Capítulo5 - EVOLUÇÃO DO TRATOR, CLASSIFICAÇÃO E PERSPECTIVAS DA TRATORIZAÇÃO NO BRASIL

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1 Capítulo5 - EVOLUÇÃO DO TRATOR, CLASSIFICAÇÃO E PERSPECTIVAS DA TRATORIZAÇÃO NO BRASIL Trator - dicionário de Oxford - motor de tração Trator - patente norte-americana de 1890, para um motor de tração a vapor, montado sobre esteiras. Sensível impulso na 1 a guerra mundial e, personalidade própria na 2 a quando teve a demanda aumentada por alimentos e fibras, com pouca mão de obra disponível. A lei de provas de tratores de Nebrasca (USA), baixada em 1919, especificava que cada trator vendido no estado, devia ser testado, com a publicação dos resultados. Além disso, o fabricante era obrigado a manter suprimento adequado de peças para reposição. O tamanho dos tratores cresceu com as dimensões das fazendas. Em 1950, 90,8% de todos os tratores de rodas fabricados, tinham menos que 35 HP, enquanto que até 1960 a percentagem desses tratores reduziu-se para 17% EVOLUÇÃO CRONOLÓGICA DOS TRATORES 1858: uma máquina a vapor para arar o solo, por J.W. FAWKES, rebocou 8 arados a 4,83 km/h em solo virgem. 1873: o engenho a vapor de PARVINS foi, provavelmente, a 1 a tentativa norteamericana de uma máquina sobre esteiras, se bem que a repartição de patentes dos E.U.A registre modelos de tratores desse tipo, no início da década de : foram concedidos as patentes Otto para um motor à combustão interna. 1889: uma companhia, pelo menos, construiu um trator movido à combustão interna. 1908: realizadas as primeiras provas de tratores em Winnipeg. de 1910 a 14: primeira demonstração de tratores é realizada nos E.U.A, em Omaha, Nebrasca, em de 1915 a 19: surge a tomada de força - é promulgada a lei de provas de tratores de Nebraska. de 1920 a 24: obtido um trator agrícola de uso geral, com grande sucesso. de 1925 a 29: a tomada de força foi sendo adotada gradualmente. de 1930 a 37: aplica-se o motor diesel aos grandes tratores; surgem os pneus e as altas velocidades;

2 86 CAPÍTULO 5 - Evolução do trator, classificação e perspectivas da tratorização no Brasil adota-se o equipamento elétrico completo; aumenta o interesse pêlos motores de alta compressão; tem aceitação geral o trator para todos os fins. de 1937 a 41: generaliza-se a aceitação das TDP e a localização dos engates, conforme a padronização ASAE e SAE; introduz-se os sistemas de arrefecimento pressurizado; adota-se, genericamente, o enchimento líquido dos pneus para aumentar o peso para tração; surgem os implementos, engate e articulação de três pontos; introduz-se o controle hidráulico automático de tração. de 1941 a 49: adota-se a tomada de força ativa; adota-se o controle hidráulico para os implementos tracionados; introduzem-se os tratores para queima de gases liquefeitos de petróleo; expandem-se rapidamente os microtratores; de 1950 a 60: aumenta rapidamente a potência dos tratores; aumenta a percentagem de tratores diesel; tornam-se amplamente acessíveis refinamentos tais como: direção com servo-motor, transmissões automáticas e transmissões com maior número de marchas. de 1960 em diante: as evoluções sofridas são inúmeras, visando, cada vez mais, maiores rendimentos, em todos os campos de atuação, com um menor esforço do homem ALGUNS TIPOS DE TRATORES As aplicações variadas, as adaptações e os refinamentos do trator resultaram na evolução gradual de diversas classificações reconhecidas como importantes. uma dessas, descritiva, baseia-se na disposição dos componentes do quadro e da tração, indicando as denominações, os detalhes da conformação geral ou o emprego desse tipo: 1. utilitário; 2. de cultivo em fileiras: 3. standard; 4. de esteiras: 5. transportador de equipamento; 6. de tração dianteira;

3 EGR 1003 MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS Prof. Airton dos Santos Alonço de tração nas quatro rodas, direção pelo volante; 8. de tração nas quatro rodas, direção pelo chassi; 9. transportador de implementos 10. microtrator de jardim. 2 rodas UTILITÁRIO Concebido para atender fins industriais, não difere muito do tipo "standard", exceto pelo menor tamanho e por dispor de mais acessórios, tais como rodas ajustáveis e engate de três pontos DE CULTIVO EM FILEIRAS Além de serem aplicáveis ao trabalho de tração, são especialmente adaptáveis para a semeadura em linhas, pela existência de dispositivos que permitem o acoplamento rápido do equipamento variando, de lavoura ou de cultivo, assim como os implementos para tarefas tais como a ceifa e a movimentação do feno. podem ser de quatro rodas ou do tipo triciclo, sendo este preferível nos casos de certos espaçamentos de fileiras ou de semeadura com os leitos de sementes em camalhões STANDARD Foi desenvolvido com a finalidade de servir como unidade de tração ou de reboque. Sua conformação não mudou muito durante o último meio século. caracteriza-se pela tração por meio das duas rodas traseiras com centro de gravidade localizado aproximadamente a um terço da distância entre eixos, a frente do eixo traseiro TRANSPORTADOR DE EQUIPAMENTO Foi desenvolvido, especialmente por alemães e soviéticos. este trator é uma tentativa para que uma unidade de força execute certo número de tarefas. dispensa-se atenção especial à facilidade com que podem ser acoplados equipamentos variados e a versatilidade da unidade.

4 88 CAPÍTULO 5 - Evolução do trator, classificação e perspectivas da tratorização no Brasil TRANSPORTADOR DE IMPLEMENTOS Este tipo tenta estender-se mais além do que o tipo "transportador de equipamentos", no emprego da unidade de força. é projetado de forma a permitir a troca rápida de máquinas completas, tais como a de ceifar e trilhar, a de colher milho ou a de enfardar MICROTRATORES DE JARDIM Este tipo existe, de uma ou outra forma, quase desde a aparição do motor a combustão interna, mas somente ao tempo da 2 a guerra mundial é que passaram a ser empregados generalizadamente. A disponibilidade de motores pequenos, baratos e compactos e a urbanização dos lares encorajam numerosos fabricantes a entrar no mercado TRATORES DE TRAÇÃO DIANTEIRA Ainda que tenham sido objeto de atenção por muito tempo, e alguns, colocados no mercado, não foram bem recebidos, e, hoje, não existem modelos desse tipo à venda, exceto como adaptações de microtratores CLASSIFICAÇÃO DOS TRATORES Os tratores agrícolas, podem também ser classificados de acordo com sua potência (no motor). segundo a ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), temos: de 50 a 99 CV; de 100 a cultivadores motorizados; até 49 CV; 199CV; acima de 200 CV. Segundo a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e ASAE - American Society of Agricultural Engineers, para efeito de classificação quanto às dimensões dos pontos de engate do levante hidráulico de tratores, podem ser divididos em quatro categorias, conforme a faixa de potência ou tração mínima na barra de tração, como:

5 EGR 1003 MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS Prof. Airton dos Santos Alonço 89 CATEGORIA I: de 20 a 45 CV ( trator com até 1150 kgf de força de tração máxima na barra (segundo a P-PB-84/ABNT); de 20 a 35 HP (segundo ASAE S ). CATEGORIA II: de 40 a 100 CV (trator com mais de 1150 kgf de força de tração máxima na barra (segundo a P-PB-84/ABNT)); de 40 a 100 hp (segundo ASAE S ). CATEGORIA III: de 80 a 168 HP (incluindo a "categoria III-normal" e a "categoria III-estreita"). (segundo ASAE S ). CATEGORIA IV: de 180 a 400 HP (incluindo as subcategorias "normal" e "estreita"). (segundo ASAE S ). De acordo com o anuário estatístico do Brasil (1984), da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, para avaliação de tratores utilizados nos estabelecimentos agrícolas recenseados, estes são classificados de acordo com sua potência, como segue: menos de 10 CV; de 10 a menos de 20 CV; de 20 a menos de 50 CV; de 50 a menos de 100 CV; de 100 CV e mais. NOTAS

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