ANEXO I. PROJETO De Extensão de Curta Duração
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- Laís Bayer Cipriano
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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA REITORIA ANEXO I. PROJETO De Extensão de Curta Duração 1. IDENTIFICAÇÃO 1.1 Título do Projeto: Sexualidade, corporeidade e direitos humanos na adolescência. 1.2 Câmpus de Origem: Panambi 1.3 Área: Projetos Sociais 1.4 Linha Temática: Grupos Sociais Vulneráveis 1.4 Outros Câmpus Envolvidos: -- Selecione Outras Instituições Envolvidas: Secretaria Municipal de Educação/Panambi-RS 1.6 Público Beneficiado: Alunos do 9 ano das Escolas Públicas Municipais de Ensino Fundamental Princesa Isabel e Madalena (escola que foram indicadas em reunião em pela Secretaria Municipal de Educação de Panambi). 1.7 N de Pessoas a serem Beneficiadas: Alunos: Período de Realização: de junho a novembro de Local a ser Realizado: Dependências das Escolas Públicas Municipais 1.10 Carga Horária Total do Curso (somente para projetos de curta duração): Situação do Projeto: Em produção Projeto: Novo Relação com o -- Selecione -- Ensino: Relação com a Pesquisa: Coordenador do Projeto: Graciele Dotto Castro 2. DADOS DO PROJETO: 2.1 Objetivos (Geral e Específicos máximo 4): Atuar com ações educativas (associadas aos temas da sexualidade, do gênero, da qualidade de vida, da saúde, da ética, da valoração humana e do relacionamento interpessoal) com foco na preparação para o futuro, por meio de metodologias que
2 visem integrar e envolver os jovens educandos na construção de conhecimento em prol do desenvolvimento pessoal e social. Específicos: Trabalhar a temática da ética e da moral, com foco na discussão sobre a valoração das virtudes positivas de cada um e do respeito às diferenças, estimulando a autoestima e a mudança de foco dos defeitos para as qualidades de si e do outro; Promover espaços de discussão sobre a questão da sexualidade, da gravidez na adolescência e a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST s.); Desenvolver espaços de construção de conhecimento sobre questões polêmicas do âmbito escolar ligadas direta ou indiretamente à sexualidade, como: o racismo, o sexismo, a homofobia, o preconceito social e o valor da mulher; com intuito de trabalhar a resolução de conflitos entre os pares; Discutir sobre a violência de gênero e a gravidez na adolescência com foco no projeto de vida pessoal de cada estudante do grupo. 2.2 Justificativa (técnica/econômica/social): A elaboração desse trabalho surge a partir de uma demanda da rede municipal de educação, em função da dificuldade de um espaço (tanto de tempo, quanto de recursos humanos disponíveis) na escola para trabalhar a questão da vulnerabilidade 1 social e suas consequências em relação à educação sexual. Em reunião sobre a demanda desse projeto, com Secretaria Municipal de Educação de Panambi, os membros da equipe municipal apontaram os altos índices de gravidez na adolescência 2 e as dificuldades de trabalhar com seus alunos a questão da sexualidade, situação que segundo eles gera problemas os quais passam de geração em geração em algumas famílias, tidas como grupo de risco por sua vulnerabilidade social que de certo modo se perpetua. Essas informações indicam a necessidade de um trabalho sobre a questão da 1 O conceito de vulnerabilidade é indicado para entender as experiências dos jovens diante dos riscos, assim como para buscar identificar questões (de gênero; de raça/etnia e classe social; ligadas a condições de vida, de saúde; de acesso ou não à informação; etc.) que podem aumentar o grau de vulnerabilidade diante dos riscos. Define-se vulnerabilidade como a capacidade do indivíduo de decidir sobre sua situação de risco, estando associada a fatores individuais, familiares, culturais, sociais, políticos, econômicos e biológicos (SÃO PAULO, 2006, p. 21). 2 O período da adolescência é marcado por vulnerabilidades, em função do grande número de conflitos sociais, psicológicos, físicos, dentre outros. Nesse período há um impulso na descoberta do prazer, o que demanda necessidade de ações de educação na área da saúde para orientação de qualidade sobre sexualidade. Um fato importante que deve ser abordado é a o início prematuro da vida sexual, que contribui para o aumento dos índices elevados de infecção por DST s e de gravidez precoce (BESERRA et al, 2008).
3 sexualidade e de pontos de intersecção com o assunto (como: gênero, violência de gênero e doméstica, ética e valores, autoestima, sexismo, planejamento de vida, mediação de conflitos, homofobia, etc.). A finalidade é contribuir para diminuir os índices de gravidez na adolescência, através da reflexão sobre novas possibilidades de projetos de vida; sobre o conhecimento de ganhos e perdas sobre suas escolhas pessoais, tentando através da construção de novas perspectivas possíveis de vida, abrandar assim os problemas sociais, familiares e econômicos decorrentes. A adolescência, fase de vida que abrange o fim da infância e o período que antecede a vida adulta (RODRIGUES, 2010), é caracterizada por muitas experimentações e mudanças físicas, sociais, cognitivas, hormonais, emocionais, etc. É uma fase da vida, de acordo com São Paulo (2006), caracterizada por uma diversidade de mudanças que faz do adolescente um desbravador do mundo (das pessoas, coisas e de si próprio). Como explorador que é o adolescente, muitos temas (como o da sexualidade, das doenças sexualmente transmissíveis, dos preservativos, das drogas e outros que também são ligados à saúde), podem ser atraentes. Diante desse leque variado de mudanças tanto os pais quanto os jovens não estão preparados para lidar com os conflitos que surgem a partir da constante reconstrução dos filhos e da interação entre pais e filhos, que se dá diariamente nas relações familiares. Se as famílias não estão em equilíbrio (situação que não garante desenvolvimento adequado dos adolescentes), podem surgir diversos problemas, que afastam entre pais e filhos, prejudicando a interação e consequentemente a orientação destes, comprometendo a qualidade do desenvolvimento. Nos casos em que as relações interfamiliares já eram complexas antes da entrada dos filhos na adolescência, a situação de desenvolvimento tem indicadores mais preocupantes, sugerindo agravamento nos quadros de negligência e violência em relação aos adolescentes. Estes tendem a procurar orientações fora do seio familiar, muitas vezes, em grupos de adolescentes ou de outros sujeitos adultos, os quais não tem maturidade, vivências e/ou conhecimentos adequados para fazer direcionamentos. Apesar do acesso fácil a informação, observa-se que a ausência de informação adequada e atualizada dificulta o controle dessas doenças, resultando na falta de visibilidade dessa problemática (BESERRA, 2008, p. 33) das DST s. A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que o maior índice de incidência das DST s é verificado na adolescência, abrange 25% dos jovens com idade inferior a 25 anos (RODRIGUES, 2010), sendo que a vulnerabilidade pode aumentar em função de fatores biológicos, psíquicos e sociais (TAQUETTE1, DE VILHENA e DE PAULA,
4 2004). Situação que justifica a importância de trabalhos com grupos de adolescente, especialmente em situações de vulnerabilidade social. As situações familiares conflitantes podem gerar violência entre os pares no lar (violência doméstica) e nas relações sociais (amigos ou em relações amorosas) dos adolescentes. Devemos considerar que a violência é avaliada, no Brasil, como um grave problema de saúde pública. É a responsável pelos maiores índices de morte de crianças e adolescentes maiores de cinco anos de idade, população que com frequência tem violação dos direitos básicos, dentre eles acesso a escola, a assistência à saúde e, especialmente aos cuidados fundamentais para o seu desenvolvimento saudável. Os maus tratos são uma das formas de manifestação da violência contra a criança e o adolescente, ocorrendo por meio da omissão, da supressão e da transgressão dos seus direitos (SBP, FIOCRUZ e MJ, 2001). Tornando-se importante o empoderamentos dos adolescentes em relação ao conhecimento de seus direitos e deveres. Nesse contexto de violência, deve-se considerar a violência gerada pela intolerância em relação às diferenças, em especial as diferenças de gênero. O respeito à diversidade sexual é um exercício de cidadania que deve ser garantido, de forma que cada jovem pode expressar suas vontades, seus desejos e viver sua vida íntima de forma livre, para tanto é necessário conhecer conceitos, receber orientações em prol de poder vivenciar com igualdade as diferenças (RIO GRANDE DO SUL, 2014). Esse é um processo que exige diálogo e orientação constantes, para evitar danos psicológicos e sociais nos sujeitos que se encontram em formação de identidade, ou seja, no adolescer. 2.3 Resultados esperados Gerar um ambiente de discussão e de construção de conhecimento sobre os aspectos que o projeto intenta abordar (sexualidade, DST s, gênero, violência, respeito, sexismo, homofobia, etc.) e, também, sobre si (autoconhecimento para tomada de decisão); Contribuir para o planejamento de vida dos adolescentes a curto e longo prazo, considerando a ética, a valoração humana e o relacionamento interpessoal; Incidir sobre a conscientização da importância para si e para o âmbito social, familiar e econômico da prevenção em saúde física e mental.
5 2.4 Métodos: O foco será o desenvolvimento de atividades dinâmicas com o instituto de despertar o interesse dos alunos envolvidos, com a utilização de elementos frequentes em sua vida cotidiana, como: * Imagens temáticas, com ou sem frase ou títulos, disparadores de debates; * Explanação breve, com ou sem recursos midiáticos, sobre conceitos chaves para a discussão; * Músicas e/ou letras de músicas e vídeos (de domínio público) que abordam as questão alvo do projeto sobre a adolescência, como: Era uma vez outra Maria e Minha vida de João; * Dinâmicas de grupo. 2.5 Ações previstas: Realização de grupos de encontro com limite de participantes entre 10 ou 15 adolescentes utilizando disparadores de discussão dos conteúdos a serem abordados. No início do processo fazer a criação de uma Caixa de Projeto de Vida, em que cada um deve elencar planos para o futuro. No final do processo, os adolescentes devem novamente fazer seus planos e comparar as diferenças, se houverem, após a construção de conhecimento sobre si e sobre os temas abordados que o grupo proporcionou. 2.6 Disciplinas / Ementas / Conteúdos Programáticos/ Avaliação: Disciplinas: Sexualidade, corporeidade e direitos humanos na adolescência. Ementa: Questões de gênero e sexualidade. Violência de gênero. Autoestima. Ética. Tomada de decisão. Gravidez na adolescência. Doenças sexualmente transmissíveis (DST s). Direitos humanos. Conteúdos Programáticos: Discutir o tema da sexualidade; das DST s; da gravidez na adolescência; da ética, da moral e do respeito; do planejamento de vida, do sexismo, do gênero; da violência; da autoestima, etc.; Abordar as consequências possíveis (no nível pessoal, familiar, econômico e social) das doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez na adolescência.
6 Avaliação: será feita através da Caixa de Projeto de Vida, espaço de comparação entre os benefícios que o projeto pode proporcionar em relação aos objetivos e metas dos estudantes em relação ao seu futuro. Também, no final de cada encontro do grupo, será disponibilizado um espaço de tempo para o grupo avaliar o encontro e propor as modificações necessárias. 2.7 Referências: BESERRA, E. P.; PINEHIRO, P. N. C.; ALVES, M. D. S.; BARROS, M. G. T. Adolescência e vulnerabilidade às doenças sexualmente transmissíveis: uma pesquisa documental. DST - J bras Doenças Sex Transm, 20(1): 32-35, Acesso em: 18/02/2015 Disponível em: RODRIGUES, M. J. Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) na Adolescência. XXII reunião do hospital de crianças Maria Pia: contracepção e gravidez na adolescência. Nascer e Crescer - revista do hospital de crianças Maria Pia. Vol. XIX, n.º 3, S200, Acesso em: 17/02/2015 Disponível em: RS (Rio Grande do Sul); SPM (Secretaria de política para as mulheres). Direitos iguais nas diferenças: Cartilha da diversidade de gênero SÃO PAULO (Cidade). Secretaria da Saúde Manual de atenção à saúde do adolescente./ Secretaria da Saúde. Coordenação de Desenvolvimento de Programas e Políticas de Saúde- CODEPPS. Manual de atenção à saúde do adolescente. São Paulo: SMS, 328p, Acesso em: 17/02/2015. Disponível em: SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz), MJ (Ministério da Justiça) Guia de Atuação Frente a Maus-tratos na Infância e na Adolescência orientações para pediatras e demais profissionais que trabalham com crianças e adolescentes. 2ª edição, Rio de Janeiro, 2001, p.11. TAQUETT, S. R.; DE VILHENA, M. M. E DE PAULA, M. C. Doenças sexualmente transmissíveis na adolescência: estudo de fatores de risco. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 37(3): , mai-jun, Acesso em: 23:02/2015 Disponível em: Pré-Requisitos para o público beneficiado: Alunos do 9 ano das Escolas Públicas Municipais de Ensino Fundamental Princesa Isabel e Madalena (escola que foram indicadas em reunião em pela Secretaria Municipal de Educação do município de Panambi).
7 2.9 Operacionalização: Cronograma: Etapas de Execução JA N FEV MA R AB R MAI JU N JUL AG O SET OU T NO V Preparação x x Execução x x x x Avaliação x x x x DE Z Certificados: Para o Coordenador do Projeto Para os Instrutores do Projeto - Cintia Beatriz Goi, Graciele Dotto Castro, Maiara Berlt, Madalena Rotta e Versieri Oliveira de Almeida Para os Servidores de Apoio Não 3. DECLARAÇÃO DE CEDÊNCIA DE DIREITOS AUTORAIS Eu, Graciele Dotto Castro, Autorizo a destinação desse Projeto ao Banco de Projetos de Extensão, de forma que possa ser utilizado por outros servidores, sem restrições de qualquer natureza, desde que citada a autoria.
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