PORTUGUÊS - 1 o ANO MÓDULO 50 ARCADISMO PARTE 2
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- Thereza Bergmann Dinis
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1 PORTUGUÊS - 1 o ANO MÓDULO 50 ARCADISMO PARTE 2
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5 Fixação LXII Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a por nestes oiteiros; Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte rico, e fino. Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. Glossário: 1) oiteiro: colina. 2) gabão: capote. 3) Almendro e Corino: pastores gregos. 4) choupana: casebre. 1) Identifique no texto: a) o verso que melhor representa o retorno do eu lírico à paisagem bucólica; b) o verso que mostra a preocupação materialista do centro urbano. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia, Que da cidade o lisonjeiro encanto; Aqui descanse a louca fantasia; E o que até agora se tornava em pranto, Se converta em afetos de alegria. (In: RAMOS, Péricles Eugênio da Silva, [org]. Poemas de Cláudio Manuel da Costa. São Paulo: Cultrix, p.63)
6 Assinale a opção que não apresenta um texto árcade: a) Que diversas são, Marília, as horas, Que passo na masmorra imunda e feia, Dessas horas felizes, já passadas Fixação 2) Alguns inconfidentes inspiram-se na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promulgada na França, em 1789, precursora da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que seria promulgada pela ONU em 1948, fazendo desses direitos um ideal internacional. No primeiro de seus trinta artigos declarase: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. O poema Marília de Dirceu, do árcade Tomás Antônio Gonzaga, reflete em sua segunda parte o drama vivido pelo poeta quando prisioneiro em função de sua participação na Inconfidência Mineira. De linguagem simples, o texto apresenta como traço básico o bucolismo. Na tua pátria aldeia! b) Nenhum pastor cuidava do rebanho, Enquanto em nós durava essa porfia. E ela, ó minha Amada, só findava Depois de acabar-se o dia. c) Então eu me ajuntava com Glauceste: E à sombra de alto cedro na campina Eu versos te compunha, e ele os compunha À sua cara Eulina. d) Quem deixa o trato pastoril amado Pela ingrata civil correspondência, Ou desconhece o rosto da violência, Ou do retiro da paz não tem provado. e) Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso, Que te elevas da noite orvalhada? Tens a face nas sombras mergulhada... Sobre as névoas te libras vaporoso (...) F 3 C
7 ixação ) Leia o Soneto LXIII, de Cláudio Manuel da osta: Já me enfado de ouvir este alarido, Com que se engana o mundo em seu cuidado; Quero ver entre as peles, e o cajado, Se melhora a fortuna de partido. Glossário: 1) alarido: gritaria. 2) soledade: solidão. Qual a perspectiva, no poema, sobre a relação entre campo e cidade? Canse embora a lisonja ao que ferido Da enganosa esperança anda magoado; Que eu tenho de acolher-me sempre ao lado Do velho desengano apercebido. Aquele adore as roupas de alto preço, Um siga a ostentação, outro a vaidade; Todos se enganam com igual excesso. Eu não chamo a isto já felicidade: Ao campo me recolho, e reconheço, Que não há maior bem, que a soledade.
8 Fixação F Textos para as questões 4 e 5: Texto I Olha, Marília, as flautas dos pastores, Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo, a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre por entre as flores? Texto II Ah! Não me roubou tudo a negra sorte; Inda tenho este abrigo, inda me resta O pranto, a queixa, a solidão, e a morte. (Bocage) (Bocage) 5 a b c d e 4) No texto I encontra-se representação da natureza que: a) se caracteriza como o locus amoenus (lugar aprazível), motivo poético desenvolvido pela estética árcade; b) correponde a um quadro harmonioso, seguindo modelo típico das cantigas de amor medievais; c) é resultado de uma concepção romântica, característica do mal do século; d) é expressão da religiosidade cristã que marcou os ideais iluministas; e) corresponde a um padrão estético que reflete a cosmovisão dos escritores naturalistas do século XIX.
9 ixação ) Sobre os textos I e II é correto afirmar: ) ambos indicam, por meio do vocativo, a presença da mulher amada; ) em I, concretiza-se poeticamente a alegria por meio da personificação; ) ambos expressam um lamento frente àquilo que a negra sorte pode roubar do ser humano; ) em II, o pranto, a queixa, a solidão e a morte apresentam-se como algo indesejável; ) em I, a recorrência de exclamações é índice de contenção emotiva.
10 Fixação 6) (UFPE) Basta senhor, porque roubo em uma barca sou ladrão, e vós que rouba s em uma armada sois imperador? Assim é. Roubar pouco é culpa, roubar muito é grandeza. O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que levam, de que eu trato, são os outros... ladrões de maior calibre e mais alta esfera... Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos, os outros furtam debaixo de seu risco, estes sem temor nem perigo; os outros se furtam são enforcados, e o bucolismo estes furtam e enforcam. (VIEIRA, Antonio. Sermão do bom ladrão) Que havemos de esperar, Marília bela? Que vão passando os florescentes dias? As glórias que já vêm tarde ja vêm frias; E pode enfim mudar-se a nossa estrela. Ah! Não, minha Marília, Aproveite-se o tempo, antes que faça O estrago de roubar ao corpo as forças E ao semblante a graça. F (GONZAGA, Tomás Antonio. Lira XIV) Sobre a obra desses autores, analise as afirmativas a seguir: 7 I) A obra de Gonzaga é exemplar do Arcadismo. O tema dos versos acima é o carpe diem (gozar a vida presente), escrito numa linguagem amena, sem arroubos, própria do Arcadismo. II) Despojada de ousadias sintáticas e vocabulares, a linguagem arcádica, no poema de Gonzaga, diferencia-se da linguagem rebuscada, usada pelo Barroco. III) O texto de Vieira, sendo Barroco, está pleno de metáforas, de linguagem figurada, de termos inusitados e eruditos, sendo de difícil compreensão. IV) Vieira adota a tendência barroca conceptista que leva para o texto o predomínio das ideias, do raciocínio, da lógica, procurando adequar os textos religiosos realidade circundante. Está(ão) correta(s) apenas: a) I, II e III b) I c) II d) I, II e IV e) II, III e IV
11 ixação ) (UFPA) Convite à Marília Já se afastou de nós o inverno agreste Envolto nos seus úmidos vapores; A fértil primavera, a mãe das flores, O prado ameno de boninas veste: Varrendo os ares o sutil Nordeste Os torna azuis: as aves de mil cores Adejam entre Zéfiros e Amores E torna o fresco tejo a cor celeste, Vem, ó Marília, vem lograr comigo Destes alegres campos a beleza, Destas copadas árvores o abrigo: Deixa louvar da corte a vã grandeza: Quanto me agrada mais estar comigo Notando as perfeições da natureza! (BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Sonetos Lisboa: Europa-América, s.d.p 38.). Glossário: 1) adejar: voar. 2) lograr: desfrutar. 3) copada: frondosa. Acerca do soneto, é CORRETO afirmar: a) Observa-se, devido à presença de uma natureza agreste, um afastamento das convenções árcades referente ao locus amoenus. b) O pré-romantismo, com sua valorização do sentimento, manifesta-se nas referências mitológicas, como Zéfiros e Amores. c) Locus amoenus é configurado, nos quartetos, por expressões como a fértil primavera, o prado ameno, a cor celeste, o que afasta o texto das paisagens noturnas do pré-romantismo. d) A oposição entre a vã grandeza da corte e as perfeições da natureza revela o conflito entre o eu lírico e os valores da sociedade, numa antecipação pré- -romântica do sentimento da paisagem. e) No primeiro terceto, dada a presença do tema campestre, evidenciam-se o bucolismo e o sentimento da natureza típicos do pré- Romantismo.
12 Proposto 1) (UFSCAR) Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado. Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! (COSTA, Claudio Manoel. Sonetos (VII). In: RAMOS, Péricles Eugênio da Silva (Intr., sel e notas). Poesia do outro - Antologia São Paulo: Melhoramentos, 1964, p. 47) Glossário: esmorecer: enfraquecer. O estilo neoclássico, fundamento do Arcadismo brasileiro, de que fez parte Claudio Manoel da Costa, caracteriza-se pela utilização das formas clássicas convencionais, pelo enquadramento temático em paisagem bucólica pintada como lugar aprazível, pela delegação da fala poética a um pastor culto e artista, pelo gosto das circunstâncias comuns, pelo vocabulário de fácil entendimento e por vários outros elementos que buscam adequar a sensibilidade, a razão, a natureza e a beleza. Dadas estas informações: a) Indique qual a forma convencional clássica em que se enquadra o poema. b) Transcreva a estrofe do poema em que a expressão da natureza aprazível, situada no passado, domina sobre a expressão do sentimento da personagem poemática.
13 Proposto 2) (UFRJ) Lira XIV Minha Bela Marília, tudo passa; A sorte deste mundo é mal segura; Se vem depois dos males a ventura, Vem depois dos prazeres a desgraça. Estão os mesmos deuses Sujeitos ao poder do ímpio fado: Apolo já fugiu do céu brilhante, Já foi pastor de gado. (Tomás Antônio Gonzaga) Glossário: 1) ímpio: impiedoso. 2) fado: destino. a) Diz-se que o poeta Árcade escreve de janelas fechadas. Justifique a afirmativa, levando-se em conta o momento histórico-cultural do Arcadismo no Brasil. b) Minha bela Marília, tudo passa; A sorte deste mundo é mal segura Relacione os dois versos apresentados ao tema do Carpe Diem.
14 Proposto 3) No poema a transitoriedade também é expressa por alterações na paisagem. Transcreva o verso do poema que comprova essa afirmativa.
15 Proposto 4) (UFF) Mal vi o teu rosto o sangue gelou-se a língua prendeu-se, tremi, e mudou-se das faces a cor. Marília, escuta um triste pastor Há no texto marcas flagrantes do estilo a que pertence. O subjetivismo e a temática amorosa, entrementes, aproximam-no de outro momento do processo literário brasileiro. Informe: a) O estilo literário a que pertence o texto. b) O movimento literário que também expressa as características citadas.
16 Proposto aquilo que o gato enterra... Eu conheci Deputado que nunca honrou a casaca, antes de ter este posto não valia uma caraça, no bolso velho furado não possuía pataca. Mas depois que se elevou pisava a gente com os pés, afrontando todo mundo, os dedos cheios de anéis ganhando sem trabalhar mais de três contos de réis. Porém a 10 de novembro o seu Gegê deu o traço, pegou toda essa negrada e fez virar em pedaço, deixando o tal Congresso que nem calção de palhaço. E deputado não vale Glossário: (Cantiga de cordel de Zé Vicente, Belém do Pará) 1) caraça: máscara de papelão. 2) pataca: moeda. 5) Diz-se que o poeta Árcade escreve de janelas fechadas. Justifique a afirmativa, levandose em conta o momento histórico-cultural do Arcadismo no Brasil. a) Minha bela Marília, tudo passa; fanfarrão poderoso, como nas Cartas chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga. b) satírica de nossa literatura, em que o alvo são os tipos populares oportunistas como os mulatos desavergonhados de Gregório de Matos. c) lírica de nossa literatura, pela qual o poeta expressa suas frustrações íntimas e dolorosas diante da brutalidade dos fatos. d) típica de nossa literatura, na qual o poeta enfrenta dramaticamente a realidade da opressão, como Castro Alves em vários poemas de Espumas flutuantes. e) típica de nossa literatura, pela qual se redime o valor moral das classes populares, como em Vidas secas de Graciliano Ramos.
17 Proposto 6) (UFRGS) Com base nos fragmentos a seguir, extraídos da Lira II, da obra Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações que seguem. Pintam, Marília, os Poetas A um menino vendado, Com uma aljava de setas, Arco empunhado na mão; Ligeiras asas nos ombros, O tenro corpo despido, E de Amor ou de Cupido São os nomes, que lhe dão. [...] Tu, Marília, agora vendo De Amor o lindo retrato, Contigo estarás dizendo Que é este o retrato teu. Sim, Marília, a cópia é tua. Que cupido é Deus suposto: Se há Cupido, é só teu rosto, Que ele foi quem me venceu. Glossário: recipiente aljava: para flechas. ( ) Na primeira estrofe, o poeta descreve uma figura representativa do amor na mitologia clássica. ( ) Na primeira estrofe, a amada Marília é alertada sobre a violência que se esconde por detrás da superfície do amor. ( ) Na segunda estrofe, o poeta transfere o retrato de Cupido para o rosto vencedor de Marília. ( ) Na segunda estrofe, o poeta confessa à amada sua rendição em relação aos poderes do amor. A sequência correta de preenchimento dos parêntese, é: a) V, V, F, F b) V, F, V, V c) F, F, V, V d) V, F, F, V e) F, V, F, F
18 Proposto 7) (UNIFESP) Leia o poema de Bocage para responder responder às questões a seguir. Olha, Marília, as flautas dos pastores Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre flores? Glossário: 1) cadente: cadenciado. 2) zéfiro: vento, brisa. 3) ósculo: beijo. A descrição que o eu lírico faz do ambiente é uma forma de mostrar à amada que o amor: a) acaba quando a morte chega; b) tem pouca relação com a natureza; c) deve ser idealizado, mas não realizado; d) traz as tristezas e a morte; e) é inspirado por tudo que os rodeia. Vê como ali, beijando-se, os Amores Incitam nossos ósculos ardentes! Ei-las de planta em planta as inocentes, As vagas borboletas de mil cores. Naquele arbusto o rouxinol suspira, Ora nas folhas a abelhinha para, Ora nos ares, sussurrando, gira: Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira, Mais tristeza que a morte me causara.
19 Proposto 8) (UNIFESP) O emprego de mas, na última estrofe do poema, permite entender que: a) todo o belo cenário só tem tais qualidades se a mulher amada fizer parte dele. b) a ausência da mulher amada pode levar o eu-lírico à morte. c) a morte é uma forma de o eulírico deixar de sofrer pela mulher amada. d) a mulher amada morreu e, por essa razão, o eu-lírico sofre. e) o eu lírico sofre toda manhã pela ausência da mulher amada.
20 Proposto 9) (UNIFESP) Leia os versos e analise as considerações sobre as formas verbais neles destacadas: I) Olha, Marília, as flautas dos pastores... Como o eu lírico faz um convite à audição das flautas dos pastores, poderia ser empregada a forma Ouça, no lugar de Olha. II) Vê como ali, beijando-se, os Amores... A forma verbal, no imperativo, expressa um convite do eu lírico para que a amada se delicie, junto a ele, com o belo cenário. III) Mas ah! Tudo o que vês... A forma verbal, também no imperativo, sugere que, neste ponto do poema, a amada já viu tudo o que o seu amado lhe mostrou. Está correto o que se afirma apenas em: a) I b) II c) III d) I e II e) I e III
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