TÍTULO: AUTORES: INSTITUIÇÃO: ÁREA TEMÁTICA: Introdução

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1 TÍTULO: CONSTRUÇÃO DE UMA AULA DE FISIOLOGIA EM FORMATO HIPERMÍDIA AUTORES: I. P. Cardoso; C. C. S. Oliveira; C. A. Gonçalves INSTITUIÇÃO: CFS-IB / Universidade de Brasília ÁREA TEMÁTICA: Educação Introdução O Departamento de Ciências Fisiológicas do Instituto de Ciências Biológicas (CFS-IB), oferece diversas disciplinas em Fisiologia Humana e Comparativa. Como outras disciplinas de áreas básicas, elas também são de grande importância para a formação profissional de alunos dos cursos de Ciências Biológicas, Medicina, Odontologia, Enfermagem, Nutrição e Farmácia. Por outro lado, os recursos didáticos hoje majoritariamente utilizados, como quadro negro, diapositivos e transparências, são evidentemente inadequados ao ensino dessa disciplina. O desejável seria contar com recursos, por um lado, mais dinâmicos para responder às características intrínsecas da disciplina e, por outro lado, mais versáteis para responder ao impasse conteúdo extenso x curto tempo disponível. É evidente que muitas dessas questões são problemas de interesse mundial, sendo comuns tanto a instituições nacionais como estrangeiras, e extrapolam facilmente os limites da Fisiologia. Uma das linhas de estudo mais efervescentes sugere que uma saída para os obstáculos existentes poderia estar no uso mais intenso de material desenvolvido para a rede mundial de computadores. As respostas, no entanto, ainda não existem de forma clara, e esse ponto é analisado por pesquisadores como Alfred Bork, da Universidade de Califórnia em Irvine (ww.ics.uci.edu/~bork). Segundo ele, o maior problema dos materiais didáticos cuja principal meta é a aprendizagem a distância é a falta de definição de uma metodologia didático-pedagógica própria (Bork, 1995) e o desconhecimento sobre a eficiência dos material existentes (Bork, 2001). Isso não impede, entretanto, que a atividade em torno do tema seja intensa e que cursos completos já estejam sendo criados e oferecidos através de endereços especializados no tema, no Brasil ( ou no exterior ( Apesar dos pontos polêmicos em torno do tema, algumas certezas existem. Uma delas: uma boa aula em hipermídia* sempre será um material de apoio didático importante, porque poderá ser utilizada tanto no modelo de ensino presencial como no de ensino a distância.

2 Foi essa constatação que nos motivou a desenvolver nossa primeira aula de fisiologia, tema do projeto de extensão ora em andamento. Portanto, este trabalho propõe-se a ser a primeira aula de um pacote completo que varra toda a Fisiologia, em formato hipermídia. Este tipo de aula pode ser utilizado de duas formas, o que aumenta muito o seu impacto: pode ser utilizado pelo professor como material didático em uma aula presencial, ou pode ser utilizado pelo aluno, em atividade extra-classe (a distância inclusive), para revisar a teoria previamente estudada. O tema eleito para esta primeira aula foi o da Propagação do Potencial de Ação em Célula Nervosa. Objetivos Desenvolvimento de uma aula-piloto no formato hipermídia, sob o título "Propagação de Potenciais de Ação na Célula Nervosa". Esta aula é comum às disciplinas de fisiologia de vários cursos universitários. Metodologia A revisão bibliográfica inicial (Bork, 2001) nos permitiu identificar as principais diretrizes e passos necessários para a criação de uma aula hipermídia: definição da metodologia didático-pedagógica e busca de eficácias semelhantes no ensino presencial e no remoto. Decidimos, ainda, que o material a ser desenvolvido possuiria as seguintes características: seria um material de apoio didático e não um material para substituir um livrotexto; e não teria como objetivo funcionar como material auto-instrutivo, o que indica que seu uso deverá ser precedido por uma aula teórica ou ser apresentado por instrutor especializado (o professor da disciplina); isso não impedirá, no entanto, que ele seja utilizado em atividades extraclasse. Ao definir-se que ele não substituirá os livros-texto, decide-se também que o texto básico do material será reduzido e que ele terá como função recordar e interligar os conceitos mais importantes, revendo-os de uma forma nova, que diferencia os materiais hipermídia dos materiais impressos tradicionais. A ESCOLHA DO MÉTODO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO A primeira etapa do nosso trabalho consistiu numa ampla revisão bibliográfica das teorias educacionais mais conhecidas (Moreira, 1999). Levando em consideração que o material a ser desenvolvido poderia vir a ser utilizado em atividades extra-classe, em que o aluno não conta com o auxílio direto do instrutor, optamos por escolher uma teoria que possuísse alto grau organizacional de informações. Entre as estudadas, destacou-se a teoria de David Ausubel, também chamada de Teoria da Aprendizagem Significativa (Ausubel, 1978;

3 Moreira,1982). Uma das características mais interessantes da aprendizagem significativa é o uso do Mapa Conceitual, o qual isoladamente já se constitui em uma ferramenta didáticopedagógica de grande eficácia. Mapas Conceituais são diagramas hierárquicos que procuram refletir a organização conceitual de uma disciplina. O DESENVOLVIMENTO DA AULA PROPRIAMENTE DITA A aula é formada por pequenos textos associados a links que levam a referências bibliográficas, a mini vídeos, a simulações interativas e a ilustrações estáticas. Ambas as etapas contarão com a participação de especialistas em informática e em fisiologia. Na programação da aula, várias ferramentas de programação foram e estão sendo utilizadas, desde as de programação visual, animações interativas, edição de imagens, desenhos vetoriais, desenhos de organogramas e programação de modelos biomatemáticos, até programas de captura e edição de vídeo. Resultados O primeiro resultado do trabalho foi a elaboração do mapa conceitual. Essa ferramenta, que é fundamental para guiar a construção da aula, está apresentada na figura 1. O modelo proposto, constituído de nove níveis, apresenta uma hierarquia vertical, de tal forma que os conceitos mais gerais e inclusivos aparecem no topo do mapa, os mais específicos na parte inferior. Os conceitos com aproximadamente o mesmo nível de inclusividade e generalidade aparecem na mesma horizontal ou com a mesma cor. Além disso, parte da aula, correspondente a algo em torno de 20% do total, já foi desenvolvida. A figura 2 mostra a tela inicial da aula, e a figura 3 detalhes de um link levando a uma ilustração. Discussão e Conclusões: No que se refere ao mapa conceitual, a opção pela teoria de Ausubel parece ter sido uma boa medida: além de o mapa conceitual ter sido aprovado por outros especialistas, porque o plano da aula pode ser facilmente compreendido e avaliado, essa estrutura facilita enormemente a programação da aula propriamente dita. Quanto à aula, que está em desenvolvimento, a receptividade da comunidade especializada à amostra apresentada no último congresso da FeSBE (agosto de 2002, Salvador, BA), foi muito estimulante.

4 Figura 1: Mapa Conceitual - Propagação de Potencial de Ação Conceitos Prévios Introdução Estimulando um axônio amielínico Simulação 1 Limitações do modelo Modelo "corrente local" Simulação 2 Simulação 3 Modelo Elétrico da Membrana Modelo Hidráulico da Membrana Simulação 4 Aplicação à Integração Sináptica Velocidade de Propagação Em Fibra Isolada Em Feixe de Fibras Sem Mielina Com Mielina Tipos de Registro Tipos de Registro Simulação 5 Instrumentação (vídeo) Simulação 6 Conceitos Prévios : potencial de repouso de menbrana e potencial de ação. Simulação 2 : fases passiva e ativa Simulação 5 : registro uni/bipolar Simulação 6 : registro uni/bipolar; dispersão; fibras com defeito.

5 FIGURA 2: Detalhe da tela de abertura da aula FIGURA 3 (a e b): Detalhes da aula: origem (esquerda) e destino de um link de ilustração

6 Referências Bibliográficas 1. Ausubel, D.P. Educational psychology: A cognitive view. Nova York, Holt, Rinehart and Winston Inc., Ausubel, D.P. e Robinson, F. G. School ling: An introduction to educatial phychology. Nova York, Holt, Rinehart and Winston Inc., Ausubel, D.P., Novak, J.D. e Hanesian, H. Educational psychology: A cognitive view. (Segunda edição) Nova York, Holt, Rinehart and Winston Inc., Ausubel, D. P., Novak, J.D. e Hanesian, H. Psicología Educacional. Rio de Janeiro, Interamericana, Bork, Alfred O que é necessário para uma aprendizagem efetiva na internet? Colabora - Revista Digital da CVA-RICESU, v.1, n. 1, agosto págs Bork, Alfred The future of learning Interview for Educom Review, julho/agosto Bork, Alfred Learning with the world wide web: The internet and higher education v. 2, 2-3, págs 81-85, Bork, Alfred For fictional views of the future of learning Educational Technology Center, Information and Computer Science, University of Califórnia, Irvine, maio Bork, Alfred Adult education, lifelong learning, and the future Campus-Wide Information Systems Jornal, fevereiro Bork, Alfred Distance learning and interaction: Toward a virtual learning institute, Journal of Science Education and Technology, v. 4, Bork, Alfred Tutorial distance learning: Rebuilding our educational systems, Kluwer, Nova York, Moreira, M. A. Teorias da Aprendizagem Ed. EPU 195 págs. São Paulo Moreira, M. A. e Masini, E. F.S. Aprendizagem significativa: Teoria de David Ausubel Ed. Moraes. São Paulo, Apoio: Decanato de Extensão, DEX/UnB