Palavras Chave: Ventilação Mecânica. Complacência Pulmonar. Sistema Respiratório. Volume Corrente.
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- Simone Cabral Capistrano
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1 ANÁLISE COMPARATIVA DA COMPLACÊNCIA DINÂMICA E ESTÁTICA DE ACORDO COM AS VARIAÇÕES DO VOLUME CORRENTE OFERTADO E MENSURADO DURANTE A VENTILAÇÃO MECÂNICA Antônio Henrique Semençato Júnior, Unisalesiano/Lins - SP juniorfisiouti@hotmail.com Jackeline Michele Pereira, Unisalesiano Lins/SP jackeline-lins@hotmail.com Melini Luciano Vieira, Unisalesiano Lins/Sp inilem@hotmail.com Raphaela Tremeschin Melo Viveiros, Unisalesiano Lins/SP raphaelatmv@hotmail.com Simone Aparecida Arzani, Unisalesiano Lins/SP simone_arzani@hotmail.com Resumo A mecânica respiratória é avaliada nos pacientes em ventilação mecânica pelas medidas das complacências (dinâmica e estática), da resistência pulmonar e pelo índice de troca gasosa. Este trabalho tem como objetivo verificar possíveis alterações significativas nos valores referentes à complacência dinâmica e estática durante a ventilação mecânica, podendo esta ser calculada numericamente e expressada graficamente na curva volume-pressão. Para isso, foi realizada uma pesquisa na UTI da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Lins SP, no período de janeiro a julho de 2006, acompanhando 25 casos (ambos os gêneros), coletando os valores com o Inter 5 e Bird 6.400, com a utilização de fichas de registro e posteriormente realizando cálculos com fórmulas matemáticas e análise estatística. Palavras Chave: Ventilação Mecânica. Complacência Pulmonar. Sistema Respiratório. Volume Corrente. Introdução De acordo com Aires (1999), complacência é a relação entre a variação do volume gasoso mobilizado ( V) e a pressão motriz necessária para manter o pulmão insuflado. Neste caso, a pressão motriz é representada pela diferença entre as pressões na abertura das vias aéreas e no ar atmosférico. Desse modo, a complacência mede o grau de distensibilidade do pulmão. Ele ainda afirma que para se medir a complacência na prática clínica, aferem-se as complacências dinâmicas. Neste caso, o indivíduo respira espontaneamente e são registrados o volume mobilizado e a pressão correspondente. Para o cálculo, tomam-se pontos traçados de volume e pressão no qual o fluxo aéreo é nulo para calcular V e P(Aires 1995). Como referido por Azeredo (2002) a complacência estática descreve uma atividade que ocorre durante a ventilação e quando o sistema pulmão/tórax não está em movimento; já a complacência dinâmica pode ser interpretada quando o tórax e os pulmões encontram-se em movimento (Áuler Junior et al. 1995). O presente trabalho partiu da seguinte pergunta-problema: Existem alterações significativas em relação a complacência dinâmica e estática, quando realizado cálculos de acordo com o volume ofertado com o ventilador e aquele registrado através do ventilômetro de Wright em pacientes submetidos à ventilação mecânica em Unidade de Terapia Intensiva?
2 Em resposta a esse questionamento, levantou-se a seguinte hipótese: o Volume Corrente ofertado pelo ventilador pode apresentar variações quanto ao seu valor ideal, através do ventilômetro de Wright, podendo traduzir valores diferentes da complacência dinâmica desses pacientes; tendo como objetivo comparar essas variações e analisar se possuem diferenças estatisticamente significativas. A pesquisa ocorreu na Unidade de Terapia Intensiva da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Lins/SP, e os valores serão coletados em respiradores Inter 5 e Bird 6400 no período matutino e vespertino. Foram selecionados 25 pacientes de ambos os gêneros, escolhidos não aleatoriamente, compreendendo o critério de inclusão, estando os mesmos submetidos a Ventilação Mecânica Invasiva. Para complacência dinâmica foram utilizados os cálculos matemáticos de acordo com os valores obtidos inerentes à Pressão de Pico, PEEP e Volume Corrente, através da divisão do Volume Corrente pela subtração da Pressão de Pico e PEEP. Posteriormente foram analisadas as diferenças encontradas entre os valores de Volume Corrente mensurado pelo ventilômetro de Wright e os fornecido pelo display do ventilador. Para a complacência estática foram registrados os volumes da pressão de platô, PEEP, volume corrente e volume minuto oferecidos pelo display do ventilador mecânico. Após obtenção dos valores, realizou-se a estatística através do teste T de studant para determinar variações significativas e assim comparar os resultados obtidos (T observado), com a tábua de T crítico analisando a hipótese inicial (HO), que determinava as diferenças entre os cálculos da complacência dinâmica e estática, através dos valores obtidos e observados o Volume Corrente. Na complacência se o p> 0,05,não existe diferenças estatisticamente significativas, tanto da complacência estática quanto da dinâmica. Teste-t: duas amostras em par para médias dos Volumes Correntes mensurados e analisados no display do ventilador; e duas amostras em par para médias para a Complacência Dinâmica de acordo com as variações dos valores obtidos e verificados durante a análise dos dados. VC VC Média 545, ,4 Variância 75206, , Correlação de Pearson P (T<=t) bicaudal 0, , Fonte:Tavares (2006).
3 CD Mensurada CD Média 18, , Variância 176, , Correlação de Pearson P (T<=t) bicaudal 0, , Fonte: Tavares (2006). Dados Gerais da Complacência Dinâmica Caso VC VC PPico PEEP CD-VC CD-VC ,0 17, ,8 18, ,1 23, ,1 15, , ,5 21, ,6 16, , ,2 25, ,9 24, ,5 20, ,0 20, ,8 18, ,5 17, ,7 15, ,5 16, , ,6 13, , ,4 18, , ,6 24, ,8 16, , ,2 23, , ,8 27, , ,7 9, , ,8 13, , ,4 14, ,1 52, ,0 17,0 Fonte: Tavares (2006).
4 VC VC PPico PEEP CD-VC CD-VC Máximo 1684,2 700,0 37,0 9,0 74,2 52,3 Médio 545,5 564,4 22,7 6,2 18,9 20,0 Mínimo 250,0 460,0 12,0 3,0 7,6 9,2 Fonte:Tavares (2006). A complacência estática também não apresentou diferenças estatisticamente significativa. Teste t: duas amostras em par para médias do volume corrente mensurado através do ventilômetro e obtido pelo display do ventilador e duas amostras em par para médias da complacência estática de acordo com os volumes correntes mensurados. VC VC do Display Média 444,84 512,4 Variância 21243, , , CE-VC VC Média 28, , Variância 464, , P(T<=t)bicaudal P(T<=t)bicaudal 0, Dados de complacência estática VC MENSURADO VC VENTILADOR P Platô PEEP CE-VC MENSURADO CE-VC VENTILADOR ,3 57, ,2 29, ,7 17,0
5 ,4 21, ,5 46, ,5 53, ,3 23, ,3 23, ,3 33, ,3 55, ,3 28, ,4 24, ,3 21, ,4 24, ,7 28, ,6 26, ,8 32, ,1 37, ,5 21, ,4 14, ,8 56, ,2 78, ,6 36, ,2 13, ,7 11,2 VC VC P platô PEEP CE-VC 740,0 660,0 30,0 9,0 88,8 78,0 444,8 512,4 15,4 5,6 28,9 32,6 166,0 290,0 5,0 1,0 4,2 11,2 CE-VC Viana (2000) refere que os ventiladores permitem uma grande diversidade de métodos para o fornecimento de gases com extensa capacidade de monitorização entre equipamentos e paciente Junior et al. (1995) afirma que para se obter o resultado da complacência dinâmica, é preciso dividir a variação de volume pela variação de pressão transpulmonar, do ponto expiratório final para o inspiratório final, ou de um para o outro ponto determinado entre o início e o fim da inspiração ou da expiração. Isso significa que a complacência pulmonar não é o mesmo para os diferentes volumes pulmonares. Para Weinberger (1989), tal complacência estática pode ser compreendida como uma relação entre a pressão transpulmonar e o volume pulmonar, onde ao observar uma curva de complacência graficamente, se nota que a medida que a pressão transpulmonar aumenta, o volume pulmonar também aumentará, porém não linearmente, mas curvilineamente. Apesar dos volumes mensurados através do ventilômetro de Wright e visualizados no display do ventilador mecânico demonstrar diferença estatisticamente significativa, ao se realizar os cálculos matemáticos para determinar
6 a complacência estática de acordo com os volumes, obteve resultados que de acordo com a estática, não representaram diferenças significativas. Segundo Barreto, et al (2000) a ventilação mecânica é um método de suporte para o paciente durante uma enfermidade aguda, não constituindo, nunca, uma terapia curativa. Conclusão Não foram obtidos valores estatisticamente significativos apesar de estes serem numericamente diferentes. Desta forma, pode-se concluir que é de extrema importância a mensuração diária pelo fisioterapeuta que deve realizar tal mensuração no mínimo duas vezes ao dia a fim de evitar futuras complicações ao paciente que esteja recebendo suporte ventilatório através de prótese ventilatória em Unidade de Terapia Intensiva. Referências AIRES, M. M. et al. Fisiología. 42. ed. São Paulo: Guanabara Koogan, AULER JÚNIOR, J. O. C. et al. Assistência ventilatória mecânica; doenças respiratórias; medicina; medicina intensiva; respiração mecância. São Paulo: Atheneu, AZEREDO, C. A. C. Fisioterapia respiratória moderna: ampliada e revisada. 4. ed. São Paulo: Manole, BARRETO, S.S. M. et al. Indicações de ventilação mecânica invasiva com pressão positiva. Jornal Brasileiro de Pneumologia. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, mai COLTRI, V.M.; Comparação dos valores referentes a complacência estática de acordo com as variações do volume corrente mensurado e ofertado durante a ventilação mecânica Monografia (Graduação em Fisioterapia) Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. TAVARES B.M.; Análise comparativa da complacência dinâmica de acordo com as variações do volume corrente ofertado e mensurado durante a ventilação mecânica Monografia (Graduação em Fisioterapia) Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. VIANNA, A Complicações da ventilação mecânica. Jornal de Pneumologia. {s.l.;s.n.}, v. 26, mai WEINBERGER, S.E. Fundamentos de pneumologia. São Paulo: Artes Médicas, 1989.
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Prof. Antonio Henrique Semençato Júnior, UNISALESIANO - Lins/SP,
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