Análise do potencial de oferta e demanda de CRA em Mato Grosso. Brasília, 25/03/2014

Transcrição

1 Análise do potencial de oferta e demanda de CRA em Mato Grosso Brasília, 25/03/2014

2 O que é o ICV OSCIP com sede em Cuiabá-MT, fundada em 1991 Missão: Construir soluções compartilhadas para a sustentabilidade do uso da terra Área de atuação: Mato Grosso 3 escritórios: Cuiabá Alta Floresta Cotriguaçu 47 colaboradores

3 Conteúdo Metodologia Resultados Conclusões

4 Metodologia Construção de uma malha fundiária completa (BD de unidades fundiárias) Base SIMLAM (CAR e LAU) Base de assentamentos do Incra Eliminação de UC, TI, manchas urbanas e massas d água Simulação de lotes de assentamentos, considerando média Incra MT Simulação de lotes de propriedades não cadastradas, considerando área média de propriedade do Censo 2006 Cruzamento do BD de unidades fundiárias com a dinâmica de desmatamento Delimitação área florestal: Prodes/Inpe Desmatamento em área florestal: Prodes/ Inpe (até 2012) Desmatamento em área não florestal: Dinâmica/ SEMA-MT (até 2010) Simulação da aplicação do Código Florestal em cada unidade fundiária Classificação das un. fundiárias: Floresta/ Cerrado, Pequena/Grande (considerando o módulo fiscal por município) Situação de desmatamento em: 2001, 2008 e atual Estimativa de Ativo de CRA, Passivo de CRA, e Passivo a recuperar 2 situações: sem ou com ZEE Análise dos resultados

5 Categorias Fundiárias Categorias # (mil) Floresta Cerrado Total Área (mi ha) # (mil) Área (mi ha) # (mil) Área (mi ha) SIMLAM Não cadastrada Assentamento Sub-Total TI UC Total

6 Desmatamento Áreas em milhões de hectares Categorias Área total Floresta Desmatamento Até Após 2008 Acumulado até 2012 Área total Cerrado Desmatamento Até Após 2008 SIMLAM 22,4 7,4 2,5 0,1 10,0 15,2 6,9 1,2 0,1 8,2 Não cadastrada 16,0 6,1 1,7 0,1 7,9 15,7 5,9 1,0 0,1 7,0 Assentamento 3,1 1,5 0,7 0,1 2,3 1,3 0,4 0,2 0,0 0,6 Acumulado até 2012 Total Geral 41,5 15,0 4,9 0,3 20,2 32,2 13,2 2,4 0,2 15,8

7 Aplicação do CF a cada unidade fundiária Tamanho Propriedade Pequena Grande Floresta/ Cerrado Cerrado Floresta Ativo CRA Passivo CRA Passivo a Recuperar Remanescente atual Cerrado Remanescente atual >35% Floresta, sem ZEE Floresta, com ZEE - Se legal à época, remanescente atual >50% - Senão, remanescente atual >80% Remanescente atual >50% Não tem Desmatamento em 2008 >65% - Se legal à época, desmatamento 2008 >50% - Senão, desmatamento em 2008 >20% Desmatamento em 2008 >50% Desmatamento após 2008 excedente de 65% Desmatamento após 2008 excedente de 20% Desmatamento após 2008 excedente de 65% Desmatamento após 2008 excedente de 20%

8 Exemplos de aplicação do CF a cada unidade fundiária Simulação para Grande propriedade em área de Floresta (em % da área) Caso Desmatamento Legal à época? Sem ZEE Com ZEE Até 2001 Até 2008 Hoje Sim/ Não Ativo CRA Passivo CRA Passivo REC Ativo CRA Passivo CRA N N S N N S N S S N N S N Passivo REC

9 Resultados por bioma Em milhões de hectares Acrescentar oferta potencial das UCs, estimado em cerca de 1,5 mi ha

10 Ativos e passivos de CRA sem a aplicação do ZEE

11 Ativos e passivos de CRA com a aplicação do ZEE

12 Resultados por categoria fundiária Em milhares de hectares

13 Resultados por tamanho de propriedade Em milhares de hectares

14 Áreas Florestais: Resumo dos resultados Hoje, sem zoneamento e com 52% das áreas no SIMLAM, principalmente grandes, existe mais demanda que oferta potencial de CRA Com o cadastro das áreas médias e pequenas, a oferta e demanda potencial ficam equilibradas ZEE poderá reduzir em até 60% a demanda potencial, aumentando em até 10% a oferta Cerca de 20% da oferta potencial corresponde a áreas passíveis de desmatamento legal Áreas de Cerrado: A oferta já é muito maior que a demanda potencial, o que será agravado com o cadastro das pequenas propriedades Cerca de 80% da oferta potencial corresponde a áreas passiveis de desmatamento legal O passivo a recuperar é pouco significativo com relação ao total

15 Conclusões A oferta e demanda potenciais de CRA em Mato Grosso configuram a possibilidade de um mercado viável, porém os benefícios socioambientais do mecanismo dependerão da regulamentação e da estratégia do governo. Para CRAs de áreas florestais, a predominância da oferta de CRAs não passíveis de desmatamento legal, com menor custo de oportunidade, pode comprometer o papel da CRA para a conservação de áreas passíveis de desmatamento legal. Será necessário acoplar outros incentivos, possivelmente ligados ao carbono, para viabilizar a conservação dessas áreas. Para CRAs de áreas de cerrado, a viabilidade do mercado dependerá da demanda de outros estados. Mato Grosso deve definir Áreas prioritárias¹ que abranjam a maior parte dos seus ativos, especialmente aqueles passíveis de desmatamento legal. A inclusão no mecanismo de áreas pequenas, especialmente assentamentos, dependerá de uma ação de fomento por parte do governo. Municípios poderão ter um papel chave nessa ação. ¹ Áreas onde proprietários rurais de outros estados podem adquirir CRAs para compensar seus passivos de reserva legal