O SINERGISMO MUSCULAR RESPIRATÓRIO E PÉLVICO
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- Thalita Rocha Alvarenga
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1 O SINERGISMO MUSCULAR RESPIRATÓRIO E PÉLVICO Géssica Viera¹, Carla Pessota¹, Carolini Soares¹, Andriele Gasparetto², Letícia Fernandez Frigo² ¹Acadêmica do Curso de Fisioterapia Centro Universitário Franciscano UNIFRA Santa Maria - RS. ² Docente do Curso de Fisioterapia Centro Universitário Franciscano - UNIFRA Santa Maria - RS. Grupo de pesquisa promoção da saúde e tecnologias aplicadas á Fisioterapia. RESUMO O corpo humano é composto por diferentes estruturas e delas depende o sinergismo postural responsáveis pelo bom funcionamento da biomecânica corporal. Estudos têm comprovado a ação sinérgica entre a musculatura perineal com a musculatura respiratória, portanto alterações no sistema respiratório podem causar mudanças na funcionalidade do assoalho pélvico. Com base nisso, este estudo teve por objetivo analisar o sinergismo muscular respiratório e pélvico. Metodologia: este estudo consistiu em uma revisão de literatura. Resultados: estudos observaram existência da ação sinérgica entre os músculos abdominais, perineais e respiratórios. Aumentos na pressão intra-abdominal afetam indiretamente a pressão sobre a bexiga. Assim, percebe-se que todo o conteúdo abdominal esta ligado mais ou menos diretamente ao diafragma, sendo todas as vísceras abdominais influenciadas pelo jogo diafragmático. Conclusão: O sinergismo entre o recrutamento muscular respiratório e pélvico, permite destacar a importância de um trabalho buscando uma visão integral na reabilitação destas estruturas fundamentais na biomecânica corporal. Palavras Chaves: Respiração, Assoalho Pélvico, Musculatura Abdominal. ABSTRACT The human body is composed of different structures and depends on the synergy of these postural responsible for the smooth functioning of body biomechanics. Studies have proven the synergistic action between the perineal muscles to respiratory muscles, so changes in the respiratory system can cause changes in the functionality of the pelvic floor. On this basis, this study aimed to analyze the respiratory and pelvic muscle synergy. Methodology: This study consisted of a literature review. Results: studies have found existence of synergistic action between the abdominal, perineal and breathing. Increases in intra-abdominal pressure affect indirectly the pressure on the bladder. Thus, it is clear that the entire abdominal contents on this more or less directly to the diaphragm, the abdominal viscera are all influenced by diaphragmatic game. Conclusion: The synergism between the respiratory and pelvic muscle recruitment, allows you to emphasize the importance of seeking a job in a comprehensive vision rehabilitation of key structures in the body biomechanics. Keywords: Breathing, Pelvic Floor, Abdominal Muscles. INTRODUÇÃO O corpo humano é uma unidade composta por diferentes estruturas e delas depende o sinergismo muscular e o condicionamento postural responsáveis pelo bom funcionamento da biomecânica corporal. Dentre as estruturas relacionadas à funcionalidade, destacam-se os
2 diafragmas, estruturas que deve ser analisado de forma global. O diafragma torácico é um músculo delgado e achatado que separa a cavidade torácica da abdominal e o diafragma pélvico é formado pelo plano profundo ou superior do períneo, sendo caracterizado por um conjunto de músculos e tecidos que revestem a camada inferior da pelve [1]. Estudos têm comprovado a ação sinérgica entre a musculatura perineal e a abdominal e destas com a musculatura respiratória, portanto alterações no sistema respiratório podem causar mudanças na funcionalidade da musculatura do assoalho pélvico [2], [3]. Com base nisso, este estudo teve por objetivo analisar o sinergismo muscular respiratório e pélvico. METODOLOGIA Este estudo consistiu em uma revisão de literatura sobre o sinergismo muscular respiratório e pélvico. A pesquisa foi realizada nas bases de dados eletrônicas, nacionais e internacionais (LILACS, Bireme, e SCIELO) através da consulta pelos seguintes descritores: Assoalho Pélvico, Diafragma, Pressão intra-abdominal junto de suas combinações e respectivas palavras em inglês durante o mês de junho e julho de Os artigos identificados pela estratégia de busca foram avaliados, de forma independente e cegada, por três pesquisadores (autores), obedecendo rigorosamente aos critérios de inclusão: artigos publicados em revistas indexadas, texto na integra, ano de publicação (1989 a 2006), tipo de estudo (sem delimitação) e idioma (português, inglês). Tais estratégias foram tomadas com o intuito de maximizar os resultados da pesquisa, uma vez que foi constatada escassez de literatura. Foram excluídos os estudos que não obedeceram aos critérios de inclusão supracitados. RESULTADOS E DISCUSSÃO O diafragma é classicamente descrito como um músculo delgado e achatado, que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal, sendo assim, na inspiração a pressão no abdome aumenta e diminui brutalmente no tórax. Isso se deve ao fato de os pulmões serem solidários às paredes da caixa torácica e com a aponeurose do diafragma por intermédio das pleuras, e serem repentinamente dilatados para baixo pela descida do centro frênico. Com isso, o aumento da pressão intra abdominal aumenta a pressão na bexiga, diminuindo a pressão na uretra, ocasionando a perda urinária, se houver hipermobilidade no colo vesical [1]. Ao mesmo tempo, a transmissão de pressão dentro da cavidade abdominal e a atividade de resposta dos músculos do Assoalho Pélvico (AP) às variações da pressão, favorecem o processo de continência [4]. O AP é um conjunto de partes moles que fecham a pelve, sendo formado por músculos, ligamentos e fáscias, ou ainda, todo o conjunto de estruturas que dá suporte às vísceras abdominais e pélvicas [5]. Suas funções são de sustentar e suspender os órgãos pélvicos e abdominais, mantendo as continências urinária e fecal. Os músculos deste assoalho também participam da função sexual e distendem-se em sua porção máxima na passagem do feto [6], sendo eles os coccígeos e elevadores do ânus, que conjuntamente são chamados de diafragma pélvico, que é atravessado à frente pela vagina e uretra e ao centro pelo canal anal [7]. Resumindo,
3 o AP é responsável pelo suporte dos órgãos pélvicos e conteúdo abdominal, especialmente quando em pé e ao exercer força durante o movimento [8]. Porém, o corpo busca sempre um equilíbrio entre as forças, que pode ser evidenciado na ligação entre a pelve e a cavidade abdominal, sendo que as variações de pressão na cavidade abdominal são transmitidas para as estruturas pélvicas. Para proteção dessas estruturas, existe um diafragma pélvico, bem como ligações de tecido conjuntivo e ligamentoso, cuja finalidade é manter as vísceras intraabdominais acima da porção fechada do AP [9]. O bom equilíbrio da pelve depende da condição postural. A pelve bem posicionada propicia o equilíbrio dos órgãos pélvicos dentro da cavidade abdominal, o que favorece suas funções [10]. Atualmente têm-se relatado a ação sinérgica entre a musculatura perineal e a abdominal e destas com a musculatura respiratória [2], [3]. Dados obtidos por [11], por meio de exame da atividade eletromiográfica do esfíncteruretral externo e do AP, também demonstraram que a contração da musculatura abdominal ocorre sinergicamente à contração do AP. [12], observaram a existência da ação sinérgica entre os músculos abdominais, perineais e respiratórios. Os músculos abdominais têm papel significativo na atividade respiratória, principalmente durante a fase expiratória; isso pôde ser observado por meio da Eletromiografia, em que se obteve aumento da atividade elétrica destes músculos durante a expiração e declínio durante a inspiração. [13], relataram que aumentos na pressão intra-abdominal (PIA) afetam indiretamente a pressão sobre a bexiga urinária. Este aumento da PIA é condição favorável para haver perda involuntária de urina, em ocasiões em que as respostas do AP se encontram alteradas, como ocorre em quadros de incontinência urinária de esforço. Assim, percebe-se que todo o conteúdo abdominal esta ligado mais ou menos diretamente ao diafragma, sendo todas as vísceras abdominais influenciadas pelo jogo diafragmático [1]. Levando em consideração esse sinergismos, entende-se que na respiração, a descida do centro frênico e a correspondente cocontração da musculatura abdominal tendem a empurrar caudalmente às vísceras, provocando um estiramento do períneo. Este realiza, por sua vez, uma contração, impedindo a descida do conteúdo abdominal, aumentando ainda mais a pressão intra-abdominal, e facilitando tanto a função respiratória quanto a estabilização postura [12]. Durante a inspiração, a parede abdominal estabiliza a base do tórax, graças às suas inserções, fechando a abertura inferior da caixa torácica e promovendo sustentação das vísceras para o apoio do diafragma. Portanto, a efetividade do diafragma depende da estabilização da coluna lombar, onde tem seus pilares inseridos, e da parede abdominal [14]. As características mecânicas da caixa torácica e do segmento abdominal, juntamente com a força dos músculos torácicos, abdominal e do diafragma determinam a pressão intraabdominal. A ação coordenada do diafragma com a dos músculos abdominais e do AP promovem, simultaneamente, a deflagração da inspiração e a participação no mecanismo de estabilização da coluna [15], [16], [17].
4 O trabalho respiratório bem coordenado permite que o diafragma potencialize sua função de gerador de fluxo aéreo. A ativação da musculatura deste complexo pélvico do quadril tem papel, não somente na organização postural, mas para a biomecânica respiratória [14], [16], [17], [19], [20]. Isso quer dizer que o trabalho integrado dos componentes musculares contribui para a biomecânica normal do corpo, potencializa sua função gerando maior efetividade. O recrutamento adequado do complexo pélvico promove estabilidade aos seus componentes, favorecendo a biomecânica respiratória e fornecendo o suporte adequado às vísceras [17], [19], [21]. CONCLUSÃO O sinergismo entre o recrutamento muscular respiratório e pélvico nos permite destacar a importância de um trabalho buscando uma visão integral na reabilitação destas estruturas fundamentais na biomecânica corporal. O trabalho integrado dos componentes musculares contribui para a biomecânica normal do corpo e potencializa sua função. O trabalho respiratório bem coordenado permite que o diafragma potencialize sua função de gerador de fluxo aéreo. A ativação da musculatura pélvica do quadril tem papel, não somente na organização postural mas também como beneficiador da biomecânica respiratória. REFERÊNCIAS [1]Campignion, Philippe (1998). Respirações a respiração para uma vida melhor. São Paulo. Editora Summus. [2]Azeredo Cac. Fisioterapia respiratória no hospital gera. São Paulo: Manole:2000. [3]Costa D, Sampaio Lmm, Lorenzzo Vap, Jamami M, Damaso Ar. Avaliação da força muscular respiratória e amplitudes torácicas e abdominais após a RFR em indivíduos obesos. Ver Latinoam Enfermagem. 2003:11(2): [4]Bienfait M. fisiologia da terapia manual: São Paulo: Summus Editorial :1989.p.141.p [5]Sampaio,F.J.B.;Favorito, L.A.;Rodrigues, H. C. Anatomia do trato urogenital na mulher. In: Barata, H.S.;Carvalhal,G.F. Urologia: princípios e prática. Porto Alegre: Artmed, [6]Oliveira, C.; Lopes, M. A. B Efeitos da Cinesioterapia no Assoalho Pélvico durante o ciclo gravídico-puerperal. Disponivel em: Acesso 26 jun [7]Freitas, F.; Menke, C. H.; Rivoire, W. Rotinas em ginecologia. 4 ed. Porto Alegre: Artmed [8]Goodman, P.J.Connectingthe core. Performance Training Journal. v3,n.6,p [9]Wallach S, Ostergard D. Anatomia pélvica feminine. In: D Ancona CAL, Rodrigues Netto Jr N. Aplicações clinicas da urodinamica; 3 ed. São Paulo: Atheneu; 2001.p [10]Etienne MA, Watman MC. Disfunções sexuais femininas São Paulo:LMPE editora; 2006.p.67. [11]Bo K, Stien R. Needle EMG registration of striated urethral wall and pelvic floor muscle contractions in nulliparous healthy females. Neurourol Urodyn.1994;13(1): [12] Moreira, E.C.H.; Arruda, P.B. Força muscular do assoalho pélvico entre mulheres continentes jovens e climatéricas. Semina: Ciências Biológicas da Saúde, n.1,v. 31, p , [13]Gudmundsson FF, Viste A, Gislason H, Svanes K. Comparison of different methods for measuring intra-abdominal pressure. Intensive Car Med. 2002:28(4): [14] Kisner, C.; Colby, L. Exercícios Terapêuticos: fundamentos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Manole; 2002.
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