Fernando Neisser
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- Lavínia Benke Cordeiro
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1 Fernando Neisser
2 Nos últimos vinte anos o mundo viu o surgimento de inúmeras novas tecnologias de comunicação que impuseram desafios às tradicionais formas de resolução de conflitos no âmbito eleitoral: Sites e portais de internet; s; Redes sociais (Facebook, Instagran, etc.); Blogs, Web-logs, Web-TV e Web-radio; Youtube, Vimeo e outros canais de vídeos; SMS, WhatsApp e outros aplicativos de mensagens.
3 Ao menos desde meados dos anos 2000 as novas tecnologias passaram a ser aplicadas nos processos eleitorais de diversos países: Debates ao vivo CNN/Youtube nas prévias democratas norte-americanas 2008; Banners de apoio a candidatos em sites de empresas, ONGs e personalidades, nas eleições espanholas de 2008; Voto eletrônico para eleições locais em 2005 e presidenciais em 2007 na Estônia (e-voting); Referendos com votos captados por celular em cantões da Suíça; Serviço de envio gratuito de SMS, pelo site do Partido Trabalhista, no Reino Unido em 2006.
4 Por maior que seja o fascínio exercido na maioria das pessoas ao descobrir pela primeira vez a world wide web e os demais meios de obtenção e transmissão de informações realizados através da Internet, não se deve esquecer que, ao navegar na rede, continuamos no mundo real, utilizando um microcomputador e olhando para uma tela. LEONARDI, Marcel, Responsabilidade Civil na Internet e nos demais meios de comunicação, Série GVlaw, Saraiva, 2007, p.67.
5 Os serviços na internet são oferecidos por provedores de diversos tipos: De backbone ou de infraestrutura (SRTT Serviço de Transporte de Telecomunicações); De acesso à rede (PSCI provedor de serviço de conexão à internet); De correio eletrônico; De hospedagem; De conteúdo. Meta-dados: informações necessárias para identificação, especificamente IP, data e hora de acesso.
6 Resolução /15 - TSE: Art. 21. É permitida a propaganda eleitoral na Internet a partir do dia 16 de agosto de 2016 (Lei nº 9.504/1997, art. 57-A). 1º A livre manifestação do pensamento do eleitor identificado na Internet somente é passível de limitação quando ocorrer ofensa à honra de terceiros ou divulgação de fatos sabidamente inverídicos. 2º O disposto no 1º se aplica, inclusive, às manifestações ocorridas antes da data prevista no caput, ainda que delas conste mensagem de apoio ou crítica a partido político ou a candidato, próprias do debate político e democrático.
7 Pode ser realizada em site do candidato, partido ou coligação, que deve ser informado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor no Brasil (art. 57-B, I e II); Res: Art. 22. [...] 1º Para o fim desta resolução, considera-se: I - sítio hospedado diretamente em provedor de Internet estabelecido no país é aquele cujo endereço (URL Uniform Resource Locator) é registrado no organismo regulador da Internet no Brasil e cujo conteúdo é mantido pelo provedor de hospedagem em servidor instalado em solo brasileiro; II - sítio hospedado indiretamente em provedor de Internet estabelecido no país é aquele cujo endereço é registrado em organismos internacionais e cujo conteúdo é mantido por provedor de hospedagem em equipamento servidor instalado em solo brasileiro; 2º Tratando-se de empresa estrangeira, responde solidariamente pelo pagamento das multas eleitorais sua filial, sucursal, escritório ou estabelecimento situado no país.
8 Em blogs, redes sociais e serviços afins (art. 57- B, IV): Há necessidade de comunicação? Por mensagem eletrônica para endereços previamente cadastrados gratuitamente (art. 57-B, III), com possibilidade de descadastramento pelo eleitor.
9 Não pode ser realizada em sites de pessoas jurídicas (art. 57-C, 1º, I) nem em sites públicos (art. 57-C, 1º, II); Não pode haver publicidade eleitoral paga na internet (art. 57-C): A questão dos links e posts patrocinados; As despesas com criação e manutenção de sites; O princípio da meritocracia virtual. Res: Art. 23. [...] 3º A divulgação de propaganda e de mensagens relativas ao processo eleitoral, inclusive quando provenientes de eleitor, não pode ser impulsionada por mecanismos ou serviços que, mediante remuneração paga aos provedores de serviços, potencializem o alcance e a divulgação da informação para atingir usuários que, normalmente, não teriam acesso ao seu conteúdo.
10 Não pode haver cessão, mesmo gratuita, de cadastros de dados eletrônicos por parte das fontes vedadas (art. 24 cc. 57-E); A questão da vinda dos dados às candidaturas; Uso de dados de fontes públicas.
11 A responsabilidade dos provedores de hospedagem apenas ocorre se, notificados pela Justiça Eleitoral, deixarem de dar cumprimento às decisões (art. 57-F): afastamento do notice and take down? e o art. 26, 2º da resolução? Res: Art. 26. Aplicam-se ao provedor de conteúdo e de serviços multimídia que hospeda a divulgação da propaganda eleitoral de candidato, de partido ou de coligação as penalidades previstas nesta resolução se, no prazo determinado pela Justiça Eleitoral, contado a partir da notificação de decisão sobre a existência de propaganda irregular, não tomar providências para a cessação dessa divulgação (Lei nº 9.504/1997, art. 57-F, caput). 1º O provedor de conteúdo ou de serviços multimídia só será considerado responsável pela divulgação da propaganda se a publicação do material for comprovadamente de seu prévio conhecimento (Lei nº 9.504/1997, art. 57-F, parágrafo único). 2º O prévio conhecimento de que trata o 1º poderá, sem prejuízo dos demais meios de prova, ser demonstrado por meio de cópia de notificação, diretamente encaminhada e entregue pelo interessado ao provedor de Internet, da qual deverão constar, de forma clara e detalhada, o local e o teor da propaganda por ele considerada irregular.
12 A publicidade anônima é proibida na internet, sendo crime a realização de propaganda atribuída a terceiros (arts. 57-D e 57-H); Constitui também crime contratar ou ser contratado para realizar propaganda negativa na internet (art. 57-H, 1º e 2º); A Justiça Eleitoral pode determinar a retirada do ar de site de internet, em caso de descumprimento judicial (art. 57-I).
13 Realização de propaganda paga (links e posts patrocinados) ou, mesmo gratuita, em sites de pessoas jurídicas; Realização de propaganda em sites públicos; Manutenção de sites de candidatos e partidos sem informação à Justiça Eleitoral ou hospedados no exterior; Propaganda anônima; Propaganda ofensiva, agressões e ataques em todas as suas vertentes;
14 Venda de cadastros eletrônicos ou sua cessão, mesmo gratuita, por fontes vedadas; Envio de mensagens eletrônicas sem opção de descadastramento ou sua continuidade após pedido de retirada; Contratar ou ser contratado para emitir mensagens ou comentários na internet para ofender a honra ou denegrir a imagem de candidato, partido ou coligação.
15 Representação Eleitoral: art. 96 da L /97; Pedido de direito de resposta: arts. 57-D, 58, 1º, IV e 3º, IV, todos da L /97; Ação de Investigação Judicial Eleitoral por abuso de poder político, econômico ou uso indevidos dos meios de comunicação social: art. 22 da LC 64/90; Representação ao Ministério Público Eleitoral para instauração de inquérito visando ajuizamento de Ação Penal.
16 Provedor de correio eletrônico: pode fornecer os meta-dados necessários à identificação parcial de quem encaminhou s; Provedor de hospedagem: pode fornecer os metadados necessários à identificação parcial de quem encaminhou os s e retirar o material ofensivo do ar; Provedor de conteúdo: é responsável, juntamente com os autores, do material que divulga, além de poder fornecer os meta-dados de quem lança comentários na área própria: O provedor de conteúdo será responsável por comentários de terceiros se fizer a moderação.
17 Provedor de backbone ou de infraestrutura: não se responsabiliza pelas informações transitadas, nem tem como identificar sua origem, mas pode bloquear acesso a determinado IP do exterior; Provedor de acesso à rede: tendo disponíveis os meta-dados, pode identificar precisamente o assinante ao qual se alocara, naquela determinada data e hora, o IP.
18 1) Ajuizamento contra AUTOR DA OFENSA, a ser identificado posteriormente; 2) Pedido de notificação ao provedor de hospedagem/correio eletrônico/conteúdo, para que forneça os meta-dados; 2.1) Se o caso, pedido concomitante de retirada do conteúdo do ar; 3) Uso de serviços de localização de IP, de modo a descobrir qual provedor de acesso detém aquele IP e sua geolocalização;
19 4) Pedido de notificação ao provedor de acesso, com os meta-dados, para que informe o assinante que dispunha daquele IP; 5) Aditamento à inicial para substituir AUTOR DA OFENSA pela pessoa identificada pelo provedor de acesso; 6) Pedido de notificação do requerido e prosseguimento da representação.
20 Ajuizamento contra autor desconhecido Notificação ao provedor de hospedagem/conteúdo/ correio para fornecimento dos metadados Busca do IP em serviços de localização na internet Notificação do requerido e prosseguimento da representação Aditamento à inicial com a substituição do autor desconhecido pela pessoa identificada Notificação ao provedor de acesso para fornecimento dos dados do assinante
21 Ofensa mantida em site no exterior ou em provedor de hospedagem/conteúdo/correio sem representação no Brasil Identificação dos provedores de backbone que dão acesso à circunscrição eleitoral e pedido de bloqueio de acesso ao IP ou provedor de hospedagem respectivo
22 Uso de ferramentas de ocultação de IP ou localização (Tor Project, Deep Web, etc.) Acionamento do Ministério Público Eleitoral e da Polícia Federal, para averiguação de crimes eleitorais e cibernéticos
23 Ofensas encaminhadas via aplicativo WhatsApp ou similar Identificação do número de celular de origem das mensagens e prosseguimento da representação
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