REGRESSO À TERRA ROBERTA MEDINA OS SEGREDOS DA PÉROLA O QUE LEVA CADA VEZ MAIS PORTUGUESES AO ENCONTRO DO CAMPO? a revista da caixa

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1 CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS N. o 15 abril de 2014 Ano V a revista da caixa REGRESSO À TERRA O QUE LEVA CADA VEZ MAIS PORTUGUESES AO ENCONTRO DO CAMPO? ROBERTA MEDINA O ROCK, O RIO E UMA ENTREVISTA CHEIA DE GRAÇA OS SEGREDOS DA PÉROLA À DESCOBERTA DA MADEIRA QUE NÃO VEM NOS POSTAIS DESCUBRA POR QUE A CAIXA ESTÁ A AJUDAR A DAR A VOLTA 1,50 CONTINENTE E ILHAS PERIODICIDADE TRIMESTRAL

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3 Um País, um Banco editorial e a revista da caixa Diretor Francisco Viana Editores Luís Inácio e Pedro Guilherme Lopes Arte e projeto Rui Garcia e Rui Guerra Colaboradores Ana Ferreira, Ana Rita Lúcio, Andreia Ferreira, Helena Estevens, João Paulo Batalha, Leonor Sousa Bastos, Paula Lacerda Tavares (texto); Filipe Pombo, João Cupertino, Paulo Rua, com agências Corbis, Getty Images e istockphoto (fotos); Marta Monteiro (ilustração); Dulce Paiva (revisão) Secretariado Teresa Pinto Gestor de Produto Luís Miguel Correia Produtor Gráfico João Paulo Batlle y Font REDAÇÃO TELEFONE: FAX: R. Calvet de Magalhães, Paço de Arcos PUBLICIDADE TELEFONE: FAX: R. Calvet de Magalhães, Paço de Arcos Diretor Comercial Pedro Fernandes (pedrofernandes@sic.pt) Diretor Comercial Adjunto Miguel Simões (msimoes@impresa.pt) Diretora Coordenadora Luísa Diniz (ldiniz@impresa.pt) Assistente Florbela Figueiras (ffigueiras@impresa.pt) Coordenador de Materiais José António Lopes (jalopes@impresa.pt) Editora Medipress - Sociedade Jornalística e Editorial, Lda. NPC Capital Social: ,90; CRC Lisboa Composição do capital da entidade proprietária Impresa Publishing, S. A % R. Calvet de Magalhães, Paço de Arcos Tel.: Fax: Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, S. A. Distribuição Gratuita (a revista tem preço de capa, mantendo-se, no entanto, o seu caráter de oferta) Propriedade Caixa Geral de Depósitos Av. João XXI, 63, Lisboa Periodicidade Trimestral (Edição n.º 15, março /maio 2014) Depósito Legal /10 Registo ERC Tiragem exemplares Correio do leitor cx@cgd.pt SE LHE DISSER QUE nas páginas que se seguem está muito do que é o nosso País, é bem possível que pense que se trata de um exagero. Vamos, então, por partes. Para tema de capa desta edição da, escolhemos o regresso à terra. Um regresso que é, cada vez mais, um dos símbolos de Portugal, com diferentes gerações unidas na vontade de revitalizar um interior que ainda precisa de ser povoado, mas que oferece incontáveis oportunidades. De facto, da agricultura ao turismo, da pecuária à indústria vitivinícola, passando pela produção de azeite ou de leite, são vários os casos de sucesso com as cores da nossa bandeira. E foram, precisamente, estas cores e este País que apaixonaram Roberta Medina, o rosto mais mediático da organização do Rock in Rio Lisboa, que, em entrevista exclusiva, faz um balanço de uma década entre nós. E, já que falamos de música, este é o momento em que arranca a época dos festivais de verão, que, este ano, tem a Caixa como patrocinadora dos maiores e mais importantes eventos do género. Nesse sentido, aliás, a CGD tem dinamizado inúmeras iniciativas com as quais levará centenas de Clientes aos vários eventos. Além disso, nesta edição, vamos conhecer um pouco mais sobre uma escritora de referência, Lídia Jorge, sobre os projetos emblemáticos do arquiteto José Carlos Cruz e sobre uma dupla de portugueses que conquistou o Rio de Janeiro com a doçaria conventual portuguesa. E, neste mundo do açúcar, descubra, também, o percurso de sucesso de Manuela Tavares de Sousa, a CEO da histórica Imperial, ou de um casal de designers que revolucionaram o mundo das compotas. Nesta viagem, iremos, ainda, à descoberta dos segredos da ilha da Madeira e de um hostel no centro do Porto, cidade onde parámos para falar de regeneração urbana. E continuaremos País fora, até um solar em Trás-os-Montes, passando, também, por um parque biológico, na Lousã, onde as pessoas e os animais se ajudam mutuamente. E ajudar a dar a volta é, precisamente, o que a Caixa Geral de Depósitos continua a fazer junto de famílias e empresas. E são mais de quatro milhões os Clientes que, com a Caixa, estão a dar a volta e a usufruir dos pequenos grandes momentos da vida. Porque dar a volta também é isso. Ser feliz. FRANCISCO VIANA [...] SÃO MAIS DE QUATRO MILHÕES OS CLIENTES QUE, COM A CAIXA, ESTÃO A DAR A VOLTA E A USUFRUIR DOS PEQUENOS GRANDES MOMENTOS DA VIDA. PORQUE DAR A VOLTA TAMBÉM É ISSO. SER FELIZ. CONHEÇA A APP A é uma publicação da Divisão Customer Publishing da Impresa Publishing, sob licença da Caixa Geral de Depósitos As emissões de gases com efeito de estufa associadas à produção desta publicação foram compensadas no âmbito da estratégia da CGD para as alterações climáticas. Esta revista está escrita nos termos do novo acordo ortográfico As características dos produtos e serviços apresentados nesta edição remetem para o mês constante na capa. Confirme a atualidade das mesmas em ou numa Agência da Caixa. a revista da caixa 3

4 i interior 06 Pormenor Notícias breves PESSOAS 10 Histórias de sucesso Manuela Tavares de Sousa 12 Talento Os livros de Lídia Jorge e os projetos de José Carlos Cruz ESTILO 16 Design & arquitetura Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa; Meia Dúzia, a compota design 19 Automóveis GLA, o crossover da Mercedes 20 Culto + Soluções Há muitas vantagens em ser Cliente da Caixa, incluindo em produtos selecionados 22 Gourmet + Prazeres Sushi no Estado Líquido, uma Loja Biológica e uma musse de morango 37 Observatório Um olhar sobre o potencial do Douro DESTINOS 46 Fugas Descubra o Porto Gallery Hostel e o Solar de Oura VIVER 55 Finanças Lidar com o stress financeiro 56 Educação Aprender a procurar emprego no estrangero e as soluções Caixa para RE 58 Saúde Café: herói ou vilão? 60 Sustentabilidade Regeneração urbana no Porto e o lançamento do Green Project Awards CULTURA 69 Livros & Discos 70 Arte Conventual 72 Agenda 73 Vintage A história de um telefone 74 Fecho Notícias CGD DESTAQUES 30 Os pés na terra Uma nova geração de empresários e empreendedores está a redescobrir o potencial da «terra» do nosso País. Dos produtos tradicionais de nicho às grandes produções com vocação exportadora, sem esquecer as indústrias complementares, um novo modelo de desenvolvimento rural está a reconciliar Portugal com o campo 24 Entrevista Preparando a edição que assinala dez anos de Rock in Rio em Portugal, Roberta Medina conduz-nos numa viagem pelo seu percurso pessoal e profissional, confirmando estar cada vez mais apaixonada por um País e por uma cidade que conquistou com o seu «jeitinho brasileiro». 38 Viagem Fantástica, a ilha da Madeira é, ano após ano, eleita como destino obrigatório pelas mais conceituadas revistas de turismo. E os motivos para esse destaque vão muito além dos comuns cartões postais. 52 Institucional Há um Banco que está a ajudar a dar a volta. Saiba porquê e conheça como a Caixa está a ajudar os portugueses a aproveitarem o lado bom da vida. 64 Sustentabilidade No Parque Biológico da Lousã, as pessoas ajudam os animais e os animais ajudam as pessoas. 66 Cultura Abre-se a época de festivais e a Caixa é patrocinadora dos maiores eventos musicais de verão que se realizam no nosso País. Foto: D.R. 4 a revista da caixa

5 Young VolunTeam DAR A VOLTA TAMBÉM É TER SALAS DE ESTUDO. A Educação é um direito fundamental das crianças, mas nem sempre garantido. É veículo indispensável para cortar ciclos de pobreza, promovendo a verdadeira inclusão social ao proporcionar um futuro diferente a crianças carenciadas. Esta ação tem como objetivo final a criação ou reforço de Salas de Estudo em Instituições de Solidariedade Social (IPSS) por todo o País que permitam a crianças, que frequentem o 1.º Ciclo, disporem de um espaço onde possam estudar depois das aulas. Com apenas 1EUR estamos a contribuir para que crianças carenciadas possam estudar e assim ter um futuro melhor. Faça o seu donativo: Conta: NIB: IBAN: PT Nome: Dá mais ao mundo no Rock in Rio Prazo: 31 de março a 30 de junho de 2014 HÁ UM BANCO QUE ESTÁ A AJUDAR A DAR A VOLTA. A CAIXA. COM CERTEZA.

6 p pormenor NÃO HÁ PIPOCAS COMO ESTAS! Uma gestora de marketing e um veterinário. Um gosto em comum: comer pipocas. Inês e Bruno são os criadores da Zeapop ( a primeira marca de pipocas gourmet no nosso País. E qual a diferença para as pipocas comuns? O milho é estourado sem a utilização de óleo, ou seja, o milho vira pipoca através do recurso a ar quente, o que explica a designação de «pipocas Air Popped». O toque final é dado pela cobertura, feita de forma artesanal, através da combinação de ingredientes naturais, sem corantes ou conservantes. O resultado são as variantes pimenta rosa, flor de sal, gengibre e canela, chocolate, coco, café e caramelo clássico. ILUSTRAÇÃO Cenas e coisas de um pai No final da gravidez da sua mulher, Hugo Cavaco decidiu começar a desenhar todos os pensamentos que a situação lhe trazia TROCAS E TOQUES Imagine que vai na rua e dá de caras com uma caixa de papel estilizada. Espreita e, no seu interior, encontra livros, brinquedos, CD, DVD, jogos, utensílios domésticos e tantas outras coisas que, supostamente, já não têm utilidade. Dizemos «supostamente» porque, na ideia de Dan Acher, essas coisas podem ter uma segunda vida e ser trocadas entre vizinhos. Assim, Acher espalhou por dez ruas do centro de Genebra (Suíça) uma dezena de caixas de cartão com a frase Boîtes d Échange Entre Voisins (qualquer coisa como «caixas para trocas entre vizinhos»), numa ideia que ganhou adeptos e que duplicou o número de caixas um pouco por todo o país. O sucesso do projeto deu origem a um outro, intitulado Jouez, Je Suis à Vous («toquem, eu sou vosso»), em que Luke Jerram espalhou 20 pianos pela capital suíça para músicos de ocasião. designer de comunicação, Hugo Cavaco é, hoje, pai de uma bebé chamada Margarida. Mas a aventura da paternidade começou muito antes, e, já no final da gravidez da sua mulher, teve uma ideia: por que não desenhar o que via e sentia? Do pensar ao fazer foi um instante, com Hugo a criar a página Cenas e Coisas de Um Pai, onde a única regra era que todos os desenhos fossem capazes de retratar as situações com piada. Assim, momentos como a troca da primeira fralda ou o primeiro banho, as compras para receber o novo membro da família, as mudanças de humor tão próprias das grávidas, as opiniões de terceiros, as pesquisas no Google, o lidar com as cólicas da bebé ou o drama que é uma grávida não poder comer sushi, entre muitas outras situações, ganham vida ilustrada e provocam gargalhadas. E, tendo em conta que a Margarida ainda agora nasceu, não faltarão episódios em cenasecoisasdeumpai. SKATES PARA GENTE GRANDE De férias em Barcelona, João Faria deixou-se contagiar por uma variante do skateboarding mais virada para a velocidade: o longboard. Aquilo que é uma moda nas ruas da cidade catalã ficou-lhe no pensamento e, de regresso a Portugal, encontrou forma de começar a praticar regularmente, recorrendo a lojas on-line, algo que encarecia consideravelmente a compra de material. Daí a criar a sua própria loja on-line foi um pequeno passo, numa decisão tomada quando contava os meses para o final do subsídio de desemprego. Chamou-lhe LoBoSka (que surge da junção das palavras longboard, skate e shop) e, ao endereço digital juntou uma loja física, em Lisboa, cheia de belíssimos skates para gente crescida. 6 a revista da caixa

7 Fotos: D.R. um conceito diferente, mas ecológico. Esta foi a ideia de Emanuel Neves e Luís Balau quando avançaram para a criação do Swordfish Hostel, em Peniche. Procurando disponibilizar um alojamento low cost, estes dois ex-colegas na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Instituto Politécnico da Leiria apostaram no upcycling, conceito que assenta na valorização de resíduos ou objetos sem utilidade. Não admira, assim, que encontremos caixas de fruta a revestirem os armários de cozinha, frascos de vidro transformados em objetos de decoração, paletes a servirem de sofás e de mesas SWORDFISH O eco-hostel Bicicletas com causa Fundado por Bernice Dapaah, Kwame Kyei e Winnifred Selby, o projeto Ghaba Bamboo Bikes foi distinguido com o UNFCCC Momentum for Change Women for Results, prémio das Nações Unidas atribuído a projetos de apoio a causas ecológicas desenvolvidos por mulheres. Além de serem belíssimas, estas bikes criam emprego, alertam a consciência ambiental e permitem dar continuidade à tradição da bicicleta enquanto meio de transporte ligado à mobilidade da mulher. de sala e tabuleiros feitos a partir de rolhas de cortiça. E, estando numa zona do País muito ligada à Natureza e ao surf, o Swordfish promove, ainda, aulas de surf e de mergulho, bem como o aluguer de bicicletas para descobrir a costa desta região. Não menos importante, o Swordfish é um hostel com capacidade para 12 pessoas (a maioria dos clientes são europeus, americanos e australianos), o que garante tranquilidade e a atenção dos responsáveis, que até já pensam abrir uma segunda casa, esta mais virada para os turistas que aqui chegam com a prancha de surf como principal companhia. Viajar com o Mário chama-se mário mouraz, tem 25 anos e é um apaixonado por viagens, tendo no seu passaporte cerca de 40 países visitados e histórias vividas em quatro continentes. Mas é a capital portuguesa, Lisboa, que lhe serve de base ao negócio que criou, o Travel with Mario. Trata- -se de guias de viagens digitais, criados com o objetivo de ajudar outros viajantes a visitarem as cidades a preços low cost. Num mundo onde é complicado encontrar quem viaje sem um telefone ou um tablet, Mário acredita que é bem mais prático um guia digital, em formato PDF, do que um livro pesado e volumoso. As primeiras cidades que podem ser descobertas através de um Travel with Mario são Lisboa, Londres e Barcelona, estando previsto, até final do ano, o lançamento dos guias de Roma e Paris. A não perder de vista em e em COIMBRA TEM MAIS ENCANTO ILUMINADA A LED coimbra prepara-se para se tornar na primeira cidade do mundo com iluminação pública 100 por cento LED (light-emitting diode). O anúncio foi feito pela Universidade de Coimbra, apresentando este como um dos projetos- -piloto a ser desenvolvido no âmbito do projeto Transparense, cujo objetivo é aumentar a transparência e honestidade do mercado dos contratos de desempenho energético (CDE) em toda a Europa. Até 2015, serão instaladas cerca de 35 mil luminárias, permitindo uma poupança energética na ordem de 70 por cento. a revista da caixa 7

8 p a caixa ao pormenor CARTÃO DE DÉBITO Caixa essencial Com o Caixa Essencial, tem tudo para pagar as suas compras de forma cómoda e segura cada vez mais, é importante abdicar dos excessos e valorizar o indispensável. É essa a proposta do Caixa Essencial, um cartão de débito com uma anuidade reduzida, que lhe dá acesso às principais funcionalidades de um cartão de débito. O Caixa Essencial está disponível para os Clientes da CGD maiores de 18 anos ou a partir dos 15, se cumpridos os requisitos para a movimentação da conta à ordem associada. Com este cartão, pode efetuar compras em estabelecimentos com terminais de pagamento automático identificados com o símbolo Maestro, em Portugal e no estrangeiro. Além disso, tem um completo leque de operações disponíveis, através do serviço Caixautomática da rede privativa da Caixa, tais como levantamentos, consultas, pagamentos, entre outras. Pode, ainda, na rede de Caixas Automáticos Multibanco, ARREDONDE COM O SEU CARTÃO alterar o NIP, aderir à Via Verde e efetuar o pagamento de serviços. Com o cartão Caixa Essencial, beneficia da oferta da primeira anuidade, em condições preferenciais, se o seu cartão estiver associado a uma conta jovem ou a uma conta com crédito de pensão de reforma do titular do cartão. Este novo cartão de débito da Caixa oferece-lhe ainda descontos, benefícios e vantagens exclusivas em lojas e outros parceiros, em todo o País. Conheça todas as promoções em Adira ao Caixa Essencial, através do Caixadirecta on-line ou em qualquer Agência da Caixa. Para mais informações, contacte o serviço Caixadirecta ( , , ou ), disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano, ou dirija-se a uma Agência da Caixa Geral de Depósitos. Ao efetuar compras com os cartões de débito ou de crédito da Caixa (exceto Made By), pode beneficiar do mecanismo de arredondamento da Caixa, revertendo um determinado montante, automaticamente, para uma conta de poupança, PPR ou fundo de pensões, conforme o cartão utilizado. É muito simples, basta pedir em qualquer Agência da Caixa ou no serviço Caixadirecta telefone para associar um dos três programas de arredondamento à escolha a um cartão da Caixa elegível. Saiba mais em GLOBAL TRADE PARTNERS A CGD foi um dos principais bancos patrocinadores da sexta edição da Global Trade Partners Meeting, promovida pela International Finance Corporation (IFC), que decorreu, recentemente, em Lisboa, no Hotel Epic Sana. Presentes estiveram mais de cem instituições financeiras internacionais, de 46 países, numa iniciativa em que a Caixa ofereceu um jantar no seu Edifício-Sede, onde não faltaram as atuações de Gisela João e de Júlio Resende. A IFC é o braço financeiro do Banco Mundial e está presente em 184 países, incluindo Portugal, atuando em diversos projetos, geografias e áreas de negócio. Tem como missão promover o desenvolvimento sustentado da economia mundial, através de mecanismos de apoio aos países e regiões mais desfavorecidos. A participação no Global Trade Finance Program, a que a Caixa aderiu em 2006, na qualidade de banco confirmador, representa um importante instrumento de promoção do comércio externo, tendo viabilizado operações num montante superior a 20 milhões de dólares. A CGD pode, assim, alargar a sua oferta de cobertura de risco político e comercial em operações de comércio externo, respondendo às necessidades das empresas exportadoras. A Caixa leva-o aos festivais Depois de ter oferecido centenas de bilhetes de um dia para Rock in Rio, a Caixa tem previstas iniciativas semelhantes para outros festivais de verão. Esteja, por isso, atento ao site da CGD ( e saiba tudo sobre os festivais e o apoio da Caixa nas páginas 52 e 53 e, ainda, 66 a 68 desta edição. 8 a revista da caixa

9 REDES SOCIAIS A Nossa Caixa A Caixa tem um novo perfil nas redes sociais, onde encontra notícias, passatempos, eventos e muito mais a diversidade de atividades realizadas ou apoiadas pela Caixa tem agora uma nova presença nas redes sociais, designada A Nossa Caixa, disponível no Facebook, Twitter, Instagram e Google +. Ali, comunica-se de forma simples, direta e útil o melhor que a Caixa tem para oferecer. Efetivamente, hoje as redes sociais assumem-se como incontornáveis na vida em sociedade e a sua natureza informal obriga a um certo ajustamento da personalidade das marcas, mesmo no caso das instituições financeiras, como a CGD. Isto de modo a tornar a comunicação e os conteúdos mais interessantes, capazes de satisfazer a CGD ESTÁ NO LINKEDIN necessidade e o desejo dos Clientes e fãs. Foi com esse objetivo que a Caixa revisitou a sua presença nas redes sociais, apostando neste novo perfil, que se distingue pela sua transversalidade e imagem moderna. Em A Nossa Caixa, os seguidores da Caixa encontrarão notícias, passatempos, eventos, dicas de literacia financeira, propostas de fim de semana e muito mais. Visite o novo perfil no: Facebook: Twitter: Instagram: Google +: neste caso, pesquisando por «A Nossa Caixa». Este é, pois, um perfil de todos e para todos. lançada no início deste ano, a página oficial da CGD no Linkedin já ultrapassou os sete mil seguidores e continua a captar a atenção do segmento profissional empresarial, que recorre, cada vez mais, a esta rede social. A página tem desenvolvido um trabalho atento e empenhado na área da gestão dos seus conteúdos e, neste exercício, pretende angariar massa crítica necessária à conquista dos seus objetivos. Ou seja, fazer evoluir este canal da CGD com vista a um modelo de comunicação cada vez mais personalizado. O grau de envolvimento desta página está no bom caminho e revela sinais de um potencial de crescimento promissor, sobretudo num setor como o da banca. Assim, à semelhança de grandes marcas de referência mundial no setor bancário, e não só, a CGD reafirma a sua aposta na comunicação digital e nos social media. Visite e torne-se seguidor em Cartões que ensinam a poupar Sabia que a Caixa ajuda a gerir a mesada dos jovens, transferindo para a poupança o montante não utilizado durante o mês? É isso que acontece com os cartões LOL. O LOL Júnior (10-15 anos) e o LOL (15-18 anos) são cartões pré-pagos, que funcionam com base num valor previamente carregado, que pode ser pontual ou agendado. O nível de segurança na utilização é muito elevado, já que todas as operações requerem o número de identificação pessoal e os gastos são limitados ao saldo existente. No caso do LOL Júnior, existe, mesmo, um limite diário de utilização, atualmente de 50 euros, conferindo, ainda, maior proteção e controlo dos gastos. A vertente didática destes cartões é, também, um fator muito importante, já que é o jovem que gere e se responsabiliza pelo dinheiro, avaliando as opções de compra de acordo com o saldo de que dispõe. E essa gestão passa também pela poupança. Esta opção funciona de um modo muito simples: no final de cada mês, o que sobrar no saldo do cartão é guardado e, sempre que atinja um euro ou mais, é transferido automaticamente para a conta de poupança CaixaProjecto, onde fica a render juros. PASSATEMPOS VANTAGENS CAIXA Esteja atento à página do facebook do Vantagens Caixa, disponível em facebook/passatempos-facebook. Participe nos passatempos e habilitese a ganhar prémios exclusivos, oferecidos pelos parceiros da Caixa Geral de Depósitos. a revista da caixa 9

10 h histórias de sucesso MANUELA TAVARES DE SOUSA Ela é mais chocolates! A CEO da Imperial, responsável pelo regresso da máquina de furos da Regina e do Coma com Pão, várias vezes distinguida nas áreas do empreendedorismo e da inovação, conduz-nos pelo fascinante mundo de uma marca que atravessa gerações Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Vítor Hugo O PERCURSO profissional que percorreu até ser convidada para o cargo de CEO da Imperial pautou-se por vários desafios, que lhe permitiram gerir diversos departamentos, como o Departamento de Processo de Fabrico, a Direção de Desenvolvimento e Qualidade, a Direção de Exportação e Contract Manufacturing. Hoje, gerindo a empresa, faz questão de dividir o sucesso alcançado com a equipa que lidera. : Vem de uma família de Guimarães, ligada à indústria têxtil. À medida que ia crescendo, fazia parte dos seus planos manter-se no ramo da indústria? Manuela Tavares de Sousa: Quando crescemos, nem sempre temos uma ideia muito clara do que queremos ser e é nesse processo de crescimento pessoal e no percurso académico que vamos descobrindo a nossa vocação. Talvez por ter estado próxima dos processos industriais, por razões familiares, a indústria foi algo que sempre me atraiu. : Quando entrou para a Imperial, tinha «acabado» de formar-se em Engenharia Química. Como é que surgiu a hipótese de ingressar no grupo e como é que lidou com o desafio de gerir o departamento de investigação e desenvolvimento da empresa? MTS: O desafio era enorme, uma vez que estávamos numa altura, tal como hoje, em que as empresas portuguesas e a Imperial não era exceção tinham de apostar na inovação e na investigação de produtos e de processos, como forma de adicionar valor ao seu negócio e de poderem ser sustentáveis no futuro. : Existia algum fascínio especial por ir trabalhar para uma marca ligada ao universo do chocolate? MTS: A oportunidade de trabalhar na indústria do chocolate exerceu um fascínio natural. O mundo do chocolate é místico e, para mim, veio a tornar-se numa verdadeira paixão. : Sentiu, desde então, necessidade de enriquecer a sua formação com cursos específicos, mais ligados a esse universo? MTS: Sim. Tive a oportunidade de fazer uma especialização na área do chocolate e produtos de confeitaria, na Zentralfachschull der Deutchen Subwarenwirstschaft, em Solingen, na Alemanha, considerada uma das melhores escolas europeias nesta área. Posteriormente, ingressei no curso de Farmácia, na Universidade do Porto. A escolha desta licenciatura esteve relacionada com a vontade de complementar a minha formação de Engenharia Química nas áreas de análise de alimentos e na sua vertente nutricional. : A sua formação em química ajudou-a a compreender o chocolate? MTS: De facto, entender toda a química que envolve o chocolate, os ingredientes que o constituem, a forma como as diversas fases do processo de fabrico interferem na sua textura, suavidade, no seu flavour, isto é, todas as sensações que o chocolate é capaz de transmitir ao consumidor, tem sido uma ferramenta muito importante na definição da estratégia de marketing da empresa. : Quais as principais mudanças que encontra entre o início do seu trajeto e os nossos dias, tanto em termos de consumo como de promoção do chocolate? MTS: Hoje, temos sistemas de qualidade mais refinados, certificações de origem das matérias-primas, processos de fabrico otimizados e melhorados e toda uma cadeia de valor que garante que o produto chega ao consumidor nas condições ideais. Por outro lado, encontramos um consumidor mais ávido de novidades, de variedade de texturas e de sabores e, sobretudo, muito mais informado. O consumidor tem, hoje, um maior conhecimento dos benefícios para a saúde do consumo de chocolate, naturalmente ingerido com moderação, o que leva a uma grande procura, sobretudo do chocolate negro. Atualmente, para as marcas, a componente fundamental é serem capazes de conseguirem passar os seus valores, de gerar confiança, de reforçar o elo com o consumidor. Para isso, as empresas têm de criar uma esfera de envolvência afetiva entre o seu universo de marcas e os seus consumidores, inovando e oferecendo diferenciação. Em termos de comunicação e promoção das marcas, a evolução foi ainda mais acentuada, sendo que o marketing digital assume, cada vez mais, um papel de grande relevância. : Que balanço faz destes 25 anos de Imperial? MTS: Posso dizer que tem sido um período altamente desafiante, motivador, mas, também, muito gratificante. Tenho tido o privilégio de liderar uma equipa extraordinária e que tem sido o grande motor do desenvolvimento que a Imperial tem registado desde 2001, altura em que fui nomeada CEO da empresa. A Imperial tem vindo a apostar, continuamente, no lançamento de produtos diferenciadores, conquistando posições de liderança em vários segmentos e diversificando os mercados geográficos. A empresa exporta para mais de 45 países da Europa, África, Ásia e América, sob diferentes marcas e formatos. Só em 2013, foram criadas 10 a revista da caixa

11 LÍDER APAIXONADA EMPREENDEDORA PRÁTICA INOVADORA 30 novas referências de produtos, sob as diversas marcas da empresa, o que demonstra bem o esforço de inovação, de criação de novas texturas e de novos sabores. : Como é liderar 170 funcionários e uma empresa que chega a trabalhar 24 sobre 24 horas, assente em três turnos? MTS: Como CEO da Imperial, a minha responsabilidade é criar uma cultura organizacional que seja permanentemente desafiada a gerar valor. Para se conseguir potenciar o crescimento da empresa, tem de se promover, na equipa, um estado de compromisso, de grande empenhamento, de rigor, de empreendedorismo e uma forte agenda na inovação. E esta equipa de 170 colaboradores tem sabido muito bem trilhar esse caminho, vencendo os desafios que todos os dias nos surgem neste mundo globalizado e em constante mudança. : Quando pensamos no universo ligado ao chocolate, temos ideia de ser um mundo de homens. Isso reforça o seu sentimento de vitória? MTS: O meu sentimento de vitória é partilhado com todos os colaboradores da Imperial. O universo empresarial, em geral, ainda é, em grande medida, uma área na qual há uma predominância masculina, embora seja cada vez maior o número de mulheres a ocupar cargos de relevo em organizações nacionais e internacionais. Mas uma boa liderança não depende de ser homem ou mulher. Existem muitos outros atributos, como o empreendedorismo, a abertura à mudança, a procura contínua de conhecimento, a agilidade intelectual e a habilidade para lidar com novas situações, que fazem parte da cultura da organização e são a razão de ser do sucesso das empresas. : Lidando com chocolate diariamente, ainda há tempo e vontade para comê-lo em casa? E qual é o seu preferido? MTS: Eu tenho um padrão de consumo de chocolate muito elevado. Já ultrapassa 20 kg/ano, o que é muito, se comparado com o consumo per capita em Portugal, que é, apenas, de 1,4 kg/ano. Esta quantidade que consumo está distribuída entre os chocolates que provo por razões profissionais e os que consumo por puro prazer. Também provo com muita frequência os chocolates da concorrência, por duas boas razões: primeiro, porque é essencial conhecê-la bem e, depois, porque tenho sempre muita curiosidade em ver tudo o que de novo aparece no mundo do chocolate. O meu preferido é aquele que muito bem conheço e cuja qualidade é atestada pelos rigorosos processos a que está sujeito: o chocolate da Imperial! a revista da caixa 11

12 t talento LÍDIA JORGE Escrever em voz alta Começou a inventar histórias por volta dos oito anos e não mais parou de escrever. Hoje, com um novo livro nos escaparates, continua a ver os escritores como potenciadores de diálogo, falando, muitas vezes, do inconveniente Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia João Cupertino CARREGA CONSIGO uma curiosa forma de ser apresentada. Invariavelmente, quando anunciam o seu nome, referem-se a Lídia Jorge como «a escritora algarvia», algo que em nada a incomoda. «Guardo com carinho tudo o que passei no Algarve e vivo em permanente ligação, entre cá e lá. Mantenho uma ligação muito forte a essa raiz, a minha mãe vive lá, há uma casa que é um sítio muito especial... Mas, por outro lado, preciso do ambiente de Lisboa, onde fui estudante, onde tive a minha experiência cívica, onde passei a observar o mundo adulto.» Enquanto escritora, Lídia até considera que, em vários aspetos, o Algarve é um território síntese e um palco de observação extraordinário. «Olho para o Algarve e vejo uma espécie de espelho do País. Um espelho das dúvidas, dos exageros, da destruição, da desarmonia da construção, dos interesses e dos comportamento humanos. É fácil, por exemplo, vermos o contraste entre pessoas fechadas e cautelosas e outras mais abertas, que têm no folclore muito vivo uma das suas formas de expressão.» Mas, tanto lá como cá, o que a escritora não dispensa é a proximidade do mar. «Não consigo imaginar- -me a viver longe do mar», confessa. «Por exemplo, eu gosto muito de Madrid, mas é uma cidade sem mar... Mesmo quando escrevo, a água, seja em forma de mar, seja em forma de chuva é um dos elementos, que funcionam como pequenas muletas, a que recorro mais frequentemente.» A conversa conduz-nos, incontornavelmente, ao novo livro da autora, Os Memoráveis, uma espécie de resposta ao seu romance de estreia, O Ano dos Prodígios, lançado em De regresso ao 25 de Abril, Lídia Jorge convida- -nos a ler um livro que revisita o início da nossa democracia, através de determinadas personagens, que vão ao encontro desse tempo e observam como a sociedade se foi alterando. «A ação passa-se em 2004, quando a revolução fez 30 anos, mas o olhar é o dos jovens de hoje que vão ao passado e que se envolvem com as figuras que sobreviveram dessa época», explica a autora. «Há um confronto entre a utopia e o sonho, entre debilidade no agir e força no sonhar.» E face a esse sentimento de que pensamos muito mas agimos pouco, escrever este livro terá sido, mesmo que inconscientemente, fruto da vontade de passar a ideia de que existe a necessidade de fazermos algo? «Sem dúvida que estamos perante um livro que tenta mostrar uma realidade e que tenta apelar para uma mudança de comportamento», responde a escritora. A propósito de comportamentos, é inegável que se vivem novos tempos no que toca à literatura. Menos tempo «SE UMA IDEIA ME SURGE. MESMO QUE INSÓLITA, EU NÃO A CENSURO» para ler, menos disponibilidade para comprar e a sensação de que o escrever um livro num passado recente, algo tão singular se banalizou. «É uma situação que não é fácil de analisar. Por um lado, temos a tentativa, quase desesperada, de criar leitores; por outro, uma espécie de hemorragia permanente de perda de leitores na área da ficção. As pessoas mais depressa compram um livro sobre as 100 medidas para sairmos daqui do que um livro de Print UMA QUESTÃO DE ESPÍRITO A propósito de uma célebre frase, proferida no evento Correntes d Escritas. No início deste ano, Lídia Jorge defendeu que os escritores vivem uma luta constante entre o espírito lúcido e o espírito louco. Isso quererá dizer o quê? «Nunca pensei que tanta gente retivesse a frase! Nós temos um mundo interior que é indomável, feito de medos, de desejos, de associações de ideias... O escritor é alguém que perde o pudor de falar do seu sonho, do seu medo, e que, por isso, se aproxima das pessoas que vão ler os seus livros. Se uma ideia me surge, mesmo que insólita, mesmo que seja contracorrente, eu não a censuro, deixo que se desenvolva!» poesia. Tenho a noção de que várias vezes os editores apostam em livros mais comerciais e mais apelativos para, com esse lucro, manter consigo escritores de um nível mais literário. O que me desgosta, mesmo, é o facto de a população, que, apesar de tudo, está escolarizada, não ser capaz de fazer a distinção entre o que vale e o que não vale a pena ler.» E irá essa desilusão ao encontro de uma das ideias presentes no novo livro, de que projetamos sonhos que, com o passar do tempo, não são bem aquilo que imaginámos? «Entre o nosso sonho e a nossa realização existe uma espécie de indolência, que aumenta a prepotência de alguns e alimenta a estrutura da nossa sociedade. Por isso eu defendo que precisamos de falar em voz alta uns com os outros! Escrever é um ato de silêncio que fala em voz alta. É este diálogo que nos dá pistas para percebermos a nossa sociedade. Manter-me dentro dessa corrente de diálogo é o que me faz escrever.» 12 a revista da caixa

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14 t talento JOSÉ CARLOS CRUZ Arquiteto para o futuro Cresceu rodeado de artistas e começou a pisar os ateliers de arquitetura ainda miúdo. Agora, pensa nos projetos como quem desenha uma verdadeira obra de arte e reinventa a profissão que escolheu a cada traço que faz Por Andreia Ferreira Fotografia Anabela Trindade AINDA MAL sabia falar quando descobriu o que queria ser quando fosse grande: «Fazedor de casas». Por entre os talentos do pai como pintor e os saberes que esse mundo da arte lhe trouxeram, José Carlos Cruz aprendeu o termo «arquiteto». «Conheci muitos arquitetos em miúdo graças aos conhecimentos do meu pai. Frequentei ateliers por acidente e aquele meio não me desagradou. Acho que isso contribuiu para eu perceber o que queria fazer da vida», recorda o arquiteto do Porto. Por entre almoços e convívios sob a alçada do pai, José Carlos Cruz foi ganhando «aulas grátis» sobre obras e projetos arquitetónicos. Aos poucos, conheceu os dialetos da sua língua e foi percebendo cada terminologia. A aprendizagem continuou na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (na altura, ainda Belas-Artes), mas José nunca esqueceu aqueles momentos em criança. Mesmo agora, décadas depois, relembra opiniões marcantes, como uma confidente conversa sobre o Palácio da Justiça: «Era muito miúdo quando conheci o arquiteto Januário Godinho. Estávamos no jardim da Cordoaria e lembro-me, perfeitamente, de o ouvir dizer-me que o edifício devia ter sido feito ao contrário [solto do terreno, apoiado em pilares] de forma a que as pessoas, na Cordoaria, tivessem uma perspetiva sobre o rio Douro e Gaia.» São essas e outras opiniões que o levam a afirmar que quer «intervir o mínimo no que é classificado como Património». Prefere, ao invés, potenciar as características do espaço e da arquitetura, como no projeto em que trabalha, atualmente. Falamos do há muito abandonado edifício da Bolsa do Pescado, que dará origem ao hotel Vincci Porto, de quatro estrelas, que José prevê concluído no final deste ano. Já assinou projetos de habitações, espaços comerciais e de serviços pela Europa, América e Ásia, mas José Carlos Cruz não consegue eleger o projeto que mais gozo lhe deu fazer. «Não consigo privilegiar nenhum. Tenho gozo a fazer tudo o que faço. Claro que há componentes do trabalho mais chatas, como as questões regulamentares, problemas com obras, conflitos desagradáveis. Mas passo sempre mais tempo a fazer o que gosto», conta. Uma das obras recentes que trouxe o nome do arquiteto José Carlos Cruz à ribalta foi o Ecorkhotel, em Évora. A fachada revestida a cortiça, introduzida pelo projeto do arquiteto portuense, em vez de xisto, como previsto na obra original, fez furor e carimbou o projeto com a mentalidade inovadora de José. «Propus uma linguagem mais próxima e apoiada na arquitetura alentejana. A «O IMPORTANTE É HAVER ENVOLVIMENTO, DEDICAÇÃO E RESPEITO PELOS OUTROS» cortiça tem um potencial grande, é isolante térmico e acústico, tem durabilidade, exige pouca manutenção e foi uma solução viável em termos de impacto visual e cromático do edifício no espaço», explica. O hotel alentejano o primeiro revestido a cortiça trouxe mais visibilidade ao trabalho do arquiteto e até ganhou o prémio de melhor empreendimento hoteleiro do Alentejo, em «É agradável o reconhecimento, mas o importante é haver envolvimento nos Print IR MAIS ALÉM Num contexto difícil, como continuar o bom trabalho? Dono de um percurso invejável, José Carlos Cruz diz que só precisa de um ingrediente para ser feliz: o entusiasmo. «Até uma casa de banho, que já fiz milhentas, se for feita com entusiasmo, é como se fosse a primeira», afirma. Com a conjuntura atual, José Carlos Cruz vê-se obrigado a adotar «novas perspetivas de trabalho», diferentes e inovadoras. «É preciso diversificar, sair da zona de conforto. Usar materiais que normalmente não são solução para a arquitetura. O arquiteto de hoje tem de ser quase um artista plástico», menciona José, desafiando os parceiros a libertarem-se da formação académica e a irem mais além. projetos, seriedade, dedicação e respeito pelos outros», esclarece. No portefólio, José Carlos Cruz já tem autênticas obras de arte: o restaurante e os interiores da sede da EDP, no Porto, a Farmácia Lordelo, em Vila Real, e até o pavilhão informativo dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Mas o caminho é continuar a «inovar e concretizar». «Tenho a sorte ou talvez sou eu que faço por isso de ver a maioria dos meus projetos concretizados. Neste atelier, bons ou maus, conseguimos dar vida a quase tudo», confessa. O segredo? Encarar cada obra como um projeto que pode ir muito além do simples trabalho do «fazedor de casas». Sem nunca parar de trabalhar, o arquiteto já tem outro projeto em mãos. «Estou a trabalhar em várias coisas, mas algumas não posso mesmo revelar», confessa, animado e com um sorriso nos lábios, deixando escapar que será algo que, «à primeira vista, nem parece trabalho de um arquiteto». 14 a revista da caixa

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16 d design & arquitetura MUSEU DE ARTE E ARQUEOLOGIA Plenamente integrado No Vale do Côa, um dos maiores museus de Portugal utiliza uma textura semelhante à do xisto, típico desta região, para se fundir com a paisagem Fotografia José Paulo Ruas QUANDO OLHAMOS PARA ELE, um monólito com janelas em frestas, quatro pisos e oito metros de altura, não o sentimos como um objeto estranho. Sem vertigens, debruçado sobre o vale onde corre o rio Douro, serve-se da textura xistosa, tão comum nesta região, para, qual camaleão, se fundir com o meio envolvente. Esta fusão foi, precisamente, um dos mais importantes compromissos assumidos pelos arquitetos Pedro Tiago Pimentel e Camilo Rebelo, autores do projeto. E esta não era uma paisagem qualquer. Classificadas pela Unesco como Património Mundial da Humanidade, em dezembro de 1998, as gravuras de Foz Côa acabariam por revolucionar a região, originando a criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa e, consequentemente, a abertura do Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa. Para a sua construção, foram cruzados diversos fatores: topografia, acessibilidades e programa. «A fusão destes aspetos foi fundamental para conceber um museu enquanto instalação na paisagem», explicam os arquitetos. «A topografia revelou-se determinante nas opções, pois a sua condição acentuada dificultava a relação entre a porta do museu e o respetivo interior.» É por isso que a chegada ao museu acontece no ponto mais alto do mesmo e que foi construída uma plataforma, terreiro, espaço de miradouro, «criando um palco para a esmagadora paisagem dos montes e vales». Deste momento de chegada que é, simultaneamente, um momento de contemplação, partimos à descoberta dos quatro pisos organizados por um sistema de circulações verticais e horizontais. A cobertura reúne áreas panorâmicas, circuitos pedonais de acesso ao museu e faixas destinadas a estacionamento de veículos. Dois elevadores e uma escada criam a ligação direta ao átrio de entrada do museu. No Piso 0, onde se situa a exposição permanente e as exposições temporárias, existe uma rampa que percorre todo o corpo do edifício e que conduz a um nó de ligações: para o interior do museu, para a sede do Parque e do Museu do Côa e para o piso inferior, onde se localiza o restaurante a cafetaria e o auditório. 16 a revista da caixa

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18 d design & arquitetura da Madeira, clementina e rum e pode ser incluída nos packs que a Meia Dúzia disponibiliza. «A ideia é que o cliente construa o seu pack com seis sabores, daí o nome Meia Dúzia. Podem ser seis doces de fruta ou intercalar com outros dos nossos produtos», explica Jorge, aproveitando para referir que, apesar de as compotas em bisnaga serem o produto mais vendido, a Meia Dúzia também tem experiências com chás, licores e chocolates São Tomé. «Normalmente, as experiências com vinhos também têm boa aceitação, principalmente por parte dos turistas», acrescenta Andreia. QUEM DISSE que as compotas de fruta têm de viver num frasco de vidro, arrumadinho na prateleira? Andreia e Jorge Ferreira são dois irmãos famalicenses que reinventaram a imagem tradicional dos doces de fruta. Trocaram os frascos por bisnagas de alumínio, uma embalagem que dispensa as colheres e facas para barrar, não deixa oxidar a fruta e pode ser transportada para qualquer lugar. Aproveitaram as capacidades pessoais de cada um: Andreia é engenheira alimentar e tornou-se especialista no desenvolvimento de novos sabores; Jorge é engenheiro químico e pintor nas horas vagas. Inspirados pelos tubos de tinta do universo da pintura, os dois jovens empreendedores criaram a Meia Dúzia, uma marca bem portuguesa e com cheirinho gourmet. «Achamos piada às bisnagas e o produto que se encaixava melhor eram os doces de fruta, porque permitia fazer a comparação MEIA DÚZIA Sabores em bisnaga Os doces de fruta deixaram os tradicionais frascos e viajaram para embalagens saídas do universo da pintura Por Andreia Ferreira Fotografia Anabela Trindade entre as cores da bisnaga e a fruta. Cada cor é uma fruta e, assim, conseguimos reproduzir as paletes de cores do pintor», esclarece Jorge, o irmão mais velho. «Queremos sempre fazer misturas que não existam no mercado. Procurámos surpreender com a criação de sabores inesperados e únicos», dizem. E a verdade é que, desde o lançamento, em dezembro de 2012, nunca mais pararam de surpreender. As matérias-primas são portuguesas e produzidas por eles, na Quinta Nova, em Outiz, Vila Nova de Famalicão. Figo e laranja com canela, kiwi com moscatel do Douro, pera rocha e groselha com cidreira e pimenta rosa, doce extra de morango com Vinho do Porto e malagueta Já lá vão 28 misturas de sabores para compotas e os testes não vão parar. A mais recente «experiência de sabor», como são apelidadas as misturas, é banana Mais do que meia dúzia de talentos Mal terminou a licenciatura, Andreia lançou- -se na aventura da Meia Dúzia. Começou a fazer pesquisa e a desenvolver novos sabores com Jorge, que manteve o seu emprego na área da certificação e é o responsável pela área comercial e de comunicação da marca. «A Andreia, como empreendedora, faz tudo. Contabilidade, produção, desenvolvimento do produto, marketing, imagem, compras... Está presente em todas as áreas. Eu posso dar sugestões, mas ela é que concretiza», elogia Jorge. Em pouco mais de um ano, a Meia Dúzia foi somando sucessos. Cerca de 30 experiências de sabores em compota, 12 chás, 12 licores e seis experiências com chocolate num mercado cada vez mais alargado. Além da loja oficial, localizada no Marshopping, em Matosinhos, a Meia Dúzia conta com mais de cem pontos de venda em lojas gourmet de todo o País e até foram contactados para exportar os produtos. «No estrangeiro, os nossos produtos já podem ser encontrados na Bélgica, na Alemanha, em Londres, em Viena de Áustria, Barcelona», garante Andreia, perdendo o fio à meada. A receita para o sucesso? Fazer coisas diferentes e agradar ao cliente. «A lógica é inovar, sempre. Respeitamos a nossa imagem, a harmonia das cores, um degradé que seja agradável aos consumidores. Mas trabalhamos mesmo muito», afirma Jorge, recordando que o império da Meia Dúzia se constrói apenas com oito pessoas. Seguindo a lógica de inovação que os irmãos tanto primam, a Meia Dúzia prepara- -se para adicionar uma nova gama aos seus produtos. Mas como o segredo é a alma do negócio, vamos ter de aguardar para saber. 18 a revista da caixa

19 automóveis a GLA 200 CDI Aventureiro O Mercedes-Benz GLA é um crossover compacto premium, com estética arrojada e sempre disponível para procurar caminhos alternativos A MERCEDES-BENZ TEM estado bastante ativa nos últimos tempos, diversificando a oferta com produtos destinados a preencher espaços na gama que ainda não estavam ocupados. O construtor alemão identificou necessidades e respondeu com automóveis que, apesar de não serem propriamente uma revolução no mercado, mudaram decididamente a imagem da marca. Modelos como o CLS Shooting Break ou o CLA contribuíram, fortemente, para essa mudança e o ciclo de renovação também ajudou. Os modelos das Classes S, E e C estão a ser alvo de forte procura e os compactos, como o novo Classe A, não podem ser dissociados do recorde de vendas recentemente anunciado: março foi o melhor mês de sempre para a insígnia e o primeiro trimestre deste ano fica já marcado como o melhor na sua longa história. Por Luís Inácio Baseado no Classe A, o novo GLA marca a estreia do construtor na categoria dos crossover compactos e é um dos modelos que está a contribuir para estes bons resultados. Com uma estética cativante e divertido de conduzir sobretudo em estradões de terra batida, o GLA deixa marca à sua passagem. Num interior com desenho semelhante ao do Classe A, destaca-se o espaço disponível em altura e a qualidade geral. E também se saúda a capacidade da mala, que, com 421 litros, permite uma utilização familiar. Quanto ao motor, trata-se de um bloco 2.2 com 136 cv garantia de consumos comedidos e emissões de 114 g/km, associado, na versão testada, a uma caixa manual de seis velocidades. Só lhe falta mesmo o sistema de tração integral 4Matic para poder ir mais além, mas, mesmo sem ele, não deixa de ser, já, um concentrado de emoções. CAIXADRIVE O cartão Caixadrive (1) é o parceiro ideal para as suas viagens, permitindo beneficiar de descontos sempre que abastece o automóvel. Usufrua de descontos de 3%, num máximo de 20 euros mensais, nas compras e abastecimentos efetuados com o Caixadrive nas estações de serviço da Repsol em Portugal. Se efetuar compras de valor superior a 250 euros (por cada ciclo de extrato) fora das estações de serviço da Repsol, beneficiará de um desconto suplementar de mais 3% sobre todas as compras e abastecimentos efetuados nas estações de serviço da Repsol, com limite de três euros mensais. Os abastecimentos pagos com este cartão estão isentos da comissão de abastecimento de combustível. Os descontos dos cartões Caixadrive são cumulativos com outros em vigor (ex.: desconto Caixadrive + de fim de semana + de cartão de sócio do SL Benfica). Com uma gestão eficaz dos vários descontos, os titulares do Caixadrive poderão usufruir dos melhores preços do mercado. Além disso, os titulares do Caixadrive beneficiam de um pacote de seguros e de vantagens em parceiros associados ao cartão. (1) TAEG de 21,8%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 19,75%. habitáculo A qualidade dos materiais e da montagem são argumentos num interior esteticamente semelhante ao do Classe A a revista da caixa 19

20 c culto SWEET CHARITY Moda ao ombro Christian Louboutin, o designer francês famoso pelos sapatos que cria, surpreende-nos com uma prática shoulder bag para usar todos os dias e levar o seu telefone, chaves e cartões nesta primavera. Encontra-a nas lojas Fashion Clinic, em Lisboa e no Porto. GALET Moda no pé A coleção primavera/verão 2014 da casa francesa Hermès é construída em volta do tema do ano a Metamorfose. Trata-se de uma reinterpretação de detalhes emblemáticos e de uma mistura de materiais e cortes. A qualidade, essa, está garantida pela manufatura, tornando cada peça num exemplar único. BIKE Acelerar a pedal A Porsche renovou a sua coleção de bicicletas, propondo três novos modelos para diferentes utilizações. A Porsche Bike (na foto) é o modelo mais dedicado a uma utilização urbana e está equipado com GENTLEMEN ONLY INTENSE Homem intenso Gentlemen Only, de Givenchy, surge reinterpretado num intense amadeirado com pele e couro. Uma fragrância mais sensual e com maior profundidade do que a original, a que se acede através de uma tampa preta mate. Só para eles. Para combinar com um bom fato nas melhores festas deste verão. sistema Shimano Alfine e travões de disco Magura. Cruzar as cidades sem emissões e com a marca do construtor alemão de automóveis desportivos deixou de ser um contrassenso. COLOR BLOCK Não bloqueie o estilo As amplas proporções na frente e as hastes de metal são a combinação escolhida pela Fendi, numa coleção pensada para uma mulher contemporânea e que celebra a feminilidade. Disponíveis na André Opticas, onde os titulares de alguns cartões da CGD beneficiam de 15% de desconto em óculos de sol, entre outras vantagens. Saiba quais os cartões em Usufrua das vantagens que o cartão de crédito Caixa Gold (1) proporciona. Além de poder aderir à função de arredondamento e poupar sempre que o utiliza em compras, este cartão tem associado benefícios em vários parceiros e um completo pacote de seguros. Saiba mais em (1) TAEG de 22,1%, para um montante de 2500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 17,75%. 20 a revista da caixa