OS PURITANOS NA LITERATURA NORTE-AMERICANA

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1 OS PURITANOS NA LITERATURA NORTE-AMERICANA Prof.Especialista Ana Claudia Brida Recanto das Letras, 2010 Pensamento Puritano Freqüentemente usamos o termo puritanos. Agora devemos separar as ações externas deles de colonizar uma terra para considerar as convicções e idéias que os inspiraram e grandemente influenciaram a nossa história. Para fazer isto, teremos de questionar quais os métodos puritanos. Como a própria palavra sugere, os puritanos quiseram tornar puras as suas convicções e práticas religiosas. Os puritanos pretendiam ser purificadores. A designação foi cunhada por seus opositores e aplicadas a eles com desprezo; para os ironizar como as pessoas de pensamento mais santo e melhor conduta. O termo é usado neste sentido numa das obras de Shakespeare. Os puritanos destemidos reivindicaram este nome para eles, adotando-o como um distintivo de honra. Os puritanos desejavam restabelecer a simplicidade dos serviços para a Igreja e a autoridade teológica da Bíblia. Eles acreditavam que a Igreja da Inglaterra estava ligada à Igreja de Roma em doutrina, na forma de adoração e organização da autoridade. Outro ponto de divergência era que a Igreja da Inglaterra era a igreja estabelecida, isto é, a igreja oficial do estado, os puritanos mais extremos, entre eles o grupo das plantações de Plymouth, sentiam que as influências políticas e jurídicas tinham conduzido à corrupção dentro da igreja. Esses Puritanos eram os Separatistas quer dizer, desejavam a liberdade total da Igreja da Inglaterra. Por outro lado, o grupo da baía de Massachusetts, desejou reformar a igreja, mas preservar certas partes. Uma vez que já estavam instalados nesta terra, eles também auxiliaram gradualmente na separação completa. Os puritanos incluíam as pessoas do grau mais humilde ao mais elevado da sociedade inglesa, estudados e analfabetos, pobres e ricos. Suas faltas eram mais comuns vindas de pessoas com velhas opiniões extremistas. Os puritanos viram nestas pessoas escolhidas, e acreditavam logicamente que qualquer um que desafiasse seus modos de vida era adversário do querer de Deus e não deveria ser aceito. Eles zelavam pela defesa das suas próprias convicções, mas freqüentemente intolerantes com as convicções alheias. Eles extraíam tudo o que lhes parecesse perigoso e diferente das suas determinações, e a história os criticou por estas ações. Ainda na perseguição do que os puritanos consideravam errado, foram piores que muitos outros movimentos da história religioso, político e científico. Na opinião de Edmund Fuller, a oposição puritana contra o prazer e a arte foi exagerada, mas na verdade suas vidas eram disciplinadas e difíceis. Os puritanos tenderam a ver a alegria e o riso como sintomas de pecado: certa vez uma mulher foi ameaçada de ser banida por ter sorrido na igreja. Os puritanos fizeram leis sobre a moralidade privada como também sobre o comportamento público. Esta mesma tentativa para suprimir todo o pecado ainda parecia produzir erupções de maus comportamentos, como em reação ao excessivo rigor. O ensino religioso puritano tendeu a enfatizar a imagem de um Deus colérico e esquecer Sua clemência. Deste lado severo do pensamento puritano vem o quadro que

2 Nathaniel Hawthorne chamou de popa e negrume puritanos. Este era realmente um dos seus aspectos, mas não o único. Os governadores Bradford e Winthrop eram homens de caráter, coragem e espírito nobre. Nós não devemos perder de vista o que diz Roger Williams sobre os puritanos: santos afetos, altas ambições e grande abnegação para desfrutar mais de Deus nesta selva... Catecismo Abreviado de 1647 Eis aqui um excerto do Catecismo Abreviado, composto em 1647 pelos clérigos puritanos, e que era estudado pelas crianças da Nova Inglaterra, bem como pelos adultos de mais fracas capacidades, que pode ajudar de alguma forma na compreensão do pensamento puritano. As 107 perguntas e respostas nele contidas põem em relevo os pontos essenciais da versão calvinista da doutrina cristã, começando por estabelecer que a Palavra de Deus contida nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento é a única Regra que nos orienta para que possamos realizar-nos plenamente, glorificando a Deus e alcançando a bem-aventurança eterna. Assim, a lição do Gênesis é formulada nos seguintes termos: P: Como é que Deus executa os seus decretos? R: Deus executa os seus decretos nas Obras da Criação e da Providência. P: Qual é a Obra da Criação? R: A Obra da Criação é todas as coisas serem criadas por Deus a partir do nada, pela Palavra do seu Poder. P: Que Ato especial de Providência praticou Deus para com o homem no estado em que foi criado? R: Tendo criado o homem, Deus estabeleceu com ele uma Aliança de Vida, sujeita à condição de perfeita obediência, proibindo-o de comer da árvore da ciência do bem e do mal sob pena de morte. P: Os nossos primeiros Pais continuaram no estado em que foram criados? R: Entregues ao seu livre-arbítrio, os nossos primeiros pais decaíram do estado em que foram criados, pecando contra Deus. P: Toda a humanidade decaiu com a primeira desobediência de Adão? R: Sendo a Aliança feita com Adão não só para ele mas para a posteridade, toda a humanidade que dele descende por geração natural nele pecou e com ele decaiu na sua primeira desobediência. P: Quais são os males do estado em que o homem caiu? R: Pela sua queda, toda a humanidade perdeu a comunhão com Deus, incorreu na sua ira e maldição, ficando, assim, sujeita a todos os males nesta vida, à própria morte, e às penas do Inferno por toda a eternidade. Não podemos deixar de reconhecer que esta interpretação literal e pessimista do texto bíblico sobreviveu ao declínio da chamada teocracia puritana que os colonos da Nova Inglaterra aí tentaram estabelecer no século XVII. No entanto, a mesma perspectiva calvinista que os fazia encarar o ser humano como naturalmente corrompido pelo pecado original, também os levava a admitir que, mediante a fé e por ação exclusiva da Graça Divina, aqueles que Deus predestinara para gozarem da bemaventurança seriam capazes de construir neste mundo a cidade dos santos, a Nova Jerusalém. A América representaria, pois, a Terra Prometida onde eles, Povo Eleito, restabeleceriam a Aliança com Deus. A Literatura do Período A maior parte da literatura dos Estados Unidos está escrita em inglês, por homens e mulheres que provinham, na sua maioria das Ilhas Britânicas. No entanto, o 2

3 primeiro europeu a relatar suas aventuras no Novo Mundo não era inglês nem a terra que ele descobriu formava parte do território continental dos atuais Estados Unidos. Mesmo assim, a famosa Carta de Colombo (de 1493) cria o padrão e determina o ponto de vista que caracterizará toda a literatura norte-americana nos seus primórdios. Num país longínquo, o impulso imediato do homem é o de narrar aos seus amigos distantes a respeito do que se vê e de suas reações ao novo ambiente. Colombo, um genovês a serviço do monarca espanhol Fernando de Castela, escreveu ao Tesoureiro Real: Graças ao sucesso que coroou minha empresa, sei que isso vos alegrará. Assim se inicia a documentação escrita daquela que seria a aventura norte-americana. Robert Spiller nos diz que dessas colônias originárias, o Massachusetts seguido de seus ramos: Connecticut, Rhode Island e mais tarde as colônias mais para o Norte dedicou-se mais que as outras aos ideais da Reforma Protestante. Tanto os pilgrims que se estabeleceram em Plymouth, em 1620, quanto os puritanos que se fixaram na Baía de Massachusetts dez anos mais tarde, aceitavam a religião como uma lei, um hábito e um objeto de suas tenções diárias porque isso lhes tinha sido negado em seu país de origem e causado sua peregrinação. Os colonos de Plymouth, ao preparar-se para desembarcar do Mayflower, sob a liderança de William Bradford, formularam um contrato solene por meio do qual se reuniam para constituir uma comunidade civil e política destinada a proclamar a glória divina e promover a difusão da fé cristã. Os colonizadores da Baía de Massachusetts eram mais devotos ainda, ao passo que mais ao Sul, em Connecticut e Rhode Island, o ardente Roger Williams e outros dissidentes da ortodoxia puritana utilizavam a linguagem religiosa para difundir idéias e conceitos que antecipavam a teoria revolucionária dos direitos do homem. Já se escreveu muito para provar que, durante o primeiro século de sua fixação na Nova Inglaterra, os colonizadores mostravam-se igualmente preocupados com as coisas deste mundo e com as do outro; contudo, seus escritos distinguem-se pela sobriedade. Eram homens e mulheres simples, dedicados à árdua tarefa de criar uma civilização numa região selvagem, cuja noção de responsabilidade geralmente superava de muito seu senso de humor. Muitos tinham freqüentado universidades, mas nenhum deles fizera parte da Corte em que se escrevera grande parte da literatura elisabetana. A prosa e a poesia criadas por eles têm se não o refinamento de estilo pelo menos a variedade dos escritos religiosos britânicos do século XVII, desde a franqueza sem atavios dos diários de Bradford e de Winthrop até à retórica e ao simbolismo da maciça História redigida por Cotton Mather, a Magnalia Christi Americana (1702) e até aos poemas sutis e esplêndidos de Edward Taylor. Marcus Cunliffe nos conta que para Matthew Arnold, o talento, a inspiração e a pureza de dicção eram ingredientes vitais. Os elementos locais, regionais ou nacionais apenas acrescentavam cor e sabor. Eram secundários, unicamente salientes na ficção ela própria um estigma da literatura que muitas pessoas dos séculos XVIII e XIX consideravam secundário, em comparação com a poesia, ou com a elevação do pensamento e o estilo característico do bom discurso teológico, filosófico ou histórico. Knut Hamsun descreve a escrita puritana da seguinte forma: Não aparece uma única palavra genuinamente profana nem entre os maiores escritores americanos. Em todas as novelas ianques existe um vilão: e quando esse vilão tem de praguejar, exprime a palavra hell por um h seguido de um traço, a palavra damned por um d seguido de um traço. Igualmente a literatura americana nada sabe acerca de sexo. Se por acaso o velho Adão aparece em personagem, é sob a sensualidade adocicada de um olhar ou de um beijo, nunca sob a forma de vigor opressivo; traz o vício de Boston enrolado à volta do pescoço. Enquanto os jornais americanos estão inundados de histórias de crime e 3

4 violações, à literatura séria é quase proibida a amostra de uma perna nua de cadeira (Marcus Cunliffe). George Berkeley, um bispo anglicano de origem irlandesa, sonhou com a criação de uma escola perfeita no que poderia ter sido um local paradisíaco a Bermuda. Na década de 1720, para apoiar o seu projeto, Berkeley escreveu um poema cujo verso de abertura O curso do Império caminha para o ocidente se transformou quase num lugar-comum de profecia otimista. Divertiam-se com o escrutínio puritano dos desígnios de Deus: como, por exemplo, as especulações de John Winthrop sobre os ratos da biblioteca do filho, que mordiscaram o livro de orações anglicano, mas não tocaram em mais nada. Gostavam de troças das leis azuis coloniais (sem notarem que em grande parte estas eram fabrico do hostil ministro anglicano Samuel Peters). Pela ausência de novela ou teatro na Nova Inglaterra colonial, e devido à raridade da poesia puritana, concluíram que a literatura americana fora como que estrangulada à nascença. Mas a partir da década de 1920 procedeu-se a um exame mais de perto e mais condescendente da vida e do pensamento puritanos, conduzido por harvardianos como Samuel Eliot Morison, Perry Miller e Kenneth Murdock. Foi provado que, devido às suas origens difíceis, as colônias da Nova Inglaterra produziram uma quantidade surpreendente de literatura (se como, aliás, se deve incluirmos na literatura a teologia, a história e as crônicas, os registros privados e as coisas do gênero). Isto não quer dizer que se neguem as qualidades louváveis do espírito puritano: coragem, seriedade, sentido do propósito, energia intelectual, e robustez e até jovialidade. Como também não quer dizer que não existe tradição puritana: a Nova Inglaterra tinha uma moral distintiva e uma ordem social cuja influência se espalhou por quase todos os Estados Unidos. Na Nova Inglaterra em si, as primeiras gerações dos aglomerados calvinistas do Massachusetts e do Connecticut não escreveram praticamente nada para simples distração. Consideravam-se agentes de Deus, enviados sob a Sua milagrosa providência para construírem casas para os eleitos e para converterem (ou aniquilarem) os índios esses miseráveis selvagens que, concluiu Mather, o Diabo provavelmente trouxe para aqui, na esperança de que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo não viesse destruir ou perturbar o seu Absoluto Domínio sobre eles. Guiavam-se unicamente pela Bíblia e pelas suas próprias consciências. A primeira literatura surgida de semelhante mundo centrado em Deus era fortemente sobrecarregada, nos temas e no estilo, de considerações religiosas. A que era considerada melhor escrita era aquela que mais proporcionava aos membros da Igreja a total consciência da sua perigosa e probatória condição na Terra. Como os puritanos condenavam as imagens e o incenso da Igreja Romana, também em literatura desconfiavam do colorido. Era recomendado um estilo simples, sem ornamentos desnecessários e sem alusões que não pudessem ser entendidas pelos iletrados. De uma forma geral, todavia, os escritores da Nova Inglaterra apoiavam-se na Bíblia. Não só firmavam a sua argumentação com capítulos e versículos bíblicos como teciam analogias de toda a sua situação com as Escrituras, onde eles eram os judeus e os seus inimigos os inimigos do povo judeu: Assim, quando o Nobre Desígnio de conduzir uma Colônia de Pessoas Escolhidas para um Deserto Americano, foi empreendido por algumas Pessoas Eminentes, Essa Pessoa Eminente foi, com o Consentimento de todos, Escolhida para Moisés, que deve ser o Chefe de tão grande empreendimento. Mather achava natural referir-se nestes termos a John Winthrop. A Bíblia proporcionava-lhe a ele e aos seus contemporâneos imagens e ilustrações próprias para cada ocasião. Era o seu livro-fonte, como, em menos grau, os catálogos de 4

5 Chippendale o foram para os artesãos que passaram a mandar vir da Inglaterra desenhos para as peças coloniais de marcenaria. Foi em muitos aspectos uma influência nobilitante, que conferiu grande ressonância a um discurso que de outra forma se tornaria monótono. Deixou a sua marca, por exemplo, na prosa robusta de Bradford, cuja History constitui uma das melhores obras coloniais. Certas alusões às Escrituras eram exóticas e misteriosas, outras singelas ou vincadamente apontadas e, portanto utilizadas por Tom Paine no seu panfleto Bom Senso. Outras ainda forneciam nomes de pessoas e lugares (Salém era um nome antigo para Jerusalém; Canaã era a Terra Prometida entre o Jordão e o Mediterrâneo). Mas, sob outros aspectos, a leitura da Bíblia pode ter limitado a escrita, enevoando e amortecendo as páginas. As suas expressões sublimes vinham com demasiada facilidade à mente do autor e a sua imensa respeitabilidade fazia com que fossem usadas e tornadas a usar até se diluírem em lugarcomum. Outro fator que afetou e circunscreveu a escrita puritana foi à convicção de que todo o acontecimento, por menor que seja, é manejado por Deus, ou então pelo Diabo. Por vezes, uma passagem mais comovedora resulta quer do espetáculo da força na adversidade, quer da serenidade do justo como neste excerto encantador de um panfleto da autoria de Samuel Sewall, em que este medita sobre o Livro da Revelação, com especial referência a Newburyport: Enquanto houver Salmões, ou Estorjões, a nadar nos rios de Merrimack; enquanto as aves Marítimas conhecerem a época da sua chegada e não deixarem de visitar sazonalmente os lugares seus conhecidos; enquanto todo o Gado for alimentado pela erva que cresce nas planícies, que se curva humildemente diante do Monte-da-Turquia; enquanto a livre e inocente Pomba encontrar um Carvalho, ou mais três no Condado, para lhe servir de poleiro, ou se alimentar, ou aí construir um ninho; enquanto a Natureza não envelhecer nem estremecer, mas se lembrar constantemente de educar os regos de milho índio, aos pares, então nascerão aqui Cristãos; que, se a princípio se tornarem dignos, serão por isso Traduzidos, para partilharem da Herança dos Santos na luz. Sociedade Puritana Marcus Cunliffe afirma que, segundo Cooper: Nunca vi uma nação tão igual como a população dos Estados Unidos, e, mais ainda, não só são todos iguais uns aos outros, mas extraordinariamente semelhantes ao que o bom senso lhes diz para serem. Certos historiadores reuniram provas em contrário para demonstrarem que a inexistência de classes não passa de um mito americano: que os afro-americanos e os imigrantes pobres, já para não falar nos brancos pobres nativos, constituíam uma importante classe inferior; e que a literatura americana levou décadas a admitir a idéia de uma fábula cultural construída em torno do homem livre nativo o WASP, ou White Anglo-Saxon Protestant, o Protestante Branco anglo-saxão. Mas, por definição, um mito é algo em que se acredita largamente e, portanto capaz de influenciar uma comunidade. A idéia da classe media única como norma americana encaixava na ideologia democrática da nação, diluindo-se nas tradições tanto reais como imputadas à austeridade puritana. O imperativo democrático incitava os escritores americanos a retratarem a sua sociedade em quadros idealmente simplificados o trabalho virtuoso que só colhe recompensas. Para Eric Hobsbawn, um protestantismo beato, rígido, farisaico, sem intelectualismo, obcecado com a moralidade puritana a ponto de tornar a hipocrisia sua companheira automática, dominou essa desolada época. A virtude, dizia G.M. Young, avançou numa frente ampla e invencível e foi pisando os que não tinham virtude, os fracos, os pecadores (emocionais ou financeiros), levando-os para a lama a que eles 5

6 tão claramente pertenciam, merecendo na melhor das hipóteses a caridade dos mais bondosos. Havia nisto algum sentido econômico capitalista. Os pequenos empresários tinham que empregar muito dos seus lucros nos negócios se quisessem se transformar em grandes empresários. As massas de novos proletários tinham que se adaptar ao ritmo industrial de trabalho por meio da mais cruel disciplina ou então eram largadas para apodrecerem caso não aceitassem. As massas permaneceram predominantemente religiosas e o natural idioma revolucionário das massas criadas em uma tradicional sociedade cristã é um idioma de rebelião (heresia social, milenarismo, etc), sendo a Bíblia um documento altamente incendiário. Nem o medo nem a raiva, nem mesmo a pena emocionavam os empregadores que diziam aos seus trabalhadores: O Deus da natureza estabeleceu uma lei justa e imparcial que o homem não tem o direito de contestar; quando se arrisca a fazê-lo, é sempre certo que, mais cedo ou mais tarde, encontra o castigo merecido... Assim, quando os patrões audaciosamente combinam que por uma união de poder eles podem oprimir seus empregados de modo mais eficaz, insultam dessa forma a Majestade Divina e trazem para si a maldição de Deus, enquanto que, por outro lado, quando os empregados se unem para extorquir de seus empregadores aquela parte do lucro que por direito pertence ao patrão, eles igualmente violam a lei de eqüidade. A oeste da Europa, ficavam as colônias de além-mar. Nelas, com notável exceção da parte norte dos Estados Unidos da América e alguns trechos menos significativos de exploração agrícola independente, o lavrador típico era o índio que trabalhava à força ou se encontrava com um escravo, ou o negro que trabalhava como escravo; um pouco mais raramente, um camponês arrendatário, um meeiro ou algo semelhante. A economia política, traduzida para algumas proposições dogmáticas simples por editores jornalistas independentes que louvavam as virtudes do capitalismo Edward Baines do Leeds Mercury, John Edward Taylor do Manchester Guardian, Archibald Prentice do Manchester Times, Samuel Smiles, deu-lhes a certeza intelectual. A dissidência protestante do gênero independente, unitário, batista e quaker, e não do gênero metodista emotivo, deu-lhes a certeza espiritual e um desprezo pelos inúteis aristocratas. O Puritanismo para os Puritanos As informações a seguir foram extraídas e adaptadas do site Puritanos, provavelmente criado por seguidores e admiradores da doutrina: A história nos mostra que Deus no passado sempre atuou na Igreja, a Sua Igreja, o "conjunto de predestinados", como dizia John Wycliff, Igreja a quem amou e por ela se entregou. Num determinado período da história, século XVII, em meio à decadência moral e espiritual, homens de Deus, que amavam a pureza doutrinária (reformada), mas que viviam o evangelho da piedade, da humilhação, do quebrantamento profundo, buscando em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua Justiça, clamavam por Liturgia Pura, Doutrina Pura, Governo Puro, Vida Pura, tornando-se conhecidos como os puritanos. O Puritanismo foi um movimento não organizado que envolvia cristãos zelosos, metódicos, idealistas, realistas, cultos, íntegros, com experiência espiritual profunda, práticos, formadores da verdadeira família cristã, cheios de ideais de renovação para a Igreja que envolvesse enriquecimento das verdades de Deus e ardor na devoção pessoal. Os puritanos são um exemplo de equilíbrio na vida cristã: Piedade e Ortodoxia. 6

7 Os puritanos são nossas raízes espirituais doutrinárias e eclesiásticas. Fizeram a Confissão de Fé de Westminster e Catecismos; escreveram a mais extensa biblioteca Teológico-Sacra-Devocional do mundo protestante; lutaram pela liberdade de consciência e religião; forneceram fundamentos para as aspirações democráticas; foram os pioneiros do movimento missionário moderno que exportou as divisões eclesiásticas da Inglaterra para todo o mundo de língua inglesa. Romperam com a mera religiosidade e fizeram a maior tentativa que se tem conhecimento, no mundo de língua inglesa, de moldar suas vidas de acordo com a instrução bíblica. Com o Puritanismo o povo viu admirado a grande espiritualização dos lares da Inglaterra e dos Estados Unidos da América. Foram por fim, como disse Dr. J.I. Packer, "Gigantes Espirituais, e nós, anões. Eram grandes almas, servindo a um grande Deus". Charles Spurgeon, o Príncipe dos Pregadores, se referindo ao valor dos Puritanos - por isso foi um dos ministros que teve riquíssima biblioteca puritana - afirmou: "Os homens modernos seriam mais ricos se pelo menos comessem das migalhas que caem da mesa dos puritanos". Spurgeon tinha sempre à sua cabeceira os livros que em grande parte, foram instrumentos usados por Deus para a sua conversão. George Whitefield afirmou que foram os livros de Baxter que o livraram de se tornar um asceta, místico ou legalista. A respeito dos puritanos falou: "Ministros nunca escreveram ou pregaram tão bem quanto os que estão sob a cruz; O Espírito de Cristo e da glória, então, repousa sobre eles. Foi isto, sem dúvida, que transformou os puritanos em tão incandescentes luzes... de um modo especial escreveram e pregaram como homens que tinham autoridade, eles ainda falam; uma unção especial os abençoa". John Cotton Edmund Fuller nos diz que o primeiro e principal porta-voz da colônia da baía de Massachusetts foi John Cotton, chamado às vezes de o patriarca da Nova Inglaterra. No tempo em que esteve em Boston em 1633 ele foi professor (quer dizer, o líder espiritual) da comunidade e influenciava ao ideal de teocracia (um estado regido pela igreja). Apesar das suas visões marcantes e das maneiras fortes em debates, ele era o melhor estudioso que tinha vindo de tão longe para esta terra. Cotton Mather, seu neto, escreveu sobre ele: ele estudava comumente doze horas por dia, e poderia ser chamado d o estudioso do dia. John Cotton escreveu vários livros de argumento puritano de difícil compreensão, mas sua influência primordial era o púlpito. As pessoas de Massachusetts encantavam-se ao ouvir sua pregação, e alguns dos seus ouvintes se convenciam que ele não pudesse cometer erro algum, pois Deus não faria o Senhor Cotton sofrer com erros. Ainda que tenha errado, ele foi grande e bom. Circunstâncias práticas aliadas com um espírito nobre o fizeram compreender as menores diferenças de opiniões. Numa disputa elevada em opinião religiosa onde se poderiam tolerar erros, ele se encontrou enfrentando dois puritanos da sua mesma categoria, a Senhora Anna Hutchinson e Roger Williams, sendo que nutria por ambos afeto pessoal e consideração. Através de John Cotton nós podemos ver uma importante característica dos puritanos. Eles se interessavam muito mais com a autoridade que a democracia. Notavam os possíveis danos de serem regidos por um monarca. Cotton escreveu uma vez: Devendo-se então aos vícios ou defeitos dos homens, é mais seguro e tolerável quando vários grupos podem se ajudar mutuamente, instruindo, prevenindo um ao outro e quando qualquer um estiver distante, agindo como censor e mestre para corrigir seus excessos. Não obstante, não havia nenhuma pergunta em sua mente além da regra aristocrática dos homens qualificados. Democracia, eu não consigo entender 7

8 isto que Deus ordenou como um governo de ajuste para a igreja ou comunidade. Se o povo fosse governador, o que seriam dos governados?. Quaisquer faltas e limitações que possa ter tido, a firmeza de John Cotton e a devoção para suas convicções sempre exigiram respeito. Cotton era em parte responsável pelo exílio de Roger Williams do Massachusetts, dezenove anos após a morte de John Cotton, Williams ainda escreveu do: amor e honra que sempre demonstrei (em fala e escrevendo) do excelente aprendizado pelo homem santo.... Roger Williams Roger Williams tinha sido educado na lei da Universidade de Cambridge. Em vez de seguir na carreira secular, entrou na igreja e se atualizou com a corrente puritana. Quando chegou nas colônias do Massachusetts em 1631, ele era o mais democrático em sua visão de governo da igreja pelos líderes de qualquer designação. Como resultado, logo entrou em discordância com estes, o que conduziu ao seu exílio onde hoje é Rhode Island. Segundo Edmund Fuller, com Williams começa na América a história da tolerância religiosa, e com ele, também, a história da separação da igreja e do estado. Nele temos o equilíbrio de John Cotton. Williams era distintamente um puritano. Quando veio para Rhode Island, ele considerou incorretas as convicções dos quakers, ficando profundamente chocado. Não obstante, ele não os perseguiu como faziam os líderes do Massachusetts. A tolerância de Williams não surgiu da falta de convicção religiosa. Ao invés, se originou da idéia que simplesmente ser virtuoso em conduta e devoção, para que ninguém possa ter o direito de lhe forçar convicções religiosas alheias. Ele acreditava que não deveriam ser ministrados juramentos em nome de Deus a incrédulos, pois tal juramento é uma espécie de afirmação religiosa. Também acreditava que nenhuma ordem política ou sistema de igreja pudesse se identificar diretamente com Deus. Em todos estes assuntos, Roger Williams colidiu com as idéias prevalecentes da colônia da baía. Os líderes puritanos, incluindo John Cotton, não encontraram outra solução além do seu banimento. Em parte ao conselho amigável do governador Winthrop, fez seu percurso para as cotas da baía de Narragansett, no solstício do inverno, quatro quatorze semanas tentadas temperam num inverno amargo, enquanto não se sabe o que pão e cama significam. Ele fundou uma comunidade chamada Providência, por causa da providência misericordiosa de Deus em sua angústia. Como John Eliot que traduziu a Bíblia para a língua indígena, Roger Williams também estava interessado no idioma dos índios. Um dos seus trabalhos é Uma Chave No Idioma Americano: ou um auxílio para o idioma dos nativos daquela parte da América chamada de Nova Inglaterra. No livro podemos encontrar trocas, tais como: Quando você estará aqui novamente? Meu amigo, eu não posso contar. Williams é importante por suas visões políticas e convicções religiosas. Uma das suas declarações mostra que por ter estado distante, suas idéias são mais próximas e íntimas da eventualidade que prevaleceriam nesta terra sobre a visão puritana de governo expressada por John Cotton. Williams escreveu:... A soberania original e a fundação do poder civil que vive nas pessoas... É evidente que tais governos como estes, por eles erguidos e estabelecidos não tem mais poder algum, nem durante mais tempo as pessoas confiarão com consentimento e concordância no poder civil. Esse investigador sério como ele se denominou, apresentava uma personalidade que nunca estava contente em descansar na sua presente sabedoria, era um dos nossos grandes homens. Talvez ele não tenha escrito nenhum único pensamento 8

9 mais afiado ou mais típico dos seus ideais que a perseguição aos corpos dos homens raramente ou nunca, faz bem às suas almas. Anne Bradstreet Anne Bradstreet ( ) nasceu nos Midlands ingleses, filha de Thomas Dudley, um homem competente e bem colocado que veio a ser governador da colônia de Massachusetts Bay. Tendo-se casado aos 16 anos com Simon Bradstreet (outro subseqüente governador do Massachusetts), emigrou em 1630 com os pais e o marido. Os Bradstreet viveram em Ipswich (Agawan) e depois em Andover. Anne teve oito filhos. Apesar de ter de olhar por uma casa bastante grande, ainda arranjou tempo para escrever poesia e prosa meditativa. Um volume de estâncias suas (The Tenth Muse Lately Sprung in America) foi publicado em Londres em 1650, segundo parece sem o seu consentimento. O motivo humano, por outro lado, é raramente analisado, a não ser em termos básicos. A emoção genuína espreita por vezes, mas para ser oprimida por alguma piedade ortodoxa. Assim, Anne Bradstreet, chorando a morte do filho, escreve: A natureza apodrece as árvores depois de crescidas E as ameixas e maçãs demasiado maduras caem, E o milho e a erva são colhidos na época própria, E o tempo derruba o que está forte ou alto demais. Mas as plantas novas crescem para serem erradicadas, E os botões em flor têm vida tão curta, Tudo pela Sua mão, único guia da natureza e do destino. O último verso é intoleravelmente pouco convincente, sobretudo depois dos dois anteriores, tão profundamente sentidos. Algumas das aventuras poéticas de Anne Bradstreet eram arrojadas, mas ela escreveu melhor quando lidou com os exemplos simples da vida cotidiana. A nota de devoção, suavemente soou em seu trabalho: Então eu ouvi o gafanhoto alegre cantar, O grilo com seu terno cri-cri noutra parte; Juntos mantinham a melodia e o mesmo ritmo a brincar Parecendo se gloriar na sua humilde arte. Pequeninas criaturas assim as vozes elevando, E no tom o elogio do Fabricante ressoando, Ainda eu, como muda, não posso gorjear mais alto? Anne Bradstreet é muito mais interessante, tanto pela sua prosa Meditações como pela sua poesia, de que The Tenth Muse Lately Sprung Up in América que foi publicada pela primeira vez em Londres, na opinião de Marcus Cunliffe. Antecipou-se assim de um ano à primeira mulher poeta inglesa Kathleen Philips, A Incomparável Orinda. A sua realização, sendo ela mãe de família nos princípios da América colonial, é possivelmente mais louvável do que a de Orinda sobretudo se recordarmos a história de John Winthrop a respeito da jovem esposa de um dignitário puritano que, em 1645: Sombrara numa triste enfermidade, a perda do entendimento e da razão, que já há anos a vinha atormentando, por toda ela se dedicar à leitura e às letras e ter escrito muitos livros. Porque, se tivesse tratado dos assuntos da casa e das coisas que pertencem às mulheres, teria mantido o espírito são. 9

10 Outros poemas de Anne Bradstreet foram publicados em 1678, a título póstumo; e mais obras, tanto em prosa como em verso, ficaram por publicar até Ela era uma mulher excepcionalmente culta e sensível, que sempre esteve muito atenta ao cânone poético do seu tempo. Produziu séries altamente aceitáveis de Quaterniões poemas tratando das Quatro Estações, dos Quatro Elementos, das Quatro Monarquias, etc. Moralizou eficazmente, como por exemplo, em A Carne e o Espírito, um diálogo entre duas irmãs: Uma chamava-se Carne, que só tinha olhos Para a riqueza e vaidade mundanas; A outra Espírito, que erguia Os seus pensamentos para uma esfera mais alta. Edward Taylor Edward Taylor ( ) nasceu perto de Conventry, na Inglaterra, no seio de uma família não-conformista. As opiniões religiosas de Taylor excluíram-no da possibilidade de uma ordenação na Igreja de Inglaterra. Chegou então a Boston e ingressou no Colégio de Harvard tendo-se formado em 1671, foi nomeado como ministro e médico para a colônia fronteiriça de Westfield, Massachusetts, onde serviu durante meio século. A sua poesia (principalmente em Desígnios de Deus e Meditações Preparatórias) permaneceu manuscrita e foi legada ao neto de Taylor, Ezra Stiles, subseqüentemente presidente de Yale. O seu trabalho seguiu o estilo e as formas dos principais poetas ingleses do meio do século XVII. Embora Taylor não sendo superior a eles, mostrou uma autêntica habilidade poética. A maioria das obras de Taylor tratou sobre temas religiosos, com muitos poemas inspirados diretamente nos Salmos. Algumas imagens notáveis aparecem em seu trabalho, como quando, numa passagem sobre a terra, ele fala dos céus e das nuvens empregando uma linguagem surpreendente: Quem esparramou seu pálio? Ou fez as cortinas girar? Quem neste tablado de boliche o Sol fez rolar? O que é um fato é que, no prolongado isolamento da sua comunidade fronteiriça do Massachusetts, ele continuou a seguir o exemplo de Vaughan, Herbert e Crashaw. A massa principal dos versos manuscritos de Taylor consistiu em cerca de duzentas Meditações Preparatórias, sobre o supremo sacramento da Igreja, a comunhão ou a Ceia do Senhor; e, mais polêmicas e militantes, as declarações em verso das Determinações de Deus que Tocam ao Seu Eleito. Taylor deixou ainda alguns sermões, uma longa Metrical History da Igreja, além de um punhado de poemas mais pessoais. Um deles trata da morte de dois dos seus filhos. Reconforta-se com a idéia de que foram para o Céu: Pouco a pouco vou passando a exultar-me na glória deles. A elaborada e íntima idiossincrasia da poesia maravilhosamente imperfeita de Taylor prefigura Emily Dickinson, que viveu na Nova Inglaterra numa data posterior e considerou a comunhão particular do seguinte modo: No trem habitual da decisão de Deus Jogam à bola e nadam Para exultarem na glória, se hipocrisia Neles não houver. 10

11 Quem com o seu sangue Lavará as minhas nódoas? Cobrirá a s sua casa Ou recheará o seu guarda-louça de semelhantes coisas?. Taylor não publicou nenhum dos seus trabalhos. Seus poemas foram encontrados manuscritos em 1937, mais de duzentos anos após a sua morte. Esta descoberta trouxe Taylor à proeminência imediata em nossa história literária colonial e enriqueceu nossa herança poética. Uma edição completa dos poemas de Taylor apareceu em Cotton Mather A família Mather deixou uma forte marca na Nova Inglaterra e uma vasta quantidade de material escrito, entretanto estes eruditos são agora para estudiosos. Richard Mather, um ministro puritano, chegou na colônia em Ele foi um dos autores do Livro de Salmos da Baía. Atualmente lembra-se dele, por ser o fundador de uma notável família. Seu filho Increase (um bom nome puritano, significa fartura ) e seu neto, Cotton (John Cotton que é o avô materno dele) representam conquistas mais sólidas: as primeiras e segundas gerações de homens instruídos nascidos e educados nessa terra. Quase todos os outros que encontramos são de origens distantes e educados na Inglaterra. Increase Mather formou-se na Universidade de Harvard que tinha sido fundada em 1636, apenas seis anos depois da existência da colônia da baía de Massachusetts. A tempo, Increase Mather serviu como presidente de Harvard e fez muito para avançar a aprendizagem científica dentro e fora da universidade. Infelizmente, junto com um senso do melhor pensamento científico, ele e seu filho Cotton Mather mantiveram uma parcela das piores superstições da suas épocas. Cotton Mather nascido em Boston, tornou-se assim por nascimento membro da elite ministerial e intelectual da colônia de Bay. Clérigo, historiador, cientista, polímato, membro da Royal Society, Mather era prodigiosamente instruído e foi autor de algumas quinhentas publicações. Entre as mais conhecidas contam-se As Maravilhas do Mundo Invisível, uma descrição dos julgamentos das bruxas de Salém; Magnalia Christi Americana, Bonifácio ou Tente Fazer o Bem; A Filosofia do Cristianismo; An Account... of Inoculating the Small-Pox; e Manuductio ad Ministerium. Casado três vezes, com treze filhos, Mather foi simultaneamente notável e impopular nos últimos anos de vida. Edmund Fuller nos diz que em 1695, em Salém, uma erupção terrível de histeria aconteceu sobre os supostos casos de bruxaria. Antes do período de um ano, tinham ocorrido dezenove enforcamentos de acusadas por bruxaria, e um homem havia sido morto a pedradas. (Entretanto, freqüentemente se ouve a expressão bruxas queimadas, mas ninguém foi queimado em Salém). Mais cem outras bruxas acusadas foram postas na prisão, e muitas foram torturadas para forçar confissões. Quando a loucura finalmente cessara, algumas pessoas proeminentes se arrependeram e repudiaram uma parte dos seus procedimentos. Podemos dizer que o que faltou na Nova Inglaterra e no Puritanismo foi a justiça. Foi resultado de uma superstição barata que era ainda difundida. Atrocidades iguais a estas eram comuns na Inglaterra e por toda parte da Europa, onde muitas denominadas bruxas haviam sido queimadas. Os Mathers tinham ajudado a inflamar o medo da feitiçaria, embora eventualmente criticassem e tivessem recuado das injustiças totais nos casos de Salém. Pai e filho ainda admiraram os dois maiores cientistas ingleses do período, Isaac Newton e Robert Boyle. Os Mathers também mantinham visões avançadas no 11

12 comentado tema da vacinação contra a varíola, uma doença letal dos tempos coloniais. Cotton Mather defendeu tão firmemente a vacinação em oposição a ignorante opinião pública amedrontada, que uma bomba crua, felizmente uma droga, foi lançada em sua janela com a mensagem: Cotton Mather seu cão eu lhe vacinarei com isto com um presente para você. Marcus Cunliffe nos traz a informação de que a leitura da poesia, especialmente a partir de 1700, era recomendada com limites, talvez para servir de auxílio à aprendizagem clássica ou para descontrair após um estudo sério. Semelhante concessão é oferecida por Mather no seu Manuductio, um guia para estudantes de teologia. Não se mostrem demasiado agarrados à poesia, advertiu-os, ao ponto de estarem sempre debruçados sobre páginas dominadas pela paixão. Não deixem que o molho, em vez da comida, monopolize todo o vosso zelo. Acautelem-se contra um apetite devorador pela leitura dos poemas que agora pululam na frágil nação. Também havia perigos de corrupção moral, mais na poesia do que nas outras formas: Os poderes das trevas têm uma biblioteca entre nós. De entre os autores perniciosos, Mather mencionou Butler, presumivelmente o poeta inglês Samuel Butler, famoso pelo seu Hudibras. Para providenciar, Mather acrescenta: Muito do teatro moderno, assim como os romances, as novelas e as ficções, que são uma espécie de poemas, pertencem ao catalogo da biblioteca amaldiçoada. Samuel Sewall Contemporâneo dos Mathers estava o Juiz Samuel Sewall. Ele deixou uma variedade de escritos, mas sem dúvida o mais importante foi o seu Diário de quarenta e sete anos. É uma reflexão sincera, detalhando eventos e pessoas de Boston entre 1674 e 1729, com exceção de uma abertura de oito anos. Samuel Sewall tinha muito a dizer sobre os Mathers, inclusive um engraçado evento sobre a falta de caráter: Dr. Cotton Mather estava pescando em Spy Pond quando caiu na água, o barco começou a tremer, mas não se machucou. Samuel Sewall era amigo íntimo do poeta Edward Taylor. O Diário de Sewall constituiu um dos elementos mais fascinantes da literatura puritana, demonstrando claramente o seu amor pelo lugar e pelo crescimento das coisas; e a sugestão de que Newburyport não passa de uma fase intermédia parece meramente convencional. Mas em muitos outros escritos da Nova Inglaterra, especialmente do século XVIII, somos constantemente lembrados dos ratos de Winthrop, ou da opinião de Mather, que, ao perder os manuscritos de umas conferências, achou que os Ladrões eram Espectros, ou Agentes do Mundo invisível. O fascínio pela tipologia (o contraste dos tipos do Velho Testamento com os supostos antítipos do Novo Testamento) gerou uma série literária escolástica de alusões de elevada complexidade. Depois da morte de Sewall, cem anos depois outro poeta, John Greenleaf Whittier o descreveu como: Samuel Sewall, o bom e sábio. Sua face, de linhas firmes foi forjada, Seu olhar é de um homem de palavra... Jonathan Edwards Jonathan Edwards ( ) nascido em East Windsor, Connecticut, educado em Yale, e quase tão precocemente variado quanto Cotton Mather. Tendo-se formado aos 16 anos, permaneceu, todavia em Yale para mais uns anos de estudo teológico. Em 1726 reuniu-se ao avô, Solomon Stoddard, como pastor congregacional em Northampton, Massachusetts. Depois da morte do avô, Edwards ficou sozinho com 12

13 o cargo, e numa série de vigorosos sermões e tratados pregou o ressurgimento do fervor religioso que efetivamente se desenhava no Grande Despertar. O seu estrito zelo chegou a desagradar aos paroquianos de Northampton. Despedido por eles, passou os anos seguintes como missionário e pastor na remota aldeia de Stockbridge, onde escreveu a sua grande obra calvinista A Liberdade do Testamento. Nos últimos meses de vida, Edwards foi presidente do colégio de Nova Jersey (Princeton). Ele começou a escrever aos dez anos ( Sobre a Natureza da Alma ) e aos doze, escreveu Os hábitos das aranhas. Seu mais conhecido sermão é Pecadores nas mãos de um Deus irado. Nele encontramos uma referência a respeito de uma aranha oscilante sobre uma chama, uma possível sugestão na fonte da sua composição de juventude: O Deus que te segura acima das trevas do inferno, como muitas pessoas que seguram uma aranha, ou algum inseto repugnante em cima do fogo te detesta e é constantemente provocado: Sua ira por ti queima como fogo; Ele te olha como se não merecesse mais nada além de serdes lançado ao fogo; Seus olhos puros não agüentam ter-te sobre a vista, tu és dez mil vezes mais abominável aos Seus olhos que a serpente venenosa mais odiosa aos nossos. Sua obra principal, A Liberdade do Querer, foi o melhor texto de escritura filosófica que tinha aparecido no país. Neste livro, e em outros escritos, Edwards antecipou alguns dos desenvolvimentos importantes no inglês e na filosofia européia. Robert Spiller nos diz que Edwards pode ter tido o intelecto mais circundante da Nova Inglaterra colonial. O Grande Despertar que a sua pregação ajudou a estimular parece quase um anacronismo; acreditaria ele realmente, no século XVIII, que Deus estava assim tão feroz e intimamente empenhado na luta contra Satanás? Os esquemas tipológicos tão caros a Edwards, e a Taylor, podiam também ser considerados como que fora de moda. Taylor, por exemplo, tomou Cristo como sendo o antítipo de Adão, Moisés e mais umas quantas figuras do Antigo Testamento. Edwards detectou tipos e símbolos em todo o lado: Quase tudo quanto registramos nas Escrituras desde Adão até Cristo era típico das coisas do Evangelho, donde ser um mundo típico. É esta a maneira de Deus fazer as coisas inferiores sombras mais excelentes; das coisas exteriores sombras das espirituais e, no entanto, conforme demonstrado por Ursula Brumm, a fé milenária de Edwards olhava tanto para frente como para trás. A introspecção, aliada ao hábito de manter um diário, era um traço comum aos puritanos. Em sua primeira fase, Edwards parecia ser o tipo do pensador liberal que introduziria a amável razão na disciplina dogmática da oligarquia puritana. Ele se deixou persuadir pela doutrina calvinista da soberania divina absoluta e da depravação intrínseca do ser humano, iniciando sua longa missão de reconstruir a estrutura do dogma que os Arminianos e outros livres-pensadores tinham quase destruído completamente. Seu idealismo restringiu-se a esses limites impostos voluntariamente e, utilizando os métodos da escolástica medieval, pôs o conhecimento psicológico mais avançado de seu tempo a serviço da arquitetura teológica. Seu sistema filosófico constituiu uma estrutura maciça e esplêndida de emoções e intelecto para a qual se volta o homem moderno, perdido em meio ao caos espiritual atual, cheio de admiração e nostalgia. Com um poder de análise indômito, seus ensaios sobre o livre-arbítrio, sobre a natureza da verdadeira virtude e sobre a doutrina do pecado original até hoje triunfam, em batalhas ocas, sobre seus adversários já esquecidos. Se falhou em sua missão imediata de restaurar a disciplina divina na Terra, conseguiu por outro lado, construir, 13

14 ainda que para si mesmo, a mais perfeita estrutura, talvez, do pensamento e sentimento já erigida neste país. Este é o sistema filosófico com o qual a historia da filosofia norteamericana se inicia, mas é também a mansão da tragédia no interior da qual se debate ainda a noção de culpa e da agonia espiritual, e em que falha a tentativa de liberação pela rendição serena à submissão. Edwards entrou em discordância com as pessoas da grande igreja que ele detinha em Northampton, Massachusetts, acabando por ser destituído. Ele seguiu então para o que era a selva relativa no vale de Housatonic do Connecticut em Stockbridge, sendo o missionário dos índios. Esta não foi sua área natural de trabalho. O evento mais gratificante da sua vida o levou para longe de lá, ser o presidente da faculdade recém criada Universidade de Princeton. Tristemente, Edwards faleceu alguns meses após assumir este compromisso. O Fim da Era Puritana O dia dos puritanos passara. A carreira de Jonathan Edwards ás vezes é um bom exemplo de temperamento variável, se este puritano notável tivesse nascido cinqüenta anos mais cedo, teria tido um poder bastante duradouro pelas colônias. Como aconteceu, ele nunca brandiu influência significante. Pessoas de todos os níveis de nascimento, de todas maneiras de convicções e opiniões estavam vindo para o país. Até mesmo com as longas viagens ao dia, elas se entrosavam, observavam e mudavam rapidamente. A forma puritana não pôde prevalecer até mesmo em seus seguros locais de origem. A ênfase na nossa literatura foi realizada longe das disputas dos teocratas. A prosa puritana ainda era varonil, vigorosa, proposital, confiante, fiel, de convicção firme e eloqüente em suas declarações. Um dos jovens viajantes coloniais era um médico de Maryland, Dr. Alexander Hamilton (nenhum parentesco com o estadista posterior deste nome). Ele ouviu um sermão em Boston e escreveu do seu senso sólido, forte raciocínio conectado e bom idioma. Isto resume as melhores qualidades das cartas puritanas que devem ser preservadas. BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, João Ferreira de (trad). A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, CUNLIFFE, Marcus. História da Literatura dos Estados Unidos. 4ª ed. Portugal: Europa-América, FULLER, Edmund. Adventures in American Literature. Vol. 3. United States of America: Harcourt Brace Jovanovich, HILL, Christopher. Literature and the English Revolution. The 17º Century. V. 1. n. 1. p-15-30, jan HOBSBAWN, Eric. A era das revoluções. 9ªed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, LOPES, Augustus Nicodemus. O puritanismo. O presbiteriano conservador. Set/Out MATOS, Alderi Souza de. Os avivamentos norte-americanos. Acesso em Disponível em OUSBY, Ian. The Wordsworth Companion to Literature in English. 2ª ed. Cambridge: Wordsworth Reference, PLAJA, Guillermo. Historia de la literatura universal a través de la critica y de los textos. Buenos Aires: Ciordia,

15 SPILLER, Robert E. O ciclo da literatura norte-americana. 3ªed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, Sites da Internet:

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