada país. Porém, em função de o lançamento do CBERS-3 ser viável apenas para um horizonte em que o CBERS-2 já tivesse deixado de funcionar, com prejuízo para ambos os países e para os inúmeros usuários do CBERS, o Brasil e a China, em 2004, decidiram construir o CBERS-2B e lançá-lo em O CBERS-2B operou até o começo de 2010.

32 30 Os satélites CBERS-3 e 4 representaram uma evolução em relação aos satélites CBERS-1, 2 e 2B. Para os CBERS-3 e 4, foram utilizadas, no módulo de carga útil, quatro câmeras (Câmera Pancromática e Multiespectral - PAN, Câmera Multiespectral Regular - MUX, Imageador Multiespectral e Termal - IRS, e Câmera de Campo Largo - WFI) com desempenhos geométricos e radiométricos melhorados. A órbita dos dois satélites foi a mesma que a dos CBERS-1, 2 e 2B. O CBERS 3 foi lançado em 9 de dezembro de 2013, mas devido a uma falha ocorrida com o veículo lançador Longa Marcha 4B, o satélite não foi colocado na órbita prevista, resultando em sua reentrada na atmosfera da Terra. Após a falha do lançamento, Brasil e China decidiram antecipar o lançamento do CBERS-4 originalmente previsto para dezembro de 2015 para o final de Assim sendo, o satélite CBERS-4 foi lançado, com sucesso, em 7 de dezembro de 2014, da base de Taiyuan, localizada a 700 km de Pequim. Isto demonstra a capacidade alcançada pelo Brasil, de construir sistemas sensores orbitais para observação da Terra. A concepção e a operação dos programas SCD e CBERS permitiram o desenvolvimento de tecnologia própria e o fortalecimento da base tecnológica industrial nacional. O sucesso do lançamento do CBERS-4 foi resultado de um esforço ímpar da indústria nacional. O satélite leva a bordo a MUX, o primeiro sensor orbital inteiramente desenvolvido e produzido no Brasil. Em parceria com o INPE, o parque industrial brasileiro iniciou o desenvolvimento da MUX em 2005 (CBERS, 2015). Antes, o conjunto opto-mecânico era encomendado dos Estados Unidos. Foi assim nas câmeras WFI, dos CBERS-1, 2 e 2B. Para os CBERS-3 e 4, quando a responsabilidade no desenvolvimento dos satélites foi dividida em 50% para cada país, coube ao Brasil fornecer duas câmeras: a MUX e a WFI. Nos satélites da geração anterior, o País era responsável por 30% do projeto do satélite, incluindo o fornecimento de uma câmera, a WFI. A WFI do CBERS-3 e 4 é diferente das primeiras. Foi aperfeiçoada para melhorar seu desempenho e, assim como na MUX, toda a sua parte ótica também foi feita no Brasil. O desenvolvimento dos sensores no País cumpre importante função do programa espacial brasileiro, que é a qualificação da indústria nacional, sobretudo no caso da MUX, um sensor sofisticado e com alto grau de exigência para qualificar seu uso no espaço. O Brasil atinge outro patamar tecnológico ao conceber e realizar um sistema óptico de alto desempenho.

33 31 Nota-se, desta forma, que o Brasil, por meio de seu programa espacial, pautado na Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), conseguiu conquistar várias possibilidades tecnológicas, baseado no capital humano que, por meio de pesquisas científicas, desenvolvidas, em especial no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e pari passu com o desenvolvimento da indústria espacial brasileira, vem caminhando para a consecução dos objetivos estabelecidos em Com investimento em formação de pessoal, desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia, além das conquistas com os sistemas SCD e CBERS, foram desenvolvidas competências em aplicações críticas, como um sistema de monitoramento de queimadas, um sistema de detecção do desflorestamento (DETER) da Amazônia, e um Sistema de PRocessamento de Imagens e INformações Geográficas (SPRING), utilizado por milhares de especialistas, no Brasil e no mundo. 4.2 PRINCIPAIS DIFICULDADES Após 36 anos de MECB, apesar dos avanços verificados, os objetivos de desenvolver veículos lançadores de satélites de órbita de média altura, satélites de coleta de dados e de sensoriamento remoto (observação da Terra) e de desenvolver, também, uma completa infraestrutura de apoio, compreendida por campos de lançamento, instalações de montagem de foguetes, e estações de rastreio, telemetria e comando, ainda não foram atendidos. As principais dificuldades para o Brasil desenvolver seu próprio satélite nacional de observação da Terra, voltado para o sensoriamento remoto, podem ser avaliadas quando entendidos os fatores condicionantes tecnológicos e institucionais envolvidos. A primeira dificuldade verificada, claramente, é o montante de recursos destinado ao programa espacial brasileiro. Segundo RODRIGUES (2015), dos países integrantes do BRICS, o Brasil é o que menos investiu no seu programa espacial, como pode ser observado na Figura 1, em que se compara os gastos desses países, com exceção da Rússia, com o dos Estados Unidos. De acordo com o autor, o Brasil gasta menos do que deveria com pesquisas científicas. Em 2015, por exemplo, o orçamento de US$ 122 milhões da Agência Espacial Brasileira (AEB)

34 32 sofreu um corte de 14%. Enquanto isso, Índia e China investiram, respectivamente, US$ 1 bilhão e US$ 3 bilhões. Figura 4 Investimento em programas espaciais. Fonte: RODRIGUES, Uma das soluções possíveis para a falta de recursos financeiros seria a auto-sustentabilidade do projeto do satélite de sensoriamento remoto nacional. Por exemplo, na concepção original, imaginava-se que o CBERS poderia ter uma vocação comercial, e que parte da sua operação seria financiada com a venda de imagens. No entanto, na visão deste autor, por um erro estratégico de percepção da aplicabilidade desta plataforma orbital de captação de dados para a sociedade brasileira, turvada por ideologias políticas contrárias à participação do mercado no financiamento de pesquisas científicas, o CBERS foi considerado um

35 33 empreendimento não-comercial, o que resultou no seu financiamento total pelo Governo, como parte de uma visão de que era estratégico para o País o entendimento dos fenômenos ambientais em solo brasileiro. A segunda dificuldade passa por uma forte barreira tecnológica imposta pelos países desenvolvidos com relação à importação de produtos e equipamentos da área espacial que apresentam, em geral, caráter dual. O Brasil, como visto, já projetou e construiu sozinho um satélite de coleta de dados e, em parceria com a China, um satélite de sensoriamento remoto, mostrando que a comunidade acadêmica e industrial conseguiu absorver os principais procedimentos de engenharia espacial. O Brasil já domina grande parte dos subsistemas críticos, ainda dependente, no entanto, de tecnologia externa para partes do projeto do satélite, em particular, dos sensores a bordo. Por isso a grande importância da vitória tecnológica alcançada com o desenvolvimento do sensor MUX, como abordado anteriormente. A terceira dificuldade passa por problemas de recursos humanos. Segundo AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA (2001), as pesquisas científicas foram profundamente afetadas pelo substancial esvaziamento das equipes de engenharia do INPE e do DCTA, que se agravaram a partir da década de 1990, com grande número de aposentadorias precoces e de demissões por problemas salariais. Este processo levou a uma série de subsistemas importantes das áreas de engenharia espacial daquelas instituições ficarem sem capital intelectual adequado. A quarta dificuldade passa pelos resultados industriais da MECB. Apesar de alguns sucessos isolados na transferência e absorção de tecnologia, como no caso dos painéis solares do CBERS, o saldo industrial da MECB é limitado. As empresas existentes, formadas por profissionais dedicados e competentes, não possuem, no entanto uma escala de negócios que garanta sua sustentabilidade. Em muitos casos, continuam tendo no Governo seu único cliente, numa situação de total dependência e sem capacidade de investimento próprio. Deste modo, o saldo da MECB é o de sucessos parciais na área de Engenharia, mas de sérias limitações no lado industrial. Considerando que não é possível, nem desejável, manter um programa espacial forte sem uma estrutura industrial sólida, há necessidade de um substancial esforço para reverter este cenário.

36 O FUTURO Conforme observado no capítulo 2, o recente Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), de 2012, busca atender às grandes necessidades do setor aeroespacial nacional nas áreas de sensoriamento remoto, meteorologia e telecomunicações, por meio de projetos estruturantes e mobilizadores. De fato, o PNAE 2012 prevê o repasse de R$ 9 bilhões, até 2021, para a conclusão, dentre outros, de projetos como o CBERS-4B, os satélites Amazônia-1, 1B e 2, e um satélite de observação da Terra por radar, chamado SAR. Outra meta do PNAE 2012 é estimular a indústria espacial nacional. Segundo RODRIGUES (2015), o mercado de defesa e segurança equivale, atualmente a apenas 0,17% do PIB brasileiro, de acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), e as indústrias privadas recebem 25% da verba do programa brasileiro. A meta estabelecida no Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN), de 2012, é de investir R$ 11,4 bilhões em um projeto de Fortalecimento da Indústria Aeroespacial e de Defesa Brasileira, até Figura 5 Programação das missões espaciais Fonte: AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA, 2012 (PNAE).

37 35 Torna-se interessante ressaltar, também, como a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), de 2012, posiciona a atividade aeroespacial: como um setor portador de futuro. Na sua escolha foram observados os seguintes critérios: possui relevância e impacto para o alcance dos objetivos da ENCTI; é uma oportunidade em que o País dispõe de conhecimento, infraestrutura e vigor suficientes; é uma área da qual depende a soberania nacional; e é uma área que precisa ser adensada para que o País alcance competitividade e inserção internacionais. Segundo a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, para a melhor gestão da ambiciosa carteira de projetos previstos para o programa espacial brasileiro, a estrutura de governança do setor espacial necessita ser aprimorada, incluindo a criação do Conselho Nacional de Politica Espacial (CNPES), órgão de assessoramento superior do Presidente da República, para a formulação e implementação da politica espacial brasileira. Nesse novo arranjo, a Agência Espacial Brasileira teria por missão apoiar, técnica e administrativamente, as atividades do Conselho, exercendo o papel de braço executivo. Essa e outras mudanças a serem propostas na revisão do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE) e Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) têm a previsão de serem legitimadas por meio de ampla discussão com representantes do Governo, sociedade, indústria e academia.

38 36 5 CONCLUSÃO Buscou-se, por meio deste trabalho, contribuir com o País com um estudo sobre as dificuldades do Brasil em desenvolver um satélite nacional de sensoriamento remoto. Estabeleceu-se, como objetivo geral, analisar a política espacial implantada no Brasil, desde a década de 1970, particularmente no que se refere à tentativa de desenvolvimento de satélites de sensoriamento remoto nacionais. Para se atingir este objetivo, levantou-se o seguinte problema: quais as possibilidades e as principais dificuldades do Brasil em se desenvolver um satélite nacional de observação da Terra? Como hipótese, foi proposta que a inexistência de um satélite de sensoriamento remoto nacional está associada à baixa prioridade que o Programa Espacial Brasileiro tem recebido, nos últimos anos, por parte do Poder Executivo, no que tange ao investimento em ciência e tecnologia, particularmente pesquisa, desenvolvimento e inovação. A principal contribuição deste trabalho é a possibilidade de se explorar importantes aspectos sobre os quais se poderão agir, no sentido de melhor fomentar o desenvolvimento de satélites de sensoriamento remoto nacionais. O trabalho abordou, inicialmente, um breve histórico do programa espacial brasileiro, trazendo à luz a documentação que embasa e orienta o assunto. No capítulo seguinte, foram mostrados os sistemas sensores orbitais e as aplicações das imagens de sensoriamento remoto, onde se verificou a variada gama de possibilidades para o uso das imagens orbitais. Em seguida, foram analisadas as respostas à pesquisa de campo realizada por meio da coleta de dados dos principais anseios dos usuários de imagens de satélites de sensoriamento remoto, através de levantamento de campo dirigido. Neste contexto, constatou-se que os principais sistemas sensores utilizados por profissionais de sensoriamento remoto no País são eletro-ópticos, de baixa e média resolução espacial, ricos em resolução espectral, porém pobres em resolução geométrica (espacial), em detrimento de imagens hiperespectrais ou de radar. Verificou-se, também, que há demanda por imagens de alta resolução espacial, quando se constata que a maioria dos usuários as utiliza para mapeamento temático, mapeamento cartográfico e atividade de inteligência. Neste diapasão, quando questionados a respeito dos resultados do CBERS, apesar de a grande maioria utilizar suas imagens, os pesquisados alegaram que este sistema sensor

39 37 não tem atendido às suas expectativas e necessidades, seja pela qualidade das imagens, pois as câmeras apresentaram problemas no espaço, em diversas oportunidades, seja pelas características técnicas dos sensores. Por fim, quando questionados sobre suas percepções quanto às dificuldades do Brasil para desenvolver seu satélite nacional de sensoriamento remoto, a grande maioria respondeu que o principal motivo é a falta de fomento à pesquisa espacial, seguido da dependência de investimentos governamentais em ciência e tecnologia. Percepção esta que coaduna com o que foi levantado durante a pesquisa no decorrer do presente trabalho. A despeito do sucesso das conquistas e das possibilidades referentes aos sistemas sensores orbitais nacionais, no capítulo 4 foram abordadas quatro grandes dificuldades que o Brasil enfrenta para desenvolver seu próprio satélite nacional de observação da Terra, voltado para o sensoriamento remoto, e que são: o parco montante de recursos destinado ao programa espacial brasileiro, que dificulta o desenvolvimento de pesquisas científicas; a forte barreira tecnológica imposta pelos países desenvolvidos com relação à importação de produtos e equipamentos da área espacial, que impede de haver transferência de tecnologia na área espacial, daí a necessidade de se investir em ciência, tecnologia e inovação; a falta de recursos humanos, decorrente de aposentadorias precoces e de demissões por problemas salariais, em particular, na década de 1990; e o limitado saldo industrial da MECB, devido às empresas do ramo espacial existentes não possuírem uma escala de negócios que garanta sua sustentabilidade, tendo no Governo seu único cliente, numa situação de total dependência e sem capacidade de investimento próprio. Com isto, este trabalho de pesquisa confirma a hipótese levantada de que a inexistência de um satélite de sensoriamento remoto nacional está associada à baixa prioridade que o Programa Espacial Brasileiro tem recebido, nos últimos anos, por parte do Poder Executivo, no que tange ao investimento em ciência e tecnologia, particularmente pesquisa, desenvolvimento e inovação, e a complementa, apontando outros óbices que, uma vez sanados, permitirão ao Brasil cumprir as metas e objetivos estabelecidos pela Missão Espacial Completa Brasileira, no final da década de 1970.

40 38 REFERÊNCIAS AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA. Uma avaliação do Programa Espacial Brasileiro. In: SEMINÁRIO SOBRE O PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO, Brasília, DF, AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA. Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE). Brasília, DF, Programa Nacional de Atividades Espaciais: PNAE Brasília, DF, AMAZÔNIA-1, 1B. In: Gunter s Space Page, Disponível em: < Acesso em: 28 jul BIAS, Edilson de Souza et al. Imagens de alta resolução espacial. In: MENESES, Paulo; ALMEIDA, Tati (Org.). Introdução ao processamento de imagens de sensoriamento remoto. 1 ed. Brasília: CNPQ, p. BRASIL terá radar orbital para combater desmatamento na Amazônia. In: AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA, 21 jul Fonte: ASCOM-MD. Disponível em: < Acesso em: 12 jun BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Brasília, DF, BRASIL. Ministério da Defesa. Estratégia Nacional de Defesa. Brasília, DF, Livro Branco da Defesa Nacional. Brasília, DF, Política Nacional de Defesa. Brasília, DF, CAIN, Fraser. How many satellites are in space? Universe Today, Disponível em: < Acesso em: 10 jun CBERS: introdução. In: INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (Brasil), Disponível em: < Acesso em: 13 jun DURÃO, Otávio Santos Cupertino. Programa Espacial Brasileiro: uma análise crítica e perspectivas f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia) Escola Superior de Guerra, Rio de Janeiro, DURÃO, O. S. C.; CEBALLOS, D. C. Desafios estratégicos do Programa Espacial Brasileiro. Desafios do Programa Espacial Brasileiro. Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Brasília, DF: p.

41 39 GHIZONI, César Celeste. Desenvolvimento de satélite de sensoriamento remoto de alta resolução: desafios do Programa Espacial Brasileiro. Brasília, DF: Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, p. GOUVEIA, Adalton. Esboço histórico da pesquisa espacial no Brasil. 2. ed. São José dos Campos: INPE, p. INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (Brasil). SCD-1 completa 20 anos: primeiro satélite brasileiro comprova o êxito da engenharia espacial no país. 7 fev Disponível em: < Acesso em: 13 jun INPE desliga o satélite brasileiro CBERS-2B. INFO online, Disponível em: < shl>. Acesso em: 28 jul MONTENEGRO, Darly Pinto. O Sistema de Gestão da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB): uma avaliação de sua contribuição ao desenvolvimento do programa f. Dissertação (Mestrado em Administração Pública) Escola Brasileira de Administração Pública, Rio de Janeiro, MOURA, José Roberto C. Leal. Bases da Política Espacial Brasileira: o Programa Nacional de Atividades Espaciais e o apoio do Parque Industrial Brasileiro f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia) Escola Superior de Guerra, Rio de Janeiro, NOVO, Evlyn M. L. de Moraes. Sensoriamento remoto: princípios e aplicações. 2 ed. São Paulo: Edgard Blucher, p.. Introdução ao sensoriamento remoto. 1. ed. São José dos Campos: INPE, p. OLIVEIRA, I.C.S. Tipos de sensores imageadores e suas resoluções para a detecção, reconhecimento e identificação de objetivos militares f. Tese (Doutorado em Ciências Militares) Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, RJ, RODRIGUES, Alexandre. Qual é o problema do programa espacial brasileiro? Revista Galileu, Disponível em: < noticia/2015/01/nos-temos-um-problema.html>. Acesso em: 23 maio SATÉLITE Amazônia-1. In: AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA, Disponível em: < Acesso em: 12 jun SATÉLITE de Coleta de Dados 1. In: WIKIPEDIA: a enciclopédia livre. Estados Unidos: Fundação Wikimedia, Disponível em: < %C3%A9lite_de_Coleta_de_Dados_1>. Acesso em: 28 jul

42 40 SATÉLITES de coleta de dados. In: AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA, Disponível em: < Acesso em: 12 jun SAUSEN, Tania Maria. Sensoriamento remoto e suas aplicações para recursos naturais. INPE. Disponível em: < Acesso em 09 jun SOMMERLATTE, Antônio Eliseu Dias. Programa Espacial Brasileiro: política e estratégia f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército) Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, UCS Satellite Database. In: UNION OF CONCERNED SCIENTISTS, Disponível em: < Acesso em: 11 jun

43 41 ANEXO A PESQUISA DE CAMPO Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE-2015) Orientador: Cel Eng R/1 CARLOS ALBERTO GONÇALVES ARAÚJO Estagiário: Cel Eng IVAN CARLOS SOARES DE OLIVEIRA PESQUISA DE CAMPO O presente questionário destina-se a subsidiar trabalho de conclusão do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), da Escola Superior de Guerra (ESG). A monografia trata sobre o Programa Espacial Brasileiro e, neste contexto, o(a) convido para participar de uma pesquisa de campo simples, que não levará mais de quatro minutos. A indústria espacial brasileira já domina cerca de 80% da produção de um satélite, segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Leonel Perondi. O último grande gargalo do programa espacial, segundo ele, é o domínio completo do sistema de controle de altitude (orientação no espaço) e órbita de satélites. (Valor Econômico, NOV 2014) 1) Há quanto tempo o(a) senhor(a) é usuário de imagens de sensoriamento remoto? (a) 1 ano (b) entre 1 e 5 anos (c) entre 5 e 10 anos (d) entre 10 e 15 anos (e) mais de 15 anos 2) Quais os sistemas sensores (satélites) que o(a) senhor(a) tem utilizado, nos últimos 5 anos? (marque quantas opções desejar)

44 42 (a) DEIMOS... (s) FORMOSAT (ROCSAT) (b) ENVISAT (t) GEOEYE (c) ERS (u) IKONOS (d) SIMOS (v) KOMPSAT (e) UK DMC (w) NIGERIASAT (f) China DMC (Beijing) (x) ORBVIEW (g) COSMO SkyMed (y) PLEIADES (h) IRS (Resourcesat) (z) QUICKBIRD (i) LANDSAT (aa) RISAT (j) MAPSAR (ab) SPOT (k) RADARSAT (ac) TERRA SAR (l) RAPIDEYE (ad) THEOS (m) TERRA (ae) TOPSAT (n) YAOGAN (af) WORLDVIEW (o) ALOS (ag) SHIYAN (p) CARTOSAT (ah) SHIJIAN (q) CBERS (ai) CHUANGXIN (r) EROS 3) Qual a aplicabilidade do uso das imagens de sensoriamento remoto que o(a) senhor(a) faz? (marque quantas opções desejar) (a) Mapeamento cartográfico (b) Mapeamento temático (c) Estudo e análise de queimadas (d) Estudo e análise de desflorestamento (e) Estudo de desenvolvimento urbano (f) Manejo de solos (g) Geomarketing (h) Atividade de Inteligência (i) Agronegócio (j) Monitoramento ambiental (k) Outros 4) Que tipos de sensores o(a) senhor(a) costuma trabalhar? (a) Baixa resolução espacial (maior de 20 metros)

45 43 (b) Média resolução espacial (entre 3 e 20 metros) (c) Alta resolução espacial (menor de 3 metros) (d) Hiperespectral (e) Radar 5) O Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) tem atendido às suas expectativas e necessidades? (a) Sim (b) Não (c) Em parte 6) Na sua opinião, um satélite nacional de observação da Terra abarcaria um maior número de áreas de aplicação se tivesse sensores do tipo: (marque quantas opções desejar) (a) Óptico (b) Baixa resolução espacial (maior de 20 metros) (c) Média resolução espacial (entre 3 e 20 metros) (d) Alta resolução espacial (menor de 3 metros) (e) Hiperespectral (f) Radar (g) Baixa resolução radiométrica (até 8 bits) (h) Média resolução radiométrica (entre 8 e 10 bits) (i) Alta resolução radiométrica (mais de 10 bits) 7) Considerando seu conhecimento sobre o assunto, na sua opinião, quais as principais dificuldades do Brasil para desenvolver seu Satélite Nacional de Observação da Terra (SNOT)? (marque quantas opções desejar) (a) Capacidade tecnológica (b) Capacidade industrial (c) Projetos de engenharia espacial (d) Fomento à pesquisa espacial (e) Dependência de investimentos governamentais em ciência e tecnologia (f) Investimento privado

46 44 (g) Articulação do governo federal para direcionar ações difusas dos atores do setor espacial brasileiro 8) O espaço a seguir destina-se a algum comentário ou sugestão que o(a) senhor(a) julgue pertinente para contribuir para a pesquisa em questão. Obrigado pela sua participação. Rio de Janeiro, RJ, 25 de maio de Ivan Carlos Soares de Oliveira Cel Eng Estagiário CAEPE ZX7TY/viewform?usp=send_form

47 45 ANEXO B PESQUISA DE CAMPO: RESPOSTAS Programa Espacial Brasileiro O presente questionário destina-se a subsidiar trabalho de conclusão do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), da Escola Superior de Guerra (ESG). A monografia trata sobre o Programa Espacial Brasileiro e, neste contexto, o(a) convido para participar de uma pesquisa de campo simples, que não levará mais de quatro minutos. "A indústria espacial brasileira já domina cerca de 80% da produção de um satélite, segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Leonel Perondi. O último grande gargalo do programa espacial, segundo ele, é o domínio completo do sistema de controle de altitude (orientação no espaço) e órbita de satélites" (Valor Econômico, NOV 2014).

48 46

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50 48

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