Curso de Atualização em Psicopatologia 3ª aula Decio Tenenbaum

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Curso de Atualização em Psicopatologia 3ª aula Decio Tenenbaum"

Transcrição

1 Curso de Atualização em Psicopatologia 3ª aula Decio Tenenbaum Centro de Medicina Psicossomática e Psicologia Médica do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro

2 3ª aula O que é adaptação? Organismo e sistema adaptativos Adaptação psicológica

3 Seres vivos Organismo: forma individual de vida, como uma planta, um animal, uma bactéria etc.; qualquer corpo constituído por órgãos, organelas e outras estruturas que interagem fisiologicamente. Sistema adaptativo: estrutura que se organiza com base em conjuntos de unidades inter-relacionáveis de duas maneiras: pelas semelhanças e por hierarquia de funções.

4 Adaptação Processo pelo qual um ser se ajusta a uma nova situação de vida Capacidade dos seres vivos se ajustarem ao ambiente

5 Adaptação psicológica Entre o mundo subjetivo (mundo interior) e o mundo objetivo (realidade)

6 Mecanismos de defesa do ego Operações mentais inconscientes e destinadas a impedir que determinados conteúdos mentais tenham acesso à consciência.

7 Mecanismos de defesa do ego Clivagem Conversão Embotamento afetivo/alexitimia Formação reativa Identificação com o agressor Introjeção Isolamento do afeto Projeção Recusa Rejeição ou repúdio Repressão ou recalque Sublimação Controle onipotente Deslocamento do afeto Foraclusão ou forclusão Idealização Identificação projetiva Intelectualização Negação Racionalização Regressão Renúncia altruística Somatização

8 Clivagem do ego Termo utilizado por Freud para designar um fenômeno mental, com fins defensivos, que ocorre no Ego. Trata-se da coexistência de duas atitudes mentais em relação a um aspecto da realidade, interior ou exterior. As duas atitudes psíquicas conexistem ao mesmo tempo, uma levando em conta o aspecto da realidade em questão, enquanto que a outra o nega e coloca em seu lugar algo relacionado diretamente a um desejo relacionado com o aspecto da realidade em pauta. Histórico O conhecimento acerca de cisões no funcionamento mental é anterior a Freud. Janet, Breuer, Bleuler já haviam reconhecido este fenômeno e todos o consideravam nuclear nas doenças mentais. Pierre Janet ( ), formado inicialmente em Filosofia e depois em Medicina, considerava que na origem da histeria havia a presença de idéias fixas que provocariam uma restrição ou uma dissociação da consciência. Josef Breuer ( ), importante médico vienense que patrocinou o inicio da carreira médica de Freud e com ele desenvolveu estudos sobre a Histeria, atribuía à presença de reminiscências na origem da histeria, as quais levariam a uma clivagem ou dissociação da consciência. Eugène Bleuer ( ) considerava que a cisão da mente estava na base das Esquizofrenias. O uso freudiano deste conceito foi elaborado nos artigos Fetichismo, A Clivagem do Ego no Processo de Defesa e Resumo da Psicanálise (Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vols. XXI e XXII ; Ed. Imago, R.J.). Freud observou que o fenômeno em questão tem fins defensivos, é resultado de um conflito mental inconsciente e está relacionado com fenômenos mentais clinicamente observados no fetichismo, nas perversões e nas psicoses. A clivagem do Ego não leva à formação de um compromisso entre as duas atitudes mentais.

9 Conversão O termo conversão foi introduzido por Freud para designar o mecanismo de defesa através do qual um conteúdo mental é transformado, convertido, em fenômenos orgânicos, motores (paralisias, tremores, convulsões, distúrbios da marcha, da deglutição etc.) ou sensitivos (dores, parestesias, anestesias, distúrbios da visão, da audição etc.). O sintoma conversivo é a representação, através da linguagem corporal, de um conflito inconsciente. Como todo sintoma psicológico, a conversão tenta solucionar um conflito e, como toda solução de compromisso, ela é constituída pelo impulso reprimido e pela interdição do mesmo. Clinicamente é muito importante fazer-se a distinção entre o sintoma conversivo e a somatização,já que ambos afetam o funcionamento corporal, mas demandam diferentes abordagens. Enquanto que o sintoma conversivo é a representação, através da linguagem corporal, de um conflito inconsciente; a somatização é um distúrbio funcional que aponta para e existência de uma situação de estresse.

10 Embotamento afetivo/alexitimia Mecanismo de defesa do ego caracterizado pela retração emocional. A dificuldade de expressar sentimentos decorre da incapacidade de elaborar a experiência. História O empobrecimento afetivo foi observado inicialmente em pacientes psicóticos, marcadamente na esquizofrenia onde por vezes observa-se o grau extremo de embotamento de toda sensibilidade afetiva que atinge toda a linguagem corporal (a mímica, a postura, a atitude, os gestos etc.). A observação mais acurada dos pacientes psicossomáticos revelou a existência de diferentes níveis de embotamento afetivo. Peter Sifneos cunhou o termo alexitimia (a=não; lexis=palavra; thymós=emoção) para designar a dificuldade de expressar sentimentos que ele observou nesses pacientes e, nessa mesma linha de estudo, Pierre Marty observou um tipo de funcionamento mental pobre em fantasia também nesses pacientes, que chamou de pensamento operatório. O embotamento afetivo se apresenta em diferentes níveis e é observado em diferentes tipos de pacientes. Pode variar da incapacidade de perceber determinado sentimento relacionado com uma experiência até a abolição de toda a afetividade e não é específico de nenhum tipo de doença. É um mecanismo de defesa comum em pessoas que vivenciaram tragédias ou experiências traumáticas muito intensas. Curiosamente, no diálogo com pacientes com essa dificuldade pode acontecer do interlocutor sentir o que o paciente está incapaz de experimentar.

11 Formação reativa : Trata-se de um mecanismo de defesa empregado pelo Ego para lidar com os impulsos reprimidos. Foi inicialmente descrito por Freud em 1986 com o nome de sintoma primário de defesa em Observações Adicionais sobre as Neuropsicoses de Defesa (Edição Standard das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. III; Ed. Imago, R.J.). A expressào é introduzida no seu artigo Os Três Ensaios sobre a Sexualidade (Edição Standard das Obras Completas de Sigmund Freud, vol.vii; Ed. Imago, R.J.). Natureza do fenômeno É um mecanismo psíquico que substitui a representação penosa pelo seu oposto. Um exemplo seria o pudor como formação reativa a impulsos exibicionistas. Caracteriza-se por uma atitude psicológica de sentido oposto ao do impulso reprimido, seja ele um desejo, uma necessidade, um anseio. Este fenômeno pode ser localizado, e manifestar-se por um comportamento peculiar, ou generalizado até o ponto de constituir traços de caráter mais ou menos integrados no conjunto da personalidade. : Tanto no relato manisfesto quanto no comportamento individual só aparece a oposição aos desejos inconscientes reprimidos. Em algumas pessoas, a formação reativa toma a forma de traços de caráter, através de alterações do ego, que constituem dispositivos de defesa nos quais determinados impulsos implicados em determinado conflito desaparecem. Por exemplo, pessoas que estão sempre dando provas, de um modo geral, de piedade para com os seres vivos enquanto a sua agressividade inconsciente visa determinadas pessoas em particular.

12 Idealização Processo mental através do qual as qualidades e o valor do objeto elevados à perfeição. Histórico A fase do narcisismo primário descrita por Freud em seu artigo de 1914 Sobre o Narcisismo: uma introdução (Edição Standard das Obras Completas de S. Freud, vol. XIV Editora Imago) coincide com um momento de identificação primária com a mãe, de unidade com ela, num estado de satisfação e onipotência para o bebê. Com o início da constituição do eu este estado é perdido, desencadeando sentimentos de desamparo e solidão. Os sentimentos de onipotência são, então, atribuídos aos pais gerando a idealização que é a base dos sentimentos de segurança e amparo necessários para a criança se desenvolver. A idealização, particularmente a dos pais, faz parte da constituição das instâncias ideais (ego ideal e ideal de ego) Os sentimentos que acompanham este processo incluem a admiração, o temor reverencial, a veneração, o culto, a adoração e a escravização. O uso defensivo da idealização foi estudada por muitos autores, especialmente por Melanie Klein, para quem a idealização do objeto serve como defesa contra a percepção dos impulsos destrutivos do objeto amado. Assim, a idealização do objeto está relacionada a uma clivagem do objeto em objeto bom (idealizado) e objeto mau (negado).

13 Identificação com o agressor Mecanismo de defesa descrito por Anna Freud, através do qual a pessoa identifica-se inconscientemente com o seu agressor, assumindo, desta forma, o papel de agressor consigo próprio ou com outras pessoas. Histórico A identificação com o agressor e a renúncia altruísta, descritas por Anna Freud em 1936 em seu livro O Ego e os mecanismos de defesa foram os dois mecanismos de defesa não descritos por Freud. Para Anna Freud, a identificação com o agressor está na origem do superego, pois para esta autora a principal fonte do superego é a agressão externa, enquanto que para Melaine Klein é a agressão interna, ou seja, a pulsão de morte. Através da identificação com o agressor (pessoa) ou com a agressão (ação exercida pela pessoa temida) consegue-se transformar a angústia/ansiedade desencadeada pelo objeto temido em segurança e, ao mesmo tempo, sair da posição de passividade, geralmente associada com sentimentos de fragilidade, vitimização e humilhação, para a de atividade, geralmente associada com sentimentos de força, competência e poder

14 Identificação projetiva Mecanismo psicológico inconsciente descrito por Melanie Klein. Histórico M. Klein ( ), que se dedicou predominantemente ao estudo do relacionamento humano nas etapas iniciais da vida e foi uma das precursoras do tratamento psicanalítico de crianças pequenas, em 1946 descreveu um tipo particular de identificação que julgava estabelecer o protótipo de uma relação agressiva. Através de uma mecanismo inconsciente aspectos, sentimentos e desejos de uma pessoa, e por ela rejeitados, são projetados para o interior de um objeto (não necessariamente animado) para o lesar, o possuir ou o controlar. Por ser um mecanismo primitivo, seu uso denota uma regressão mais intensa e maior incapacidade da pessoa lidar com sua realidade interna. Seu uso excessivo implica em um importante empobrecimento e enfraquecimento egóico

15 Introjeção Processo inconsciente através do qual um objeto externo passa a fazer parte do corpo da pessoa. É tanto um alvo pulsional quanto um modo de relação característicos da fase oral da libido, embora não seja exclusivo desta fase. Constitui o protótipo corporal da introjeção e da identificação.

16 Intelectualização Mecanismo de defesa através do qual a pessoa se utiliza dos processos cognitivos para dominar suas emoções, fantasias e conflitos, evitando assim o contato com sua realidade psíquica. Histórico Esse processo foi inicialmente estudado por Anna Freud ( ) como sendo um mecanismo defesa utilizado para dominar as pulsões ligando-as a idéias conscientemente manejáveis. Os processos cognitivos e afetivos precisam estar ligados para a aquisição e para o uso adequado do conhecimento, que é o melhor e mais eficiente meio que o ego tem para lidar com as realidades interna e externa. Quando tal não ocorre, as aquisições decorrentes dos processos cognitivos podem ser utilizadas defensivamente contra a emergência de elementos dos processos afetivos ou como resistência ao próprio conhecimento, principalmente aquele oriundo do processo terapêutico. Embora guarde alguma semelhança com a racionalização, dela deve ser diferenciada. Enquanto que a intelectualização tem uma função defensiva em relação aos afetos, emoções e sentimentos, a racionalização tem a função de atribuir justificativas lógicas e morais a diversas produções mentais.

17 Isolamento do afeto Mecanismo que consiste em neutralizar um afeto doloroso, separando-o do respectivo pensamento.

18 Negação Mecanismo de defesa descrito por Freud para descrever o processo mental através do qual a pessoa, ao mesmo tempo, expressa algum desejo reprimido e dele se defende negando que lhe pertença. Histórico O termo verneinung empregado por Freud e traduzido por negação, às vezes, por denegação, apresenta um duplo sentido: a) a negação lógica e gramatical de algo ( eu não tenho medo, eu quero... ); b) a negação psicológica de algo que acabou de ser dito ou que foi a mim atribuído ( eu não disse isso, eu não pensei aquilo ). O tema foi amplamente desenvolvido no artigo A Negação (Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XIX; Ed. Imago, R.J.). Na clínica, o uso deste mecanismo em resposta a algo dito pelo terapeuta tem o valor de confirmar o que acabou de ser dito e está sendo negado pelo paciente. Nas palavras de Freud, A negação é um meio de se tomar consciência do reprimido e Por meio do símbolo da negação *não+ o pensamento liberta-se das limitações da repressão ( A Negação in Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XIX; Ed. Imago, R.J.).

19 Projeção Mecanismo de defesa através do qual a pessoa inconscientemente expulsa de si e localiza no exterior, em pessoas ou coisas, aspectos psicológicos seus: qualidades, defeitos, sentimentos, desejos e até mesmo objetos internos que ela não aceita ter em si. Histórico Já em seus primeiros estudos psicanalíticos Freud fala deste mecanismo (Novas Observações sobre as Neuropsicoses de Defesa in Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. III; Ed. Imago, R.J.), por ele considerado como um mau uso do mecanismo psicológico comum de procurar no exterior a origem de um desprazer. Inicialmente vinculado à Paranóia, em 1915 Freud considerou que este mecanismo também está presente na construção fóbica, onde ocorre a projeção do verdadeiro perigo, que é pulsional: O ego comporta-se como se o perigo de desenvolvimento da angústia não proviesse de uma moção pulsional, mas de uma percepção e pode portanto reagir contra esse perigo exterior pelas tentativas de fuga das evasivas fóbicas. (O Inconsciente in Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XIV; Ed. Imago, R.J.). Ele também está presente no ciúme paranóico, onde a pessoa defende-se dos próprios desejos de infidelidade projetando-os no conjuge; na mitologia e no animismo, onde projetam-se na natureza as qualidades e paixões humanas. Projeção e introjeção têm um papel fundamental na constituição da separação entre o sujeito (ego) e o objeto (mundo exterior): A pessoa... assume no seu ego os objetos que se lhe apresentam na medida em que são fonte de prazer, introjeta-os (segundo expressão de Ferenczi) e, por outro lado, expulsa de si o que no seu próprio íntimo é ocasião de desprazer (mecanismo de projeção) (Instintos e suas vicissitudes in Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XIV; Ed. Imago, R.J.). É considerado como sendo um mecanismo de defesa primitivo e seu uso excessivo implica em um importante empobrecimento e enfraquecimento egóico.

20 Racionalização Processo através do qual a pessoa se utiliza de explicações coerentes e racionais, aceitáveis do ponto de vista lógico e/ou moral, para alguma ação, atitude ou produção mental (idéia, sentimento, emoção, sintoma, traço de caráter etc.). Histórico Descrito pela primeira vez por Ernest Jones ( ) em 1908, no artigo A Racionalização na Vida Quotidiana, é um processo de uso muito freqüente e abrangente. Embora tenha nítida função defensiva, pois através de seu uso a pessoa evita entrar em contato com sua realidade psíquica, a racionalização não é considerada como um mecanismo de defesa, pois seu objetivo é disfarçar os elementos do conflito e não impedir da satisfação pulsional que originou o conflito.

21 Recusa Mecanismo defensivo inconsciente descrito por Freud para lidar com uma percepção (realidade) traumatizante. Histórico O conceito foi elaborado nos artigos Organização Genital Infantil e Consequências Psíquicas da Distinção Anatômica entre os Sexos ) quando Freud aborda algumas conseqüências psicológicas que podem advir da percepção da ausência do pênis nas meninas e no artigo Clivagem do Ego no Processo de Defesa (Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XXIII; Ed. Imago, R.J). É apenas no sobre o Fetichismo (Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XXI; Ed. Imago, R.J.) que Freud vincula este mecanismo psíquico a esse tipo de patologia. O mecanismo descreve, não a rejeição de uma percepção, o que seria a psicose, e sim a recusa das consequências psicológicas da percepção, ou seja, a recusa das consequências a que a consciência (dos significados) desta percepção levaria. Freud ensina que isso (a recusa dos significados da percepção) é conseguido através de uma divisão do ego. A percepção é registrada, mas seus significados não existem. Enquanto a rejeição diz respeito ao esfacelamento da representação de si mesmo, na recusa esta representação é mantida, embora às custas de algo (o fetiche) cuja presença e existência são fundamentais para a representação de si mesmo se manter. Nos dois primeiros artigos acima citados, Freud ressaltou que esta maneira de lidar com a realidade é habitual nas crianças, mas no adulto estaria próxima da psicose. Realmente, é comum uma criança brincar, por exemplo, com uma caixa de fósforos como se ela fosse um carro e, ao mesmo tempo, saber que é uma caixa de fósforos. Enquanto que a repressão está relacionada a estímulos pulsionais (amorosos e agressivos), a recusa e a rejeição são usadas pra lidar com a estímulos externos (percepções da realidade).

22 Regressão Mecanismo inconsciente através do qual há um retorno a um funcionamento mental anterior. Tipos Regressão tópica: é aquela que ocorre em relação aos sistemas em funcionamento na mente. Está presente em todos os processos nos quais o estímulo caminha em direção oposta ao usual, como, por exemplo, nos sonhos e nas alucinações e na memória onde o pensamento caminha em direção ao polo perceptivo e não para o polo motor. Regressão temporal: é aquela na qual são retomadas formas mais antigas de organização mental decorrente do retorno a formas anteriores de satisfação libidinal, a objetos anteriores e a formas anteriores de organização egóica. Regressão formal: é aquela na qual as formas mais antigas de expressão e de representação (Processo Primário de Pensar) voltam a predominar. Fenômeno muito observado na clínica, costuma ocorrer em diferentes graus de intensidade conforme a situação existencial: na fadiga, no sono, em todos os estados de diminuição do grau de lucidez da consciência, em todos os casos de doença orgânica e em todos os estados de sofrimento físico e mental. Segundo Abram Eksterman, a regressão é sempre um clamor pelo espaço de segurança que originalmente foi criado na relação materno-infantil.

23 Rejeição/Forclusão Mecanismo de defesa relacionado descrito por Freud no âmbito dos seus estudos sobre o fenômeno psicótico Histórico O conceito verwerfung surgiu em 1894 ( As Neuropsicoses de Defesa in Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. III; Ed. Imago, R.J) para designar um mecanismo diferente da usual defesa neurótica (verdrägnung). Neste artigo, estudando a Confusão Alucinatória ou Psicose Alucinatória, mas estendendo o mecanismo para as outras psicoses comuns nos asilos, Freud diz textualmente: Existe uma defesa muito mais eficaz que consiste em o Ego rejeitar ( verwirft ) a idéia incompatível com o respectivo afeto e se comportar como se a idéia nunca tivesse ocorrido. Explica, então, que o fato psicótico se deve a que a rejeição da idéia e do afeto necessariamente se acompanha da rejeição do pedaço de realidade concernente a essa experiência. Freud tembém empregou este conceito na descrição clínica do tratamento do Homem dos Lobos (Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XVII; Ed. Imago, R.J), paciente considerado por Freud como psiconeurotico, mas que posteriormente abriu um quadro psicótico. Enquanto que a repressão ( verdrängung ) é utilizada para lidar com os estímulos pulsionais a recusa ( verleugnung ) e a rejeição ( verwerfung ), são usadas pra lidar com percepções da realidade, interna e externa. Enquanto na repressão ( verdrängung ) algo perde, temporariamente ou não, o seu sentido, na rejeição ( verwerfung ) esse algo deixa de existir, resultando um vazio mental que será preenchido pelo delírio e/ou alucinação. Clinicamente, parece que a rejeição ( verwerfung ) está relacionada com experiências descritas por Freud versagnung, cujo significado é muito, mas muito mais forte que a tradução consagrou como frustração. O uso desta palavra em alemão pode chegar à força de um insulto do tipo: você é um fracasso!. Portanto, diz respeito a algo que seria tão violento para o indivíduo que a única saída para sua sobrevivência psicológica (representação de si mesmo) seria rejeitar completamente a experiência. E isso significa entrar no mundo psicótico. A rejeição ( vewerfung ), portanto, está relacionada com uma experiência que, ultrapassando a capacidade egóica, engendra algum nível de ruptura do Ego. O delírio e a alucinação são tentativas de recuperação que trazem sempre algo verdadeiro da experiência que foi rejeitada.

24 Repressão Freud empregou este termo em dois sentidos: a) Em seu sentido específico, designa o processo inconsciente através do qual um conteúdo mental é impedido de ter acesso a consciência; b) Em um sentido mais vago, foi algumas vezes utilizado como sinônimo de defesa. Histórico O termo alemão utilizado por Freud (verdrängung) foi traduzido em inglês como repressão e em francês como recalcamento, ambos transmitindo uma idéia equivocada a respeito do processo pelo qual uma idéia é impedida de ter acesso à consciência: ambos dão a impressão que uma idéia é mantida inconsciente graças a uma força de cima para baixo. Hoje já é de domínio quase geral que não se trata disso. O termo alemão designa um afastamento, deslocamento, do tipo que um navio quebra-gelo provoca num mar gelado. É a separação entre afeto e a representação ideativa que afasta o indivíduo de um autoconhecimento (consciência). Com esse afastamento, algo deixa de ter sentido e, portanto, de fazer ou ser parte do indivíduo. Cada componente pulsional terá então um destino ou uma vicissitude diferente. A repressão é um processo em dois tempos: repressão primária ou repressão própriamente dita e a repressão secundária, ligada ao retorno do reprimido. Substituto é a formação psíquica que toma o lugar da idéia reprimida na 1ª etapa da repressão; o sintoma surge na 2ª etapa da repressão, isto é, quando há o retorno do reprimido. As condições para que haja retorno do reprimido estão relacionadas com um enfraquecimento das defesas (fadiga, doença, sono), um reforço pulsional (puberdade, por exemplo) e acontecimentos atuais que evoquem o rerpimido. A simbolização, os sintomas e a sublimação são derivados mentais do reprimido. Quanto mais intensa a vida de fantasia, maior repressão ocorreu. Na histeria, o objeto da repressão é a libido; na neurose obsessiva, é a agressividade; na fobia tanto pode ser a lidido quanto a agressividade, enquanto que nas psicoses, os mecanismos defensivos utilizados fundamentalmente são a rejeição e a recusa da realidade (interior ou exterior).

25 Somatização Termo introduzido por Otto Fenichel ( ) em seu livro Teoria Psicoanalítica de las Neurosis (Ed. Paidós, B.Aires), para descrever uma das condições nas quais o funcionamento fisiológico de um órgão ou de um sistema do organismo é alterado por influência psicológica. Histórico O conceito de organoneurose de Otto Fenichel segue a formulação proposta por Freud no artigo de 1910 A concepção psicanalítica da perturbação psicogênica da visão (Ed. Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Ed. Imago, RJ), no qual ele diferencia duas formas de alterações do funcionamento normal do organismo por influência psicológica: a conversão histérica, na qual a alteração funcional é a expressão de um conflito psicológico, tendo, portanto, um significado inconsciente específico expresso em linguagem corporal, e aquelas nas quais a influência psicológica se dá sem um significado inconsciente específico. Na época, Freud considerava que o segundo tipo de alteração se dava por uso inadequado da função, mas hoje em dia sabe-se que interferência psicológica sem significado inconsciente específico se dá através do mecanismo do estresse. Atualmente o termo organoneurose está praticamente em desuso, sendo mais usado o termo somatização A distinção entre conversão e somatização é fundamental na atividade clínica já que cada uma exige uma abordagem diferente.

26 Sublimação 1- Termo empregado por Freud para designar o processo inconsciente de desvio da libido para atividades de grande valor cultural. 2- Histórico O termo tem uma dupla origem: por um lado, há o processo químico de sublimação através do qual um sólido, por aquecimento, se transforma em vapor que, sendo resfriado e sofrendo recondensação, produz uma forma purificada da substância original; por outro lado, a palavra sublime designa tudo aquilo que atingiu um grau elevado na escala moral, intelectual ou estética. Assim, o comportamento socialmente valorizado representa uma versão purificada e mais sublime do comportamento instintual. Freud utilizou as atividades artísticas e intelectuais para exemplificar o processo no qual a meta original da pulsão sexual é trocada por outra não sexual, mas que psiquicamente se aparenta com ela. Esse processo de dessexualização foi também utilizado por Freud no estudo da formação dos traços do caráter e da identificação. Para Anna Freud, a sublimação é um mecanismo de defesa envolvido na resolução dos conflitos infantis, enquanto que para Melanie Klein ela é uma tendência a serviço da restauração do objeto bom atacado pelas pulsões agressivas. 3- Clinicamente, observa-se que a sublimação é uma das maneiras de se modificar impulsos libidinais e agressivos dando origem a comportamentos social e culturalmente valorizados.

Curso de Atualização em Psicopatologia 7ª aula Decio Tenenbaum

Curso de Atualização em Psicopatologia 7ª aula Decio Tenenbaum Curso de Atualização em Psicopatologia 7ª aula Decio Tenenbaum Centro de Medicina Psicossomática e Psicologia Médica do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro 6ª aula Psicopatologia

Leia mais

Profa. Dra. Adriana Cristina Ferreira Caldana

Profa. Dra. Adriana Cristina Ferreira Caldana Profa. Dra. Adriana Cristina Ferreira Caldana PALAVRAS-CHAVE Análise da Psique Humana Sonhos Fantasias Esquecimento Interioridade A obra de Sigmund Freud (1856-1939): BASEADA EM: EXPERIÊNCIAS PESSOAIS

Leia mais

Escola Secundária de Carregal do Sal

Escola Secundária de Carregal do Sal Escola Secundária de Carregal do Sal Área de Projecto 2006\2007 Sigmund Freud 1 2 Sigmund Freud 1856-----------------Nasceu em Freiberg 1881-----------------Licenciatura em Medicina 1885-----------------Estuda

Leia mais

Curso de Atualização em Psicopatologia 2ª aula Decio Tenenbaum

Curso de Atualização em Psicopatologia 2ª aula Decio Tenenbaum Curso de Atualização em Psicopatologia 2ª aula Decio Tenenbaum Centro de Medicina Psicossomática e Psicologia Médica do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro 2ª aula Diferenciação

Leia mais

Freud e a Psicanálise

Freud e a Psicanálise Freud e a Psicanálise Doenças mentais eram originadas de certos fatos passados na infância dos indivíduos; Hipnose (para fazer com que seus pacientes narrassem fatos do seu tempo de criança); Hipnose:

Leia mais

Estruturas da Personalidade e Funcionamento do Aparelho Psíquico

Estruturas da Personalidade e Funcionamento do Aparelho Psíquico Estruturas da Personalidade e Funcionamento do Aparelho Psíquico Para Freud, a personalidade é centrada no crescimento interno. Dá importância a influência dos medos, dos desejos e das motivações inconscientes

Leia mais

A psicanálise surgiu na década de 1890, com Sigmund Freud

A psicanálise surgiu na década de 1890, com Sigmund Freud PSICANÁLISE A psicanálise surgiu na década de 1890, com Sigmund Freud médico neurologista interessado em achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos, principalmente histéricos.

Leia mais

SIGMUND FREUD ( )

SIGMUND FREUD ( ) SIGMUND FREUD (1856-1939) Uma lição clínica em La Salpêtrière André Brouillet (1887) JOSEF BREUER (1842-1925) médico e fisiologista tratamento da histeria com hipnose JOSEF BREUER (1842-1925) método catártico

Leia mais

Psicanálise: as emoções nas organizações

Psicanálise: as emoções nas organizações Psicanálise: as emoções nas organizações Objetivo Apontar a importância das emoções no gerenciamento de pessoas Definir a teoria da psicanálise Descrever os niveis da vida mental Consciente Subconscinete

Leia mais

O Psicótico: aspectos da personalidade David Rosenfeld Sob a ótica da Teoria das Relações Objetais da Escola Inglesa de Psicanálise. Expandiu o entend

O Psicótico: aspectos da personalidade David Rosenfeld Sob a ótica da Teoria das Relações Objetais da Escola Inglesa de Psicanálise. Expandiu o entend A CLÍNICA DA PSICOSE Profª Ms Sandra Diamante Dezembro - 2013 1 O Psicótico: aspectos da personalidade David Rosenfeld Sob a ótica da Teoria das Relações Objetais da Escola Inglesa de Psicanálise. Expandiu

Leia mais

Paciente diagnóstico sindrômico

Paciente diagnóstico sindrômico I- DIAGNÓSTICO SITUACIONAL Equipe tensões assistenciais regressivas de aniquilamento (desorg. do ego; medo da morte) diante do sofrimento e do desamparo diante das limitações profissionais Paciente diagnóstico

Leia mais

Decio Tenenbaum

Decio Tenenbaum Decio Tenenbaum decio@tenenbaum.com.br Fator biográfico comum: Patologia dos vínculos básicos ou Patologia diádica Papel do vínculo diádico: Estabelecimento do espaço de segurança para o desenvolvimento

Leia mais

MECANISMOS DE DEFESA DO EGO. Prof. Domingos de Oliveira

MECANISMOS DE DEFESA DO EGO. Prof. Domingos de Oliveira MECANISMOS DE DEFESA DO EGO Prof. Domingos de Oliveira O método psicológico ou psicanalítico afirma que a origem da doença mental é decorrente de estados de perturbação afetiva ligada à história de pessoa.

Leia mais

8. Referências bibliográficas

8. Referências bibliográficas 8. Referências bibliográficas ABRAM, J. (2000). A Linguagem de Winnicott. Revinter, Rio de Janeiro. ANDRADE, V. M. (2003). Um diálogo entre a psicanálise e a neurociência. Casa do Psicólogo, São Paulo.

Leia mais

Principais correntes psicológicas do Século XX. Profª Bianca Werner Psicologia

Principais correntes psicológicas do Século XX. Profª Bianca Werner Psicologia Principais correntes psicológicas do Século XX Profª Bianca Werner Sigmund Freud Freud, judeu, nasceu em Viena no ano de 1856, onde formou-se em medicina. Ao terminar o curso, tornou-se aluno de neurologia

Leia mais

Psicanálise em Psicóticos

Psicanálise em Psicóticos Psicanálise em Psicóticos XIX Congresso Brasileiro de Psicanálise Recife, 2003 Dr. Decio Tenenbaum Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, Rio 2 End: decio@tenenbaum.com.br Processos Psicanalíticos

Leia mais

MENSUTE 2014 PSICOPEDAGOGIA. Prof.ª Suzane Maranduba AULA 4. Freire e mandella

MENSUTE 2014 PSICOPEDAGOGIA. Prof.ª Suzane Maranduba AULA 4. Freire e mandella MENSUTE 2014 PSICOPEDAGOGIA AULA 4 Prof.ª Suzane Maranduba Freire e mandella 1 A MINHA PRÁTICA PESSOAL REFLETE A MINHA PRÁTICA PROFISSIONAL Suzane Maranduba sumário SUMÁRIO 1. Anamnese 2. Desenvolvimento

Leia mais

6 Referências bibliográficas

6 Referências bibliográficas 6 Referências bibliográficas BARROS, R. do R. O Sintoma enquanto contemporâneo. In: Latusa, n. 10. Rio de Janeiro: Escola Brasileira de Psicanálise Seção Rio, 2005, p. 17-28. COTTET, S. Estudos clínicos.

Leia mais

INTRODUÇÃO - GENERALIDADES SOBRE AS ADICÇÕES

INTRODUÇÃO - GENERALIDADES SOBRE AS ADICÇÕES SUMÁRIO PREFÁCIO - 11 INTRODUÇÃO - GENERALIDADES SOBRE AS ADICÇÕES DEFINIÇÃO E HISTÓRICO...14 OBSERVAÇÕES SOBRE O CONTEXTO SOCIAL E PSÍQUICO...19 A AMPLIDÃO DO FENÔMENO ADICTIVO...24 A ADICÇÃO VISTA PELOS

Leia mais

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TEORIA PSICANALÍTICA Deptº de Psicologia / Fafich - UFMG

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TEORIA PSICANALÍTICA Deptº de Psicologia / Fafich - UFMG 1 CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TEORIA PSICANALÍTICA Deptº de Psicologia / Fafich - UFMG Disciplina: Conceitos Fundamentais A 1º sem. 2018 Ementa: O curso tem como principal objetivo o estudo de conceitos

Leia mais

Doença Mental??? Conceitos Fundamentais da Saúde Mental e seus fatores prédisponetes. Ou Saúde Mental???? Saúde Mental é...

Doença Mental??? Conceitos Fundamentais da Saúde Mental e seus fatores prédisponetes. Ou Saúde Mental???? Saúde Mental é... Emergências Psiquiátricas Conceitos Fundamentais da Saúde Mental e seus fatores prédisponetes Doença Mental??? Ou Saúde Mental???? Prof Esp. Enfª Priscila Maria Marcheti Fiorin Saúde Mental é... Usado

Leia mais

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES UPENET/SES-PE (Parte I)

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES UPENET/SES-PE (Parte I) RESOLUÇÃO DE QUESTÕES UPENET/SES-PE (Parte I) TAUANE PAULA GEHM Mestre e doutorando em Psicologia Experimental SELEÇÃO DAS QUESTÕES CRITÉRIO: - 10 questões; - Edital do concurso SES-PE; - Questões mais

Leia mais

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem Parte 4. Professora: Nathália Bastos

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem Parte 4. Professora: Nathália Bastos PEDAGOGIA Aspecto Psicológico Brasileiro Parte 4 Professora: Nathália Bastos FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES Consiste no modo de funcionamento psicológico tipicamente humano. Ex: capacidade de planejamento,

Leia mais

O NÃO LUGAR DAS NÃO NEUROSES NA SAÚDE MENTAL

O NÃO LUGAR DAS NÃO NEUROSES NA SAÚDE MENTAL O NÃO LUGAR DAS NÃO NEUROSES NA SAÚDE MENTAL Letícia Tiemi Takuschi RESUMO: Percebe-se que existe nos equipamentos de saúde mental da rede pública uma dificuldade em diagnosticar e, por conseguinte, uma

Leia mais

Evolução genética e o desenvolvimento do psíquismo normal No iníco, o lactente encontra-se em um modo de fusão e de identificação a uma totalidade

Evolução genética e o desenvolvimento do psíquismo normal No iníco, o lactente encontra-se em um modo de fusão e de identificação a uma totalidade Estrutura Neurótica Evolução genética e o desenvolvimento do psíquismo normal No iníco, o lactente encontra-se em um modo de fusão e de identificação a uma totalidade fusional, em que não existe ainda

Leia mais

DISCIPLINA: PSICOLOGIA METODOLOGIA - CIENCIA - PESQUISA ABORDAGEM TEÓRICA

DISCIPLINA: PSICOLOGIA METODOLOGIA - CIENCIA - PESQUISA ABORDAGEM TEÓRICA DISCIPLINA: PSICOLOGIA METODOLOGIA - CIENCIA - PESQUISA ABORDAGEM TEÓRICA DOSCENTE: PROFª MsC. ANA LÚCIA BRAZ RIOS PEREIRA PSICOLOGIA Etimologicamente, a palavra Psicologia significa estudo ou ciência

Leia mais

A ETIOLOGIA DAS PSICONEUROSES NOS PRIMÓRDIOS DA PSICANÁLISE: UM ESTUDO SOBRE A CONSTITUIÇÃO DOS QUADROS DE HISTERIA E NEUROSE OBSESSIVA,

A ETIOLOGIA DAS PSICONEUROSES NOS PRIMÓRDIOS DA PSICANÁLISE: UM ESTUDO SOBRE A CONSTITUIÇÃO DOS QUADROS DE HISTERIA E NEUROSE OBSESSIVA, A ETIOLOGIA DAS PSICONEUROSES NOS PRIMÓRDIOS DA PSICANÁLISE: UM ESTUDO SOBRE A CONSTITUIÇÃO DOS QUADROS DE HISTERIA E NEUROSE OBSESSIVA, 1886-1897. Isabelle Maurutto Schoffen (PIC/CNPq-UEM), Helio Honda

Leia mais

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DA SES UNIDADE III (Parte 1)

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DA SES UNIDADE III (Parte 1) RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DA SES UNIDADE III (Parte 1) TAUANE PAULA GEHM Mestre e doutorando em Psicologia Experimental TEMAS Psicopatologia geral. Transtornos psicológicos, cognitivos, relacionados ao uso

Leia mais

A Concepção de Trauma em Sigmund Freud e Sándor Ferenczi

A Concepção de Trauma em Sigmund Freud e Sándor Ferenczi A Concepção de Trauma em Sigmund Freud e Sándor Ferenczi Fernanda Altermann Batista Email: fealtermann@hotmail.com Esse trabalho surgiu de pesquisa realizada no Laboratório de Epistemologia e Clínica Psicanalítica

Leia mais

PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL. Profa. Fátima Soares

PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL. Profa. Fátima Soares PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL Profa. Fátima Soares Definições: A psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais do ser humano e todos os animais. Psicologia como ciência A psicologia

Leia mais

Curso de Extensão: LEITURAS DIRIGIDAS DA OBRA DE JACQUES LACAN/2014

Curso de Extensão: LEITURAS DIRIGIDAS DA OBRA DE JACQUES LACAN/2014 Curso de Extensão: LEITURAS DIRIGIDAS DA OBRA DE JACQUES LACAN/2014 Prof. Dr. Mario Eduardo Costa Pereira PROGRAMA - Io. SEMESTRE Março/2014 14/03/2014 CONFERÊNCIA INAUGURAL : Contextualização do seminário

Leia mais

Semana de Psicologia PUC RJ

Semana de Psicologia PUC RJ Semana de Psicologia PUC RJ O Psicólogo no Hospital Geral Apresentação: Decio Tenenbaum Material didático e concepções: Prof. Abram Eksterman Centro de Medicina Psicossomática e Psicologia Médica do Hospital

Leia mais

Sociedade Psicanalítica de Angra dos Reis Rio de Janeiro

Sociedade Psicanalítica de Angra dos Reis Rio de Janeiro CURSO DE PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO I. Objetivos do Curso Estudar a estrutura da realidade psíquica do ser humano, suas leis, seus limites e sua importância na educação das crianças e adolescentes. Mostrar

Leia mais

8 Referências bibliográficas

8 Referências bibliográficas 8 Referências bibliográficas ANDRÉ, S. A impostura perversa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995. BARANDE, R. Poderemos nós não ser perversos? Psicanalistas, ainda mais um esforço. In: M UZAN, M. et al.

Leia mais

Escritores Criativos E Devaneio (1908), vol. IX. Fantasias Histéricas E Sua Relação Com A Bissexualidade (1908), vol. IX. Moral Sexual Civilizada E

Escritores Criativos E Devaneio (1908), vol. IX. Fantasias Histéricas E Sua Relação Com A Bissexualidade (1908), vol. IX. Moral Sexual Civilizada E 6 Bibliografia ANDRÉ, S., A Impostura Perversa, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 1995. BROUSSE, M. H., A Fórmula do Fantasma? $ a, in Lacan, organizado por: Gérard Miller, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed.,

Leia mais

UMA LEITURA DA OBRA DE SIGMUND FREUD. PALAVRAS-CHAVE Sigmund Freud. Psicanálise. Obras Completas de Freud.

UMA LEITURA DA OBRA DE SIGMUND FREUD. PALAVRAS-CHAVE Sigmund Freud. Psicanálise. Obras Completas de Freud. 12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( X) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA UMA LEITURA

Leia mais

INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA PSICANALÍTICA. Profa. Dra. Laura Carmilo granado

INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA PSICANALÍTICA. Profa. Dra. Laura Carmilo granado INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA PSICANALÍTICA Profa. Dra. Laura Carmilo granado Pathos Passividade, paixão e padecimento - padecimentos ou paixões próprios à alma (PEREIRA, 2000) Pathos na Grécia antiga Platão

Leia mais

O SINTOMA EM FREUD SOB UMA VISÃO PSICANALÍTICA NO HOSPITAL

O SINTOMA EM FREUD SOB UMA VISÃO PSICANALÍTICA NO HOSPITAL O SINTOMA EM FREUD SOB UMA VISÃO PSICANALÍTICA NO Resumo: HOSPITAL Cláudio Roberto Pereira Senos, Paula Land Curi, Paulo Roberto Mattos Para os que convivem no âmbito do hospital geral, o discurso médico

Leia mais

PULSÃO DE MORTE, CORPO E MENTALIZAÇÃO. Eixo: O corpo na teoría Palavras chave : psicossomática, pulsão de morte, depressão essencial, psicanálise

PULSÃO DE MORTE, CORPO E MENTALIZAÇÃO. Eixo: O corpo na teoría Palavras chave : psicossomática, pulsão de morte, depressão essencial, psicanálise PULSÃO DE MORTE, CORPO E MENTALIZAÇÃO Patricia Rivoire Menelli Goldfeld Eixo: O corpo na teoría Palavras chave : psicossomática, pulsão de morte, depressão essencial, psicanálise Resumo: A autora revisa

Leia mais

Período de Latência (PL) Salomé Vieira Santos. Psicologia Dinâmica do Desenvolvimento

Período de Latência (PL) Salomé Vieira Santos. Psicologia Dinâmica do Desenvolvimento Período de Latência (PL) Salomé Vieira Santos Psicologia Dinâmica do Desenvolvimento Março de 2017 Freud PL o período de desenvolvimento psicossexual que surge com a resolução do complexo de Édipo etapa

Leia mais

5 Referências bibliográficas

5 Referências bibliográficas 82 5 Referências bibliográficas BAKER, L. R. Attitudes in Action. Separata de: LECLERC, A.; QUEIROZ, G.; WRIGLEY, M. B. Proceedings of the Third International Colloquium in Philosophy of Mind. Manuscrito

Leia mais

Prof. Me. Renato Borges

Prof. Me. Renato Borges Freud: Fases do desenvolvimento Prof. Me. Renato Borges Sigmund Freud Médico Nasceu em 1856 na República Tcheca e viveu em Viena (Áustria). Morreu em Londres em 1839, onde se refugiava do Nazismo. As três

Leia mais

A teoria das pulsões e a biologia. A descrição das origens da pulsão em Freud

A teoria das pulsões e a biologia. A descrição das origens da pulsão em Freud www.franklingoldgrub.com Édipo 3 x 4 - franklin goldgrub 6º Capítulo - (texto parcial) A teoria das pulsões e a biologia A descrição das origens da pulsão em Freud Ao empreender sua reflexão sobre a origem

Leia mais

Figuras da Psicopatologia. Esquema da aula de 12 de julho de Neurose e Psicose (S. Freud vol. XIX Obras Completas)

Figuras da Psicopatologia. Esquema da aula de 12 de julho de Neurose e Psicose (S. Freud vol. XIX Obras Completas) Figuras da Psicopatologia Esquema da aula de 12 de julho de 2014 1) TEXTOS: Neurose e Psicose (S. Freud 1923-1924 vol. XIX Obras Completas) A perda da realidade na neurose e na psicose (S. Freud 1924 vol.

Leia mais

PLANO AFETIVO CONSCIÊNCIA DO EU CONCEITO CONSCIÊNCIA DO EU HUMOR NEXOS AFETIVOS. Consciência da própria valia. Impressão de plenitude presente vivida

PLANO AFETIVO CONSCIÊNCIA DO EU CONCEITO CONSCIÊNCIA DO EU HUMOR NEXOS AFETIVOS. Consciência da própria valia. Impressão de plenitude presente vivida Prof. José Reinaldo do Amaral Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia GERAL 2013 / 2 PLANO AFETIVO NEXOS AFETIVOS CONCEITO Consciência da própria valia Impressão de plenitude

Leia mais

A PULSÃO DE MORTE E AS PSICOPATOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS. sobre o tema ainda não se chegou a um consenso sobre a etiologia e os mecanismos psíquicos

A PULSÃO DE MORTE E AS PSICOPATOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS. sobre o tema ainda não se chegou a um consenso sobre a etiologia e os mecanismos psíquicos A PULSÃO DE MORTE E AS PSICOPATOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS Aldo Ivan Pereira Paiva As "Psicopatologias Contemporâneas, cujas patologias mais conhecidas são os distúrbios alimentares, a síndrome do pânico, os

Leia mais

O DESENVOLVIMENTO HUMANO SOB A PERSPECTIVA DE BION E WINNICOTT

O DESENVOLVIMENTO HUMANO SOB A PERSPECTIVA DE BION E WINNICOTT O DESENVOLVIMENTO HUMANO SOB A PERSPECTIVA DE BION E WINNICOTT Carla Maria Lima Braga Inicio a minha fala agradecendo o convite e me sentindo honrada de poder estar aqui nesta mesa com o Prof. Rezende

Leia mais

7. Referências Bibliográficas

7. Referências Bibliográficas 102 7. Referências Bibliográficas ANSERMET, François. Clínica da Origem: a criança entre a medicina e a psicanálise. [Opção Lacaniana n 02] Rio de Janeiro: Contra capa livraria, 2003. ARAÚJO, Marlenbe

Leia mais

Prof. Me. Renato R. Borges. facebook.com/prof. Renato.Borges -

Prof. Me. Renato R. Borges. facebook.com/prof. Renato.Borges  - 1961 Prof. Me. Renato R. Borges A minha alma descansa somente em Deus; dele vem a minha salvação. Salmos 62:1 facebook.com/prof. Renato.Borges 1 Carl Gustav Jung nasceu em Kesswyl, na Suíça em julho de

Leia mais

CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS CEP FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE O SELFIE PÓS-SEXO E O EXIBICIONISMO: UM OLHAR PSICANALÍTICO

CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS CEP FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE O SELFIE PÓS-SEXO E O EXIBICIONISMO: UM OLHAR PSICANALÍTICO CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS CEP FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE O SELFIE PÓS-SEXO E O EXIBICIONISMO: UM OLHAR PSICANALÍTICO CAROLINA CARDINAL DUARTE CAMPAÑA MAIA CICLO I 4ª FEIRA PERÍODO MANHÃ SÃO PAULO SP

Leia mais

2º Semestre de Aluno: Renata de Novaes Rezende. Ciclo IV Quarta-feira (manhã) Título: Uma breve reflexão sobre o filme Divertida Mente

2º Semestre de Aluno: Renata de Novaes Rezende. Ciclo IV Quarta-feira (manhã) Título: Uma breve reflexão sobre o filme Divertida Mente 2º Semestre de 2015 Aluno: Renata de Novaes Rezende Ciclo IV Quarta-feira (manhã) Título: Uma breve reflexão sobre o filme Divertida Mente O filme Divertida Mente, que tem como título original Inside Out,

Leia mais

TÍTULO: CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DA ANGUSTIA E NARCISISMO PARA PSICANÁLISE. ORIENTADOR(ES): KELE CRISTINA PASQUALINI, PATRICIA SOARES BALTAZAR BODONI

TÍTULO: CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DA ANGUSTIA E NARCISISMO PARA PSICANÁLISE. ORIENTADOR(ES): KELE CRISTINA PASQUALINI, PATRICIA SOARES BALTAZAR BODONI TÍTULO: CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DA ANGUSTIA E NARCISISMO PARA PSICANÁLISE. CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PSICOLOGIA INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE BAURU AUTOR(ES):

Leia mais

Personalidade(s) e Turismo

Personalidade(s) e Turismo Personalidade(s) e Turismo O que é Personalidade? Ela é inata ou aprendida? Personalidade/Personalidades É uma organização dinâmica de partes interligadas, que vão evoluindo do recém-nascido biológico

Leia mais

Como a análise pode permitir o encontro com o amor pleno

Como a análise pode permitir o encontro com o amor pleno Centro de Estudos Psicanalíticos - CEP Como a análise pode permitir o encontro com o amor pleno Laura Maria do Val Lanari Ciclo II, terça-feira à noite O presente trabalho tem por objetivo relatar as primeiras

Leia mais

Contribuições de Paul Federn para a clínica contemporânea. O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir alguns conceitos do psicanalista Paul

Contribuições de Paul Federn para a clínica contemporânea. O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir alguns conceitos do psicanalista Paul Contribuições de Paul Federn para a clínica contemporânea. O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir alguns conceitos do psicanalista Paul Federn,, que parecem contribuir para uma maior compreensão

Leia mais

Introdução à obra de Wallon

Introdução à obra de Wallon Henri Wallon Introdução à obra de Wallon A atividade da criança: conjunto de gestos com significados filogenéticos de sobrevivência. Entre o indivíduo e o meio há uma unidade indivisível. A sociedade é

Leia mais

Ética e Organizações EAD 791. Prof. Wilson Amorim 30/Agosto/2017 FEA USP

Ética e Organizações EAD 791. Prof. Wilson Amorim 30/Agosto/2017 FEA USP Ética e Organizações EAD 791 Prof. 30/Agosto/2017 FEA USP Aula de Hoje 30/08 1) Origens da Ética (Sócrates, Aristóteles) 2) Razão, Necessidade, Desejo, Vontade 3) Ética e Psicanálise Referências CHAUÍ,

Leia mais

Experiências de corpo inteiro: Contribuições de Wallon para a educação

Experiências de corpo inteiro: Contribuições de Wallon para a educação Experiências de corpo inteiro: Contribuições de Wallon para a educação Mariana Roncarati Mestranda em Educação - UNIRio/ CAPES; Psicomotricista Uni-IBMR; Especialista em Educação Infantil PUC-Rio m_roncarati@hotmail.com

Leia mais

MULHERES MASTECTOMIZADAS: UM OLHAR PSICANALÍTICO. Sara Guimarães Nunes 1

MULHERES MASTECTOMIZADAS: UM OLHAR PSICANALÍTICO. Sara Guimarães Nunes 1 MULHERES MASTECTOMIZADAS: UM OLHAR PSICANALÍTICO Sara Guimarães Nunes 1 1. Aluna Especial do Mestrado em Psicologia 2016.1, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Tipo de Apresentação: Comunicação

Leia mais

Ansiedade Generalizada. Sintomas e Tratamentos

Ansiedade Generalizada. Sintomas e Tratamentos Ansiedade Generalizada Sintomas e Tratamentos Sumário 1 Ansiedade e Medo ------------------------------------ 03 2 Transtorno de ansiedade generalizada----------06 3 Sintomas e Diagnóstico-------------------------------08

Leia mais

Teorias Motivacionais

Teorias Motivacionais Teorias Motivacionais A perspectiva biológica A perspectiva Biológica da Motivação pode subdividir-se em 3 categorias: As contribuições genéticas para o comportamento motivado A Motivação como estimulação

Leia mais

PSICANÁLISE SIGMUND FREUD Nasceu na Freiberg, Morávia, em Ingressou na Universidade de Viena em 1873, tornando-se médico em Primeiramente,

PSICANÁLISE SIGMUND FREUD Nasceu na Freiberg, Morávia, em Ingressou na Universidade de Viena em 1873, tornando-se médico em Primeiramente, Psicanálise PSICANÁLISE SIGMUND FREUD Nasceu na Freiberg, Morávia, em 1856. Ingressou na Universidade de Viena em 1873, tornando-se médico em 1881. Primeiramente, dedica-se à psiquiatria, concluindo que

Leia mais

Referências bibliográficas

Referências bibliográficas Referências bibliográficas ABRAHAM, K. (1918) Contribution a la psychanalyse des névroses de guerre in Oeuvres Complètes II 1915/1925. Paris: Payot, 2000. ANZIEU, D. O Eu-pele. São Paulo: Casa do Psicólogo,

Leia mais

FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS LUMNI CURSO PRESENCIAL 2018/19 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS LUMNI CURSO PRESENCIAL 2018/19 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS LUMNI CURSO PRESENCIAL 2018/19 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO SUMÁRIO Conheça todo o conteúdo do nosso curso de Formação de Terapeutas Módulo 1 - Psicanálise... 03 Módulo 2 - Regressão de

Leia mais

ABORDAGEM PSICOTERÁPICA ENFERMARIA

ABORDAGEM PSICOTERÁPICA ENFERMARIA I- Pressupostos básicos: 1- Definição: aplicação de técnicas psicológicas com a finalidade de restabelecer o equilíbrio emocional da pessoa pp. fatores envolvidos no desequilibrio emocional conflitos psicológicos

Leia mais

Sumário 1. As funções mentais superiores (a Síndrome de Pirandello) 2. Perspectivas teóricas (a eterna busca da realidade)

Sumário 1. As funções mentais superiores (a Síndrome de Pirandello) 2. Perspectivas teóricas (a eterna busca da realidade) Sumário 1. As funções mentais superiores (a Síndrome de Pirandello) 1.1 Corpo, cérebro e mente 1.2 Sensação e percepção 1.2.1 Características das sensações 1.2.2 Fatores que afetam a percepção 1.2.3 Fenômenos

Leia mais

Prof. Dr. Sérgio Freire

Prof. Dr. Sérgio Freire Prof. Dr. Sérgio Freire Introdução e contexto A relação com Sigmund Freud As cartas O afastamento O resto é silêncio" As causas da ruptura 02/20 História pessoal Nascimento em 26 de julho de 1875 em Kesswyl,

Leia mais

Referências bibliográficas

Referências bibliográficas Referências bibliográficas BARROS, R. Os Afetos na Psicanálise. In: Cadernos do Tempo Psicanalítico. Rio de Janeiro:SPID, 1999, volume 4, pp. 133-142. BEAUD, M. Arte da Tese.(1985) Rio de Janeiro: Bertrand

Leia mais

O MASOQUISMO E O PROBLEMA ECONÔMICO EM FREUD. Esse trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado, vinculada ao Programa de

O MASOQUISMO E O PROBLEMA ECONÔMICO EM FREUD. Esse trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado, vinculada ao Programa de O MASOQUISMO E O PROBLEMA ECONÔMICO EM FREUD Mariana Rocha Lima Sonia Leite Esse trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado, vinculada ao Programa de Pós Graduação em Psicanálise da UERJ, cujo objetivo

Leia mais

Anais V CIPSI - Congresso Internacional de Psicologia Psicologia: de onde viemos, para onde vamos? Universidade Estadual de Maringá ISSN X

Anais V CIPSI - Congresso Internacional de Psicologia Psicologia: de onde viemos, para onde vamos? Universidade Estadual de Maringá ISSN X TEORIA DA SEDUÇÃO GENERALIZADA: UMA BREVE INTRODUÇÃO Mariane Zanella Ferreira* A Teoria da Sedução Generalizada (TSG), proposta por Jean Laplanche, é uma teoria recente, quando comparada à psicanálise

Leia mais

Transtornos Dissociativos e Conversivos. Alexandre de Araújo Pereira

Transtornos Dissociativos e Conversivos. Alexandre de Araújo Pereira Transtornos Dissociativos e Conversivos Alexandre de Araújo Pereira Conceitos básicos Dissociação: refere-se a uma quebra da unidade psíquica de forma parcial ou completa que se manifesta pela desintegração

Leia mais

Comunidade Pastoral ADOECIDOS PELA FÉ?

Comunidade Pastoral ADOECIDOS PELA FÉ? Comunidade Pastoral ADOECIDOS PELA FÉ? HÁBITOS, COSTUMES E...GENÉTICA PSICOPATOLOGIAS DINAMISMO EMOCIONAL AFETO (Instinto) Inconsciente EMOÇÃO LÓGICA (RAZÃO) Consciente Equilíbrio (ideal) = 50% afeto +

Leia mais

Sintoma 1. Cf. FREUD, S., Inibições, sintomas e angústia, (1926), ESB, v. XX, cap. II, III, IV, V e VI.

Sintoma 1. Cf. FREUD, S., Inibições, sintomas e angústia, (1926), ESB, v. XX, cap. II, III, IV, V e VI. Sintoma 1 O sintoma analítico é uma defesa O recalque é um mecanismo que o eu, em geral, por ordem do supereu, lança mão para defender-se de um impulso do id. O recalque incide sobre a idéia que traduz

Leia mais

Seminário: Perversão - ano: IV prof. Flávio Carvalho Ferraz

Seminário: Perversão - ano: IV prof. Flávio Carvalho Ferraz ENTRE O TERROR E O EROTISMO (Alguns aspectos da questão da perversão em psicanálise) João Carlos de Araujo Seminário: Perversão - ano: IV - 2003 prof. Flávio Carvalho Ferraz Resumo: A perversão tem sido

Leia mais

Desenvolvimento humano: Traumas e transtornos. Prof Me. Irisomar Fernandes Silva ceevix.com

Desenvolvimento humano: Traumas e transtornos. Prof Me. Irisomar Fernandes Silva ceevix.com Desenvolvimento humano: Traumas e transtornos Prof Me. Irisomar Fernandes Silva 27 99224 6450 ceevix.com Somos seres em constante desenvolvimento e evolução Do ( ) 09 até a morte, estamos no processo diuturno

Leia mais

Sumário. Parte I VISÃO GERAL. Parte II COMUNICAÇÃO E RELAÇÃO. Introdução A medicina da pessoa...31

Sumário. Parte I VISÃO GERAL. Parte II COMUNICAÇÃO E RELAÇÃO. Introdução A medicina da pessoa...31 Sumário Introdução...25 Parte I VISÃO GERAL 1. A medicina da pessoa...31 Um pouco de história saúde-doença: evolução do conceito...31 Período pré-histórico...31 Período histórico primórdios...33 O antigo

Leia mais

SEQUENCIA EMOCIONAL. Freud

SEQUENCIA EMOCIONAL. Freud SEQUENCIA EMOCIONAL Freud Sequência Emocional - Introdução Dentro da terapia psicanalítica a sequência emocional assume importante papel na análise dos problemas e sintomas trazidos pelo paciente. Ela

Leia mais

A CRIANÇA E O DIVÓRCIO

A CRIANÇA E O DIVÓRCIO A CRIANÇA E O DIVÓRCIO Colégio Cosme e Damião Maio 2013 Formadora: Dra. Ana Filipa Mendes A Criança e o divórcio Como explicar o divórcio aos filhos? Quanto tempo dura o sofrimento da criança? Como vai

Leia mais

CRONOGRAMA DE AULAS CURSO PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA 03/10 PSICOLOGIA HOSPITALAR 9/10 PSICOLOGIA DA SAÚDE 5/10 SAÚDE COLETIVA

CRONOGRAMA DE AULAS CURSO PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA 03/10 PSICOLOGIA HOSPITALAR 9/10 PSICOLOGIA DA SAÚDE 5/10 SAÚDE COLETIVA CRONOGRAMA DE AULAS CURSO PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA 03/10 PSICOLOGIA HOSPITALAR PARTE 1: CONCEITOS DE PSICOLOGIA APLICADOS AO CONTEXTO HOSPITALAR Contexto histórico (parte I) Contexto

Leia mais

3.15 As psicoses na criança e no adolescente

3.15 As psicoses na criança e no adolescente Páginas para pais: Problemas na criança e no adolescente 3.15 As psicoses na criança e no adolescente Introdução As psicoses são doenças mentais raras que, geralmente, se iniciam no fim da adolescência

Leia mais

PLANO DE ENSINO. Conceituar a Psicologia e sua intercomunicação com o Direito.

PLANO DE ENSINO. Conceituar a Psicologia e sua intercomunicação com o Direito. PLANO DE ENSINO CURSO: Direito PERÍODO: 1º Semestre DISCIPLINA: Psicologia Jurídica CARGA HORÁRIA SEMANAL: 03 horas/aula CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 60 horas/aula I EMENTA Psicologia jurídica: definição,

Leia mais

A contribuição winnicottiana à teoria do complexo de Édipo e suas implicações para a

A contribuição winnicottiana à teoria do complexo de Édipo e suas implicações para a A contribuição winnicottiana à teoria do complexo de Édipo e suas implicações para a prática clínica. No interior de sua teoria geral, Winnicott redescreve o complexo de Édipo como uma fase tardia do processo

Leia mais

CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS ANTES DE TUDO, O AMOR: CONSIDERAÇÕES SOBRE A TRANSFERÊNCIA EM FREUD E LACAN. Cláudia Sampaio Barral Ciclo V quarta feira/manhã São Paulo 2013 1 A primeira aparição do termo

Leia mais

6 Referências bibliográficas

6 Referências bibliográficas 78 6 Referências bibliográficas ALMEIDA PRADO, M. C. Uma Introdução aos Qüiproquós Conjugais. In: FÉRES CARNEIRO T. (org.). Relação Amorosa, Casamento, Separação e Terapia de Casal. Rio de Janeiro: Associação

Leia mais

ISSN: O SINTOMA FALTA DE DESEJO EM UMA CONCEPÇÃO FREUDIANA

ISSN: O SINTOMA FALTA DE DESEJO EM UMA CONCEPÇÃO FREUDIANA O SINTOMA FALTA DE DESEJO EM UMA CONCEPÇÃO FREUDIANA Carla Cristiane de Oliveira Pinheiro * (UESB) Maria da Conceição Fonseca- Silva ** (UESB) RESUMO O objetivo deste artigo é avaliar a teoria Freudiana

Leia mais

A QUESTÂO DO EU, A ANGÚSTIA E A CONSTITUIÇÃO DA REALIDADE PARA A PSICANÁLISE 1

A QUESTÂO DO EU, A ANGÚSTIA E A CONSTITUIÇÃO DA REALIDADE PARA A PSICANÁLISE 1 A QUESTÂO DO EU, A ANGÚSTIA E A CONSTITUIÇÃO DA REALIDADE PARA A PSICANÁLISE 1 Joana Souza Mestranda do Programa de Pós-graduação em Psicanálise da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialização

Leia mais

III SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA ISSN: Universidade Estadual de Maringá 23 de Novembro de 2013

III SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA ISSN: Universidade Estadual de Maringá 23 de Novembro de 2013 O CONCEITO DE FANTASIA NA TEORIA DAS POSIÇÕES DE MELANIE KLEIN Wesley Carlos Marques Caldeira (Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá). Talitha Priscila Cabral Coelho (Departamento

Leia mais

BION A CONTRIBUIÇÃO DA PSICANÁLISE A PSICOTERAPIA DE GRUPO

BION A CONTRIBUIÇÃO DA PSICANÁLISE A PSICOTERAPIA DE GRUPO BION A CONTRIBUIÇÃO DA PSICANÁLISE A PSICOTERAPIA DE GRUPO BIOGRAFIA Nasceu em 1897 na Índia, filho de ingleses Com 8 anos foi p\ Inglaterra Oficial na I e na II Guerra Mundial iniciou primeiras experiências

Leia mais

Eva Maria Migliavacca

Eva Maria Migliavacca N Eva Maria Migliavacca este trabalho serão abordados alguns aspectos que podem ser observados no decorrer do processo terapêutico psicanalítico e desenvolvidas algumas reflexões a respeito. O trabalho

Leia mais

C U R S O D E F O R M A Ç Ã O PSICANÁLISE

C U R S O D E F O R M A Ç Ã O PSICANÁLISE C U R S O D E F O R M A Ç Ã O PSICANÁLISE PSICOPATOLOGIA 1 Dr FRANCIS BITTENCOURT OLIVEIRA 2015 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A CATEGORIA PARA FINS DIDÁTICOS 1) PSICOSES; 2) ESTADOS PSICÓTICOS; 3) CONDIÇÕES PSICÓTICAS.

Leia mais

O lugar do amor na transição da adolescência para a vida adulta 1 Michele Melo Reghelin 2009

O lugar do amor na transição da adolescência para a vida adulta 1 Michele Melo Reghelin 2009 O lugar do amor na transição da adolescência para a vida adulta 1 Michele Melo Reghelin 2009 Na área da psicologia, a escolha conjugal e o relacionamento conjugal são entendidos como um processo maturacional

Leia mais

FREUD E LACAN NA CLÍNICA DE 2009

FREUD E LACAN NA CLÍNICA DE 2009 FREUD E LACAN NA CLÍNICA DE 2009 APRESENTAÇÃO O Corpo de Formação em Psicanálise do Instituto da Psicanálise Lacaniana- IPLA trabalhará neste ano de 2009 a atualidade clínica dos quatro conceitos fundamentais

Leia mais

DUPLO DIAGNÓSTICO: Transtornos Mentais na Síndrome de Down

DUPLO DIAGNÓSTICO: Transtornos Mentais na Síndrome de Down DUPLO DIAGNÓSTICO: Transtornos Mentais na Síndrome de Down DUPLO DIAGNÓSTICO Refere-se a pessoas com deficiência intelectual e também um outro transtorno psicológico ou psiquiátrico. TRANSTORNOS MENTAIS

Leia mais

Sigmund Freud ( )

Sigmund Freud ( ) Sigmund Freud (1856-1939) Na Moravia, em 06 de maio de 1856, nasceu Sigmund Freud, o fundador da Psicanálise. Morreu em 23 de setembro de 1939, em Londres, onde viveu seus últimos anos, exilado pelos efeitos

Leia mais

Trabalhando a ansiedade do paciente

Trabalhando a ansiedade do paciente Trabalhando a ansiedade do paciente Juliana Ono Tonaki Psicóloga Hospitalar Título SOFRIMENTO... principal Sofrimento humano como condição à todos; Cada um sente à sua forma e intensidade; Manifestação

Leia mais

Sigmund Freud Profª Karina Oliveira Bezerra p.456, 467 e 458

Sigmund Freud Profª Karina Oliveira Bezerra p.456, 467 e 458 Sigmund Freud 1856-1839 Profª Karina Oliveira Bezerra p.456, 467 e 458 Inconsciente Freud, no início do século XX, pôs em questão o otimismo racionalista. Fez descobertas que, até agora, continuam impondo

Leia mais

Podemos considerar Melanie Klein a criadora da principal técnica na análise de

Podemos considerar Melanie Klein a criadora da principal técnica na análise de 18 1.2. Melanie Klein: a técnica do brincar Podemos considerar Melanie Klein a criadora da principal técnica na análise de crianças, a técnica do jogo, ainda que as primeiras publicações sobre técnica

Leia mais

CEP CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

CEP CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS CEP CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS As pulsões e suas repetições. Luiz Augusto Mardegan Ciclo V - 4ª feira manhã São Paulo, maio de 2015. Neste trabalho do ciclo V apresentamos as análises de Freud sobre

Leia mais

FUNDAMENTOS BÁSICOS E TEORIA EM SAÚDE MENTAL

FUNDAMENTOS BÁSICOS E TEORIA EM SAÚDE MENTAL FUNDAMENTOS BÁSICOS E TEORIA EM SAÚDE MENTAL Aluno: Matrícula: Curso: Unidade de Estudo: Data Prova: / / FUNDAMENTOS BÁSICOS E TEORIA EM SAÚDE MENTAL AVP MÉDIA 1 A B C D 2 A B C D 3 A B C D 4 A B C D 5

Leia mais

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social O PAPEL DO OUTRO NA CONSTITUIÇÃO DO PSIQUISMO: UM ESTUDO A PARTIR DO CONCEITO DE IDENTIFICAÇÃO EM FREUD Sabryna Valéria de Almeida Santos* (PIBIC-FA, Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de

Leia mais