Como o empirista David Hume as denominam. O filósofo contemporâneo Saul Kripke defende a possibilidade da necessidade a posteriori.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Como o empirista David Hume as denominam. O filósofo contemporâneo Saul Kripke defende a possibilidade da necessidade a posteriori."

Transcrição

1 Disciplina: Filosofia Curso: Comunicação Social 1º ano Prof. Esp. Jefferson Luis Brentini da Silva A Estética A Estética Transcendental de Immanuel Kant 13/05/2014 Pretendo inicialmente produzir uma consideração da primeira parte da teoria do conhecimento da filosofia kantiana que é denominado como sendo a estética transcendental. Kant nessa estética procura demonstrar que tempo e espaço são formas puras da nossa intuição sensível e que possuem realidade empírica na medida em que são condições de possibilidade de nossa experiência O contexto em que surge a filosofia kantiana é antecedido pelo intenso debate entre filósofos denominados como racionalista e empirista, além do intenso progresso das ciências. Essas duas vertentes distintas divergiam em torno de muitas vias do conhecimento em todos os seus âmbitos, seja ele dado como conhecimento teórico, moral ou estético. O racionalista acreditava que o conhecimento tem por fundamento as idéias da razão, princípios racionais a priori e necessários; e que o sucesso do conhecimento científico era devido a esse seu caráter a priori sendo que o conhecimento matemático seria então o modelo principal do conhecimento que segue aqueles fundamentos. Já o empirista, por sua vez, acreditava que todo conhecimento, fora o matemático, tem por fundamento a experiência sensível, ou seja, ele é dado a posteriori; e o sucesso das ciências era devido à sua relação direta com a experiência sensível. Aqui, o conhecimento modelo, que deriva de tais fundamentos, seriam as

2 ciências como a física e outras que suam do método experimental, as chamadas relações de fato 1. Nesse embate nenhuma das duas correntes conseguia uma vitória sobre a outra. Os racionalistas explicavam o porquê do sucesso das ciências com os seus princípios a priori, e para ele a noção de a priori e necessário, o qual eles identificavam com a noção de juízo analítico e estendiam esse procedimento à metafísica. Mas estes não conseguiam explicar o porquê do fracasso da metafísica, que assistia a um debate que não chegava a lugar nenhum, sem conclusões seguras, contrariamente às ciências. Os empiristas, por outro lado, explicavam o fracasso da metafísica com a sua noção de que todo o conhecimento efetivo é o conhecimento que passa via algum dos sentidos, ou seja, é um conhecimento a posteriori, o qual ele identificava com os juízos sintéticos. Porém eles não conseguiam fundamentar as ciências somente apoiados nesse conhecimento a posteriori e contingente. Kant aparece no cenário filosófico buscando um meio termo entre estas duas correntes. Busca por um lado fundamentar as ciências e, por outro, abrir a possibilidade da metafísica no plano moral. Para isso ele propõe uma distinção que ainda não havia sido contemplada por racionalista, nem empiristas. A distinção consiste na separação da noção de conhecimento a priori da noção de juízo analítico, e da noção de conhecimento a posteriori da noção de juízo sintético. Contudo Kant não estabeleceu uma separação entre as noções de necessário e a priori, o que hoje constitui uma das críticas à sua filosofia 2. Kant estabelece que o conhecimento a priori é aquele que é independente da experiência e necessário; contrário a ele é o conhecimento a posteriori, que depende da experiência e é contingente. Já a noção de juízo analítico é a de que o predicado do juízo está expresso no sujeito, porém não somos informados de nada por tais juízos, por exemplo, cavalo é animal. Já nos juízos sintéticos o predicado não está contido no sujeito, logo, esse juízo nos informa algo do sujeito. De posse dessa distinção, Kant pretende descobrir se é possível um conhecimento sintético a priori. Esse tipo de conhecimento que Kant quer admitir consiste em um conhecimento que é sintético, na medida que é sobre a experiência e nos informa algo sobre ela; e é a priori, pois é independente da experiência. Mas como isso é possível? Ora, o conhecimento sintético a priori é o conhecimento das nossas estruturas cognitivas 1 Como o empirista David Hume as denominam. 2 O filósofo contemporâneo Saul Kripke defende a possibilidade da necessidade a posteriori. 2

3 prévias, o que significa que antes de um contato com o objeto, já sabemos algo sobre o objeto isso constitui o que Kant entende por transcendental. É a revolução copernicana : no conhecimento não se pode anular completamente o sujeito que conhece em favor do objeto, nem o contrário, o objeto conhecido ser anulado pelo sujeito, mas ele é uma relação entre estes dois, na qual o objeto se amolda àquelas formas de conhecer do sujeito. Com a possibilidade de tal conhecimento surge a distinção kantiana entre fenômeno e coisa-em-si. Se ao conhecermos um objeto impomos-lhe que se molde à nossa forma de conhecê-lo, então não podemos conhecer o objeto independentemente dessa nossa forma, ou seja, como o objeto seria em si mesmo. Podemos ainda supor que, se essas nossas formas de conhecer fossem diferentes, o objeto considerado por nos também poderia ser diferente, ou se apresentar de outra maneira a nós. Assim, não podemos conhecer à coisa em si mesma, mas apenas ao seu fenômeno que é até onde nosso intelecto nos permite ir. A partir da distinção entre fenômeno e coisa-em-si Kant cumpre o que pretendia 3, ou seja, fundir a noção racionalista do conhecimento com a noção empirista: fundamenta as ciências e demonstra o fracasso da metafísica, primeiro que o conhecimento científico implica em certa necessidade, e segundo que o nosso intelecto não nos permite ir além da experiência possível. Na base dessa fusão promovida por Kant está a Estética Transcendental, que é uma investigação acerca da sensibilidade pura, isto é, a sensibilidade antes de qualquer contato com o objeto. Ela é uma ciência de todos os princípios a priori da sensibilidade. Nela Kant tem a intenção de, primeiramente, isolar a sensibilidade abstraindo de todo o conteúdo do entendimento e seus conceitos restando apenas a intuição empírica. Depois, apartar da intuição aquilo que pertence à sensação, restando apenas a intuição pura. A sensibilidade e o entendimento são as fontes do conhecimento humano, e não pode haver um conhecimento efetivo se não for por meio deles: como no caso da razão, a faculdade das idéias incondicionadas, que tem idéias necessárias à moral, mas que, porém, não podem ser conhecidas, somente pensadas. Aqui tratarei somente daquela primeira fonte de conhecimento, tratando da segunda somente se for preciso. O entendimento e seus conceitos são temas da Lógica Transcendental. 3 A questão aqui não é a de saber se podemos ou não aceitar tal distinção, mas a de promover uma exposição que seja o mais fiel às intenções de Kant. 3

4 Kant começa a estética com as seguintes palavras: Não importa o modo e os meios pelos quais um conhecimento se refira a objetos, é pela intuição que se relaciona imediatamente com estes. (B 33) A partir da intuição nos relacionamos com os objetos no mundo e verifica na medida em que tais objetos nos são dados na sensibilidade. A sensibilidade é a capacidade de receber representações (receptividade); através dos objetos dados na sensibilidade temos a intuição. Essa intuição provocada pela sensação do objeto é a chamada intuição empírica; ela é a posteriori, isto é, somente pode ser verificada na experiência. A essa intuição Kant não se dedica tanto, pois sua investigação está mais preocupada com o que é a priori na intuição. Isso pode representar uma perca para seu pensamento, na medida em que pode implicar num afastamento da experiência: nossa maior fonte de conhecimento. O fundamento da intuição empírica, ou sua forma a priori, é algo que não pode ser apreendido na experiência, é uma representação pura. A essa representação pura Kant chama intuição pura; ela se encontra em nossa mente, segundo ele, independente dos objetos no mundo. Ela é na verdade o fundamento de nossa representação dos objetos no mundo. Kant procura estabelecer que essa intuição pura é constituída de espaço e tempo; o primeiro seria a forma do sentido externo, ou a representação dos objetos no espaço, e o segundo a forma do sentido interno, representação dos objetos no tempo. Kant faz o que ele chama de uma exposição metafísica e exposição transcendental dos conceitos de espaço e tempo. Na exposição metafísica do espaço, a idéia principal é a de que o espaço não é um conceito empírico abstraído da experiência externa, mas sim uma intuição pura. Essa intuição é, para Kant, a possibilidade para a própria experiência, na medida em que ela é uma representação a priori e necessária, que fundamenta todas as intuições externas; assim, não poderia haver nenhuma representação sem haja a representação a priori do espaço. O espaço também não é um conceito discursivo, ou um conceito universal das relações das coisas em geral; mas sim uma intuição pura a priori, da qual as proposições geométricas derivam. Kant diz o seguinte na exposição metafísica, já englobando o que tratará na exposição transcendental: (...) as proposições geométricas, como por exemplo, que num triângulo a soma de dois lados é maior que o terceiro, não deriva nunca de conceitos 4

5 gerais de linha ou de triângulo, mas da intuição, e de uma intuição a priori, com uma certeza apodítica (B39) Com a exposição transcendental do espaço, Kant quer mostrar como é possível o conhecimento sintético a priori a partir dessa intuição pura. Kant vê a geometria como uma a ciência que expõe sinteticamente e a priori as propriedades do espaço. A necessidade na qual implica suas proposições é devido ao seu caráter a priori. Portanto, conclui Kant, o espaço tem que ser uma intuição pura, pois dele deriva proposições necessárias. Das exposições metafísicas e transcendentais do espaço, Kant tira duas conclusões: uma é que o espaço não representa uma propriedade da coisa em si, nem dessas coisas nas relações entre si; outra é que o espaço é a forma de todos os fenômenos dos nossos sentidos externos, ele é a condição subjetiva da sensibilidade que permite a intuição externa. Dessa forma o espaço é subjetivo; somente podemos atribuílo às coisas na medida em que elas são objetos da nossa sensibilidade. Contudo não podemos fazer dessa condição particular da sensibilidade as condições da possibilidade das coisas em si mesmas. Mas, diz Kant, considerando o espaço sob o ponto de vista humano, então a regra assume validade universal e sem limitação. A realidade empírica do espaço referese a toda nossa experiência exterior possível; mas se abandonarmos a condição da possibilidade da experiência e o considerarmos como algo que se refere à coisa em si, o espaço e sua idealidade transcendental, nada são, além do espaço, segundo Kant, nenhuma outra representação subjetiva pode chamar-se a priori objetiva. Na exposição metafísica do conceito de tempo, Kant procura mostrar que o tempo não é um conceito empírico tirado da experiência, mas sim uma intuição fundamental. Ele diz que sem a representação a priori do tempo, nem a simultaneidade nem a sucessão se apresentariam à percepção, ou seja, somente com essa representação podemos demonstrar a existência de uma coisa num e mesmo tempo (simultaneidade), ou em tempos diferentes (sucessivamente). O tempo é uma representação fundamental que constitui a base de todas as intuições. Não podemos suprimir a noção de tempo dos fenômenos, porém podemos pensá-lo separadamente. O tempo é como o espaço, a condição da possibilidade dos fenômenos; e implica numa tal necessidade, que possibilita a existência de princípios apodíticos das relações do tempo ou dos axiomas do tempo em geral. Tempos diferentes não são simultâneos, mas sim sucessivos; assim como espaços diferentes são simultâneos, e não 5

6 sucessivos. Kant argumenta que se o tempo fosse extraído da experiência não teria tal universalidade nem certeza apodítica: somente poderíamos dizer que assim nos ensina nossa percepção comum, mas não que assim tem de ser. O tempo é, conclui Kant, uma noção pura da intuição sensível, e não um conceito discursivo. A exposição transcendental do conceito de tempo consiste na sua já mencionada necessidade que possibilita a existência de princípios apodíticos. A ciência que se funda nessa intuição é a aritmética e é devido ao caráter a priori do tempo que essa ciência tem juízos que implicam em necessidade. As conclusões de Kant sobre o conceito de tempo são: primeiro que o tempo não é algo que tem existência em si, ou seja, inerente às coisas como determinação objetiva; ele é condição a priori de todas as intuições. Segundo que ele é a noção do sentido externo, da intuição de nós e de nosso estado interior; assim, não pode ser determinação da coisa em si. E terceiro que o tempo é condição formal a priori de todos os fenômenos em geral: o espaço é condição da intuição externa, e o tempo é da intuição interna; porém, o tempo, que é condição imediata do sentido interno, é também condição mediata do sentido externo: assim podemos dizer, a partir do princípio do sentido interno, que todos os fenômenos em geral estão no espaço e no tempo. O tempo, como o espaço, diz Kant, somente tem valor objetivo em relação aos fenômenos, na medida em que é atribuído a objetos dos sentidos. Mas perde sua validade ao abstrairmos da sensibilidade da nossa intuição. A intuição é sempre sensível, pois é através dela que somos afetados por objetos. Ela é objetiva em relação aos fenômenos não às coisas em si. Para Kant, o tempo tem realidade empírica, ou seja, tem validade objetiva relacionada aos objetos que podem se apresentar aos nossos sentidos. Contudo não podemos saber se o tempo tem realidade empírica absoluta, como condição ou propriedade das coisas as propriedades que pertencem às coisas em si, não nos são dadas através os sentidos. Nisso consiste o que Kant chama de idealidade transcendental do tempo e do espaço: se abstraído de suas condições subjetivas, eles nada são, pois não pode ser atribuído às coisas em si mesmas, independentemente de suas relações com a nossa intuição. Quando aplicados aos fenômenos, tanto espaço quanto o tempo têm realidade objetiva, mas quando aplicados à coisa em si, sobre eles nada podemos dizer. Kant admite tempo e espaço como algo que é real, enquanto possui realidade subjetiva relativa à nossa experiência interna e externa. Eles não devem ser visto como 6

7 inerente aos objetos, mas ao intelecto do sujeito que os intui. Tempo e espaço são, para Kant, duas fontes de conhecimentos sintéticos a priori na matemática, neles se fundam geometria e aritmética, conferindo-lhes necessidade. Alguns problemas podem ser levantados acerca do pensamento kantiano. Por mais que ele parece ter cumprido o seu papel, ou seja, de ter fundido os empirismo e o racionalismo, suas soluções implicam em outros problemas. Um deles é o já mencionado problemas de Kant não haver feito uma distinção entre as noções de a priori e necessário, isso parece ter levado até às últimas conseqüências na busca da certeza apodítica. Parece-nos que tudo que é conhecido a priori é necessário, mas podemos algumas vezes ter um conhecimento a posteriori de uma proposição necessária. Mas não vou me aprofundar aqui, pois daria outro trabalho, o que não vem ao caso aqui. Outro problema parece ser o de negar a possibilidade de conhecer a coisa em si, mas por outro lado pretender conhecer a coisa em si do nosso intelecto. Kant deveria ter aberto a possibilidade do conhecimento da coisa em si para tratar o problema mais claramente. Nas exposições metafísicas dos conceitos de espaço e tempo, Kant está falando do espaço e do tempo como coisas em si, mostrando que estes não existem objetivamente no mundo, mas que são constituintes do nosso intelecto. A parte esses e outros problemas que podemos encontrar na filosofia kantiana, uma lição nos fica. A lição é que, de fato, por mais que não queiramos admitir todo aquele esquema de nosso intelecto arquitetado por Kant, a sua idéia fundamental, que é o de estabelecer o idealismo transcendental, não é excluída por isso, em favor de um realismo ou idealismo extremo. Em sua obra denominada Analítica do Belo Kant procura elaborar uma teoria concreta a respeito do belo e do sublime. Em primeira instancia formularei acerca da teoria proposta pelo filosofo supracitado acerca do belo e, a posteriori, sua teoria acerca do sublime. Kant para tentar conceituar o belo, divide sua teoria em quatro momentos, para fins didáticos, para permitir uma análise sucinta acerca do belo. O filósofo em questão inicia sua obra partindo sobre em qual via do intelecto devemos nos limitar para compreender a respeito da teoria proposta (o belo). Para distinguir se algo é belo, Kant pressupõe que deve-se partir da representação, e não do entendimento. Ou seja, surge das capacidades imaginativas do individuo e não das faculdades do conhecimento. 7

8 Logo, o juízo de gosto não esta engendrado na esfera do conhecimento (entendimento valores éticos e morais, epistemológicos, e etc.), e, consequentemente, esta ligado ao âmbito estético (ou seja, é dado de modo subjetivo). E, por conseguinte, limita-se à esfera representativa. Por belo, vale ressaltar quem quando buscamos saber se algo é belo, a única preocupação que deve haver acerca do caráter contemplativo (intuitivo, reflexivo) e não o que possa proceder ou necessitar adquirir a partir desse ajuizamento (é uma busca desinteressada). E, para que possa deferir que algo seja concebido como belo (elevandose a uma premissa universal) deve haver uma complacência, sendo esta eximia qualidade a respeito do belo dado por indiferente que sempre possa ser com respeito a existência do objeto dessa representação Vale ressaltar que o belo para elevar-se a categoria universal, deve abster-se de conceitos, uma vez que conceitos não oferecem passagem para o sentimento de prazer ou desprazer (levando em consideração apenas juízos de gosto e o seu caráter estético). O belo é algo que está na esfera da imaginação, de caráter contemplativo e, para tornar um objeto universalmente belo deve haver uma complacência (desinteressada), logo, é um objeto que, ao contemplá-lo, traz sentidos às sensações, ou seja, é algo que, na imediatez, se torna agradável (pois traz uma sensação, seja ela de prazer ou desprazer). Um ponto chave para compreender a respeito da crítica do juízo e necessário para conhecer acerca desta crítica é saber se no juízo de gosto o sentimento de prazer precede o ajuizamento do objeto ou se o ajuizamento precede o prazer e, a resposta de dá partindo do: universal como capacidade de comunicação do estado de animo na representação dada que, como condição subjetiva do juízo de gosto, tem de jazer como fundamento do mesmo e tem como consequência o prazer de um sem, no entanto, conceituá-lo A sensação está intrinsecamente ligada aos sentidos e podemos relacioná-la à representação objetiva dos sentidos e por agradável (pelo sentimento de agradável) se constitui a parte subjetiva do objeto de complacência. Por agradável vale lembrar que tal sentimento é dado do particular, a exemplo, o céu é agradável para mim, já o belo dá-se contrariamente ao agradável, pois, quando dá a um objeto o valor de belo, aquela denominação deve ser dada não só como algo que apraz somente a ele, mas, esse objeto dado como belo (para o particular) a outros 8

9 deve haver o mesmo valor. E, quando se trata da terminologia bom, poder-se-á inferir que o bom é representado por um conceito como objeto de uma complacência universal, e que não é da esfera do agradável nem do belo e está ligado aos juízos de verdade (e, consequentemente, a razão ao entendimento -). Após esse breve ensaio acerca do belo, vale questionar-se sobre a finalidade do belo (em Kant), o télos do belo está fundado em suas determinações transcendentais (sem objetivar-se nas engenhosidades empíricas) tendo apenas como fundamento e finalidade a observação e reflexão em um dado objeto em sua representação. E o juízo de gosto, por sua vez, tem como objetivo imputar e/ou denominar se determinado objeto é belo ou não, tendo assim, sua consequência necessária e determinante (tendo então como finalidade o de tornar-se uma lei objetiva pelo intermédio da complacência). Desta forma Kant teoriza que O Belo é o que é conhecido sem conceito como objeto de uma complacência necessária Já a respeito do sublime sua análise se funda em duas divisões dele, um no caráter matemático e outro de caráter estético. Por sublime refere-se a tudo que é absolutamente grande, ou como uma disposição de animo no qual ultrapassa todo padrão de medida, engendrados na esfera dos sentidos. O que difere o belo do sublime é que o sublime contém uma consciência de uma conformidade a fim subjetiva no caso da nossa faculdade do conhecimento, mas não uma complacência no objeto como no belo, e sim a ampliação da faculdade da imaginação em si mesma. Aqui me objetivarei apenas a respeito de sua avaliação acerca do sublime em seu caráter estético (intuitivo), passando vagamente nos conceitos matemáticos a respeito da teoria do sublime e suas grandezas. Para a definição de grandezas faz-se uso de dois termos que são fundamentais para a objetivação da teoria kantiana a respeito do sublime, a saber: I) Apreensão: que seu limite se estende ao infinito, sendo o seu máximo a medida fundamental (esteticamente) da avaliação das grandezas; e II) Compreensão: que, ao passo que a apreensão segue seu curso evolutivo, mais difícil se torna a compreensão e, desta maneira, passível compreende o que fora apreendido. A natureza é, para Kant, um modelo estético ideal de poder no qual não lança nenhuma força sobre nós, mas é dinamicamente sublime uma vez que sucinta o medo. Kant define poder como uma faculdade que se sobrepõe à grandes obstáculos e força é quando se sobrepõe a resistência daquilo que possui ele próprio poder. 9

10 Em suma o sublime (ou o ato de sublimidade) é quando o indivíduo encontrase frente a um obstáculo, que o causa desprazer e, enquanto o fraco (como Kant expressa, inculto) sucumbe a primeira dor vivente, o forte (o culto), por sua vez, deve progredir ao passo que a dor, e sentimentos quaisquer providos do descontentamento são postos a sua frente e, a posteriori, superados, transformando tudo o que antes era tido como desprazer (quando era dado como um objeto a ser superado o confrontamento com tal estágio-) em uma explosão de prazeres infinitos (ao superar essas barreiras postas à frente do indivíduo), ou seja, atingindo seu estado de sublimação. Referência Bibliográfica: 1. Kant, Immanuel. Crítica da Razão Pura. São Paulo: Martin Claret; 2. KANT, Immanuel. Analítica do belo. Trad. de Rubens Rodrigues Torres. Filhos. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural,

3 Tempo e Espaço na Estética transcendental

3 Tempo e Espaço na Estética transcendental 3 Tempo e Espaço na Estética transcendental 3.1. Exposição metafísica dos conceitos de tempo e espaço Kant antecipa então na Dissertação alguns argumentos que serão posteriormente, na Crítica da razão

Leia mais

Preocupações do pensamento. kantiano

Preocupações do pensamento. kantiano Kant Preocupações do pensamento Correntes filosóficas Racionalismo cartesiano Empirismo humeano kantiano Como é possível conhecer? Crítica da Razão Pura Como o Homem deve agir? Problema ético Crítica da

Leia mais

TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant ( )

TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant ( ) TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant (1724-1804) Obras de destaque da Filosofia Kantiana Epistemologia - Crítica da Razão Pura (1781) Prolegômenos e a toda a Metafísica Futura (1783) Ética - Crítica da

Leia mais

Kant e a filosofia crítica. Professora Gisele Masson UEPG

Kant e a filosofia crítica. Professora Gisele Masson UEPG Kant e a filosofia crítica Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson UEPG Immanuel Kant (1724-1804) Principais obras Crítica da razão pura - 1781 Fundamentação da Metafísica dos Costumes

Leia mais

Kant e o Princípio Supremo da Moralidade

Kant e o Princípio Supremo da Moralidade Kant e o Princípio Supremo da Moralidade ÉTICA II - 2017 16.03.2018 Hélio Lima LEITE, Flamarion T. 10 Lições sobre Kant. Petrópolis: Vozes, 2013 O Sistema kantiano Estética Transcendental Experiência Lógica

Leia mais

Capítulo 13 Em busca da beleza. (p.99) 1ª série Ensino Médio Filosofia Prof.º Tiago Fontanella.

Capítulo 13 Em busca da beleza. (p.99) 1ª série Ensino Médio Filosofia Prof.º Tiago Fontanella. Capítulo 13 Em busca da beleza. (p.99) 1ª série Ensino Médio Filosofia Prof.º Tiago Fontanella. Como identificar aquilo que é belo? A beleza para o pensamento moderno. A beleza está dissociada da bondade.

Leia mais

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura Adriano Bueno Kurle 1 1.Introdução A questão a tratar aqui é a do conceito de eu na filosofia teórica de Kant, mais especificamente na Crítica da

Leia mais

SERGIO LEVI FERNANDES DE SOUZA. Principais mudanças da revolução copernicana e as antinomias da razão pura.

SERGIO LEVI FERNANDES DE SOUZA. Principais mudanças da revolução copernicana e as antinomias da razão pura. SERGIO LEVI FERNANDES DE SOUZA Principais mudanças da revolução copernicana e as antinomias da razão pura. Santo André 2014 INTRODUÇÃO Nunca um sistema de pensamento dominou tanto uma época como a filosofia

Leia mais

A IMAGINAÇÃO PRODUTORA NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA 1

A IMAGINAÇÃO PRODUTORA NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA 1 A IMAGINAÇÃO PRODUTORA NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA 1 Hálwaro Carvalho Freire PPG Filosofia Universidade Federal do Ceará (CAPES) halwarocf@yahoo.com.br Resumo O seguinte artigo tem como principal objetivo

Leia mais

PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02

PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02 PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02 2 A EPISTEMOLOGIA: TEORIA DO CONHECIMENTO Ramo da filosofia que estuda a natureza do conhecimento. Como podemos conhecer

Leia mais

IMMANUEL KANT ( ) E O CRITICISMO

IMMANUEL KANT ( ) E O CRITICISMO AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se RUBENS aos pensamentos RAMIRO JR (TODOS emitidos DIREITOS pelos próprios RESERVADOS) autores que foram interpretados por estudiosos dos temas expostos.

Leia mais

Origem do conhecimento

Origem do conhecimento 1.2.1. Origem do conhecimento ORIGEM DO CONHECIMENTO RACIONALISMO (Racionalismo do século XVII) EMPIRISMO (Empirismo inglês do século XVIII) Filósofos: René Descartes (1596-1650) Gottfried Leibniz (1646-1716)

Leia mais

O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura

O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura Jean Carlos Demboski * A questão moral em Immanuel Kant é referência para compreender as mudanças ocorridas

Leia mais

IMMANUEL KANT ( ) E O CRITICISMO

IMMANUEL KANT ( ) E O CRITICISMO AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que foram interpretados por estudiosos dos temas RUBENS expostos. RAMIRO Todo JR exemplo (TODOS citado

Leia mais

Kant e a Razão Crítica

Kant e a Razão Crítica Kant e a Razão Crítica Kant e a Razão Crítica 1. Autonomia da vontade é aquela sua propriedade graças à qual ela é para si mesma a sua lei (independentemente da natureza dos objetos do querer). O princípio

Leia mais

KANT: A DISTINÇÃO ENTRE METAFÍSICA E CIÊNCIA. Marcos Vinicio Guimarães Giusti Instituto Federal Fluminense

KANT: A DISTINÇÃO ENTRE METAFÍSICA E CIÊNCIA. Marcos Vinicio Guimarães Giusti Instituto Federal Fluminense KANT: A DISTINÇÃO ENTRE METAFÍSICA E CIÊNCIA Marcos Vinicio Guimarães Giusti Instituto Federal Fluminense marcos_giusti@uol.com.br Resumo: A crítica kantiana à metafísica, diferentemente do que exprimem

Leia mais

TEORIA DO CONHECIMENTO. Aulas 2, 3, 4,5 - Avaliação 1 Joyce Shimura

TEORIA DO CONHECIMENTO. Aulas 2, 3, 4,5 - Avaliação 1 Joyce Shimura TEORIA DO CONHECIMENTO Aulas 2, 3, 4,5 - Avaliação 1 Joyce Shimura - O que é conhecer? - Como o indivíduo da imagem se relaciona com o mundo ou com o conhecimento? Janusz Kapusta, Homem do conhecimento

Leia mais

Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen

Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen 1 Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / felipe@monergismo.com GERAL Razão: capacidade intelectual ou mental do homem. Pressuposição: uma suposição elementar,

Leia mais

4 - Considerações finais

4 - Considerações finais 4 - Considerações finais Eduardo Ramos Coimbra de Souza SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros SOUZA, ERC. Considerações finais. In: Schopenhauer e os conhecimentos intuitivo e abstrato: uma teoria

Leia mais

A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações

A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações Marcio Tadeu Girotti * RESUMO Nosso objetivo consiste em apresentar a interpretação de Michelle

Leia mais

RESUMO. Filosofia. Psicologia, JB

RESUMO. Filosofia. Psicologia, JB RESUMO Filosofia Psicologia, JB - 2010 Jorge Barbosa, 2010 1 Saber se o mundo exterior é real e qual a consciência e o conhecimento que temos dele é um dos problemas fundamentais acerca do processo de

Leia mais

percepção vital não está localizada num órgão específico (por exemplo, o sentimento de fadiga corporal, pois esse está no corpo próprio do vivente,

percepção vital não está localizada num órgão específico (por exemplo, o sentimento de fadiga corporal, pois esse está no corpo próprio do vivente, 88 5 Conclusão Procuramos agora ver se nossa hipótese inicial pode ser aceita. Perguntamonos se o fenômeno da simpatia, como apresentado dentro do pensamento de Max Scheler, pode ter sua fundamentação

Leia mais

John Locke ( ) Inatismo e Empirismo: Inatismo: Empirismo:

John Locke ( ) Inatismo e Empirismo: Inatismo: Empirismo: John Locke (1632 1704) John Locke é o iniciador da teoria do conhecimento propriamente dita por que se propõe a analisar cada uma das formas de conhecimento que possuímos a origem de nossas idéias e nossos

Leia mais

IMMANUEL KANT ( )

IMMANUEL KANT ( ) CONTEXTO HISTÓRICO Segunda metade do século XVIII época de transformações econômicas, sociais, políticas e cultural-ideológicas. A Revolução Industrial e a consolidação do Capitalismo. A Revolução Científica,

Leia mais

A teoria do conhecimento

A teoria do conhecimento conhecimento 1 A filosofia se divide em três grandes campos de investigação. A teoria da ciência, a teoria dos valores e a concepção de universo. Esta última é na verdade a metafísica; a teoria dos valores

Leia mais

A origem do conhecimento

A origem do conhecimento A origem do conhecimento O Empirismo Empirismo experiência A única fonte de conhecimento humano é a experiência. (HESSEN, 1925, pg 68) O espírito humano está por natureza, vazio. (HESSEN, 1925, pg 68)

Leia mais

Teoria do Conhecimento:

Teoria do Conhecimento: Teoria do Conhecimento: Investigando o Saber O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer,

Leia mais

Esquematizar sem conceitos : a teoria kantiana da reflexão estética*

Esquematizar sem conceitos : a teoria kantiana da reflexão estética* Cadernos de Filosofia Alemã 7, P. 5-14, 2001 Esquematizar sem conceitos : a teoria kantiana da reflexão estética* Christel Fricke** Songez que je vous parle une langue étrangère... Racine, Fedro. A estética

Leia mais

TEORIA DO CONHECIMENTO O QUE É O CONHECIMENTO? COMO NÓS O ALCANÇAMOS?

TEORIA DO CONHECIMENTO O QUE É O CONHECIMENTO? COMO NÓS O ALCANÇAMOS? TEORIA DO CONHECIMENTO O QUE É O CONHECIMENTO? COMO NÓS O ALCANÇAMOS? Tem como objetivo investigar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento Vários filósofos se preocuparam em achar uma

Leia mais

Os Princípios da Razão a partir da Crítica da Razão Pura de Kant

Os Princípios da Razão a partir da Crítica da Razão Pura de Kant Os Princípios da Razão a partir da Crítica da Razão Pura de Kant The Principles of Reason as from the Critique of Pure Reason from Kant MOHAMED F. PARRINI MUTLAQ 1 Resumo: O artigo aborda sobre os reais

Leia mais

Professor Ricardo da Cruz Assis Filosofia- Ensino Médio IMMANUEL KANT

Professor Ricardo da Cruz Assis Filosofia- Ensino Médio IMMANUEL KANT Professor Ricardo da Cruz Assis Filosofia- Ensino Médio IMMANUEL KANT Nasceu em 1724 em Könisberg, na Prússia Oriental. Könisberg, foi a cidade onde viveu, onde estudou e onde ensinou. Começou por estudar

Leia mais

O espaço e o tempo como intuições puras: um estudo acerca dos argumentos presentes nas exposições metafísicas da Estética Transcendental

O espaço e o tempo como intuições puras: um estudo acerca dos argumentos presentes nas exposições metafísicas da Estética Transcendental PEREIRA, R. Ensaios Filosóficos, Volume III - abril/2011 O espaço e o tempo como intuições puras: um estudo acerca dos argumentos presentes nas exposições metafísicas da Estética Transcendental Rômulo

Leia mais

Unidade 04. Prof.ª Fernanda Mendizabal Instituto de Educação Superior de Brasília

Unidade 04. Prof.ª Fernanda Mendizabal Instituto de Educação Superior de Brasília Unidade 04 Prof.ª Fernanda Mendizabal Instituto de Educação Superior de Brasília Apresentar o período moderno da filosofia que contribuiu como base pré-científica para o desenvolvimento da Psicologia.

Leia mais

A teoria do prazer na introdução à Crítica da Faculdade do Juízo

A teoria do prazer na introdução à Crítica da Faculdade do Juízo A teoria do prazer na introdução à Crítica da Faculdade do Juízo The theory of pleasure in the introduction to the Critic of Power of Judgment Danilo Citro Mestrando pela Universidade Federal de Ouro Preto

Leia mais

AULA 01 FILOSOFIA DO DIREITO KANT E A FILOSOFIA CRÍTICA

AULA 01 FILOSOFIA DO DIREITO KANT E A FILOSOFIA CRÍTICA AULA 01 FILOSOFIA DO DIREITO KANT E A FILOSOFIA CRÍTICA 1. A VIDA DE EMANUEL KANT (1724 1804) Nasceu em Königsberg, cidade da Prússia, em 1724. A condição de sua família era modesta. Foi educado no Colégio

Leia mais

4. O sentido comum e a autonomia do gosto

4. O sentido comum e a autonomia do gosto 4. O sentido comum e a autonomia do gosto Neste último capítulo trataremos do sentido comum e da autonomia presentes no juízo de gosto, a fim de mostrar como tais temas nos ajudam a entender melhor a necessidade

Leia mais

FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS

FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS QUESTÃO - 36 Esperava-se que o estudante estabelecesse a distinção entre verdade e validade e descrevesse suas respectivas aplicações. Item

Leia mais

Curso de extensão em Teoria do Conhecimento Moderna

Curso de extensão em Teoria do Conhecimento Moderna MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO Curso de extensão em Teoria do Conhecimento Moderna (Curso de extensão)

Leia mais

I - A doutrina do esquematismo kantiano

I - A doutrina do esquematismo kantiano 18 I - A doutrina do esquematismo kantiano 1.1. A sensibilidade Tal como foi definido por Kant na Crítica da Razão Pura, o processo de conhecimento tem como ponto de partida a intuição, pois ela diz respeito

Leia mais

Entre a razão e os sentidos

Entre a razão e os sentidos PHOTO SCALA, FLORENCE/GLOWIMAGES - GALERIA DA ACADEMIA, VENEZA - CORTESIA DO MINISTÉRIO PARA OS BENS E AS ATIVIDADES CULTURAIS Entre a razão e os sentidos Homem vitruviano, desenho de Leonardo da Vinci,

Leia mais

Para despertar o interesse dos alunos para o tema abordado, será proposto o seguinte exercício:

Para despertar o interesse dos alunos para o tema abordado, será proposto o seguinte exercício: Plano de Aula de Filosofia para o Ensino Médio Tema: Empirismo e Criticismo Nesta aula espera-se que através das atividades reflexivas e investigações textuais, os alunos possam desenvolver, além dos conceitos

Leia mais

Faculdade de ciências jurídicas. e sociais aplicadas do Araguaia Carolina e Maria Rosa

Faculdade de ciências jurídicas. e sociais aplicadas do Araguaia Carolina e Maria Rosa Faculdade de ciências jurídicas e sociais aplicadas do Araguaia Carolina e Maria Rosa TEORIA GERAL DO CONHECIMENTO 06/47 20/03 Formas do Conhecimento SENSAÇÃO PERCEPÇÃO IMAGINAÇÃO MEMÓRIA LINGUAGEM RACIOCÍNIO

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TEORIA DO CONHECIMENTO E FILOSOFIA DA CIÊNCIA III 1º Semestre de 2009 Disciplina Optativa Destinada: alunos de Filosofia e de outros departamentos Código: FLF0445 Pré-requisito: FLF0113 e FLF0114 Prof.

Leia mais

Aula 19. Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant

Aula 19. Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant Aula 19 Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant Kant (1724-1804) Nasceu em Könisberg, 22/04/1724 Estudos Collegium Fredericiacum Universidade Könisberg Docência Inicialmente aulas particulares Nomeado

Leia mais

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA PROFESSOR: REINALDO SOUZA

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA PROFESSOR: REINALDO SOUZA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA PROFESSOR: REINALDO SOUZA Nada de grande se realizou no mundo sem paixão. G. W. F. HEGEL (1770-1831) Século XIX Revolução Industrial (meados do século XVIII) Capitalismo; Inovações

Leia mais

Teorias do conhecimento. Profª Karina Oliveira Bezerra

Teorias do conhecimento. Profª Karina Oliveira Bezerra Teorias do conhecimento Profª Karina Oliveira Bezerra Teoria do conhecimento ou epistemologia Entre os principais problemas filosóficos está o do conhecimento. Para que investigar o conhecimento? Para

Leia mais

IMMANUEL KANT ( )

IMMANUEL KANT ( ) IMMANUEL KANT (1724-1804) Algumas Obras: -Crítica da Razão Pura. -Fundamentação da Metafísica dos Costumes. -Crítica da Razão Prática. -A Religião no simples limite da Razão. O Ser humano guiar-se por

Leia mais

Introdução. Eduardo Ramos Coimbra de Souza

Introdução. Eduardo Ramos Coimbra de Souza Introdução Eduardo Ramos Coimbra de Souza SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros SOUZA, ERC. Introdução. In: Schopenhauer e os conhecimentos intuitivo e abstrato: uma teoria sobre as representações

Leia mais

CONSIDERAÇÕES A PROPÓSITO DO TEMPO NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA : UMA LEITURA INTRODUTÓRIA SOBRE AS POSSIBILIDADES DE CONHECIMENTO DO FENÔMENO TEMPO

CONSIDERAÇÕES A PROPÓSITO DO TEMPO NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA : UMA LEITURA INTRODUTÓRIA SOBRE AS POSSIBILIDADES DE CONHECIMENTO DO FENÔMENO TEMPO CONSIDERAÇÕES A PROPÓSITO DO TEMPO NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA : UMA LEITURA INTRODUTÓRIA SOBRE AS POSSIBILIDADES DE CONHECIMENTO DO FENÔMENO TEMPO João Vitor Gobis Verges 1 43 1 Discente de mestrado do programa

Leia mais

ATIVIDADE: AV. PARCIAL 3ª ETAPA DISCIPLINA: FILOSOFIA 2º ANO

ATIVIDADE: AV. PARCIAL 3ª ETAPA DISCIPLINA: FILOSOFIA 2º ANO ATIVIDADE: AV. PARCIAL 3ª ETAPA DISCIPLINA: FILOSOFIA 2º ANO QUESTÃO 0 Kant mostrou que a estrutura do pensamento se dá sob a forma de juízos. A partir dessa hipótese, elaborou as doze formas de juízos

Leia mais

3. O juízo de gosto. 13 Kant adota do termo Gemüt, a tradução desse termo por ânimo é para designar o todo das

3. O juízo de gosto. 13 Kant adota do termo Gemüt, a tradução desse termo por ânimo é para designar o todo das 3. O juízo de gosto Na sua primeira explicação sobre o belo, Kant nos mostra que o que chamamos de belo se funda no gosto e é um juízo reflexivo estético. O gosto diz respeito ao sujeito e sua capacidade

Leia mais

Kant e Schopenhauer: uma análise das noções de Espaço e Tempo kantianos na epistemologia schopenhaueriana

Kant e Schopenhauer: uma análise das noções de Espaço e Tempo kantianos na epistemologia schopenhaueriana : uma análise das noções de Espaço e Tempo kantianos na epistemologia schopenhaueriana Kant and Schopenhauer: an analysis of the Kantian concepts of Space and Time in Schopenhauer s epistemology Alexander

Leia mais

PADRÃO DE RESPOSTA DAS QUESTÕES DISCURSIVAS

PADRÃO DE RESPOSTA DAS QUESTÕES DISCURSIVAS DAS QUESTÕES DISCURSIVAS FILOSOFIA - BACHARELADO PADRÃO DE RESPOSTA a) aborde pelo menos duas das seguintes consequências: aumento da emissão de poluentes atmosféricos; aumento da emissão de gases de efeito

Leia mais

Filosofia (aula 13) Dimmy Chaar Prof. de Filosofia. SAE

Filosofia (aula 13) Dimmy Chaar Prof. de Filosofia. SAE Filosofia (aula 13) Prof. de Filosofia SAE leodcc@hotmail.com (...) embora todo conhecimento comece com a experiência, nem por isso ele se origina justamente da experiência. Pois poderia bem acontecer

Leia mais

Teoria do conhecimento de David Hume

Teoria do conhecimento de David Hume Hume e o empirismo radical Premissas gerais empiristas de David Hume ( que partilha com os outros empiristas ) Convicções pessoais de David Hume: Negação das ideias inatas A mente é uma tábua rasa/folha

Leia mais

2 Idéia da Razão O Idealismo Transcendental

2 Idéia da Razão O Idealismo Transcendental 2 Idéia da Razão 2.1. O Idealismo Transcendental Kant, na Crítica da razão pura, visando colocar a metafísica em um caminho seguro, viu-se com a tarefa de investigar se, e em que condições, é possível

Leia mais

Descartes filósofo e matemático francês Representante do racionalismo moderno. Profs: Ana Vigário e Ângela Leite

Descartes filósofo e matemático francês Representante do racionalismo moderno. Profs: Ana Vigário e Ângela Leite Descartes filósofo e matemático francês 1596-1650 Representante do racionalismo moderno Razão como principal fonte de conhecimento verdadeiro logicamente necessário universalmente válido Inspiração: modelo

Leia mais

IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari

IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/2011 - Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1 20 Se tomarmos o pensar na sua representação mais próxima, aparece, α) antes

Leia mais

Locke ( ) iniciou o movimento chamado de EMPIRISMO INGLÊS. Material adaptado, produzido por Cláudio, da UFRN, 2012.

Locke ( ) iniciou o movimento chamado de EMPIRISMO INGLÊS. Material adaptado, produzido por Cláudio, da UFRN, 2012. Locke (1632-1704) iniciou o movimento chamado de EMPIRISMO INGLÊS. Material adaptado, produzido por Cláudio, da UFRN, 2012. Racionalismo x Empirismo O que diz o Racionalismo (Descartes, Spinoza, Leibiniz)?

Leia mais

Kalagatos - Revista de Filosofia. Fortaleza, CE, v. 12 n. 23, Inverno Os limites do conhecimento humano na

Kalagatos - Revista de Filosofia. Fortaleza, CE, v. 12 n. 23, Inverno Os limites do conhecimento humano na Recebido em ago. 2015 Aprovado em out. 2015 Os limites do conhecimento humano na Filosofia de Immanuel Kant Daniel Richardson de Carvalho Sena * Victor Leandro da Silva ** Resumo Este escrito toma como

Leia mais

As concepções do Ser humano na filosofia contemporânea

As concepções do Ser humano na filosofia contemporânea As concepções do Ser humano na filosofia contemporânea A concepção do ser humano no Idealismo alemão Pré Romantismo - séc. XVIII Resistência à Ilustração: mecanicismo de newtoniamo e empirismo de Locke

Leia mais

Sobre uma suposta dispensabilidade da Exposição Transcendental para a prova do Idealismo Transcendental Magda Madguna Togni

Sobre uma suposta dispensabilidade da Exposição Transcendental para a prova do Idealismo Transcendental Magda Madguna Togni Sobre uma suposta dispensabilidade da Exposição Transcendental para a prova do Idealismo Transcendental Magda Madguna Togni A posição interpretativa de Henry Allison Em Kant s Transcendental Idealism,

Leia mais

Maria Luiza Costa

Maria Luiza Costa 45 ESTÉTICA CLÁSSICA E ESTÉTICA CRÍTICA Maria Luiza Costa m_luiza@pop.com.br Brasília-DF 2008 46 ESTÉTICA CLÁSSICA E ESTÉTICA CRÍTICA Resumo Maria Luiza Costa 1 m_luiza@pop.com.br Este trabalho pretende

Leia mais

TEMA: tipos de conhecimento. Professor: Elson Junior

TEMA: tipos de conhecimento. Professor: Elson Junior Ciências Humanas e suas Tecnologias. TEMA: tipos de conhecimento. Professor: Elson Junior Plano de Aula Conhecimento O que é? Como adquirir Características Tipos Recordar é Viver... Processo de pesquisa

Leia mais

FILOSOFIA MODERNA (XIV)

FILOSOFIA MODERNA (XIV) FILOSOFIA MODERNA (XIV) CORRENTES EPSTEMOLÓGICAS (I) Racionalismo Inatismo: existem ideias inatas, ou fundadoras, de onde se origina todo o conhecimento. Ideias que não dependem de um objeto. Idealismo:

Leia mais

Filosofia (aula 9) Dimmy Chaar Prof. de Filosofia. SAE

Filosofia (aula 9) Dimmy Chaar Prof. de Filosofia. SAE Filosofia (aula 9) Prof. de Filosofia SAE leodcc@hotmail.com Lógica O problema lógico, embora para alguns possa parecer artificial, impõe-se por si. Ele surge logo que se nota que alguns conhecimentos

Leia mais

PROMETEUS FILOSOFIA EM REVISTA

PROMETEUS FILOSOFIA EM REVISTA PROMETEUS FILOSOFIA EM REVISTA VIVA VOX - DFL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Ano 3 - no.6 Julho-Dezembro / 2010 O OBJETO EM GERAL E O CONHECIMENTO EM GERAL EM KANT: O JUÍZO ESTÉTICO E O JUÍZO DO CONHECIMENTO

Leia mais

Aula Véspera UFU Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015

Aula Véspera UFU Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015 Aula Véspera UFU 2015 Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015 NORTE DA AVALIAÇÃO O papel da Filosofia é estimular o espírito crítico, portanto, ela não pode

Leia mais

ASPECTOS FORMAIS DA TEORIA DO ESPAÇO E DO TEMPO DE KANT CONTIDOS NA ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA *

ASPECTOS FORMAIS DA TEORIA DO ESPAÇO E DO TEMPO DE KANT CONTIDOS NA ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA * ASPECTOS FORMAIS DA TEORIA DO ESPAÇO E DO TEMPO DE KANT CONTIDOS NA ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA * Luís Eduardo Ramos de Souza 1 RESUMO: Este trabalho tem por objetivo destacar alguns

Leia mais

Apresentação da noção de argumento válido como aquele em que a conclusão é uma consequência lógica das premissas tomadas em conjunto.

Apresentação da noção de argumento válido como aquele em que a conclusão é uma consequência lógica das premissas tomadas em conjunto. FILOSOFIA Ano Letivo 2017/2018 PLANIFICAÇÃO ANUAL - 11.º Ano COMPETÊNCIAS/OBJETIVOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS RECURSOS TEMPO AVALIAÇÃO Problematização, conceptualização e argumentação. Análise metódica de

Leia mais

2 A Concepção Moral de Kant e o Conceito de Boa Vontade

2 A Concepção Moral de Kant e o Conceito de Boa Vontade O PRINCÍPIO MORAL NA ÉTICA KANTIANA: UMA INTRODUÇÃO Jaqueline Peglow Flavia Carvalho Chagas Universidade Federal de Pelotas 1 Introdução O presente trabalho tem como propósito analisar a proposta de Immanuel

Leia mais

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt TEODORICO DE FREIBERG TRATADO SOBRE A ORIGEM DAS COISAS CATEGORIAIS LUÍS M. AUGUSTO * Introdução 1 3. Introdução Analítica às Diferentes Partes do Tratado 3.6. Capítulo 5 Após as longas digressões metafísicas

Leia mais

O Estatuto da finalidade na Analítica do Juízo Estético

O Estatuto da finalidade na Analítica do Juízo Estético O Estatuto da finalidade na Analítica do Juízo Estético Paulo Gustavo Moreira Roman 1 CNPQ/PIBIC Resumo: A noção de finalidade sofre uma pequena mudança na passagem da Crítica da Razão Pura para a Crítica

Leia mais

Madelon Pires Palmeira *

Madelon Pires Palmeira * A JUSTIFICAÇÃO DA VONTADE MORAL FRENTE AO MUNDO CONTEMPORÂNEO (DA SENSAÇÃO À VONTADE, O PERCURSO NATURAL DO DESENVOLVIMENTO DA MORALIDADE NA CONSCIÊNCIA HUMANA) Madelon Pires Palmeira * Resumo: Esta pesquisa

Leia mais

O CONCEITO DE BOM KANTIANO NA PERSPECTIVA PEDAGÓGICA

O CONCEITO DE BOM KANTIANO NA PERSPECTIVA PEDAGÓGICA O CONCEITO DE BOM KANTIANO NA PERSPECTIVA PEDAGÓGICA Elvis Francis Furquim de Melo 1 Resumo: O presente trabalho pretende trazer considerações elementares sobre o conceito de bom Kantiano, numa perspectiva

Leia mais

4 Tempo e Espaço na Lógica transcendental

4 Tempo e Espaço na Lógica transcendental 4 Tempo e Espaço na Lógica transcendental 4.1. Os conceitos puros do entendimento É necessário, no entanto, para compreender a concepção de tempo e espaço em Kant ter claro o que o filósofo entende por

Leia mais

22/08/2014. Tema 6: Ciência e Filosofia. Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes. Ciência e Filosofia

22/08/2014. Tema 6: Ciência e Filosofia. Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes. Ciência e Filosofia Tema 6: Ciência e Filosofia Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes Ciência e Filosofia Ciência: vem do latim scientia. Significa sabedoria, conhecimento. Objetivos: Conhecimento sistemático. Tornar o mundo compreensível.

Leia mais

Sinopse de Filosofia A necessidade da fundamentação da moral. Análise comparativa entre duas perspectivas filosóficas.

Sinopse de Filosofia A necessidade da fundamentação da moral. Análise comparativa entre duas perspectivas filosóficas. Sinopse de Filosofia A necessidade da fundamentação da moral. Análise comparativa entre duas perspectivas filosóficas. Elaborado por Francisco Cubal Em especial, para www.resumos.tk A necessidade da fundamentação

Leia mais

OBRA DA ÉPOCA MODERNA: FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES, DE KANT

OBRA DA ÉPOCA MODERNA: FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES, DE KANT Ano lectivo de 2004 / 2005 FILOSOFIA 12º ANO PLANIFICAÇÃO OBRA DA ÉPOCA MODERNA: FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES, DE KANT ESCOLA SECUNDÁRIA ALBERTO SAMPAIO 1 Ano lectivo de 2004 / 2005 FILOSOFIA

Leia mais

Immanuel Kant Traduzido por Fabian Scholze Domingues e Gerson Roberto Neumann

Immanuel Kant Traduzido por Fabian Scholze Domingues e Gerson Roberto Neumann Do sentido interno Immanuel Kant Traduzido por Fabian Scholze Domingues e Gerson Roberto Neumann 1 Breve introdução ao Fragmento de Leningrado, de Immanuel Kant (Por Fabian Scholze Domingues) A presente

Leia mais

FILOSOFIA. Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo

FILOSOFIA. Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo FILOSOFIA Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo Finalidade da vida política para Platão: Os seres humanos e a pólis têm a mesma estrutura: alma concupiscente ou desejante; alma irascível ou colérica;

Leia mais

RESENHA. HUSSERL, Edmund. A ideia da Fenomenologia. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, p.

RESENHA. HUSSERL, Edmund. A ideia da Fenomenologia. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, p. RESENHA HUSSERL, Edmund. A ideia da Fenomenologia. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2008. 133 p. Mauro Sérgio de Carvalho TOMAZ A ideia da fenomenologia reúne cinco lições pronunciadas em Göttingen,

Leia mais

CORRENTES DE PENSAMENTO DA FILOSOFIA MODERNA

CORRENTES DE PENSAMENTO DA FILOSOFIA MODERNA CORRENTES DE PENSAMENTO DA FILOSOFIA MODERNA O GRANDE RACIONALISMO O termo RACIONALISMO, no sentido geral, é empregado para designar a concepção de nada existe sem que haja uma razão para isso. Uma pessoa

Leia mais

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO. Prof Bruno Tamancoldi

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO. Prof Bruno Tamancoldi A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO Prof Bruno Tamancoldi META DA AULA Apresentar conceitos sobre o Conhecimento, partindo da Filosofia, distinguindo Ciência e senso comum. OBJETIVOS conceituar lógica e raciocínio;

Leia mais

Filosofia da Arte. Unidade II O Universo das artes

Filosofia da Arte. Unidade II O Universo das artes Filosofia da Arte Unidade II O Universo das artes FILOSOFIA DA ARTE Campo da Filosofia que reflete e permite a compreensão do mundo pelo seu aspecto sensível. Possibilita compreender a apreensão da realidade

Leia mais

FRANCIS BACON E A TRADIÇÃO EMPIRISTA. Universidade Estadual de Ponta Grossa Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson

FRANCIS BACON E A TRADIÇÃO EMPIRISTA. Universidade Estadual de Ponta Grossa Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson FRANCIS BACON E A TRADIÇÃO EMPIRISTA Universidade Estadual de Ponta Grossa Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson 1561-1626 Bacon não elaborou uma teoria própria, pois se propôs

Leia mais

Fil. Lara Rocha (Debora Andrade)

Fil. Lara Rocha (Debora Andrade) Fil. Semana 15 Lara Rocha (Debora Andrade) Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Hume e a retomada

Leia mais

3 Belo Artístico Do agrado e desagrado sensíveis

3 Belo Artístico Do agrado e desagrado sensíveis 3 Belo Artístico 3.1. Do agrado e desagrado sensíveis Com a Crítica da razão pura vimos que certas representações da mente, chamadas por Kant de idéias da razão, embora não pudessem ser condições de possibilidade

Leia mais

RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA

RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA 1) Para Parmênides o devir ou movimento é uma mera aparência provocada pelos enganos de nossos sentidos. A realidade é constituída pelo Ser que é identificado

Leia mais

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS EMENTAS DO CURSO DE FILOSOFIA Currículo Novo (a partir de 2010/1) NÍVEL I HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA Reflexão acerca da transição do pensamento mítico ao filosófico. Estudo de problemas, conceitos e

Leia mais

A EPISTEMOLOGIA E SUA NATURALIZAÇÃO 1 RESUMO

A EPISTEMOLOGIA E SUA NATURALIZAÇÃO 1 RESUMO A EPISTEMOLOGIA E SUA NATURALIZAÇÃO 1 SILVA, Kariane Marques da 1 Trabalho de Pesquisa FIPE-UFSM Curso de Bacharelado Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil E-mail:

Leia mais

A CIÊNCIA GENUÍNA DA NATUREZA EM KANT 1

A CIÊNCIA GENUÍNA DA NATUREZA EM KANT 1 A CIÊNCIA GENUÍNA DA NATUREZA EM KANT 1 Ednilson Gomes Matias 2 RESUMO: O seguinte trabalho trata da concepção de ciência genuína da natureza desenvolvida por Immanuel Kant nos Princípios metafísicos da

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A Dúvida Metódica Em Descartes Antonio Wardison Canabrava da Silva* A busca pelo conhecimento é um atributo essencial do pensar filosófico. Desde o surgimento das investigações mitológicas,

Leia mais

4 Intersubjetividade como a priori da pessoa

4 Intersubjetividade como a priori da pessoa 67 4 Intersubjetividade como a priori da pessoa Tanto em Scheler como em Kant a intersubjetividade é uma possibilidade para o sujeito e faz parte de alguns de seus atos. Devemos também lembrar que Scheler,

Leia mais

A Concepção Moderna do Ser humano

A Concepção Moderna do Ser humano A Concepção Moderna do Ser humano A concepção do ser humano no humanismo Concepção renascentista do Civilização da Renascença Séc. XIV - XVI Idade do humanismo Tradição medieval - crista humanismo cristão

Leia mais

ROMANTISMO E IDEALISMO (Século XIX)

ROMANTISMO E IDEALISMO (Século XIX) ROMANTISMO E IDEALISMO O Idealismo alemão sofreu forte influência, na sua fase inicial, do Romantismo, movimento cultural que se manifestou na Arte, na Literatura e na Filosofia. No seu ponto culminante,

Leia mais

Geometria e Experiência

Geometria e Experiência Geometria e Experiência Albert Einstein A matemática desfruta, entre as ciências, de um particular prestígio pela seguinte razão: suas proposições são de uma certeza absoluta e a salvo de qualquer contestação,

Leia mais

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o A busca da verdade Os filósofos pré-socráticos investigavam a natureza, sua origem de maneira racional. Para eles, o princípio é teórico, fundamento de todas as coisas. Destaca-se Heráclito e Parmênides.

Leia mais

Trabalho sobre: René Descartes Apresentado dia 03/03/2015, na A;R;B;L;S : Pitágoras nº 28 Or:.Londrina PR., para Aumento de Sal:.

Trabalho sobre: René Descartes Apresentado dia 03/03/2015, na A;R;B;L;S : Pitágoras nº 28 Or:.Londrina PR., para Aumento de Sal:. ARBLS PITAGORAS Nº 28 Fundação : 21 de Abril de 1965 Rua Júlio Cesar Ribeiro, 490 CEP 86001-970 LONDRINA PR JOSE MARIO TOMAL TRABALHO PARA O PERÍODO DE INSTRUÇÃO RENE DESCARTES LONDRINA 2015 JOSE MARIO

Leia mais

A REVOLUÇÃO CARTESIANA. Apresentação baseada principalmente em Friedrick Copleston: History of Philosophy, vol. IV.

A REVOLUÇÃO CARTESIANA. Apresentação baseada principalmente em Friedrick Copleston: History of Philosophy, vol. IV. A REVOLUÇÃO CARTESIANA Apresentação baseada principalmente em Friedrick Copleston: History of Philosophy, vol. IV. Descartes (1596-1650) foi educado por jesuítas. Ele iniciou a filosofia moderna com um

Leia mais