#18. O papel da comunicação pública como alternativa de transformação social: uma análise de casos mundiais.

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1 #18 O papel da comunicação pública como alternativa de transformação social: uma análise de casos mundiais. Iasminny Thábata Sousa Cruz Isabella Cristina Nascimento Corrêa Kelsiane Nunes de Souza 1 1 Agradecimentos especiais às jornalistas Ana Paula Lisboa, Laila Barbosa de Ataide Leite e ao doutor professor da Universidade de Brasília e ex-ouvidor das rádios da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) Fernando Oliveira Paulino que com boa vontade trouxeram imensas contribuições para este trabalho.

2 Justiça Enquanto Responsabilidade 1. Introdução Comunicar é criar relações de sentido com o mundo. Esta ideia de que a comunicação relaciona ideias a pessoas e, assim, modifica o modo de enxergar o mundo é uma definição da Escola de Chicago, responsável por defender a reflexão teórica do agir comunicativo no século XX. Isso significa que a reflexão teórica das ações de comunicação transforma o ambiente em que vivemos. Nesse mundo cada vez mais complexo, a tese de que os processos de interação entre as pessoas são constituídos simbolicam ente torna possível relacionar os tipos de comunicação com as diversas interpretações de mundo. John Thompson 1 (2011) justifica o posicionamento de que a comunicação é capaz de transformar o modo como a sociedade entende determinado fato ao garantir que, durante toda a história da humanidade, os seres humanos têm se ocupado de trocar informações e conteúdos repletos de sentidos. Ele afirma que, desde o uso da linguagem até os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos, todos esses processos comunicativos de circulação de conteúdo simbólico têm sido centrais na vida em sociedade. Dessa forma, a escolha por determinado tipo de discurso molda e sustenta visões sobre determinado assunto, bem como hierarquiza valores. A ideia de beleza sendo entendida como pessoas magras e musculosas, amplamente difundida em filmes, novelas e comerciais, é um exemplo desse impacto que a comunicação pode causar em uma sociedade. Ainda segundo o autor, a reprodução constante de símbolos entrelaçados aos discursos comunicacionais é uma das características que se encontram na base da explo- 1 Sociólogo que tem como principal área de atuação o estudo sobre a influência da mídia na formação das sociedades modernas. A publicação Ideology and Mass Culture é uma importante referência para diversos estudos na área da Comunicação. 577

3 Simulação das Nações Unidas para Secundaristas 2014 ração comercial dos meios de comunicação, o que torna mercantilizadas as formas simbólicas (THOMPSON, 2011). A partir dessa visão, entende-se que a comercialização desses discursos, ou seja, a transformação da informação em troca de algum lucro financeiro ou social é parte do princípio de que comunicar é criar relações com o mundo. Dentre os diversos tipos sistemas de comunicação - governamental, estatal, privado e público, esse último tem possibilidades de não ser regido pela lógica comercial típica, caracterizada pelo uso exacerbado de publicidade e técnicas de promoção de vendas, o conhecido merchandising. Daniel Miller (2006) enxerga a comunicação através de lentes dos estudos da cultura material. Ou seja, ele afirma que o consumo, muitas vezes, é a destruição da cultura material e o considera intrinsecamente ruim. Para Miller (2006), faz-se necessária uma alternativa para o consumo, para o conteúdo veiculado e para a participação do público. De acordo com essa ideia, neste artigo, entende-se que tal alternativa pode ser desempenhada pelas empresas públicas de comunicação. Assim, transfere-se para o bem-estar social e para a manutenção da cidadania a função comunicativa dos meios. A comunicaçã o pública pode complementar pontos de interesse coletivos e, a partir de suas estruturas, procurar trazer outras visões de mundo, além da visão financeira. É interessante observar, no entanto, que embora as mídias tidas como privadas estejam relacionadas ao lucro financeiro, tais instituições têm, por princípio, compromissos éticos com a informação. O exercício desses compromissos éticos é assegurado por medidas, códigos e normas, que, ao menos em tese, asseguram o cumprimento da ética. Em contrapartida, por serem empresas que modificam discursos e símbolos, quando o mercado e a economia assim o ditam, essas companhias podem deixar de transmitir conteúdos de caráter social, artístico, cultural e intelectual às pessoas. Esses conteúdos são os mais visados pela mídia pública. Nesse sentido, Thompson (2011) caracteriza a comunicação como um tipo diferente de atividade social que envolve a produção, a transmissão e a recepção de formas simbólicas e que implica na utilização de recursos de vários tipos. Assim, quais sejam as estruturas de pensamentos que regem as instituições, a troca da lógica comercial típica pela de caráter público transforma a maneira como o público receberá e disseminará ideias e posicionamentos dentro da própria sociedade. A mídia pública é capaz de colaborar para a construção da par- 578

4 Justiça Enquanto Responsabilidade ticipação social dentro da sociedade. Murilo César Ramos (1996 apud SILVA, 2009) aponta que a presença de um sistema público de comunicação é essencial para o desenvolvimento democrático. Ele afirma que a chave para a democratização social do mundo caminha junto com o fortalecimento das organizações sociais de base e do sistema político. 2. Comunicação pública como visão de mundo Na lógica comercial de fazer comunicação, o que vale predominantemente é uma programação com interesse mercadológico e que, portanto, prioriza assuntos ao gosto do cliente. Por outro lado, na lógica da comunicação pública, o que vale é uma programação de conteúdos que gerem reflexões profundas sobre temas que a mídia comum não sustenta. Toby Mendell (2011) defende, inclusive, que emissoras públicas têm o potencial de complementar serviços comerciais, já que satisfazem às necessidades de informação e aos interesses que não são alcançados pelo mercado tradicional. Para Mendell (2011), a qualidade distingue a radiodifusão pública das outras e, por essa razão, deveria servir de exemplo para outras emissoras já que tais empresas públicas têm o potencial de garantir diversidade de programas e de servir como ponto focal na promoção de sentido de identidade nacional, promovendo a cultura da democracia e o respeito aos direitos. Sivaldo Pereira da Silva (2009) complementa tal definição, pontuando que a atual concepção de mídia pública incorpora características educacionais e culturais e sustenta características relevantes a respeito do que seria uma mídia pública. A mídia pública é um meio de comunicação em que não se prevê a obtenção de lucro para proprietários ou acionistas e que prevê algum nível de participação pública no próprio gerenciamento (SILVA, 2009). Quanto mais autônoma em relação ao mercado, quanto mais livre de ingerências governamentais e quanto mais aberta e predisposta à participação do cidadão, mais forte e qualificado é o adjetivo público (SILVA. 2009, p. 03). 2.1 A comunicação pública e a sociedade Levando em consideração essa concepção de comunicação ampla, de qualidade, promotora de cultura e de educação, e que permite participação pública no gerenciamento interno, surge a noção de que empresas públicas têm papel fundamental na trans- 579

5 Simulação das Nações Unidas para Secundaristas 2014 missão de conteúdo e de vivências importantes para a manutenção de uma sociedade plural e consciente de seus direitos e que pode colaborar com demandas sociais de promoção da justiça. Um exemplo expressivo do impacto gerado pela falta de uma mídia que vise prioritariamente à informação pública pode ser observado na experiência brasileira. Após a redemocratização, em 1988, o sentimento de justiça social se estabeleceu com mais intensidade a partir da nova Constituição Federal e do Código do Consumidor. No entanto, segundo Jorge Duarte (2010), tais mudanças não conseguiram despertar sentimento de cidadania na população. Ainda havia descrença na política e nos direitos sociais além de apatia e falta de interesse por assuntos públicos. Em 2003, 15 anos após a nova Constituição, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) para o Observatório da Educação e da Juventude apontava que, enquanto 44% dos brasileiros desejavam influenciar políticas públicas, 56% não tinham esse interesse. Dos não interessados, 35% diziam que não queriam se engajar por não saberem como fazê-lo. Para Duarte (2010), no ambiente de interesse público, há responsabilidade maior, do atendimento ao direito do cidadão de ter capacidade de agir em seu próprio interesse e na viabilização das demandas coletivas nas mais diversas áreas (DUARTE, 2010, p. 2). Portanto, o sistema de comunicação que prioriza o interesse público cria mecanismos para que os cidadãos construam capacidades reflexivas sobre assuntos sobre os quais talvez não se interessem, mas que dizem respeito a eles e à sociedade a que pertencem. É importante verificar o papel da mídia pública no mundo como instrumento de promoção de tais questões de interesse público no meio social, a partir da veiculação de conteúdos diferenciados, plurais e de assuntos relevantes, mas pouco explorados pela mídia comercial tradicional. Com o acesso a tais conteúdos, a população poderia criar argumentos e repercutir ideias construtivas para o crescimento intelectual do país. Uma população informada e incluída no debate crítico dos acontecimentos diários tem mais condições de criar mecanismos com potencial para provocar mudanças na sociedade. Criar instrumentos para a promoção do debate de diversos assuntos e para a promoção de visões plurais sobre a sociedade é uma capacidade do sistema público de comunicação. Ele se apresenta como alternativa possível para que seja garantido o Artigo XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos: Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de 580

6 Justiça Enquanto Responsabilidade procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras (Organização das Nações Unidas. 1948, p. 4). Ainda assim, o termo comunicação pública tem diversos significados e entendimentos, o que abre espaço para divergências conceituais. Entre as definições mais comuns, está a de que comunicação pública que se funde ao conceito de comunicação governamental por, em algum nível, ser dependente do Estado. A transparência é uma característica que transforma a comunicação. O sistema público de comunicação é participante da nova cultura que deve considerar a cidadania, os debates democráticos, a responsabilidade social, a pluralidade, o interesse público, a busca pelo bem comum e pela prestação de contas ao cidadão. O aprofundamento das observações a respeito do assunto nos leva a destacar outros aspectos e diferenciações de conceitos, apresentados a seguir. 3. Comunicação pública, comunicação governamental e comunicação política O conceito de comunicação pública é alvo de intensas discussões. Elizabeth Brandão (2012) afirma que, apesar de tantas definições, todas compartilham a ideia de que a comunicação pública é um processo entre Estado, governo e sociedade e que tem por objetivo informar para a construção da cidadania. Comunicação pública é relacionada a informações sobre Estado, ações governamentais, terceiro setor 2 e também ações privadas que são de interesse público. Segundo Fossá e Kegler (2012), comunicação pública está mais relacionada à forma de fazer comunicação do que com quem a faz. Para os pesquisadores, ela é feita de forma dialógica, ou seja, entre o emissor e o público, e com interesse na própria mensagem, no conteúdo. A comunicação pública deve prezar pela diversidade cultural e não se limitar a transmitir, simplesmente, uma programação cultural, devendo se alimentar de conteúdo cultural próprio. O caráter cultural define o sistema público: O que não envolve não se limitar a ter uma faixa de programação com conteúdo cultural, mas ter a cultura como projeto que atravessa qualquer um dos conteúdos e dos gêneros (Martín-Barbero apud VALENTE, 2009, p ). 2 Instituições sem fins lucrativos e não governamentais que têm como objetivo gerar serviços de caráter público. 581

7 Simulação das Nações Unidas para Secundaristas 2014 Brandão (2012) afirma que a comunicação pública é uma perspectiva de comunicação que objetiva a viabilização dos direitos dos cidadãos. A pesquisadora entende que ela existe para funcionar como espaço de negociações entre interesses de diferentes instâncias de poder da vida pública: Só entendo a comunicação pública como parte integrante da vida política da sociedade e, como tal, ela não é um poder em si, mas resultado do poder do cidadão quando organizado e constituído como sociedade civil. A Comunicação Pública feita pelos governos, pelo terceiro setor ou pelas empresas privadas acontece na medida em que a voz do cidadão começa a ficar forte a ponto de pressionar essas instituições a se preocupar com as questões da cidadania (BRANDÃO, 2012, p. 31). Segundo a pesquisadora, essa é a síntese da maioria dos conceitos desenvolvidos no Brasil sobre comunicação pública. Para ela, a comunicação é um ator político importante e ajuda na formação do novo espaço público (BRANDÃO, 2012). Jorge Duarte (2010) esclarece que o conceito de comunicação pública no Brasil teve origem na noção de comunicação governamental. A comunicação governamental diz respeito à troca de informações entre o Estado (conjunto das instituições ligadas aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, como empresas públicas, institutos e agências reguladoras) e a sociedade. Serve para prestar contas sobre ações dos gestores, é instrumento de educação cívica e de relacionamento do Estado com a população (DUARTE, 2010). A comunicação governamental existe para informar os cidadãos a respeito das ações realizadas pelo governo e para incentivar a cidadania popular, de acordo com Brandão (2012). Segundo a autora, a comunicação governamental tem ainda a intenção de levar o sentimento cívico ao cidadão, bem como de educá-lo quando o chama para atividades políticas, e de conscientizá-lo de seus direitos quando, por exemplo, chama a atenção para campanhas de saúde e de trânsito. Essa comunicação pode ser considerada pública na medida em que é instrumento da agenda pública e em que direciona seu trabalho para a prestação de contas. Invariavelmente, o conceito de comunicação pública diz respeito ao cidadão e, de algum modo, pretende levá-lo a propostas diferentes de conteúdo da mídia comercial. Brandão e Duarte (2010) afirmam que a evolução do conceito ocorreu após 1985, ao fim da ditadura militar, que utilizou a 582

8 Justiça Enquanto Responsabilidade comunicação governamental para controlar a população. Com a redemocratização na década de 1980, seguimentos da população passaram a exigir maneiras melhores de troca de informação entre Estado e população. Duarte (2010) afirma mais: tanto a comunicação política, quanto a pública e a governamental têm em comum o fato de que todas são formuladas em um cenário de interesse público, já que ali há responsabilidade maior no que diz respeito ao direito do cidadão e à viabilização das demanda coletivas. A comunicação governamental é diferente de comunicação política. Duarte (2010) aponta que a comunicação política tem a função principal de informar sobre ações de governos e de partidos com objetivo de esclarecer e, por vezes, conquistar a opinião do público. Ela também divulga ideias e atividades relacionadas ao poder público e pode estar relacionada às eleições. Já a comunicação governamental se relaciona a Estados e não a governos, serve para prestar contas sobre ações dos gestores e é instrumento de educação cívica e de relacionamento do Estado com a população. Neste artigo, a comunicação pública é entendida como a que busca informar o público com informações de qualidade e de interesse público. O objetivo desse sistema de comunicação é o de criar uma rede que envolva todos os agentes de uma sociedade na busca pelo interesse dos cidadãos, por meio do diálogo e considerando diferentes pontos de vista, objetivando consensos e a consolidação da democracia. 3.1 Critérios para um modelo de comunicação pública Os conceitos anteriormente apresentados servem de base para entender minimamente a importância da existência de empresas públicas de comunicação ao redor do mundo. É inviável acreditar que sem pluralidade, cidadania, justiça e diversidade social faz-se comunicação de qualidade. Independência e autonomia também são critérios para uma comunicação pública eficiente. Tais características são apontadas em relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) (2001) como o mínimo necessário para a radiodifusão pública. Segundo o documento, o modelo de serviço público foi baseado na ideia de que nem o mercado nem o Estado poderiam satisfazer adequadamente os objetivos do serviço de radiodifusão e agir pelo interesse público (UNESCO, 2001, p. 04). A Organização das Nações Unidas (ONU) elencou quatro diretrizes mundiais que cada sistema de comunicação no mundo 583

9 Simulação das Nações Unidas para Secundaristas 2014 deveria seguir. São elas: universalidade, diversidade, independência e diferenciação. Universalidade significa possibilitar conteúdo acessível a todos os cidadãos do país. Isso não quer dizer que a mídia pública deve procurar atingir a maior audiência. Na verdade, ela tem a meta de tornar sua programação compreensível tanto para o cidadão com maior aquisição intelectual quanto para o leigo. A mensagem deve ser transmitida sem barreiras de complexidade quanto à linguagem ou ao assunto abordado. O sistema público deve tentar alcançar, ainda, diversidade na programação veiculada em três pontos: gêneros de programas, programas voltados para públicos específicos, sempre visando diversidade de interesses públicos, e assuntos discutidos. Mesmo que um programa seja voltado aos jovens, ela alcançará o objetivo de uma comunicação pública para todos porque o que faz o conteúdo ser para toda a população é a programação integral, vista em seu conjunto. Uma mídia pública só poderá agir livremente e criativamente em prol do interesse público se não estiver amarrada a pressões políticas e comerciais. Esse é um princípio essencial porque a comunicação pública tem função de ser útil e interessante aos cidadãos de um país e não apenas a grupos empresariais ou governos. A liberdade de criação e de produção jamais seria possível sem independência e autonomia. Por fim, a diferenciação deve suprir conteúdos que não existem nas mídias tradicionais. Não faz sentido uma comunicação pública cujos interesses não estão intimamente ligados ao conhecimento, à educação, à cultura, à diversidade e ao cidadão. Em 2009, o II Fórum Nacional de TVs Públicas do Brasil produziu documento oficial que apresentava visões e metas de trabalho relacionadas à regulamentação, à gestão e à participação popular, ao financiamento, à programação, e à distribuição e à transição para plataformas digitais da comunicação pública no país. O texto reivindica para a programação pública uma qualificação técnica de profissionais, de equipamentos, de pesquisas, de desenvolvimento de linguagens inovadoras, de criação de novos formatos de programação elaborados a partir das possibilidades de interação do público e de fomento à produção independente de produtoras e mesmo dos cidadãos (II Fórum Nacional de TVs Públicas apud SILVA, 2009). 4. Comunicação pública no mundo Apesar de não ser um fenômeno novo e de datar do início da 584

10 Justiça Enquanto Responsabilidade década de 1920, não há entendimento consolidado sobre aquilo que define a natureza dos sistemas públicos. Sivaldo Pereira (2009) utiliza, em seu livro, frase de César Ricardo Bolaño que expõe a ideia experimentada no início da formação da comunicação pública no mundo: A radiodifusão pública aparece em muitos países, especialmente na Europa, como um contraponto ao poder que o privado poderia ter sobre o público em razão dessa posição assimétrica. A comunicação pública tem servido, nos países democráticos, como parâmetro de competência e credibilidade no trato da informação (BOLAÑO, César Ricardo apud SILVA, 2009, p.4). A radiodifusão pública ao redor do mundo se desenvolveu de maneira distinta. As primeiras manifestações de sistemas públicos de comunicação surgiram na década de 1920 no continente europeu. Nessa década, surgiram a British Broadcasting Corporation (BBC), no Reino Unido, como um monopólio público, e as primeiras rádios educativas conduzidas por universidades nos Estados Unidos. Silva (2009) explica que, na segunda metade do século XX, as organizações de mídia pública floresceram como um mecanismo necessário às democracias modernas, que buscavam pluralidade e inovação na produção e na transmissão de conteúdo e criavam mecanismos de financiamento público e de participação civil na comunicação. Os que lutam pela comunicação pública exigem o estabelecimento de um novo modo de fazer radiodifusão. Busca-se diversidade e democracia de vozes. Com isso em mente, foram escolhidas como embasamento para a construção deste artigo a comparação e a análise de programação de empresas públicas de comunicação a partir dos critérios de Bernardo Lins expostos no artigo Análise comparativa de políticas públicas de comunicação social (LINS, 2002). As programações de cinco empresas públicas do mundo serão comparadas e analisadas, por se entender que essa seja a forma mais concreta de medir as ações das instituições a partir do que produzem. Também serão levados em consideração conceitos de Jorge Duarte (2010) para uma comunicação dialógica, participativa e de interesse público. Entender o processo de trabalho dessas empresas é essencial para compreender que tipo de influências elas oferecem ao público no que diz respeito à representatividade e à diversidade de vozes dentro da programação. 585

11 Simulação das Nações Unidas para Secundaristas 2014 Para trazer noção ampla do funcionamento e dos impactos de um sistema público de radiodifusão nas sociedades atuais, optou-se por apresentar cinco instituições públicas espalhadas pelo mundo. Dessa forma, cria-se uma ideia geral, ainda que inicial, de como a comunicação pública é moldada internacionalmente e de qual a importância de sua existência para a promoção da justiça. Serão abordados os exemplos da Inglaterra, dos Estados Unidos, do Japão, da Austrália e do Brasil. Outro ponto levado em consideração na escolha dos sistemas de comunicação pública desses países é a diferença cultural e econômica dentre as nações e também a forma como os sistemas foram inseridos e como se constituem atualmente O caso BBC - Inglaterra Considerada por Jonas Valente (2009) como precursora no conceito de comunicação pública no mundo, a British Broadcasting Corporation, empresa pública de comunicação do Reino Unido, é considerada uma grande referência. Além de possuir credibilidade no âmbito interno, a BBC possui escritórios espalhados por grande parte do mundo, sendo uma empresa consolidada mundialmente. Os princípios editoriais, o substancial código de ética e a forma de gestão participativa mantidos pela empresa são as principais características que estudiosos usam para diferenciá-la das demais. Entende-se que esses elementos fazem da BBC um modelo notável de empresa de comunicação pública, pois demonstram de forma concreta o esforço para promover a pluralidade, a comunicação de qualidade e a interação direta com o público. Segundo a BBC, as atividades da instituição começaram em 1922 como um conglomerado de empresas de equipamentos eletrônicos. Em outubro do mesmo ano, fez-se a primeira transmissão de rádio para a população da Grã-Bretanha, que ocorria por algumas horas por dia. Em 1927, o governo britânico tornou a empresa um serviço público. A cobertura jornalística da Segunda Guerra Mundial ( ) fez com que a BBC começasse uma considerável expansão a nível internacional (BRITISH BROADCASTING CORPORA- TION [BBC], [2013]). O primeiro serviço da empresa em terras estrangeiras ocorreu em 1938 no mundo árabe. No mesmo ano, a BBC fez transmissões no Brasil com notícias sobre a ascensão de Hitler na Alemanha. Segundo Fernanda Maurício Silva (2011), sua consolidação, tanto interna, quanto pelo mundo, deu-se por conta da consolidação dos princípios éticos e da busca por uma 586

12 Justiça Enquanto Responsabilidade cobertura objetiva dos fatos. Valente (2009) explica que a BBC mantem uma rede de oito canais de televisão nacionais, com programação regional, dez estações de rádio nacionais e 40 estações de rádios locais. Na web, oferece serviço de portal de notícias. Além disso, possui uma agência de notícias mundial que produz conteúdo para rádio, televisão e internet em 33 línguas. O autor afirma que, para gerenciar esse império, a BBC mantém uma grande e capitalizada estrutura de gestão, que é feita a partir de um conselho, o denominado BBC trust, e da diretoria executiva. O Conselho é responsável por representar interesses dos contribuintes que pagam anualmente impostos sobre aparelhos de televisão. Esta taxa é a principal fonte de renda da empresa. A diretoria executiva é imbuída de manter o funcionamento da empresa. Segundo Valente (2009), o BBC trust tem como papel proteger o interesse público, administrar os recursos, representar os direitos dos contribuintes, garantir a liberdade, a transparência e o alto padrão da empresa, além de aprovar diretrizes e políticas de conteúdo. O conselho é formado por 12 pessoas e é composto por um presidente, um vice e dez membros ordinários, dos quais quatro representam as nações do Reino Unido. A diretoria executiva é encarregada de prover os serviços, de fazer a direção editorial e a gestão operacional da empresa, além de elaborar proposta de política de programação. Segundo o autor, para que os trabalhos sejam desenvolvidos dentro da empresa, o governo britânico publica, a cada dez anos, uma carta que dita as diretrizes a serem adotadas no dia a dia da companhia. A cada três anos, a direção da empresa se reúne com o Estado para traçar metas (VALENTE, 2009). No entendimento de Valente (2009), o público pode atuar na gestão da empresa de diversas formas, por meio, por exemplo, dos conselhos de audiência. De forma geral, esses conselhos servem para monitorar e avaliar se as metas propostas pela empresa foram alcançadas e dão subsídio para o que o BBC trust tenha uma visão ampla de como a companhia atua. A participação do público pode se dar também por meio de mecanismos de sondagem, dentre eles consultas e debates públicos. Outra característica importante para avaliar a forma de atuação da BBC é o financiamento. Valente (2009) afirma que existem duas formas de captação. No Reino Unido, existe uma taxa anual para todos aqueles que possuem serviço de televisão. Atualmente a taxa é de 145,50. A empresa é financiada com o recolhimento deste valor. O autor destaca ainda que a agência BBC Wolrdwide, 587

13 Simulação das Nações Unidas para Secundaristas 2014 braço internacional, utiliza, além do dinheiro proveniente da taxa, recursos da venda de programas para outras emissoras, de DVDs, da publicação de livros, dentre outros. À parte das características estruturais da empresa, Fernanda Maurício Silva (2011) destaca os princípios editoriais da mesma. Segundo a autora, um deles é o ideal de serviço público, no qual a ideia do bem comum norteia as produções a serem veiculadas. Ou seja, a comunicação é feita para levar informações que acrescentem conhecimento à população. Outra característica, por vezes colocada em cheque, é a tentativa de ser apartidária, a despeito de ser uma empresa de responsabilidade do Ministério da Cultura, Mídia e Esporte e de Assuntos Exteriores do Reino Unido (no caso da BBC Wolrdwide). Essas características apontadas conduzem os princípios editorias e éticos da equipe que trabalha na BBC. A Carta Real de 2006, um documento que estabelece metas da emissora, segundo Valente (2009), estabelece que os programas da BBC devem exibir conteúdos inovadores, atrativos, de alta qualidade e desafiadores. Sendo assim, cada um dos veículos da rede apresenta pelo menos um desses requisitos. Valente (2009) também explica que as rádios da empresa, nacionais e internacionais, têm programação estruturada em uma especificidade de conteúdo. As principais rádios são as nacionais que, ao todo são oito, cujas programações são específicas e diferenciadas. Exemplos são a 1Xtra que tem programação baseada na música negra; a Rádio 4 que tem conteúdo voltado para notícias, leituras e atualidades; e a Rádio 6 que tem programação voltada para músicas fora do circuito comercial. Uma pesquisa realizada pela BBC, em 2007, apontou que as audiências dos canais de televisão da empresa alcançaram 33,8% das casas. Canais esses que seguem os mesmos princípios das rádios. Existem nove canais nacionais, dentre eles o BBC1, canal com maior audiência da empresa e que possui programação variada com ênfase em notícias, novelas, esportes e entretenimento factual; o BBC News 24h, canal exclusivo de notícias; e o Cbeebies, destinado a conteúdos que levem educação e entretenimento a crianças O caso PBS TV e NPR - Estados Unidos Nos Estados Unidos, o sistema público de radiodifusão é caracterizado por uma complexa rede que liga pequenas emissoras a grandes conglomerados de comunicação. Como explica Sivaldo Pereira da Silva (2009), em todo o território dos Estados Unidos, 588

14 Justiça Enquanto Responsabilidade é possível encontrar estações públicas que funcionam independentemente umas das outras, mas que são integradas a redes nacionais. Essas redes nacionais reúnem os conteúdos de estações menores e os transmitem em uma conexão de notícias e de programações única. É o caso da Public Broadcasting Service (PBS), responsável por canais televisivos; e da National Public Radio (NPR), que reúne estações de rádio. Além dessas, existe a Corporation for Public Broadcasting (CPB), agência autônoma que gere recursos que fomentam a radiodifusão pública local. Ela faz captação de recursos por meio de critérios pré-estabelecidos e é responsável por gerir, de maneira criteriosa e transparente o fundo de doações e de impostos voltados para o funcionamento de todo o sistema (SILVA, 2009). De acordo com a CPB, a diversidade e a produção digital definem o serviço norte-americano de radiodifusão pública (CORPORAR- TION FOR PUBLIC BROADCASTING [CPB], [2013]). É interessante destacar que tal preocupação em determinar uma estrutura específica para a gestão dos recursos financeiros, governamentais ou não, foi a forma encontrada pelo país para manter uma rede de comunicação com vínculos públicos não comerciais. Segundo Sterling e Kittross (2002), a preocupação surgiu ainda na década de 1920, quando as primeiras rádios surgiram no país. Com baixa interferência financeira estatal, as empresas de comunicação públicas iniciaram atividades com investimentos comerciais (de empresas de meios eletrônicos, de tecnologia da informação, de telégrafos e de satélites) e não comerciais (de fundos universitários, de fundações de diversos tipos e de governos estaduais). As emissoras locais se ligam a canais nacionais que, por sua vez, reúnem conteúdos enviados de muitas localidades. Além de tais emissoras, dentro do sistema público norte-americano, encontram-se também organizações que atuam em diferentes setores da comunicação, como a televisão, o rádio, a produção, a distribuição de conteúdo e a internet. Elas não são responsáveis por transmitir a programação dos canais, mas auxiliam na alimentação da rede, já que trabalham na produção de conteúdo especializado. É o caso da Public Radio International (PRI), que produz e distribui informações radiofônicas de conteúdo internacional. Nem a PBS, nem a NPR estão subordinadas à CPB. Por lei, 95% dos valores recebidos pela CPB do governo federal norte-americano vão para suporte de estações de televisão e rádios locais, bem como para a programação e o melhoramento delas. A CPB financia o Serviço Independente de Televisão e cinco programas que representam minorias e produções independentes. Ela oferece 589

15 Simulação das Nações Unidas para Secundaristas 2014 verba à PBS, primeiramente para apoiar programas de conteúdos infantis e, posteriormente, os fundos voltados para programação de rádio são distribuídos após licitação (CPB, [2013]). Embora o sistema sofra de instabilidade na arrecadação, a pluralidade da programação e os diversos canais que recebem financiamento são positivos para a democracia norte-americana. Silva (2009) explica que as doações vêm de fundações civis, de fundos governamentais, de particulares, de empresas privadas, dos governos locais, estaduais e federal, das assinaturas de cidadãos, de leilões, de universidades e de faculdades particulares. Além disso, rádios e televisões de caráter educativo têm ligação com grandes organizações nacionais e instituições como a Fundação Ford, que investe em projetos voltados para a construção de um modelo alternativo de comunicação. Brooks e Ondrich (2006) destacam a existência de três tipos de estações públicas de televisão nos Estados Unidos: as universitárias, as independentes e as governamentais. A maior parte delas (39%) é independente, ou seja, não possui fins lucrativos. Nas estações de rádio, a programação é basicamente própria, mas também há transmissão de conteúdos da NPR e de produtores independentes. Estações públicas de televisão e de rádio, juntas, alcançam mais de 98% da população dos EUA com programação e com serviços livres. Mais de 118 milhões de norte-americanos acessam estações da PBS a cada mês e 37 milhões escutam rádios públicas toda semana (BROOKS e ONDRICH, 2006). Números estimados pelas emissoras indicam mais de 1,2 mil agentes participantes na realização da comunicação pública estadunidense. Desses, cerca de 860 são responsáveis pela transmissão de rádios predominantemente locais, de 360 estações locais de televisão e de 35 instituições produtoras, distribuidoras, promotoras ou financiadoras dentro desse modelo (SILVA, 2009). A PBS determina para si alguns tipos de programação a serem veiculados pelas emissoras locais: as que abordam arte, entretenimento, cultura, sociedade, saúde, história, casa, novidades, assuntos públicos, ciência, natureza, tecnologia e material para professores, pais e crianças. No caso da NPR, a programação é parecida com a da TV, com temas variados em formatos de telejornal, entrevistas, debates, programação infantil, programas de música e auditório. Tanto a Public Broadcasting Service (PBS) quanto a National Public Radio (NPR) mantêm um conselho diretor. O conselho da PBS tem 27 membros e o da NPR, 17. Os conteúdos das duas emissoras variam a depender da decisão das organizações. Nos televisores de cada região do país aparece o canal delimitado para 590

16 Justiça Enquanto Responsabilidade cada estação. Quando a marca PBS surge na tela, isso significa que ali existe uma filial da empresa, com programação mesclada entre a nacional da PBS e a local. De acordo com Silva (2009), apesar da pluralidade de formatos disponibilizados pelas redes, cada estação pode dar diferentes ênfases a determinados conteúdos. A decisão final está nas mãos das estações locais e isso garante à população programações distintas entre as emissoras, o que reforça o princípio de pluralidade que deve ser busca incessante de canais públicos de comunicação. 4.3 O caso EBC - Brasil A radiodifusão no Brasil surgiu com caráter público, mas rapidamente se transformou em comercial, fazendo com que os brasileiros se acostumassem apenas com a presença da mídia privada, a partir dos anos Silvado Pereira Silva (2009) acrescenta ainda que a criação do sistema público de comunicação brasileira só ocorreu após duas décadas da redemocratização do país, nos anos Segundo o autor, alguns motivos podem justificar esse fenômeno: primeiramente, embora o Brasil tenha tido a chance de se redemocratizar, ainda havia muitas barreiras para que a comunicação pública virasse realidade. Depois, a mídia comercial já estava enraizada no cotidiano brasileiro e a discussão sobre uma comunicação diferente não era realizada junto ao público. Além disso, o tema também era deixado de lado pelo Estado e não havia políticas públicas específicas sobre o assunto. E depois, a falta de legislação adequada e o sucateamento de outras esferas próximas do sistema público, como as televisões educativas, não colaboravam para o debate aberto sobre a criação de uma mídia pública que atendesse às demandas que faltavam na mídia tradicional. De acordo com Silva (2009), tais fatores não permitiram que a radiodifusão pública se desenvolvesse adequadamente no país. Com a priorização da radiodifusão comercial, criou-se um ambiente onde sistemas privados tinham maior apelo. Além disso, a insuficiência financeira e, portanto, a dependência governamental, impediu, e ainda impede, que o sistema público de comunicação seja autônomo. A Constituição Federal de 1988 estabelece, no artigo 223, a existência de um sistema público de comunicação. No entanto, apenas em 2007 a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foi criada, por meio do Decreto revogado no ano seguinte pelo Decreto No mesmo ano, nasceu a Lei , de 7 de abril 591

17 Simulação das Nações Unidas para Secundaristas 2014 de 2008, que oficializou a criação da instituição (SILVA, 2009). Atualmente, a EBC atua como sucessora das antigas estruturas de comunicação do Governo Federal. A Radiobrás instituição criada em 1975 para gerir as emissoras de rádio e televisão do Governo Federal foi incorporada à EBC. A lei de criação da EBC aponta como objetivo oferecer mecanismos que proporcionem o debate público sobre temas de relevância nacional e internacional, que desenvolvam a consciência crítica do cidadão e que colaborem com a construção da cidadania. A empresa também deve ajudar a consolidar a participação popular, a democracia, a liberdade de expressão e deve cooperar para a formação educacional dos cidadãos. A EBC visa, ainda, apoiar projetos de inclusão social, dar abertura para programas independentes, buscar formatos criativos e inovadores de transmissão de conteúdo, promover parcerias a fim de fomentar produção audiovisual nacional e estimular produção de conteúdos interativos. A respeito da estrutura, a empresa é formada por Assembleia Geral, Órgãos da Administração Conselho de Administração e Diretoria Executiva e Órgãos de Fiscalização Conselho Curador, Conselho Fiscal e Auditoria Interna. A composição desses órgãos é importante para garantir gestão plural e eficaz. Cada setor é responsável por um ponto importante para garantir as atribuições da EBC. Dentre elas, estão: aprovar projetos, propostas, fazer o planejamento anual da grade de programas, a linha editorial dos canais e orçamentos, propor regimento interno, planejar, administrar e fiscalizar o uso de recursos, supervisionar e zelar pelas funções exercidas, além de outras funções. A Empresa Brasil de Comunicação possui dois canais de televisão, TV Brasil e TV Brasil Internacional, agência de notícias on-line Agência Brasil, agência de notícias de rádio Radioagência Nacional e o sistema público de rádio, composto por oito emissoras. A radioagência produz conteúdo para ser transmitido em qualquer rádio do país. O sistema público de rádio tem programação com conteúdo próprio voltado para as emissoras. A EBC ainda conta com a EBC Serviços, que realiza trabalhos para os canais estatais ou governamentais. A EBC Serviços cuida da TV NBR, da Voz do Brasil, dos programas Brasil em Pauta e Bom dia Ministro e do serviço de rádio que agrega conteúdo realizado por diversos órgãos do governo. Para Murilo César Ramos 3, no entanto, a EBC deveria se des- 3 Murilo César Ramos falou sobre o assunto durante o Roteiro de Debates do Conselho Curador da EBC: O Modelo Institucional da EBC e as Relações com o Governo Federal, em 20 de março de Disponível em: 592

18 Justiça Enquanto Responsabilidade vincular dos programas diretamente ligados ao Governo Federal, a fim de garantir mais autonomia. O autor reforça a ideia ao dizer que a NBR é um canal do Poder Executivo Federal e que, portanto, não deveria ser produzido pelo sistema público de comunicação brasileiro a separação permitiria que a empresa pública não tivesse suas finalidades interpretadas de maneira errada. Mesmo com equipes separadas para os canais do Executivo Federal e para os canais exclusivamente públicos, há margem para interpretações sobre influências do Governo dentro da EBC. A proximidade entre o que é público e o que é governamental na EBC não ocorre apenas na gestão dos canais. A manutenção financeira vem do orçamento da União, motivo pelo qual ainda há dependência do governo para viabilizar o conteúdo da instituição. Ainda há verbas de publicidade e de impostos progressivos embutidos no preço dos aparelhos de rádio e de televisão (BRASIL, 2008). Os conteúdos difundidos pelos veículos de comunicação da EBC devem seguir os padrões estabelecidos pelos objetivos da empresa determinados em lei (BRASIL, 2008). Na TV Brasil, por exemplo, há programas com temática de saúde, além de desenhos infantis educativos, incentivando a produção nacional, e telejornais que têm agenda de pautas diferente dos telejornais tradicionais, com reportagens de cunho social, com debates sobre temas importantes para o telespectador, com análises econômicas e com análises políticas (EMPRESA BRASIL DE COMUNICA- ÇÃO, [2013]). Entre as rádios, por exemplo, a Nacional FM Brasília dispõe de conteúdo diversificado. Há espaço para programas musicais de choro, de jazz, de samba, de rock, além de programas educativos e de agenda cultural (EBC, [2013]). O sistema público de comunicação brasileiro ainda é entendido, muitas vezes, como estatal justamente pelo envolvimento íntimo do Governo Federal com a empresa. O tema gera polêmica porque até mesmo os integrantes civis do Conselho Curador, no começo da história da EBC, em 2007, foram indicados pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva. Desde a criação, foram realizadas duas consultas públicas para que tais cargos fossem ocupados por nomes indicados pela sociedade civil e sem vínculo governamental. Apenas após tal indicação, o presidente pode ter liberdade para escolher quem fará parte do conselho (EBC, [2013]). A estratégia permite que, a cada cargo do conselho com o mandato vencido, após quatro anos, novas consultas sejam realizadas e cada vez menos haja influência direta hocurador/files/files/transcri%c3%a7%c3%a3o%20roteiro%20de%20debates.pdf. Acesso em: 25 nov

19 Simulação das Nações Unidas para Secundaristas 2014 da Presidência da República. Dessa forma, o Conselho Curador constitui importante mecanismo de autonomia dentro de sistema público de comunicação. A partir dele, é possível garantir que o conteúdo veiculado seja de interesse público. Com menos envolvimento governamental no conselho, são maiores as chances de ter debates editoriais voltados para o público. Como está explicado na página do Conselho na internet, ele pode, por exemplo, emitir voto de desconfiança à Diretoria ou a qualquer um dos diretores e até tirá-los dos cargos que ocupam. O Conselho deve sempre fiscalizar a programação para garantir que está de acordo com os interesses da sociedade. Por isso, quanto menor a participação do governo nas decisões do conselho e maior a da sociedade civil, maiores as possibilidades de uma comunicação realmente pública. Outro instrumento importante para a garantia de serviço junto à população é a presença de ouvidorias. Elas agem como pontes entre os usuários e a empresa em prol da melhor forma de gerar controle social. A lei de criação da EBC prevê um retorno à sociedade por meio de programas de 25 minutos como maneira de prestar contas aos cidadãos das reclamações e sugestões que fazem à empresa (EBC, [2013]). 4.4 O caso NHK - Japão O início da criação da rede de sistema público japonês ocorreu em 1924, com a inauguração de três rádios públicas subordinadas ao governo. O sistema só se consolidou após 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial (SILVA, 2009). À época, por conta da presença de Frotas Aliadas, os ideais de democracia, cidadania, liberdade de imprensa e livre-comércio tiveram de ser absorvidas pela sociedade japonesa e, inadvertidamente, moldaram toda a estrutura de trabalho e de prestação de serviço das agências públicas envolvidas. Em 1925, a Nippon Hoso Kyokai (NHK) foi criada pelo governo japonês, que incorporou antigas agências radiofônicas e se tornou, desde então, a corporação central da estrutura midiática pública do Japão. Ela é a maior rede de rádio e de televisão do país, a que possui a maior audiência e a maior infraestrutura nacional, mesmo entre empresas privadas do mesmo ramo. A estrutura física e administrativa da NHK soma mais de 54 estações no território japonês e 29 escritórios em outros países, em cidades como Londres, Nova Iorque e São Paulo. 594

20 Justiça Enquanto Responsabilidade Até 1953, os serviços de comunicação pública japoneses eram restritos às rádios, que trabalhavam sob orientação estatal, chegando a passar por censura prévia de conteúdos. Embora a criação do sistema público japonês tenha ocorrido inicialmente por imposição de ideologias norte-americanas, as estruturas foram mantidas mesmo após a saída das tropas daquele país do Japão (Kwak, 1999, apud SILVA, 2009). O papel da NHK vai além do usual para as televisões na maioria dos países, diferenciando-se, sobretudo, pelo caráter de responsabilidade social e de ajuda em momentos de desastres naturais, comuns na região. Paulo Yokota (2011) cita como exemplos práticos da atuação das instituições públicas japonesas a prestação de serviços em ocasiões de acidentes como tsunamis e terremotos. É quando ocorrem grandes desastres, que se torna possível avaliar a fundamental função atribuída a esta organização pela legislação japonesa. Seus centros de pesquisa desenvolveram equipamentos sofisticados para ajudar nos serviços de defesa civil e fornecem informações sobre os pontos de distribuição de água potável, estradas rodoviárias e ferroviárias que estão funcionando. (...) Eles possuem um sistema de alerta sobre os terremotos que continua alertando a população com alguns minutos de antecedência, transmitindo durante o sismo para informar a sua duração, e logo depois qual foi a intensidade nas diversas localidades. Efetua-se, além disso, um esforço para evitar o pânico evitando, por exemplo, cenas dos tsunamis que envolvem pessoas desesperadas, selecionando-se os que mostram a extensão dos danos materiais (YOKOTA, 2011). O sistema nipônico funciona, conforme explica Silva (2009), com investimentos financeiros desvinculados do Estado. A NHK é uma corporação de propriedade pública financiada a partir de licenças de televisão pagas pelos telespectadores. Ou seja, a cada aparelho televisivo vendido no Japão, parte do valor do produto é direcionada para a NHK a fim de possibilitar a continuidade dos serviços de radiotransmissão. Barbara Gatzen (2001) esclarece, ainda, que a receita da emissora pública é composta principalmente por taxas para os serviços terrestres e de satélite e é complementada pela renda de empresas subsidiárias. Outras estações comerciais dependem de receita publicitária e de patrocínio, o que, como afirma Silva, afeta os conteúdos. Isso gerou no país a percepção de que a qualidade do conteúdo do sistema comercial é duvidosa quando comparada ao sistema públi- 595

21 Simulação das Nações Unidas para Secundaristas 2014 co, que não sofre a pressão de produzir conteúdo apelativo, já que possui receita proveniente de taxas fixas (SILVA, 2009, p.197). O autor esclarece que a Lei de Radiodifusão japonesa define dois sistemas de radiodifusão local: o público, sob organização da NHK, e o comercial, composto por outras empresas que obtêm concessão para operar serviços com objetivos comerciais. Pela legislação, a NHK não pode vender espaço para publicidade ou propaganda com fins lucrativos: seu financiamento é proveniente de impostos, recebidos e gerenciados pela NHK sob a forma de tributos que são cobrados mensalmente de residências que possuam aparelho capaz de receber o sinal transmitido (SILVA, 2009). O sistema comercial obtém receita principalmente da venda de publicidade. Arima e Cooper (2000) indicam que, historicamente, a NHK sempre teve maior facilidade em obter apoio formal do Ministério de Telecomunicações japonês, como, por exemplo, a primazia na disputa por concessões de canais. Do ponto de vista da sobrevivência, os radiodifusores privados precisam competir acirradamente uns contra os outros na briga pela receita proveniente de publicidade comercial. Em março de 2000, a NHK recebeu 18,9% da receita do mercado de mídia no Japão, enquanto a Fuji TV, maior rede de TV comercial japonesa, recebeu 9,1%. (Arima e Cooper 2000 p.423 apud SILVA, 2009, p.197). A NHK opera quatro canais de televisão General TV, Educational TV, BS 1 e BS Premium, três canais de rádio Radio 1, Radio 2 e FM e oferece serviços para países estrangeiros pelo NHK World, na televisão, no rádio e na internet (NHK, [2013]). A estrutura da NHK é dividida em três instâncias de gerenciamentos com funções e com poderes predefinidos por lei: o Conselho Diretor, o Conselho Executivo e o Conselho Fiscal. O Conselho Diretor é a instância máxima de decisões do sistema público japonês, a qual os outros dois estão subordinados. Ele é composto por 12 pessoas escolhidas pelo primeiro-ministro e aprovado pelo Parlamento do país. O Conselho Executivo também tem 12 conselheiros e a função deste grupo é a de tomar decisões cotidianas da empresa, bem como de executar políticas de comunicação e de diretrizes. Os três membros do Conselho Fiscal fazem o balanço de gastos e produzem auditorias sobre as contas da empresa. A maior parte da programação dos canais de comunicação locais (cerca de 80%) é fornecida por grandes estações, entre elas 596

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