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- Júlio Cesário Peres
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13 Encaminhamentos Processuais **ACIDENTÁRIOS **DOENÇAS OCUPACIONAIS **SITUAÇÕES ANÁLOGAS AO ACIDENTE DE TRABALHO **GARANTIAS: Trabalhadores(as) CIPEIROS(AS)
14 C.I.P.A. & S e g u r a n ç a no T r a b a l h o **responsabilidade SOCIAL **responsabilidade POLÍTICA S A Ú D E DO T R A B A L H A D O R(A) As condições do trabalho e suas implicações negativas na saúde são observadas há mais de 2000 anos. No entanto foi no século passado que se estudou mais profundamente esta questão. Inicialmente os patrões voltaram o interesse em ter o ambiente de trabalho com um pouco mais de higiene e pouco se considerava a saúde do trabalhador, e assim deu inicio ao que se chamou de Higiene Industrial. No inicio deste século é que a classe trabalhadora tornando-se mais consciente em conseqüência dos ideais comunistas e socialistas é que se deu a criação de organizações sindicais e estes iniciaram as reivindicações trabalhistas, dando mais atenção à saúde do trabalhador. No Brasil as primeiras medidas legais sobre acidente do trabalho foram feitas pôr volta de Até esta época o acidentado era considerado um fraco ou alguém que cometeu em erro e quando danificavam ferramentas ou máquinas ainda eram obrigados a pagar o prejuízo ao patrão. Não tinham atendimento médico garantido pôr lei e então dependiam das Santa Casas que os atendiam pôr piedade, como se fossem mendigos. A partir desta época é que se desenvolveu a Medicina do Trabalho e então passou a se estudar as causas dos Acidentes e procurar meios de prevenir que então evoluiu para a Engenharia de Segurança. Nos últimos 50 anos é que ocorreram os avanços que se tem hoje no sentido de obrigar os patrões a investir em máquinas menos perigosas e desenvolver equipamentos de proteção individual e coletivos. Também passou a ser considerado o ambiente do trabalho como causador de doenças e a entender algumas doenças como sendo causadas pôr profissões específicas como a tendinite do digitador pôr exemplo, e que depois foram estudadas e caracterizadas como doenças inerentes a ocupação de cada trabalhador o que deu origem as chamadas atualmente de Doenças Ocupacionais. A partir da Nova Constituição Brasileira de 1988 é que se criou o Sistema Único de Saúde (SUS) com as leis 8080 e 8142 e também foi dado especial importância a saúde do trabalhador, passando a considerar o Acidente do Trabalho e a Doença Ocupacional como doença de notificação compulsória, não só obrigando o patrão a registrar todo AT e DO no INSS através da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), mas permitindo que a notificação fosse feita pelo trabalhador, pelo sindicato, o médico que atende o trabalhador ou ainda qualquer autoridade pública. Tais mudanças permitiram a criação dos serviços de referência em saúde do trabalhador (CRST, VISAT, etc.). Posteriormente foram criados os Programas de Controle Médico da Saúde Ocupacional (PCMSO) e
15 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Também foram reformadas as normas na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CIPA). Assim estão estabelecidos os mecanismos de defesa do direito a saúde e o dever do Estado. Dando a classe trabalhadora os instrumentos legais através dos quais possam atuar efetivamente em defesa da saúde. Todas essas medidas tomadas e outras que virão nos permitiram reduzir o número de saqueados da AT e DO, bem como, reduzir também o gasto com assistência médica, pois o Brasil tem um dos maiores índices de acidentes do trabalho do mundo, com cerca de 11 mortes pôr dia em AT. Gastamos cerca de 20 bilhões de reais pôr ano para tratar e indenizar as vítimas de AT e seus familiares. Para podermos mudar esta situação temos que organizar através da CIPA e do Sindicato a forma de atuação e em conjunto com os serviços públicos assumir nossa parte da responsabilidade e cobrar de forma efetiva a responsabilidade do Governo através dos Ministérios da Saúde, do Trabalho, da Justiça e INSS, etc. Considerando que boa parte dos acidentes não são comunicados ao INSS e que ainda persistem os convênios do INSS com algumas grandes empresas que permitem o registro do AT sem o conhecimento do SUS e do Sindicato, somos da opinião que o sindicato faça um banco de dados sobre as Condições de saúde e o ambiente da fábrica bem com o meio ambiente em geral a fim de podermos ter dados mais confiáveis sobre a situação e assim podermos garantir uma vida melhor aos trabalhadores. 01/ 02 de JULHO de Dr. Tarcísio Marcos de Almeida - Médico do Trabalho XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX NR-7 (PCMSO) - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL 01. O que é uma "NR"? "NR" é a abreviatura de "Norma Regulamentadora", nomenclatura utilizada pela Portaria n /78, emitida pelo Ministério do Trabalho, para regulamentar a Lei n , de 22 de dezembro de De que trata a Lei n ? Esta lei alterou o chamado "Capítulo V do Título II" da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A Consolidação já existia desde 1943 e, com a alteração introduzida por esta lei, ampliou bastante as exigências de cuidados com a saúde e a segurança no trabalho. 03. Onde se encontra esta lei? O conteúdo desta lei já foi transcrito para a CLT. Quando você estiver lendo o Capítulo V do Título II da CLT, você estará lendo os artigos que a Lei n /77 determinou.
16 04. Mas como surgiram as NRs afinal? A Lei n /77 mandava, em vários artigos, que o Ministério do Trabalho emitisse normas que regulamentassem com mais detalhes os assuntos que a própria lei estava trazendo. Então, em junho de 1978, o Ministério do Trabalho editou a Portaria n Esta Portaria é constituída de "capítulos" que receberam a denominação de Normas Regulamentadoras e é este o modelo que existe até hoje. Algumas NRs já foram alteradas depois de 1978 mas continuam fazendo parte da mesma Portaria (n , do Ministério do Trabalho). 05. Como ter acesso a esta portaria? A Portaria n /78 é vendida na forma de livro em livrarias jurídicas e em livrarias médicas. Na capa do livro vem escrito "Segurança e Medicina do Trabalho". Você deve estar atento para pedir sempre a última edição a fim de não ficar com um livro desatualizado. O leitor também pode encontrar as Normas Regulamentadoras no site do Ministério do Trabalho na internet ( 06. E o que é a NR-7? NR-7, Norma Regulamentadora nº 7, é o sétimo capítulo, a sétima Norma, contida na Portaria n /78. Atualmente esta Norma recebe o nome de "PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupadonal" (anteriormente a dezembro de 1994 era chamada simplesmente "Exames Médicos"). 07. De que trata a NR-7? Esta Norma Regulamentadora estabelece que todos os empregadores, e instituições que admitam trabalhadores como empregados (independentemente da quantidade de empregados), têm a obrigatoriedade de elaborar e implementar um programa de saúde ocupacional (PCMSO) para sua empresa com o objetivo de promover e preservar a saúde de seus trabalhadores. 8.Como se faz o PCMSO? O PCMSO é um documento escrito que norteará as ações práticas do programa. A NR-7 tem um conjunto de instruções ou indicações para se tratar e levar a termo o Programa que ela manda instituir e executar: são as suas "diretrizes". Diz também que deve estar articulada com as demais NRs. 9. O que significa estar articulado com as demais NRs? O PCMSO não é um programa isolado e que se basta a si mesmo. Não! Ele deverá sempre levar em consideração o que dizem as demais NRs! Por exemplo: se, ao implementar a NR-9 (PPRA Programa de Prevenção de Risco Ambiental), encontra-se ruído insalubre no ambiente, então o PCMSO determinará a realização de audiometrias. Se a NR-6 fala que o protetor auricular é um equipamento de proteção individual, o médico deverá indicá-lo para aquele trabalho (se medidas preventivas e/ ou coletivas ainda não forem eficientes ou possíveis). Se a NR-6 diz que não se deve trabalhar com calçados abertos (item O empregado deve trabalhar
17 calçado, ficando proibido ouso de tamancos, sandálias, chinelos), então, assim deverá o médico orientar a sua empresa. Estes são apenas alguns exemplos. 10. É obrigatório implementar o PCMSO? Sim! A Norma Regulamentadora é clara. Elaborar e implementar o PCMSO é obrigação de todas as pessoas, físicas ou jurídicas, que admitirem trabalhadores como empregados, regidos pela CLT. 11. A partir de quantos empregados o PCMSO deve ser implementado? Mesmo que o empregador possua um único empregado o PCMSO é obrigatoriamente exigido. 12. E se o PCMSO não for elaborado e implementado? Uma das conseqüências quando não existe o PCMSO devidamente elaborado e/ou quando, mesmo que exista, não esteja sendo implementado (executado devidamente) é a multa que pode ser estabelecida pelo fiscal do trabalho (Agente de Inspeção do Trabalho) da DRT (Delegacia Regional do Trabalho). Além disso, a saúde do trabalhador pode ficar exposta desnecessariamente e o empregador pode expor-se, também desnecessariamente a procedimentos criminais e de indenização civil. 13. Como saber o valor das multas? A NR-28 traz uma tabela indicando os valores das multas que podem ser aplicadas às faltas em medicina e segurança do trabalho. Como os valores comportam variação, caberá à DRT determinar o valor que desejará aplicar à multa para um caso específico. 14. Quem elabora o PCMSO? A NR-7 não diz quem deve elaborar o PCMSO. Diz que é obrigação do empregador elaborá-lo e garantir sua implementação.vejamos o texto: "Esta Norma Regulamentadora NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação (grifo nosso) por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional". Este texto permite assim entender que qualquer pessoa, inclusive o empregador, mesmo que não seja médico, poderia elaborar o Programa. E o bom senso que recomenda ser alguém conhecedor de saúde ocupacional e preferencialmente médico. Vale lembrar que elaborar" quer dizer preparar gradualmente e com trabalho formar, organizar, dispor as partes de; pôr ordem; ordenar, como nos ensina o Dicionário Aurélio. Implementar, por sua vez, quer dizer dar execução a um plano, programa ou projeto, levar à prática por meio de providências concretas. A implementação também deve ser garantida pelo empregador. Como a implementação, a execução do PCMSO depende de atos médicos, então somente um médico poderá implementar o PCMSO. Resumindo: qualquer pessoa poderá elaborar um PCMSO; melhor que seja médico porque a execução deverá, obrigatoriamente, ser realizada por médico.
18 15. O que é o coordenador do PCMSO? É o médico responsável pela execução do PCMSO nas empresas que são obrigadas a contratá-lo. Este médico, coordenador, será sempre um médico do trabalho e responderá pelas ações necessárias ao Programa e pelos resultados esperados. O médico coordenador poderá ter elaborado e implementado o PCMSO ou poderá ter somente implementado o Programa (isso ocorre quando um outro profissional médico ou não módico elabora o PCMSO e apenas o entrega para que o médico coordenador o conduza a partir daí). Esta situação é rara: o mais comum é que o médico do trabalho elabore, execute e implemente o PCMSO dentro dos prazos e condições estabelecidos na própria NR e no próprio PCMSO. 16. Como escolher o coordenador? Se a empresa possuir SESMT Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (assunto abordado pela NR-4), o empregador deverá indicar, dentre o(s) médico(s) que integra(m) o SESMT de sua empresa, um coordenador responsável pela execução do PCMSO. Se a empresa não for obngada a manter médico do trabalho para integrar o SESMT de sua empresa, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO. A empresa procurará no mercado os médicos que se dedicam a esta área da medicina. 17. Médico do trabalho precisa ter registro do Ministério do Trabalho? Não. Atualmente este registro só é exigido para o técnico de segurança do trabalho. Você pode e deve solicitar ao médico do trabalho o seu certificado de especializacão, se desejar estar certo de que o médico de fato possui tal especialidade este é um direito do empregador e do empregado. De qualquer forma, os Conselhos Regionais de Medicina de cada Estado da Federação podem informar quem são os Médicos do Trabalho com o registro devidamente homologados junto a estes Conselhos. 18. O PCMSO precisa ser registrado? Não, o PCMSO não precisa ser homologado ou registrado em lugar nenhum: basta ficar na empresa à disposição do agente de inspeção do trabalho (fiscal do trabalho), podendo, inclusive, existir como arquivo informatizado. 19. Quem realiza os exames médicos? O médico responsável pelo PCMSO ou outro médico ao qual foi delegada esta função. As vezes é impossível que um único médico execute todo o PCMSO, por exemplo, em casos de empresas com muitos empregados ou com muitas filiais. Então, o médico coordenador indicará outros médicos para executarem o PCMSO o médico coordenador terminará por realizar a supervisão e orientação central da execução do Programa. Ao final de cada exame o médico que o realizou emitirá o ASO que é o ASO? ASO é a sigla que corresponde à expressão "Atestado de Saúde Ocupacional". Falaremos sobre o ASO mais à frente.
19 21. Qualquer atestado tem validade para fins ocupacionais? A situação mais correta para o direito trabalhista é que o atestado médico seja fornecido sempre dentro do contexto já determinado do PCMSO, ou seja, existe o PCMSO e algum médico irá executá-lo e realizar os exames necessários; ao final, o ASO será emitido. Contudo, é possível que um atestado de saúde seja aceito mesmo ainda não existindo o PCMSO. Ocorrerão nestes casos duas situações: 1)a empresa não será notificada ou multada pela falta do atestado médico mas poderá ser notificada ou multada pela falta do PCMSO; 2) é preciso que o atestado fornecido fora de um PCMSO previamente estabelecido tenha, obrigatoriamente, a forma legal prevista pela própria NR O que deve conter o ASO? O ASO (Atestado de Saúde Ocupacional) deve conter os seguintes dados, no mínimo (veja um modelo bastante simples no anexo 2): a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função; b) os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho SSST; c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados; d) nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM; e) definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu; f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato; g) data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina. Para cada exame médico realizado dentro da rotina do PCMSO o médico emitirá o ASO em pelo menos duas vias. A primeira via ficara arquivada no local de trabalho do trabalhador (inclusive em canteiros de obras e frentes de serviço) e a segunda via será entregue ao trabalhador mediante recibo na primeira via. 23. O que significa estar "apto" para o trabalho? O APTO ou INAPTO é a conclusão a que o médico chega para decidir se o empregado poderia ou não trabalhar em determinada função. Conferindo "apto" isso não quer dizer que a pessoa não tenha doenças quer dizer que, para aquela função que vai citada no ASO, a pessoa está pronta a executá-la. Conferindo "inapto" isso não quer dizer que a pessoa tenha doenças graves ou sérias quer dizer que, para aquela função que vai citada no ASO, a pessoa está contra-indicada. A pessoa deverá estar apta ou inapta para a função e não para a admissão ou demissão.o empregado pode estar apto para uma determinada função e não estar apto para uma outra. Por exemplo, um trabalhador idoso e hipertenso controlado pode estar apto para trabalhar como recepcionista e não estar apto para trabalhar como servente de pedreiro.
20 24. O que significa "aptidão para a função"? Veja bem. Se, na admissão, o candidato for considerado inapto, o mesmo não deverá ser admitido até que recupere sua aptidão para aquela função ele pode estar perfeitamente apto para outras funções não disponíveis naquela empresa ou naquele momento. Se o candidato foi considerado apto no exame admissional então ele poderá ser admitido. Se no exame médico demissional o empregado receber "apto" no ASO, isso quer dizer que ele está bem para desenvolver aquela determinada função se ele estivesse sendo admitido ao invés de demitido, então poderia normalmente trabalhar naquela função. Se, porventura, quando do exame médico demissional for constatada alguma doença verificar-se-á: > tem nexo com o trabalho? Então o empregado não será demitido, será emitida a CAT, e será encaminhado ao INSS; > não tem nexo com o trabalho e a doença constatada não o impediria de executar aquela função ou ser admitido na empresa se o exame fosse admissional? Então, o empregado continua apto para a função; > não tem nexo com o trabalho, mas o empregado não seria admitido se a portasse num exame admissional porque a doença se encontra descompensada, ou seja, necessitando e tratamento urgente e indicando um afastamento do trabalho, caso o empregado não estivesse sendo demitido. Nesta situação, orientamos (e nisso somos orientados pela Delegacia Regional do Trabalho e pelo Conselho Regional de Medicina) a conceder "inapto" e encaminhar para o INSS. Quando do retorno ao trabalho a partir da alta pelo INSS, então poder-se-á prosseguir com a demissão. 25. Mas como se elabora o PCMSO? O PCMSO deverá ser elaborado a partir de visitas técnicas que o médico fará à empresa que o contratou. Assim, será procedido um reconhecimento prévio dos riscos ocupacionais existentes, do processo produtivo, dos postos de trabalho, das possíveis fontes de doenças ocupacionais, etc. Sem essa análise do local de trabalho, será impossível traçar as diretrizes para a elaboração do PCMSO. Neste momento torna-se importante destacar que o PCMSO não é um contrato, ou simplesmente o fornecimento de atestado médico. Observamos que o ASO traz informações como os riscos ocupacionais específicos, exames realizados e conclusão por aptidão ou inaptidão. Estas informações somente são possíveis, em boa parte das vezes, a partir do momento em que o médico conhece o local de trabalho e a sistemática deste trabalho. Será necessário mostrar ao fiscal do trabalho que os riscos para ambas as funções previstos no PCMSO não são diferentes sem tal procedimento a empresa poderá ser notificada ou multada. Por isso, embora não haja a obrigação legal, orientamos sempre as empresas no sentido de remeterem a exame médico toda e qualquer mudança de função mesmo que não haja mudança de risco. 26. Os custos do PCMSO podem ser repassados ao empregado? Em hipótese alguma. Mais uma vez lembramos que o trabalhador NÃO PAGA NADA, o custeio de todo o PCMSO é por conta do empregador.
21 27. A empresa é obrigada a comprovar que custeou o PCMSO? O agente de inspeção do trabalho poderá solicitar a comprovação de que não houve repasse dos custos do PCMSO para o trabalhador. Portanto, o empregador deverá guardar os recibos de pagamento dos serviços médicos ou laboratoriais como prova de que custeou o(s) exames(s). 28. Os exames complementares podem ser feitos pelo SUS? De acordo com a lei, não. O empregador deverá pagar por si mesmo tais exames. 29. PCMSO precisa de relatório? Sim, ao fim de cada ano de vigência do PCMSO, o médico do trabalho deverá fazer um relatório anual de trabalho. 30. Quanto custa o PCMSO? Esta é talvez uma das primeiras perguntas feitas em relação ao PCMSO: custa caro? Os valores cobrados pelas empresas de medicina do trabalho que se dedicam à elaboração e manutenção do PCMSO variam enormemente. Sugerimos que se escolha um serviço de medicina do trabalho não somente pelo preço cobrado pelo serviço, mas pelo que é oferecido e pela experiência dos contratados. Por exemplo, espera-se que o médico contratado (por terceirização) faça visitas à empresa contratante tantas vezes se fizerem necessárias para elaboração do programa, para que não pairem dúvidas quanto aos dados levantados. Se a empresa possui riscos a serem levantados (PPRA) o médico só estará apto para elaborar o programa após fazer o levantamento. Este talvez seja o principal fator de aumento de custos para o empregador, mas tal procedimento pode ser imprescindível. Temos, também, os exames complementares. Se o PPRA identificou, por exemplo, ruido acima de 85 db(a) para um determinado setor, todos os funcionários desse setor deverão realizar audiometrias no admissional, 6 meses após a admissão e, a partir daí, anualmente. Mas, apesar de tudo o que foi colocado acima, fica muito mais barato seguir o que é previsto nas NRs do que arcar com indenizações. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Afinal, o que é PPP? Resposta: PPP é a sigla de Perfil Profissiográfico Previdenciário, um documento histórico-laboral do trabalhador, apresentado em formulário instituído pelo INSS, contendo informações detalhadas sobre as atividades do trabalhador, exposição a agentes nocivos à saúde, resultados de exames médicos e outras informações de caráter administrativo. O modelo do formulário encontra-se no Anexo XV da Instrução Normativa INSS/PR nº 11/2006.
22 2) Qual o objetivo do PPP? R: Apresentar, em um só documento, o resumo de todas as informações relativas à fiscalização do gerenciamento de riscos e existência de agentes nocivos no ambiete de trabalho, além de ser o documento que orienta o processo de reconhecimento de aposentadoria especial. 3) O Perfil Profissiográfico foi instituído por uma Instrução Normativa do INSS? R: Não. A Instrução Normativa INSS/PR nº 11/2006 regulamenta e formata o PPP, cuja exigência encontra-se prevista na Lei nº 8.213/91 e no Regulamento da Previdência Social (Decreto nº 3.048/99). Veja a letra da Lei: "A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento. (art. 58, parágrafo 4, Lei 8.213/91)" 4) Onde se obtém as informações necessárias para preenchimento do PPP? R: As informações devem ser extraídas do Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT), do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), este último no caso de empresas de mineração. 5) Quem está obrigado a fazer o PPP? R: A elaboração e atualização do PPP é obrigatória para todos os empregadores, bem como sua entrega ao trabalhador na ocasião da rescisão do contrato de trabalho. O formulário deve ser assinado pelo representante legal da empresa com a indicação dos responsáveis técnicos pelo PCMSO e LTCAT. 6) Quem é o responsável técnico pelo LTCAT? R: O LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho, por determinação expressa da legislação previdenciária, deve ser expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. 7) Qual a diferença entre o LTCAT e o PPRA? R: O LTCAT, como o nome diz, é um laudo técnico, isto é, um documento que retrata as condições do ambiente de trabalho de acordo com as avaliações dos riscos, concluindo sobre a caracterização da atividade como especial. O PPRA, por sua vez, é um programa de ação contínua, não é apenas um documento (ver FAQ do PPRA neste website). O LTCAT pode ser um dos documentos que integram as ações do PPRA.O PPRA é uma exigência da legislação trabalhista (Norma Regulamentadora nº 9) e o LTCAT da legislação previdenciária. Veja a letra da Lei: "A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. (art 58, parágrafo 1º, Lei 8.213/91)"
23 8) O PPP é mais um docto. que deverá ser apresentado à fiscalização do INSS? R: Ele deve estar disponível para a fiscalização, mas ele é mais que isso. O PPP substitui, a partir de 01/01/2004, o formulário DIRBEN 8030 (antigo SB-40). Ele não é um formulário a mais, ele concentra todas as informações do laudo técnico e dos formulários antigos. 9) O PPP deve ser feito apenas para trabs. expostos a agentes nocivos à saúde? R: Por enquanto sim. A empresa deve elaborar e manter atualizado o PPP para todos os trabalhadores expostos a agentes nocivos e fornecer cópia autêntica do documento ao trabalhador na ocasião da rescisão do contrato de trabalho. 10) Qual a relação de agentes nocivos à saúde capaz de gerar direito à aposentadoria especial? R: A relação de agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, consta do Anexo IV do Regulamento da Previdência Social ( Decreto 3.048/99 ). XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Afinal, o que é PPRA? Resposta: PPRA é a sigla de Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Esse programa está estabelecido em uma das Normas Regulamentadoras (NR-9) da CLT- Consolidação das Leis Trabalhistas, sendo a sua redação inicial dada pela Portaria nº 25, de 29 de dezembro de 1994, da Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho. 2) Qual o objetivo do PPRA? R: Estabelecer uma metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores frente aos riscos dos ambientes de trabalho. 3) Quais são os riscos ambientais? R: Para efeitos do PPRA, os riscos ambientais são os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde dos trabalhadores.
24 4) Na prática, que agentes de riscos são esses? R: Agentes físicos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e radiações não ionizantes. Agentes químicos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, absorvidos pelo organismo humano por via respiratória, através da pele ou por ingestão. Agentes biológicos: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. 5) Quem está obrigado a fazer o PPRA? R: A elaboração e implementação do PPRA é obrigatória para todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados. Não importa, nesse caso, o grau de risco ou a quantidade de empregados. Assim, tanto um condomínio, uma loja ou uma planta industrial, todos estão obrigados a ter um PPRA, cada um com sua característica e complexidade diferentes. 6) Quem deve elaborar o PPRA? R: A princípio o próprio Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SEESMT da empresa ou instituição. Caso o empregador esteja desobrigado pela legislação de manter um serviço próprio, ele deverá contratar uma empresa ou profissional para elaborar, implementar, acompanhar e avaliar o PPRA. A Norma Regulamentadora não especifica qual é o profisional, porém as atribuições estabelecidas para a gerência do PPRA nos mostram que ele deverá estar sob a coordenação de um Engenheiro de Segurança do Trabalho ou de um Técnico de Segurança do Trabalho, dependendo das características da empresa ou estabelecimento (As atribuições dos Engenheiros de Segurança do Trabalho estão na Resolução nº359 do CONFEA, de 31 de julho de 1991). 7) A CIPA pode elaborar o PPRA? R: Não. A CIPA pode e deve participar da elaboração do PPRA, discutindo-o em suas reuniões, propondo idéias e auxiliando na sua implementação. Entretanto, o PPRA é uma obrigação legal do empregador e por isso deve ser de sua iniciativa e responsabilidade direta. 8) O PPRA se resume a um docto. que deverá ser apresentado à fiscalização do Ministério do Trabalho? R: Não. O PPRA é um programa de ação contínua, não é apenas um documento. O documento-base, previsto na estrutura do PPRA, e que deve estar à disposição da fiscalização, é um roteiro das ações a serem empreeendidas para atingir as metas do Programa. Em resumo, se houver um excelente documento-base mas as medidas não estiverem sendo implementadas e avaliadas, o PPRA, na verdade, não existirá. 9) O que deve ser feito primeiro, o PPRA ou o PCMSO? R: Sendo programas de caráter permanente, eles devem coexistir nas empresas e instituições, com as fases de implementação articuladas. No primeiro ano, entretanto, o PPRA deverá estar na frente para servir de subsídio ao PCMSO. Observe a "letra da lei": NR- 7, ítem O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais NR."
25 10) O PPRA e o PCMSO abrangem todas as exigências legais e garantem a segurança e saúde dos trabalhadores? R: Não, de forma alguma. Veja, de novo, a "letra da lei": NR-9, ítem O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR, em especial com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO previsto na NR-7." XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX NOTA TÉCNICA nº 12/2005/MPS/SPS/CGEP (Brasília, 29 de abril de 2005) NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO NTEP Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira Conselheiro Nacional de Saude Técnico da Secretaria de Previdencia Social 1. OBJETIVO Esta nota técnica foi elaborada como texto de apoio ao texto-base da Política Nacional de Saude do Trabalhador PNST a ser discutida e deliberada pela III Conferência Nacional de Saude do Trabalhador - CNST. Tem como público alvo os conferencistas (etapas municipais, estaduais e nacional), escrita em linguagem não-acadêmica para facilitar o entendimento e enriquecer as discussões que o tema exige. 2. OBJETO O que é NTEP? Sua origem? Por que criá-lo? Como funcionará? As respostas a essas perguntas são a essência deste artigo. Por outro lado aborda como as diretrizes ligadas a essa matéria na PNST serão implementadas. 3. COMO FUNCIONA HOJE As empresas pagam ao INSS, a titulo de seguro acidente do trabalho SAT, a mesma cota de 1, 2 ou 3%, de modo rígido, pelo simples fato de pertencerem a um mesmo segmento econômico, definido segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE, independentemente de adoecerem ou matarem mais ou menos que as suas concorrentes. O trabalhador, acidentado ou adoecido, para conseguir um beneficio acidentário junto ao INSS, caso a empresa não emita CAT, terá que provar, a duríssimas penas, que esse agravo a sua saúde decorreu ou foi agravado pelo trabalho, independentemente se a empresa que o emprega adoece e mata muito ou pouco quando comparada às demais. O INSS, por intermédio dos médicos peritos, tem a incumbência de dizer se há incapacidade, qual o tamanho dela e, principalmente, se é ocupacional ou não, mediante a relação que a Previdencia Social estabelece, numa visão individualista, entre o diagnóstico e a
26 ocupação; entre acidente e a lesão; entre acidente e causa mortis do trabalhador, chamado Nexo Técnico Previdenciário NTP, conforme disposto no art. 337 do decreto 3.048/99 (Regulamento da Previdencia Social - RPS). Hoje o NTP, na prática, obriga que visão individual do medico sobre o individuo que trabalha. Em outras palavras, o INSS, em relação ao trabalhador com dor nas costas (diagnostico: lombalgia, por exemplo), terá que estudar as atividades desenvolvidas por ele para tentar estabelecer uma relação causal entre essas atividades e lombalgia, independentemente se essas dores são corriqueiras entre seus colegas. O diagnostico é descrito no atestado do medico assistente, e codificado conforme a Classificação Internacional de Doença (exemplo: lombalgia = CID M54.5), esse código é transcrito na CAT se a empresa vier a emiti-la. Ao requerer o beneficio o trabalhador traz a CAT emitida pela empresa, e em geral, o INSS presume NTP como ocupacional e concede o beneficio como B91 - auxilio doença acidentário. Agora, se a CAT não é emitida pela empresa ou quando não existe, o INSS presume o NTP como não ocupacional e concede o beneficio como B31- auxilio doença previdenciário. Isso se tornou regra, e responde pela esmagadora maioria dos números. Nesses casos cabe ao trabalhador a prova em contrário, ou seja, o ônus da prova é da vítima. 4. SISTEMA ATUAL ESTÁ ESGOTADO O atual sistema consegue ser perverso a todos os envolvidos, a conferir: i) A boa empresa (que acidenta-adoece e mata menos) não se beneficia em termos de mercadológicos porque se investir em melhora ambiental pagará o mesmo que sua concorrente, que não investe e vende o produto mais barato; em termos tributários porque não há flexibilização bonus x malus, ou seja paga menos tributo quem adoece menos; e, em termos de financiamento publico, porque essa boa empresa merece linhas de créditos especiais para comprar maquinas mais seguras, implantar sistemas de gestão que privilegie as medidas coletivas e não o EPI; ii) O INSS passa como algoz de trabalhador, produtor de burocracias, defensor de empresas adoecedoras, incompetente, injusto, e nesse contexto merecedor de privatização! Quando em verdade o problema está na produção absurda de acidentesdoentes por parte das más empresas, essas sim têm culpa no cartório e deveriam ser combatidas. iii) Os trabalhadores, sem estabilidade no emprego, sem FGTS, são demitidos e não conseguem outro emprego porque estão adoentados e ficam torcendo para o B31 se alongar o mais possível, ou, em ultimo suspiro, transformá-lo em aposentadoria por invalidez B32, tal desespero. iv) Previdência Social que aparece para sociedade como precária e ineficiente, e, portanto, merecedora de privatização, quando em verdade ela vitima das mesmas empresas que produzem acidentes-doentes, e da mesma forma entopem o sistema SUS de pessoas depreciadas aceleradamente pelo processo produtivo. O sistema acidentário da Previdencia Social, em vigor, é movido à CAT que é sonegada escancaradamente. A sonegação da CAT é enraizada e demarcada por aspectos políticos, econômicos, jurídicos e sociais. Os principais aspectos relacionados são: O acidente-doença ocupacional é considerado pejorativo, por isso as empresas evitam que o dado apareça nas estatísticas oficiais;
27 Para que inicie um reconhecimento da estabilidade no emprego que é de um ano de duração a partir do retorno -, bem como a liberdade de poder despedir o trabalhador a qualquer tempo; Par não se depositar a contribuição devida de 8% do salário, em conta do FGTS, correspondente ao período de afastamento; Para não se reconhecer a presença de agente nocivo causador da doença do trabalho ou profissional e, para não se recolher a contribuição específica correspondente ao custeio da aposentadoria especial para os trabalhadores expostos aos mesmos agentes. A CAT emitida pela empresa é considerada palavra final e inquestionável, sobre o NTP, quando na verdade é somente um ato administrativo que carece de verificação, investigação e julgamento a partir de outras evidencias; A CAT é ato medico - o INSS não aceita CAT sem a seção do atestado médico, ainda que não esteja na lei - e o medico tem palavra final, embora se saiba do caráter multidisciplinar do tema da saúde do trabalhador. A CAT sob o prisma do empregador funciona como confissão de culpa com conseqüências penais, cíveis, previdenciárias e trabalhistas. O INSS condiciona a concessão do benefício acidentário à apresentação, por parte da vítima, da CAT e, por conseguinte, e prestação de reabilitação profissional, o que atribui a esse documento um peso extraordinário que de um lado estimula a subnotificação por parte do empresário, e de outro ultraja direito dos empregados; As doenças do trabalho têm agentes múltiplos que concorrem entre si e complicam a afirmação do diagnóstico e o NTP. Agravado pelo não imediatismo entre a exposição e a doença, onde a manifestação mórbida (sinal, sintoma, distúrbio ou doença) ocorre dias, meses, anos, às vezes, vários contratos de trabalho depois da exposição inicial; O afastamento é ocupacional ou não? Diante da duvida é mais confortável para medicina ocupacional afirmar que é não ocupacional não emitir a CAT -, isso porque é mais fácil atribuir a causalidade da doença a outros fatores que não o trabalho, considerando que o trabalho pode ser causa suficiente, mas não necessária. Impossibilidade de se flexibilizar tributação do SAT se considerarmos a CAT como fonte primaria de estatística, onde essas obviamente seriam mais subnotificadas, ainda, por motivos óbvios. Proliferação de PPRA e PCMSO, anunciados em bancas de jornal, Brasil a fora, simplesmente para cumprimento cartorário de norma trabalhista, bem como das empresas de medicina ocupacional para produção de ASO e de engenharia de segurança para elaboração de laudos de acordo com as conveniências do cliente, que retrata a banalização, promiscuidade, mercantilização, às vezes prostituta, do tema saude do trabalhador. 5. MEDICINA OCUPACIONAL PRECISA EVOLUIR PARA SAÚDE COLETIVA Desde 1967, com a estatização do SAT a empresa deixa de arcar com os custos do acidente trabalho-, passando por 1977, com a publicação do capitulo V da CLT e sua NR 07 (exames médicos), revisada em 1994, quando se transformou no Programa de controle medico (PCMSO), impera no Brasil a opção legal pela abordagem individualista das condições de trabalho, da clinica medica, da medicina ocupacional ou da medicina do trabalho, tentada pelo viés mercantil, preocupada com ASO, apto ou não apto, sobre os ossos, os músculos, os nervos, exames laboratoriais, estatura, força, cor, sexo, idade, etc. Essa doutrina que considera trabalho como elemento de produção, numa relação que o trabalho deve gerar capital, se alastrou vertical e horizontalmente e serviu de base às decisões e encaminhamentos subliminarmente em alguns casos - para as empresas, ao INSS,
28 à justiça, ao Ministério Público, às universidades e aos demais meios acadêmicos, inclusive nos cursos de formação de profissionais e de suas associações de classe, aos sindicatos e aos governos cujas discussões e negociações eram apenas tripartite e sem controle social. Essa opção doutrinária, questionada faz tempo, produziu pérolas como: o NTP do INSS; a engenharia de segurança do trabalho que qualquer um, a juízo do empregador, pode fazer, conforme NR 09 do MTE; a medicina do trabalho que, conforme NR 07 do MTE, obriga a empresa contratar um médico do trabalho; a EPIIZAÇÃO pois o EPI é a melhor solução, não poderia ser diferente porque o EPI protege o individuo e como a abordagem é individual, ele por si só resolve; o SESMT, formado por engenheiros, porque a empresa tem que ter alguém para especificar o EPI e por médicos, para se ter a certeza de que está contratando pessoas não-doentes para usarem esses EPI por um bom tempo sem adoecer; e, a imperadora desse reinado doutrinário: Sua Alteza a CAT. Ano que vem quando algumas das medidas discutidas na III CNST deverão ser postas em prática espera-se ultrapassar esse degrau doutrinário individualista e adotar legalmente e no dia-a-dia uma abordagem coletiva com visão panorâmica, coletivista, psicosocial, ergonômica, estimuladora das boas empresas e do capital saudável e que, decididamente incorpore o tema saúde do trabalhador ao conceito amplo de saude coletiva. O novo conceito de acidente-doença presumido pelo Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário NTEP, abaixo explicado, servirá como mecanismo único válido tanto para sinalizar concessão de automática de beneficios pelo INSS de um lado, como para flexibilizar tributação do SAT, por intermédio do Fator Acidentário Previdenciário FAP de outro. Está em total sintonia com a visão coletivista da saude do trabalhador sob a mira constante do controle social do CNPS, CNS e SUS, não mais tripartite apenas, mas polipartite, descentralizado aos estados e municípios e união, transparente, com ampla oportunidade de contraditório às empresas discordantes e, principalmente, construído a partir de novas bases conceituais onde o trabalho funciona para si e em si mesmo, e que a ordem econômica tem o primado do trabalho como fundamento, e não o contrário. A abordagem coletiva é melhor que individual? A questão vai além da simples dicotomia do que é melhor ou pior. Trata-se aqui de escolher politicamente, via III CNST, qual sistema tecnicamente erra menos e é menos injusto com as boas empresas e trabalhadores, pois os dois possuem incertezas, a saber: A abordagem individual da CAT e do NTP está predisposta ao erro do falso-negativo (erro tipo II), ou seja, o afastamento por doença do trabalho é catalogado no INSS como B31 quando em verdade seria B91. Enquanto a abordagem coletivista a partir da epidemiologia (epi=sobre; demo = população e logia=estudo), que quer dizer estudo da população empregada exposta aos fatores de riscos relativos ao trabalho, se volta para o erro falso-positivo (erro tipo I), em condição exatamente contraria ao acima, isto é, o beneficio deveria ser B31 e não B91. Entende-se que a abordagem coletiva da epidemiologia clinica supera a abordagem individual da clinica medica, em matéria de saude do trabalhador, porque erra menos e erra menos porque tende a anular os vieses, uma vez que se enxerga numa tomada só, ao invés de um, todos os casos registrados no INSS de milhões de trabalhadores e empresa e milhares de médicos. Imperativo afirmar a indissociabilidade e a complementaridade necessária a essas duas abordagens, sem nenhuma apologia à eliminação da clinica médica, ao contrario, ainda que se afirme que a abordagem coletiva tem precedência sobre a individual.
29 6. NTEP: PRINCIPIO ÚNICO: CONCESSAO DE BENEFICIO E TRIBUTAÇÃO Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário é uma proposta de alteração do artigo 337 do RPS, que passaria a considerar para fins de concessão de beneficio por incapacidade a componente epidemiológica visão coletivista - do caso. Ou seja: NTEP = NTP. + Evidencias Epidemiológicas, cuja metodologia usada para flexibilização do custeio do SAT está descrita na resolução quadripartite 1.236/2004 do CNPS/MPS. Essas evidências epidemiológicas estão sustentadas nas seguintes premissas: O trabalhador é admitido são pela empresa conforme exame admissional apto ; População de trabalhadores expostos é aquela empregada em empresas pertencentes a um segmento econômico, conforme a classificação nacional de atividades econômicas CNAE, e que possuem processos produtivos e fatores de riscos semelhantes ou equivalentes; Os trabalhadores terceirizados foram contemplados CNAE prestação de serviço - receberam o impacto dos CNAE de suas contratantes. Caso é o registro do beneficio por incapacidade concedido pelo INSS com e sem CAT onde se aproveita o numero do capitulo da Classificação Internacional de Doença-CID, aprovada pela OMS prescrita para o atestado que suporta o afastamento, (exceto os capítulos CID 15 e 16 referentes à maternidade) em empregado formal, que seja incapacitante por mais de 15 dias, estratificado por idade e sexo; O medico é o único profissional competente para diagnosticar, enquadrar a CID, definir a terapêutica e conceder alta ao termino da recuperação. E não há uma interferência externa muito menos de empresa ou terceiros. O medico é soberano tecnicamente, ainda que seja empregado. Erros nessa área serão julgados pelo conselho de ética do CRM Diagnóstico firmado por milhares de médicos em todo território nacional; Incapacidade é definida por milhares de médicos peritos do INSS, e conveniados. Faz-se o estabelecimento do NTEP entre capitulo CID e CNAE, a partir do estimador de riscos Razão de Chances (RC) > 1, com 99% de confiança estatística, estratificado por sexo e idade. Publica-se a matriz de NTEP a cada 02 anos, presumindo-se ocupacionais todos os beneficios por incapacidade requeridos em que o atestado médico apresente um capitulo CID que tenha NTEP com o CNAE da empresa empregadora desse trabalhador. Cabendo a empresa o ônus de apresentar provas em contrário e à Previdencia Social e os CRST o julgamento na esfera administrativa. A CAT continua sendo exigida, todavia transformada completamente, inclusive com mudança de nome, passaria a ser chamada Notificação Única de Agravo-NUA, que unificaria as notificações do MTE, MPS e MS, consolidando-as informações hoje existentes na CAT, SIM, SINAN, bem como acrescentando outras. Saude do Trabalhador, integrada ao SUS, passa a ter controle social, via conselhos, vigilância sanitária e intervenções descentralizadas, inteligentes, a partir dos painéis de controles de incidências que o NTEP propicia por CNAE, por regiao, por município, por empresa que definirão anualmente as estratégias de ações de cada ente da federação de forma otimizada, focada, articulada, proativa, ajustando continuamente o método ora proposto com vistas a reduzir drasticamente a seguinte e vergonhosa realidade de: 03 mortes a cada 2 horas e 03 acidentados a cada minuto, só para mão de obra formal.
30 É PRECISO CONSCIENTIZAR E PONTECIALIZAR SOBRE A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO DOS SINDICATOS E DOS TRABALHADORES(AS) NAS CIPAS, NA GARANTIA DO EXERCÍCIO DA CIDADANIA EM DEFESA DA SAÚDE FÍSICA, MENTAL E QUALIDADE DE VIDA XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX A CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes,, pode garantir a felicidade da família dos trabalhadores(as)!!! **Ritmo de trabalho correto e distribuição de tarefas s/ protegidos ; **Sem Horas Extras; Sem stress ; São condições importantes e vitais para a Na eleição VOTE consciente. **Condições de trabalho seguras, higiênicas e dignas; **Máquinas e Equipamentos novos e com dispositivos de segurança confiáveis; **Relacionamento responsável e respeitoso entre as chefias, os trabalhadores(as) e seus representantes; boa saúde física e mental de quem trabalha. Vote em que está comprometido com: as condições de trabalho decente, saúde física e mental dos trabalhadores(as).
31 Vote nos candidatos apoiados pelo Sindicato. CIPA é questão séria para os trabalhadores(as) e o Sindicato; NÃO VENDA SEU VOTO...A Vítima pode ser VOCÊ!!! XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX PESQUISA/ELABORAÇÃO/ COMPILAÇÃO DE TEXTOS: REVISÃO DE CONTEÚDO: Nelson Brazilio de Lima REVISÃO ORTOGRÁFICA: Prfª. Silvia Castiglioni 07 de Setembro de 2013 Obs.: Este material NÃO PODE SER VENDIDO: É a contribuição do Instituto IEPD à todos aqueles que pretendem refletir profundamente sobre C.I.P. A. & SEGURANÇA NO TRABALHO A vida e a segurança física e mental dos Trabalhadores(as)...NÃO TÊM PREÇO!!!
32
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