Registro de classe CREA PA 2069/D Referência: Alteração de Condicionante PA COPAM Nº 02145/2002/001/2008
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1 Parecer Único SUPRAM SM n /2010 Empreendedor: Águas Minerais Poços de Caldas Atividade: Extração de água mineral ou potável de mesa classe: 3 CNPJ: / Município: Poços de Caldas MG Responsável Técnico pelos Estudos Técnicos Apresentados Idmilson Roberto Mesquita Engenheiro Geólogo Registro de classe CREA PA 2069/D Referência: Alteração de Condicionante PA COPAM Nº 02145/2002/001/ INTRODUÇÃO O empreendimento Água Minerais Poços de Caldas obteve Licença de Operação Corretiva na 61ª Reunião da URC/COPAM Sul de Minas, realizada no dia 28/09/2009, com parecer único, sugerindo o deferimento da licença de operação em caráter corretivo, com validade de 6 anos. O parecer nº /2009 foi aprovado com 03 (três) condicionantes, com as seguintes redações: Apresentar comprovante da destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos gerados no empreendimento, através de documentação emitida pelas empresas responsáveis pela coleta, transporte e destinação ambientalmente adequada dos mesmos. Executar o programa de automonitoramento dos resíduos sólidos, conforme definido no Anexo II. Apresentar protocolo no Órgão competente, da proposta de compensação de que trata o artigo 47, Lei Federal nº 9.985/ dias Durante a validade da licença 90 dias 2. DISCUSSÃO Em 04/11/2009 o empreendedor protocolou documento solicitando a exclusão das condicionantes 03(três) condicionantes, com as seguintes alegações: 1- Comprovação da destinação ambiental adequada quanto aos resíduos sólidos gerados no empreendimento: Alega o empreendedor que a declaração emitida pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Poços de Caldas Ltda que declara que os efluentes sanitários da Empresa Pública Águas Minerais Poços de Caldas Ltda são coletados pela Divisão da Limpeza Urbana com destino final ao aterro controlado. O material reciclável é encaminhado à coleta seletiva que funciona em parceria da Prefeitura Municipal, foi o documento principal para dirimir esse assunto. Menciona ainda que foi juntado outra declaração objetivando a comprovação de tratamento dos efluentes industriais emitida pelo Diretor Presidente do Departamento Municipal de Água e Esgoto de Poços de Caldas,na qual declara para fins de obtenção de Licença Ambiental junto ao Copam, Processo nº 02145/2002/001/2008, que a Empresa Pública Águas Minerais Poços de Caldas Ltda gera efluentes sanitários e está ligada à rede coletora pública municipal. Página: 1/5
2 Argumenta ainda, que há um manejo adequado que impossibilita uma reação de problemas ambientais já que o município sabe como proceder na coleta,seleção,armazenamento e descarte de resíduos. O empreendedor alega que, parece razoável, que as declarações e argumentos garantem o cumprimento da condicionante. Cabe ressaltar que a condicionante nº 01 se refere a resíduos sólidos, referente ao processo produtivo do empreendimento que correspondem às embalagens das matérias primas descartadas, sendo eles plásticos, papelão, madeira, bombonas de plásticos, sobras de óleo hidráulico (maquinário), panos contaminados com óleos e graxas, garrafões refugados,cartuchos de filtros, palets e papéis, além do lixo de escritório, refeitório e banheiro. A Lei nº , de 12 de janeiro de 2009, que dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos, prevê como princípios que orientam a Política Estadual de Resíduos Sólidos a destinação final ambientalmente adequada, senão vejamos: Art. 6º - São princípios que orientam a Política Estadual de Resíduos Sólidos: (...) VII - a destinação final ambientalmente adequada; No que concerne à alegação de que o município sabe como proceder na coleta, seleção, armazenamento e descarte de resíduos, verificamos pelo art. 11 da Lei /2009, somente é de competência do município a destinação final dos resíduos sólidos domiciliares, não se aplicando as atividades industriais e minerarias. Art São serviços públicos de caráter essencial, de responsabilidade do poder público municipal, a organização e o gerenciamento dos sistemas de segregação, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos domiciliares. Prevê a mesma Lei, em seu artigo 14, a responsabilidade da atividade mineraria e a responsabilidade pelo gerenciamento, desde a sua geração até sua destinação final: Art Compete aos geradores de resíduos das atividades industrial e minerária a responsabilidade pelo seu gerenciamento, desde a sua geração até a destinação final, incluindo: I - a separação e a coleta interna de resíduos de acordo com suas classes e características; Página: 2/5
3 II - o acondicionamento, a identificação e o transporte interno, quando for o caso; III - a manutenção de áreas para a sua operação e armazenagem; IV - a apresentação de resíduos para coleta externa, quando for o caso, de acordo com as normas pertinentes e na forma exigida pelas autoridades competentes; V - o transporte, o tratamento e a destinação final dos resíduos, na forma exigida pela legislação pertinente. Cabe ressaltar ainda, que são proibidas as seguintes formas de destinação dos resíduos sólidos: Art São proibidas as seguintes formas de destinação dos resíduos sólidos: I - lançamento "in natura" a céu aberto, sem tratamento prévio, em áreas urbanas e rurais; II - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não licenciados para esta finalidade, salvo em caso de decretação de emergência sanitária e desde que autorizada pelo órgão competente; III - lançamento ou disposição em lagoa, curso d'água, área de várzea, cavidade subterrânea ou dolina, terreno baldio, poço, cacimba, rede de drenagem de águas pluviais, galeria de esgoto, duto condutor de eletricidade ou telefone, mesmo que abandonados, em área sujeita a inundação e em área de proteção ambiental integral. Portanto, pelo exposto, o órgão ambiental, em cumprimento a legislação supracitada necessita que o empreendedor comprove a destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos gerados no empreendimento. Sendo assim, esse parecer sugere a manutenção da condicionante Nº 01 do Parecer Único. 2- Executar o programa de automonitoramento dos resíduos sólidos: Na defesa apresentada ficou externado que um dos temas mais debatidos pelo empreendedor são as pesquisas que estão sendo realizada para avaliar os resultados de eventuais danos que a empresa pode ocasionar. Alega que a empresa está paralisada e que uma das maiores preocupações do setor está relacionada com a qualidade do produto final que está sendo adquirido, conforme se pode constatar pela licitação nº 005/09, sendo o monitoramento objetivo desejável da empresa, sendo desnecessária uma ação de monitoramento e controle das Página: 3/5
4 variabilidades externas nos processos envolvidos para atingir esse objetivo, solicita o afastamento da condicionante nº 02. Cabe ressaltar que em relação a paralisação das atividades tendo em vista a licitação nº 005/09, a mesma não procede, uma vez que conforme item 2(dois) da referida licitação, o objeto da mesma é aquisição de 01(uma) Máquina Enchedora Rotativa Automática em aço carbono revestido em aço inox, para envasar garrafas de 510 a ml, que não foram objeto da análise do licenciamento, conforme mencionado no segundo parágrafo do item 2 do Parecer Único, sendo objeto do licenciamento a extração para envase de garrafões de 10 litros, 20 litros, copos de 200ml e 300ml. A disposição inadequada dos resíduos sólidos consta como um dos potenciais impactos ambientais gerados pelo empreendimento, o programa de gerenciamento ambiental desses resíduos tem no automonitoramento ferramenta essencial para avaliar o desempenho ambiental do empreendimento. Portanto, a alegação da impossibilidade do automonitoramento dos resíduos sólidos não procede. Pelo exposto este parecer sugere a manutenção da condicionante nº2. 3- Apresentar protocolo no órgão competente, da proposta de que trata o artigo 47 da Lei Federal 9.985/2000: Alega o recorrente que não faz uso de recurso hídrico, pois sua atividade é de mineração e que já contribui através de guia de compensação financeira para a exploração de recursos minerais junto ao DNPM e através da Lei Municipal nº 8.337, regulamentada pelo Decreto nº 8.791, alterado pelo art. 2º da Lei 8.473, sendo caracterizada a bi-tributação. Cumpre ressaltar que a alegação de bi-tributação não são argumentos para a exclusão condicionante uma vez que os fatos geradores são diversos (contribuição do CEFEM, da Lei e da Lei 9.985/200). Todavia, quanto à alegação de que a recorrente não faz uso ou intervenção em recurso hídrico e somente extração de água mineral, s.m.j, procede, incidindo a compensação financeira nos casos de abastecimento de água ou uso de recursos hídricos, conforme previsto no art. 47 da Lei 9.985/2000: O órgão ou empresa, público ou privado, responsável pelo abastecimento de água ou que faça uso de recursos hídricos, beneficiário da proteção proporcionada por uma unidade de conservação, deve contribuir financeiramente para a proteção e implementação da unidade, de acordo com o disposto em regulamentação específica. De acordo com o Parecer da AGU/RA 2006 a água mineral sem dúvida alguma está inserida dentro dos recursos hídricos em sentido amplo, uma vez que em razão de seus aspectos físico-químicos a água mineral é, indiscutivelmente, água. Todavia, é recurso hídrico especial, uma vez que além de ser um recurso hídrico é, simultaneamente, um recurso mineral. Em razão dessa especialidade possui um tratamento totalmente diferenciado, possuindo até Página: 4/5
5 mesmo um diploma normativa exclusivo que é o Decreto-Lei nº 7.841, de 1945, que afasta, por conseqüência lógica, sua natureza de recurso hídrico stricto sensu. Portanto, esse parecer sugere a exclusão da condicionante nº 03, por entender que o art. 47 da Lei do SNUC refere-se ao uso de recursos hídricos e não a um recurso mineral. 3. CONCLUSÃO Diante do exposto, este Parecer sugere a manutenção das condicionantes nº 01 e 02 e a exclusão da nº 3 do empreendimento ÁGUAS MINERAIS POÇOS DE CALDAS LTDA, Processo COPAM n.º 02145/2002/001/2008, localizada no município de Poços de Caldas/MG. Data: 11/05/2010 Equipe Interdisciplinar: Registro de classe Assinatura Gizele Lourenço CREA MG /D ORIGINAL ASSINADO Cristiane Brant Veloso OAB MG ORIGINAL ASSINADO Ciente:Luciano Junqueira de Melo Diretor Técnico MASP ORIGINAL ASSINADO Página: 5/5
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