Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil

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1 ISSN Dezembro V. 12 nº Porto Alegre Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Horn Filho, N.O. 1, Schmidt, A.D. 2, Benedet, C. 2, Neves, J. 2, Pimenta, L.H.F. 2, Paquette, M. 2, Alencar, R. 2, Silva, W.B. 2, Villela, E. 3, Genovez, R. 3 & Santos, C.G. 3 1 Departamento de Geociências e Programa de Pós-Graduação em Geografia, UFSC - horn@cfh.ufsc.br; 2 Programa de Pós-Graduação em Geografia, UFSC; 3 Bolsistas de Iniciação Científica em Geologia - PIBIC/UFSC/CNPq. Recebido em 03 de novembro de 2014; aceito em 02 de dezembro de RESUMO O presente trabalho apresenta o estudo geológico dos depósitos clásticos quaternários superficiais da planície costeira do estado de Santa Catarina. São descritas 20 unidades litoestratigráficas, sendo uma do Embasamento Indiferenciado e 19 dos sistemas deposicionais continental, transicional e antropogênico. As descrições estratigráficas e cronológicas das referidas unidades foram efetuadas tendo como referência o mapeamento geológico-geomorfológico do projeto Geologia e Evolução Paleogeográfica da Planície Costeira do Estado de Santa Catarina em Base ao Estudo dos Depósitos Quaternários, na escala 1: , em cooperação científica entre a UFSC e o CNPq. Para organizar a descrição dos resultados da pesquisa, a planície costeira de Santa Catarina foi subdividida em três setores: Norte, Central e Sul que, juntos, compõem a articulação de 28 cartas topográficas do IBGE na escala 1: e que serviram de base cartográfica aos 11 mapas geológicogeomorfológicos no âmbito do projeto citado. O setor Norte abrange os três primeiros mapas na escala 1: (1, 2 e 3), seguido do setor Central, que engloba cinco mapas (4, 5, 6, 7 e 8) e do setor Sul, integrado também por três mapas (9, 10 e 11). As unidades litoestratigráficas estão descritas conforme seus aspectos geológicos, morfológicos, texturais, e pela atividade antrópica durante o Quaternário, além do seu posicionamento em relação ao nível do mar atual. ABSTRACT This paper presents the geological study of Quaternary clastic deposits of the coastal plain in the Santa Catarina state. A description of 20 lithostratigraphic of the Undifferentiated Basement and continental, transitional and anthropogenic depositional systems is made. The stratigraphic and chronological description of these units were based on geological and geomorphological mapping of the project Geology and Paleogeographic Evolution of the Coastal Plain in State of Santa Catarina based on Quaternary deposits, at scale 1:100,000, cooperation between UFSC and CNPq. To organize the description of the search results, the coastal plain of the state of Santa Catarina was divided into three sectors: North, Central and South, which together comprise the articulation of 28 topographical maps of IBGE at 1: scale and used as base map for 11 geological-geomorphologic maps in this paper. The Northern sector covers the first three maps at 1: scale (1, 2 and 3), followed by the Central sector, which includes five maps (4, 5, 6, 7 and 8) and the Southern sector, also integrated by three maps (9, 10 and 11). The lithostratigraphic units are described according to their geological, morphological, textural aspects, by human activity during the Quaternary and its position relative to current sea level. Palavras-chave: Quaternário, Planície Costeira; Santa Catarina; Estratigrafia.

2 42 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil INTRODUÇÃO A planície costeira do estado de Santa Catarina se apresenta como uma unidade geomorfológica de elevada importância socioeconômica e ambiental seja pela quantidade de recursos naturais que a mesma possui ou pelo efetivo populacional que utiliza esses recursos. Essa característica justifica a necessidade de conhecimento dessa unidade, dos seus ecossistemas e da base física que a sustenta, com destaque para suas características geológicas e geomorfológicas. Como base nessas premissas, o objetivo deste trabalho é apresentar os elementos da Estratigrafia da planície costeira de Santa Catarina em base ao estudo dos depósitos clásticos quaternários superficiais, a partir da análise das unidades litoestratigráficas mapeadas no âmbito do projeto Geologia e Evolução Paleogeográfica da Planície Costeira do Estado de Santa Catarina em Base ao Estudo dos Depósitos Quaternários, proposto por Horn Filho (2008). Esse trabalho constitui ainda o resultado da disciplina Geologia e Geomorfologia da Planície Costeira de Santa Catarina em Base ao Estudo dos Depósitos Quaternários (GCN ), oferecida pelo Programa de Pósgraduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina no segundo semestre de A referida disciplina integra juntamente com as disciplinas Depósitos de Planícies Costeiras (GCN 3612) e Sedimentologia Costeira e Marinha (GCN ), os conteúdos da área de concentração Utilização e Conservação dos Recursos Naturais, linha de pesquisa Oceanografia Costeira e Geologia Marinha, oferecida nos cursos de mestrado e doutorado do referido programa. A Estratigrafia, conforme a definição de alguns autores (Guerra, 1980; Suguio, 1992; Maciel Filho; 1997), conceitua-se como a ciência que estuda a sucessão das camadas sedimentares e das rochas, com base em distintas técnicas que permitem distinguir cronologicamente a formação desses elementos através do tempo, determinando a idade das camadas, suas lacunas e os hiatos existentes entre as mesmas. Nesse trabalho, a descrição da Estratigrafia foi efetuada com base no estudo dos depósitos clásticos quaternários superficiais, não tendo sido consideradas sondagens subsuperficiais, bem como datações absolutas. Deste modo, o caráter desse levantamento é orientado na subdivisão cronoestratigráfica das rochas e depósitos em questão, observando o registro de intervalo específico de cada um deles no tempo geológico. As idades dos elementos identificados no mapeamento geológico-geomorfológico elaborado por Horn Filho et al. (2015a; 2015b; 2015c; 2015d; 2015e; 2015f; 2015g; 2015h; 2015i; 2015j e 2015k) foram aferidas pelos seus aspectos texturais, morfológicos e pela atividade antrópica durante o Quaternário, além do seu posicionamento em relação ao nível do mar atual. As litofácies mapeadas foram subdivididas em 20 unidades litoestratigráficas, sendo organizadas e elencadas com suporte de definições geocronológicas. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E COMPARTIMENTAÇÃO GEOLÓGICO- GEOMORFOLÓGICA DA PLANÍCIE COSTEIRA CATARINENSE A área de estudo compreende a planície costeira do estado de Santa Catarina, inserida na província costeira da região Sul do Brasil, com 538 km de linha de costa, o que representa aproximadamente 7% do litoral brasileiro. De acordo com o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro - GERCO (SANTA CATARINA 2010a, 2010b, 2010c, 2010d e 2010e) somam-se 38 municípios na zona costeira, sendo Itapoá no extremo norte e Passo de Torres, no extremo sul (Fig. 1). O limite geográfico da planície costeira catarinense ao norte é o rio Saí-Guaçu, localizado na latitude sul 25 57'41", que faz divisa com o estado do Paraná. Ao sul, o limite é o rio Mampituba, na divisa com o estado do Rio Grande do Sul, na latitude sul 29 23'55". A oeste, o estado de Santa Catarina limita-se com a Argentina e a leste, com a plataforma continental Atlântica. Neste trabalho, o litoral catarinense está sendo compartimentado em três setores: setor Norte, setor Central e setor Sul (Fig. 2). Ao longo da costa catarinense encontra-se grande diversidade geológica e biológica compondo diferentes paisagens. Entretanto há uma evidente semelhança do litoral Norte de Santa Catarina com o litoral do Paraná e do litoral Sul catarinense com o litoral do Rio Grande do Sul. Geologicamente identifica-se no setor Norte o embasamento composto de gnaisses,

3 Horn et al. 43 migmatitos, granulitos e xistos; no setor Central, composto principalmente por granitos, e no setor Sul, por rochas sedimentares e basálticas. Em todos estes setores há ainda acúmulo de sedimentos que compõem os sistemas deposicionais continental, transicional ou litorâneo e antropogênico representados por 19 unidades litoestratigráficas. Figura 1. Localização da planície costeira do estado de Santa Catarina na região Sul do Brasil e seus 38 municípios costeiros (SANTA CATARINA, 2010a, 2010b, 2010c, 2010d, 2010e). MATERIAIS E MÉTODOS Os métodos de procedimento foram desenvolvidos ao longo da disciplina Geologia e Geomorfologia da Planície Costeira de Santa Catarina em Base ao Estudo dos Depósitos Quaternários, no âmbito do Programa de Pósgraduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina. A análise teve como documento base principal os mapas geológicos da planície costeira de Santa Catarina, composto de 11 mapas na escala 1: , com base na articulação de 28 cartas topográficas do IBGE na escala 1: (Fig. 3), bem como nos textos e mapas na escala 1: , do Diagnóstico Geológico- Geomorfológico do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro de Santa Catarina GERCO/SC para os setores Norte, Centro-norte, Central, Centro-sul e Sul, elaborados por Horn Filho (2010a, setor Norte); Horn Filho (2010b, setor Centro-norte); Horn Filho & Ferreti (2010,

4 44 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil setor Central) ; Horn Filho (2010c, setor Centrosul) e Horn Filho (2010d, setor Sul). As cartas topográficas do IBGE na escala 1:50.000, ainda foram utilizadas, para a mensuração estatística das unidades litoestratigráficas. Figura 2. Setorização da planície costeira do estado de Santa Catarina adotada nesse trabalho. O setor Norte está compreendido desde a barra do rio Saí-Guaçu à ponta de Laranjeiras; o setor Central, desde a ponta de Laranjeiras à barra do porto de Laguna e, por fim, o setor Sul; entre a barra do porto de Laguna e o rio Mampituba. Inicialmente, foi realizado a setorização da planície costeira de Santa Catarina em três compartimentos denominados de setores Norte, Central e Sul, analisados a partir dos elementos estratigráficos da planície costeira que compreendem o Embasamento Indiferenciado e os depósitos dos sistemas deposicionais continental, transicional e antropogênico, para os quais foram abordados de forma individualizada cada unidade litoestratigráfica. O Quadro 1 apresenta uma síntese da compartimentação da planície costeira visualizando-se as unidades geocronológicas, as unidades litoestratigráficas, a identificação dos mapas geológicos na escala 1: e o conjunto de mapas para cada compartimento, permitindo a observação das referidas unidades litoestratigráficas no litoral de Santa Catarina.

5 Horn et al. 45 Figura 3. Articulação das 30 cartas topográficas do IBGE na escala 1: que correspondem à planície costeira catarinense. Dessas, 28 cartas topográficas serviram de base planialtimética e mensuração das unidades litoestratigráficas mapeadas em campo (IBGE 1969, 1974, 1976a, 1976b, 1976c, 1976d, 1976e, 1976f, 1976g, 1976h, 1979, 1980a, 1980b, 1980c, 1981a, 1981b, 1981c, 1981d, 1981e, 1981f, 1981g, 1981h, 1981i, 1981j, 1981k, 1983a, 1983b, 1992), que representam respectivamente as folhas de Guaratuba, Biguaçu, Araranguá, Imbituba, Jaguaruna, Lagoa Garopaba do Sul, Rincão, Rio Sangrador, Turvo, Vila Nova, Torres, Laguna, São Francisco do Sul, Três Cachoeiras, Araquari, Barra velha, Canasvieiras, Florianópolis, Garuva, Gaspar, Itajaí, Joinville, Lagoa, Praia Grande, Sombrio, Camboriú, Paulo Lopes e Pedra Branca de Araraquara.

6 46 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Quadro 1. Síntese das unidades litoestratigráficas e mapas correspondentes. Época H o l o c e n o Pleistoceno Superior Setores Sequência Unidade litoestratigrafica Norte Central Sul Depósito Tecnogênico x x x x x x x x x x x 19 Depósito do tipo Sambaqui x x x x x x x x x 18 Depósito Eólico x x x x x x x x x x x 17 Depósito Chenier x x 16 Depósito Estuario Praial x 15 Depósito Lagunar Praial x x x 14 Depósito Marinho Praial x x x x x x x x x x x 13 Depósito Paludial x x x x x x x x 12 Depósito Estuarino x x 11 Depósito de Baia x x 10 Depósito Deltaico Intralagunar x 9 Depósito Flúvio-lagunar x x x x x x x x 8 Depósito Lagunar x x x x x x x x x x x 7 Depósito Eólico x x x x x x x x x x x 6 Depósito Lagunar x x x x x x Pleistoceno Médio 5 Depósito Eólico x x x Quaternário Indiferenciado Embasamento/Siste ma Deposicional Antropogênico T r a n s i c i o n a l A l t a B a i x a e n e r g Continental e n e r g i a i a 4 Depósito Aluvial x x x x x x x x x x x 3 Depósito de Leque Aluvial x x x x x x x x x x x 2 Depósito Coluvial x x x x x x x x x x x Pré-quaternário Cristalino/Sedimentar 1 Embasamento Indiferenciado x x x x x x x x x x x * Os números 1, 2 e 3 correspondem aos mapas do setor Norte; 4, 5, 6, 7, 8 e 9 aos mapas do setor Central; e 9, 10 e 11 aos mapas do setor Sul. Ao longo dos resultados no texto procurou-se identificar e descrever para cada unidade litoestratigráfica os seguintes itens: conceituação, distribuição nos três setores, geologia, geomorfologia, gênese e idade, complementado com fotos (dados secundários) em trabalhos de campo realizados anteriormente. A Figura 4 apresenta e expõe a localização e distribuição das fotos na planície costeira de Santa Catarina ilustrando cada unidade litoestratigráfica mapeada. Para a visualização da distribuição das unidades litoestratigráficas e a análise geológicogeomorfológica da planície de Santa Catarina em toda a sua extensão foi elaborado um mosaico recortando as imagens dos 11 mapas na escala 1: As unidades foram caracterizadas com o auxílio dos mapas dos cinco setores do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro (Horn Filho 2010a, 2010b, 2010d, 2010e, Horn Filho & Ferreti, 2010) e pesquisa bibliográfica complementar. As 20 unidades litoestratigráficas foram individualizadas e representadas em imagens ao longo da planície costeira, com objetivo de retratar a frequência e a distribuição de cada litologia ao longo da área de estudo e nos setores Norte, Central e Sul. Os cálculos geométricos das áreas representadas pelas feições de cada unidade litoestratigráfica mapeadas tiveram por base os shapesfiles do mapeamento geológicogeomorfológico que serviu de base a esse trabalho. Com o auxílio das ferramentas de medidas geométricas software ArcGIS 10.1 foi possível mensurar a dimensão das diversas feições geológicas, a partir de polígonos e elementos topológicos distintos. REFERENCIAL TEÓRICO O período Quaternário, iniciado há aproximadamente 1,6 Ma AP representa a última divisão do tempo geológico relativo à Idade do Gelo ou do Homem. Subdivide-se em duas épocas: o Pleistoceno, compreendido entre 1,6 Ma AP e 11 ka AP e o Holoceno, de 11 ka AP até o presente (Souza, 2005). O Quaternário é marcado pela alternância de períodos glaciais e interglaciais durante os quais o clima da Terra foi caracterizado, respectivamente, por temperaturas globais mais baixas ou semelhantes às atuais (Van Andel, 1992; Suguio; 1999).

7 Horn et al. 47 Figura 4. Localização e distribuição das fotos das 20 unidades litoestratigráficas da planície costeira de Santa Catarina.

8 48 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Tais variações no globo resultaram em mudanças ambientais cujas evidências podem ficar preservadas sob a forma de registros sedimentares, possibilitando a reconstituição de ambientes passados. Esse padrão de mudanças climáticas, repetido e regular, resulta da interação de fenômenos astronômicos, geofísicos e geológicos. Tais mudanças foram responsáveis por alterações nas taxas de pedogênese e morfogênese, nos regimes fluviais e na distribuição da fauna e da flora (Moura & Silva, 1998). O estudo dos depósitos que permanecem preservados no registro estratigráfico produzido durante esse período, torna possível a caracterização ambiental, através de parâmetros físicos, químicos e biológicos (Suguio, 1998). Dependendo da qualidade do registro sedimentar pode-se chegar a um grau de precisão maior ou menor de tais parâmetros. Nos diferentes depósitos das zonas costeiras estão registrados parte da história geológica das flutuações recentes do Quaternário. As zonas costeiras compõem as faixas limítrofes entre os continentes e os oceanos representando uma das áreas de mais intenso intercâmbio de energia e matéria do sistema Terra. Além disso, as costas comportam ecossistemas com rica diversidade biológica encontradas, por exemplo, em praias, manguezais e recifes de corais (Suguio, 2003). No Brasil, as zonas costeiras estão distribuídas ao longo dos km da linha de costa, abrangendo uma área de km², o que corresponde a 5% do território nacional. A zona costeira do estado de Santa Catarina, localizada na região Sul e costas Sudeste e Sul do Brasil, abriga ao longo dos 538 km de litoral adjacente ao oceano Atlântico Sul, 36% da população catarinense. Zona costeira e província costeira são termos geoambiental e geológico, respectivamente, correlacionados entre si, quanto aos aspectos geográficos e ambientais. A província costeira de Santa Catarina possui uma área de km², compreendendo no setor emerso, a planície costeira e o sistema praial, com uma área de km² (Rosa & Herrmann, 1986) e que representa 4,35% da área do estado e no setor submerso, a plataforma continental, com km², caracterizada pela sedimentação das bacias marginais marinhas de Santos e Pelotas, ao sul do Brasil. Os limites geográficos da província são a norte e sul, os estados do Paraná e Rio Grande do Sul; a oeste, Argentina e a leste, o talude e elevação continentais e o assoalho oceânico. Segundo Suguio (2003) as planícies costeiras são superfícies geomorfológicas deposicionais de baixo gradiente, formadas por sedimentação predominantemente subaquosa, que margeiam corpos de água de grandes dimensões, como o mar ou oceano, representadas comumente por faixas de terrenos recentes emersos e compostos por sedimentos marinhos, continentais, flúviomarinhos, lagunares, paludiais, em geral de idade quaternária. A província costeira de Santa Catarina é constituída de duas unidades geológicas: o embasamento e as bacias sedimentares marginais de Pelotas e Santos, extracontinentais, de caráter tectônico passivo, assentadas no oceano Atlântico Sul, desde o início da deriva continental, responsável pela fragmentação do Gondwana, que separou a América do Sul da África. O embasamento caracteriza o arcabouço geológico-estrutural das regiões central e centrooriental da Plataforma Sul-Americana (Almeida et al., 1976), sendo constituído no estado de Santa Catarina por rochas das províncias geológicas do Escudo Catarinense, da Bacia do Paraná e do Planalto da Serra Geral. Este embasamento, que aflora em algumas regiões representa as terras altas da província costeira, na forma de elevações, maciços rochosos, promontórios, pontais e ilhas continentais. As bacias sedimentares marginais de Santos e Pelotas representam a margem continental sulbrasileira na província costeira de Santa Catarina, tendo sido qualificada por Zembruscki (1979) como uma margem continental deposicional ou construcional, pela expressiva acumulação de sedimentos, suavização das feições morfológicas e minimização de suas declividades. As bacias de Santos e Pelotas são limitadas geograficamente na Plataforma de Florianópolis, nas imediações do cabo de Santa Marta Grande (28 27'S). Em direção sul, estende-se a bacia de Pelotas e a norte, a bacia de Santos. Esta ocupa uma área total de km², com significativo pacote de sedimentos de até km de espessura, duas vezes a bacia de Pelotas. Por sua vez, esta ocupa uma área total de km², onde estão acumulados cerca de 8 km de sedimentos clásticos continentais, transicionais e marinhos. Em ambas as bacias, os sedimentos

9 Horn et al. 49 estão associados às transgressões e regressões marinhas que ocorreram desde o Neocomiano (Cretáceo inferior) ao Quaternário. As bacias são constituídas por dois setores interdigitados e limitados pelo sistema praial: o setor submerso, abaixo do nível relativo do mar, representado pela plataforma continental, e o setor emerso, acima do nível relativo do mar, representado pela planície costeira. A plataforma continental catarinense, inserida na margem continental Sudeste-sul brasileira, apresenta larguras médias de 130 km (Corrêa et al., 1996); declividades de 1:500 a 1:700 nas regiões mais estreitas e 1:1.000 e 1:350 nas regiões mais largas (Zembruscki, 1979); inclinações entre 0,5 e 0,7 (GRÉ, 1983) e profundidades de quebra de plataforma entre -120 e -180 m. O traçado das isóbatas da plataforma continental catarinense é homogêneo, paralelo à linha de costa, sendo subdividida em plataforma continental interna (até 30 m); plataforma continental média (entre 10 e 100 m) e plataforma continental externa (entre 100 e 200 m). Um total de cinco níveis topográficos submersos nas isóbatas de m, m, 50 m, m e m foram registrados na plataforma continental, correspondendo a paleoterraços de estabilização do nível do mar durante o Quaternário (Corrêa, 1979). A planície costeira é constituída de depósitos e fácies dos sistemas deposicionais continental, transicional e antropogênico. Entre o sistema deposicional transicional e oceânico, pode-se encontrar os sedimentos do sistema praial. O sistema deposicional continental está associado às encostas das terras altas, englobando o Depósito Coluvial, o Depósito de Leque Aluvial e o Depósito Fluvial, geralmente inferidos com idades do Quaternário indiferenciado (de ± 2 Ma AP até o presente). O sistema litorâneo ou transicional, na maioria das regiões do tipo laguna-barreira (Fig. 5), está associado às variações relativas do nível do mar ocorridas durante o Quaternário, compreendendo depósitos pleistocênicos (entre 120 e 18 ka AP) e holocênicos (entre 5,1 ka AP e o presente) dos ambientes marinho raso, eólico, lagunar e paludial, cujas principais formas de relevo são terraços, dunas, cordões regressivos e planícies. Figura 5. Esboço esquemático do sistema deposicional laguna-barreira (Fonte: Villwock & Tomazelli, 1995). O sistema deposicional antropogênico incluem sedimentos de origem artificial construídos pela ação tecnógena antropogênica, como aterros e rejeitos minerais, além dos sambaquis, que constituem acumulações de origem natural, com mistura de materiais de origem sedimentar, artefatos líticos e restos orgânicos. O sistema praial localizado entre os sedimentos da planície costeira e da plataforma continental exibe praias diversificadas no que diz respeito às características geomorfológicas, sedimentológicas e morfodinâmicas. A costa do estado de Santa Catarina é classificada como uma costa do tipo Atlântico, de granulometria predominantemente arenosa, com presença marcante de afloramentos rochosos.

10 50 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Neste contexto o sistema laguna-barreira e outros depósitos clásticos superficiais destacamse por permitir a reconstrução de antigas posições ocupadas pelos níveis relativos do mar. A definição de indicadores (evidências ou testemunhos) destes fatos, no espaço e no tempo a partir das altitudes da formação ou de deposição em relação ao nível do mar da época e da geocronologia associada permite delinear curvas de variação relativa do mar para aquele trecho de costa no intervalo de tempo considerado. Suguio et al. (1985) definiram a curva de variação do nível relativo do mar durante os últimos 7 ka AP para o trecho Itajaí-Laguna, no litoral catarinense, esboçando uma variação de ± 4-5 m entre o máximo transgressivo e o nível do mar atual (Fig. 6). Figura 6. Curva de variação do nível relativo do mar durante os últimos 7 ka AP entre Itajaí e Laguna, no litoral catarinense (SUGUIO et al., 1985). Segundo Suguio (1999), vestígios de terraços arenosos e cascalhosos com mais de 13 m de altitude acima do nível médio do mar atual, de possível origem marinha, são indicadores importante das mudanças do nível médio do mar. Na planície costeira do estado de Santa Catarina existem vestígios destas flutuações, cujos níveis mais altos estão marcados ao longo dos depósitos associados ao sistema laguna-barreira. As sequências sedimentares costeiras foram depositadas, durante o Pleistoceno e o Holoceno. As regressões marinhas durante as glaciações do Quaternário acarretaram a exposição de extensas áreas de plataforma continental, que foram submetidas a processos erosivos subaéreos, de sedimentação e de formação de solo. Já, durante as interglaciações, as planícies sedimentares, deltas, praias e lagoas foram subsequentemente submersas, devido à fusão das geleiras pleistocênicas (Bigarella, 2009). No Brasil, o registro mais completo da evolução das planícies costeiras é encontrado na planície do Rio Grande do Sul. Nele foram identificados, a partir do fim do Terciário, quatro ciclos transgressivo-regressivos do mar (Figura 7) (Villwock et al., 1986). Em estudos realizados no sistema lagunabarreira IV da planície costeira do estado do Rio Grande do Sul e perfeitamente aplicáveis para a planície costeira de Santa Catarina, Villwock & Tomazelli (1995) detectaram que a evolução temporal desses ambientes deposicionais ocorre no sentido "laguna-lago e pântano costeiro". Segundo este estudo, esta tendência evolutiva está diretamente associada à inter-relação de quatro mecanismos principais: 1) as variações do nível de base (nível do mar e lençol freático), 2) o progressivo avanço da vegetação marginal dos corpos aquosos, 3) o aporte de sedimentos clásticos trazidos pelos canais fluviais, e 4) a migração das dunas que avançam sobre os corpos lagunares e canais de ligação (Lalane, 2011). Em Santa Catarina são encontrados pelo menos os níveis três e quatro da sequência. Segundo Tessler & Goya (2005), as inúmeras lagunas costeiras que caracterizam a planície costeira da região Sul do Brasil têm sua origem relacionada ao desenvolvimento de sistemas laguna-barreira, responsáveis pelo isolamento dos corpos lagunares. Estes sistemas consistem, segundo os autores, em formações arenosas que se acumularam em função da disponibilidade de sedimentos associados à ação do vento e da energia significativa das ondas durante as oscilações no nível do mar. Por fim, estes fatos colocam a planície costeira do estado de Santa Catarina em destaque, que a torna uma referência importante para o entendimento da evolução da linha de costa no Brasil.

11 Horn et al. 51 Figura 7. Esboço do sistema laguna-barreira registrado na planície costeira do Rio Grande do Sul, testemunhando fases regressivas e transgressivas do nível relativo do mar acima do atual no Quaternário. Fonte: extraído de Villwock et al. (1986). DOCUMENTOS BASE Os documentos base que deram suporte a esse trabalho foram os 11 mapas geológicos da planície costeira do estado de Santa Catarina, na escala 1: , elaborados por Horn Filho et al. (2015a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k) conforme o Quadro 2. Foram utilizados ainda como documentos base os cinco mapas geológicos temáticos do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro de Santa Catarina GERCO/SC (SANTA CATARINA, 2010) segmentados em cinco setores, a saber: setor Norte, setor Centro-norte, setor Central, setor Centro-sul e setor Sul. Os mapas integram os textos do Diagnóstico geológico-geomorfológico do litoral (Norte, Centro-norte, Central, Centro-sul e Sul) ou setor (1, 2, 3, 4 ou 5) do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro de Santa Catarina GERCO/SC (Horn Filho, 2010a, b, c, d; Horn Filho & Ferreti, 2010). Constam também os trabalhos pretéritos no âmbito regional realizado por outros autores, tais como Caruso Jr. & Araújo (2000) na folha Itajaí (escala 1:50.000); Caruso Jr. et al. (2000) na folha Camboriú (escala 1:50.000); Duarte (1981) e Caruso Jr. (1993) na ilha de Santa Catarina; Caruso Jr. (1995a,b) no setor Sudeste do estado; Horn Filho et al. (1999) na folha Imbituba (escala 1:50.000); Duarte (1995) e Caruso Jr. (1997) no extremo sul do estado. Ainda merece destaque o trabalho de Horn Filho (2003) que tratou da setorização da província costeira de Santa Catarina em base aos aspectos geológicos, geomorfológicos e geográficos e Horn Filho & Diehl (1994, 2001), que descreveram a geologia da planície costeira de Santa Catarina. GEOLOGIA DA PLANÍCIE COSTEIRA Nos 11 mapas geológicos na escala 1: foram definidas 20 unidades litoestratigráficas de três sistemas deposicionais (continental, transicional e antropogênico) e um do embasamento (cristalino/sedimentar) (Quadro 3). No mapeamento geológico desenvolvido pelo Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro de Santa Catarina (SANTA CATARINA, 2010a, b, c, d, e) foram definidas 24 unidades litoestratigráficas do embasamento (Quadro 4), além de 19 unidades da planície costeira (Quadro 5), totalizando 43 unidades litoestratigráficas, conforme os mapas geológicos do setor Norte (Figura 8), setor Centro-norte (Figura 9), setor Central (Figura 10), setor Centro-sul (Figura 11) e setor Sul (Figura 12).

12 52 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Quadro 2. Mapas geológicos da planície costeira do estado de Santa Catarina na escala 1: e seus respectivos autores (em cor amarela, o setor Norte; em cor laranja, o setor central e em cor verde, o setor Sul). N Mapa geológico Autores 1 N Mapa geológico da planície costeira das folhas São Francisco do Sul (SH-22-Z-B-II-2), Garuva (SG-22-B-II-1), Guaratuba (PR) (SG- 22-X-D-V-4) e Pedra Branca de Araraquara (PR) (SH-22-X-D-V-3), Santa Catarina, Brasil 2 N Mapa geológico da planície costeira das folhas Araquari (SH-22-R-I-4) e Joinvile (SG-22-Z- B-II-3), Santa Catarina, Brasil 3 N Mapa geológico da planície costeira das folhas Barra Velha (SG-22-Z-B-V-2), Gaspar (SG- 22-Z-B-V-3) e Itajaí (SG-22-Z-B-V-4), Santa Catarina, Brasil 4 C Mapa geológico da planície costeira da folha Camboriú (SG-22-Z-D-II-2), Santa Catarina, Brasil 5 C Mapa geológico da planície costeira das folhas Biguaçu (SG-22-Z-D-II-4) e Canasvieiras (SG-22-Z-D-III-3), Santa Catarina, Brasil 6 C Mapa geológico da planície costeira das folhas Florianópolis (SG-22-Z-D-V-2) e Lagoa (SG- 22-Z-D-VI-1), Santa Catarina, Brasil 7 C Mapa geológico da planície costeira das folhas Paulo Lopes (SH-22-Z-B-II-2) e Imbituba (SG-22-B-II-1), Santa Catarina, Brasil 8 C Mapa geológico da planície costeira das folhas Vila Nova (SH-22-Z-B-II-2) e Laguna (SG- 22-B-II-1), Santa Catarina, Brasil 9 S Mapa geológico da planície costeira das folhas Lagoa de Garopaba do Sul (SH-22-Z-B-II-2) e Jaguaruna (SG-22-B-II-1), SC, Brasil 10 S Mapa geológico da planície costeira das folhas Rincão (SH-22-Z-B-II-2), Araranguá (SG-22- B-II-1) e Turvo (SG-22-X-D-V-4), Santa Catarina, Brasil 11 S Mapa geológico da planície costeira das folhas Rio Sangrador (SH-22-Z-B-II-2), Sombrio (SG-22-B-II-1), Sombrio (SG-22-B-II-1), Praia Grande (SG-22-X-D-V-4), Torres (RS) (SH-22-X-D-V-3) e Três Cachoeiras (RS) (SH-22-X-D-V-3), SC, Brasil HORN FILHO, N. O.; VIEIRA, C. V.; BEXIGA. G. M. S.; LEAL, R. A.; MACHADO, V. C.; HOERHAN, E. L. e S.; RUHLAND, J.; INUI, R. Z.; CERUTTI, R. L.; HAUFF, S. N.; LUZ, V. J. P. HORN FILHO, N. O.; VIEIRA, C. V.; BEXIGA. G. M. S.; LEAL, R. A.; MACHADO, V. C.; FORTES, E.; HOERHAN, E. L. e S.; DIEHL, F. L.; NASCIMENTO, J. A. S. do N.; ABREU, J. J. HORN FILHO, N. O.; AMIN JR. A. H.; SOUZA, D. R.; DIEHL, F. L.; BEXIGA. G. M. S.; LEAL, R. A.; MACHADO, V. C.; SANTOS, C. R.; STRENZEL, G. M. R.; CAMARGO, G.; BORGES, S. F. HORN FILHO, N. O.; PUHL, P.R; BEXIGA. G. M. S.; LIVI, N. S.; LEAL, R. A.; MACHADO, V. C.; ANDRADE, B.; HEIDRICH, C.; COVELLO, C.; LOURENÇO, L. L.; MACHADO, M. A.; DIEBE, V. C. HORN FILHO, N. O; LIVI, N. S.; DAMASIO, M.; PUHL, P. R; SILVA, M. da; BEXIGA. G. M. S.; LEAL, R. A.; MACHADO, V. C.; ANDRADE, B.; HEIDRICH, C.; COVELLO, C.; LOURENÇO, L. L.; MACHADO, M. A.; DIEBE, V. C. HORN FILHO, N. O.; LIVI, N. S.; DAMASIO, M.; SILVA, M.; PUHL, P.R; BEXIGA. G. M. S.; LEAL, R. A.; MACHADO, V. C.; ANDRADE, B.; HEIDRICH, C.; COVELLO, C.; LOURENÇO, L. L.; MACHADO, M. A.; DIEBE, V. C. HORN FILHO, N. O.; LEAL, P. C.; DAMASIO, M.; LEAL, R. A.; MACHADO, V. C.; BEXIGA, G. M. S.; SILVA, A. F.; COVELLO, C.; PUHL, P. R.; OLIVEIRA, J. S.; OLINGER, J. O.; OLIVEIRA, M. S. C.; NUNES, M. G.; NÓBREGA, M. R.; PEREIRA, M. A. HORN FILHO, N. O; JOAQUIM, J. M. B.; BEXIGA, G. M. S.; MACHADO, V. C.; LEAL, R. A.; SILVA, A. F. da; COVELLO, C.; LOURENÇO, L. L.; NASCIMENTO, L. V. R. P.; DAMASIO, M.; DIEBE, V. C. HORN FILHO, N. O.; FELIX, A.; VIEIRA, C. V.; BAPTISTA, E. M. C.; BEXIGA, G. M. S.; MACHADO, V. C.; LEAL, R. A.; HORN FILHO, N. O.; MACHADO, C.; POLZIN, M. A.; MACHADO, V. C.; LEAL, R. A.; BEXIGA, G. M. S.; SILVA, A. F.; OLIVEIRA, D. A. G.; FLORIANI, D. C.; WESTARB, E. F. F. A.; BÚSSOLO JR., G.; PEIXOTO, J. R. V.; OLIVEIRA, J. S.; FARACO, K. R., SILVEIRA, M. C.; DAMASIO, M.; FREITAS, M. P.; FARION, S. R. L., OLIVEIRA, U. R.; DIEBE, V. HORN FILHO, N. O; SCHMIDT, A. D.; MACHADO, V. C.; LEAL, R. A.; BEXIGA, G. M. S.; MILAN, C. C.; TRATZ, E. B.; LIVI, N. S.; LISBOA, T. H. C.; NEVES, J.; FELIX, A.; MELO, A. T.; RIBEIRO, D.; SOUZA, D. R.; PIETRO FILHO, J. E. DI; MUDAT, J. E., KITAHARA, M. V.; OLIVEIRA, U. R. ; ROSA, C., PEIXOTO, J. R. V.

13 Horn et al. 53 Quadro 3. Unidades litoestratigráficas aflorantes na planície costeira de Santa Catarina em base aos 11 mapas geológicos na escala 1: ( = número de mapas que a unidade aflora). UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA 20. Depósito Tecnogênico X X X X X X X X X X X Depósito do tipo Sambaqui X X X X X X X X X X X Depósito Eólico X X X X X X X X X X X Depósito de Chenier X X Depósito Paludial X X X X X X X Depósito de Baía X X Depósito Estuarino X X Depósito Estuarino Praial X Depósito Marinho Praial X X X X X X X X X X X Depósito Lagunar Praial X X X Depósito Flúvio-lagunar X X X X X X X X 8 9. Depósito Deltaico Intralagunar X 1 8. Depósito Lagunar X X X X X X X X X X X Depósito Eólico X X X X X X X X X X X Depósito Lagunar X X X X X X 6 5. Depósito Eólico X X X 3 4. Depósito Aluvial X X X X X X X X X X X Depósito de Leque Aluvial X X X X X X X X X X X Depósito Coluvial X X X X X X X X X X X Embasamento Indiferenciado X X X X X X X X X X X 11 (Em verde: unidades do sistema deposicional antropogênico; em amarelo: unidades do sistema deposicional transicional laguna-barreira IV do Holoceno; em laranja: unidades do sistema deposicional transicional laguna-barreira III do Pleistoceno superior; em vermelho: unidades do sistema deposicional transicional laguna-barreira II do Pleistoceno médio; em cinza: unidades do sistema deposicional continental do Quaternário indiferenciado; em lilás: unidades do Embasamento Indiferenciado). Quadro 4. Unidades litoestratigráficas do embasamento mapeadas pelo GERCO/SC. UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA 1* 2* 3* 4* 5* IDADE 24. Formação Iquererim Terciário-Quaternário 23. Formação Serra Geral Jurássico-Cretáceo 22. Formação Botucatu Triássico 21. Formação Rio do Rasto Permiano 20. Formação Rio Bonito Permiano 19. Riolito Cambirela 18. Suíte Intrusiva Subida Eo-Paleozoico 17. Granito Itacorubi 16. Granito Ilha 15. Granito Tabuleiro 14. Granitóide Pedras Grandes 13. Granitóide Paulo Lopes 12. Granitóide São Pedro de Alcântara Proterozoico superior 11. Granito Guabiruba 10. Granodiorito Estaleiro 9. Granito Morro dos Macacos 8. Granito Zimbros 7. Grupo Itajaí Proterozoico médio-superior 6. Granitóide Valsungana Proterozoico médio 5. Complexo Brusque Proterozoico inferior-médio 4. Complexo Tabuleiro Proterozoico inferior 3. Complexo Canguçu 2. Complexo Camboriú Arqueano 1. Complexo Granulítico (*1 representa o setor Norte, *2 setor Centro-norte, *3 setor Central, *4 setor Centro-sul e *5 setor Sul).

14 54 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Quadro 5. Unidades litoestratigráficas da planície costeira mapeadas pelo GERCO/SC nos setores 1 a 5. SISTEMA UNIDADE 1* 2* 3* 4* 5* Idade LITOESTRATIGRÁFICA Antropogênico 43. Depósito Tecnogênico 42. Depósito do tipo Sambaqui Transicional 41. Depósito de Chenier 40. Depósito de Baía 39. Depósito Estuarino Praial 38. Depósito Estuarino 37. Depósito Deltaico Intralagunar Holoceno 36. Depósito Lagunar Praial 35. Depósito Eólico 34. Depósito Flúvio-lagunar 33. Depósito Paludial 32. Depósito Marinho Praial 31. Depósito Lagunar 30. Depósito Eólico Pleistoceno 29. Depósito Lagunar superior 28. Depósito Eólico Pleist. médio Continental 27. Depósito Aluvial Quaternário 26. Depósito de Leque Aluvial Indiferenciado 25. Depósito Coluvial Essas 43 unidades litoestratigráficas estão relacionadas a diversos ecossistemas/ambientes expostos na planície costeira conforme Quadro 6. As 43 unidades litoestratigráficas caracterizam dois grandes domínios geomorfológicos e seis compartimentos denominados de Embasamento, Aluvial, Lagunar, Eólico, Praial e Antropogênico (Quadro 7). Quadro 6. Ecossistemas e ambientes considerados como referência no diagnóstico da zona costeira do estado de Santa Catarina, conforme GERCO/SC. Domínio Meio Ecossistema/Ambiente Continental Terrestre Encostas - Floresta Ombrófila Densa Planície Costeira - Floresta Ombrófila Densa Vale e Planície alveolar - Floresta Ombrófila Densa Restinga Aquático Área úmida (brejos, pântanos e banhados) Lagoa e lago Rio (ritral e potamal) Terrestre Ilha costeira (marítima e estuarina) Duna Transicional Litorâneo* Manguezal e Marisma Estuário (desembocaduras, deltas e canais estuarinos) Laguna Costão/Falésia Praia (sedimentares) Marinho Aquático Plataforma continental interna - exposta Plataforma continental interna - semi exposta (enseadas) Plataforma continental interna - não exposta (baías) Laje e parcel rochoso *Associado diretamente à dinâmica da maré e/ou a processos litorâneos da linha de costa.

15 Horn et al. 55 Quadro 7. Unidades geomorfológicas do embasamento e planície costeira mapeadas pelo GERCO/SC. DOMÍNIO Terras baixas Terras altas COMPARTIMENTO UNIDADE UNIDADE GEOMORFOLÓGICO LITOESTRATIGRÁFICA GEOMORFOLÓGICA Antropogênico Depósito Tecnogênico Aterro Depósito do tipo Sambaqui Colina Praial Depósito de Chenier Planície de chenier Depósito Estuarino Praial Praia estuarina Depósito Lagunar Praial Praia lagunar Planície de cordão litorâneo lagunar Depósito Marinho Praial Praia oceânica, Praia de baía, Planície de cordão litorâneo marinho Eólico Depósito Eólico do Holoceno Duna ativa Duna fixa, manto eólico Depósito Eólico do Pleistoceno superior Manto eólico, rampa de dissipação, paleoduna Depósito Eólico do Pleistoceno médio Manto eólico, rampa de dissipação, paleoduna Lagunar Depósito de Baía Terraço de baía Depósito Estuarino Terraço estuarino Depósito Deltaico Intralagunar Delta intralagunar Depósito Flúvio-lagunar Terraço flúvio-lagunar Depósito Paludial Planície de maré Planície paludial Depósito Lagunar do Holoceno Planície lagunar Depósito Lagunar do Pleistoceno superior Terraço lagunar Aluvial Depósito Aluvial Planície de inundação, terraço fluvial Depósito de Leque Aluvial Leque aluvial indiferenciado Depósito Coluvial Rampa coluvial Embasamento Diversas unidades litoestratigráficas Embasamento indiferenciado, Ilha sedimentar/ cristalino costeira: de baía, lagunar, estuarina e oceânica Figura 8. Mapa geológico do litoral Norte ou setor 1 (GERCO/SC) (Horn Filho, 2010a).

16 56 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 9. Mapa geológico do litoral Centro-norte ou setor 2 (GERCO/SC) (Horn Filho, 2010b).

17 Horn et al. 57 Figura 10. Mapa geológico do litoral Central ou setor 3 (GERCO/SC) (Horn Filho & Ferreti, 2010).

18 58 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 11. Mapa geológico do litoral Centro-sul ou setor 4 (GERCO/SC) (Horn Filho, 2010c).

19 Horn et al. 59 Figura 12. Mapa geológico do litoral Sul ou setor 5 (GERCO/SC) (Horn Filho, 2010d).

20 60 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil De posse das informações geradas nos 11 mapas geológicos da planície costeira do estado de Santa Catarina, na escala 1: , elaborados por Horn Filho et al. (2015a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k) e dos cinco mapas geológicos apresentados no Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro de Santa Catarina GERCO/SC (SANTA CATARINA, 2010), foi elaborado o mapa geológico da planície costeira do estado de Santa Catarina na escala 1: (Figura 13). Figura 13. Mapa geológico da planície costeira de Santa Catarina, Brasil (Horn Filho et al., 2012).

21 Horn et al. 61 Embasamento Indiferenciado Nas duas pesquisas que deram suporte a essa pesquisa, o embasamento foi retratado de modo distinto: no primeiro, que envolveu o mapeamento geológico em base aos 11 mapas na escala 1: , o embasamento foi tratado como indiferenciado (Horn Filho et al., 2015a; 2015b; 2015c; 2015d; 2015e; 2015f; 2015g; 2015h; 2015i; 2015j; 2015k); no segundo, que envolveu o diagnóstico geológicogeomorfológicos em base aos cinco mapas na escala 1: (GERCO/SC), o embasamento foi tratado como diferenciado (Horn Filho, 2010a, b, c, d; Horn Filho & Ferreti, 2010). Nesse estudo, o embasamento foi cartografado de maneira homogênea, não constituindo parâmetro para caracterizar distintivamente as rochas que compõem a área fonte dos sedimentos quaternários e o arcabouço das outras 19 unidades litoestratigráficas da planície costeira catarinense (Figura 14). No setor Norte, o embasamento é constituído das unidades litoestratigráficas formadas pelo Complexo Granulítico, Complexo Tabuleiro, Suíte Intrusiva Subida e Formação Iquererim. Estas unidades representam as terras altas que aparecem na paisagem na forma de promontórios, pontas rochosas, maciços costeiros, ilhas costeiras, morros e serras cristalinas. Esta porção do embasamento é constituída por rochas metamórficas de alto grau da fácies anfibolito e em especial granulito, com idades radiométricas arqueanas, transamazônicas e brasilianas, que constitui o segmento setentrional do Escudo Catarinense, situado no nordeste do estado, e que se estende a norte para além da divisa com o estado do Paraná. Merece destaque a única exposição da Formação Iquererim e as rochas mais antigas do litoral do estado de Santa Catarina, representadas pelo Complexo Granulítico. O setor Central abrange grande área do embasamento composto por uma diversidade de unidades litoestratigráficas. Além da continuidade do Complexo Granulítico, surgem ao norte outras unidades litoestratigráficas denominadas de Complexo Camboriú, Complexo Tabuleiro, Complexo Brusque (Foto 1), Granitóide Valsungana, Grupo Itajaí, Granito Zimbros, Granito Morro dos Macacos, Granodiorito Estaleiro e Granito Guabiruba e Grupo Itajaí. No setor mais central aparecem o Complexo Canguçu, Granitóide São Pedro de Alcântara, e mais ao sul o Granitóide Paulo Lopes, Granito Ilha, Granito Itacorubi, Granitóide Pedras Grandes, Riolito Cambirela e Formação Serra Geral. No conjunto, o embasamento da planície costeira central é constituído principalmente por rochas de origem magmática e metamórfica. As rochas principais são granitos, granodioritos, monzogranitos, sienitos, dioritos, pegmatitos, riolitos, diabásios, gnaisses, migmatitos e arenitos, folhelhos e conglomerados do Grupo Itajaí. No setor Sul, o embasamento é constituído das unidades litoestratigráficas Granitóide Pedras Grandes, Formação Rio Bonito, Formação Rio do Rasto, Formação Botucatu e Formação Serra Geral. Exceto o Granitóide Pedras Grandes, todas as unidades compõem a Bacia do Paraná. A formação geológica é representada por rochas vulcânicas e sedimentares, constituídas de basaltos, folhelhos e arenitos, situação geológica única ao longo do embasamento do estado com afloramentos somente na planície costeira do setor Sul. Foto 1. Vista para sudoeste das rochas metamórficas (micaxistos, metarenitos e quartzitos) do Complexo Brusque aflorantes na praia da Solidão junto à ponta do Farol, promontório rochoso entre as praias Brava, ao sul e Cabeçudas, ao norte. Fonte: Horn Filho et al. (2015c). (Foto 1 do mapa 3, de Norberto Olmiro Horn Filho, setembro de 2008, nas coordenadas geográficas 26 55'47,4"S e 48 37'29,9"W).

22 62 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 14. Área de ocorrência em cor rósea da unidade litoestratigráfica Embasamento Indiferenciado, do pré- Quaternário, na planície costeira catarinense.

23 Horn et al. 63 Sistema deposicional continental O sistema deposicional continental da planície costeira representa o Quaternário indiferenciado constituído de três unidades litoestratigráficas: Depósito Coluvial, Depósito de Leque Aluvial e Depósito Aluvial. Estes depósitos são, de forma geral, formados de sedimentos heterogêneos, mal selecionados, associados à base das elevações do embasamento e concentrados no setor ocidental da planície costeira. Do ponto de vista da geomorfologia costeira, esse sistema está incluso no compartimento Aluvial das Terras baixas, cujas principais formas de relevo compreendem rampas coluviais, leques aluviais proximais, medianos e distais, canais fluviais e planícies de inundação. Depósito Coluvial Os sedimentos do Depósito Coluvial possuem composição terrígena formado por material transportado principalmente pelo efeito da gravidade localizados próximo a área fonte. Os sedimentos coluviais restringem-se às vertentes da serra do Mar ao norte, da serra Geral ao sul e das serras do Leste Catarinense, no setor central da planície costeira (Figura 15). O Depósito Coluvial ocorre geralmente associado aos elúvios, encaixados nas paleodrenagens e drenagens dos maciços rochosos ou como elevações isoladas em meio aos depósitos mais recentes da planície costeira. Na planície costeira do setor Norte, o Depósito Coluvial ocorre predominantemente entre o Embasamento Indiferenciado e o Depósito de Leque Aluvial. Já próximo à linha de costa aflora nas encostas dos promontórios, pontas rochosas e até costões, tomando-se como exemplo a região ao sul de Itapoá, costa Norte da baía da Babitonga, nordeste da ilha de São Francisco do Sul e município de Penha. No setor Central, o Depósito Coluvial encontra-se concentrado dominantemente entre o rio Camboriú e o rio Maruim, no município de Biguaçu. Em direção ao sul e na ilha de Santa Catarina, o Depósito Coluvial está mais disperso na paisagem costeira, voltando a ocorrer de forma expressiva no oeste e noroeste da lagoa do Imaruí. Nas áreas de concentração urbana este depósito limita-se com a área antropizada em maior extensão na região de Florianópolis e pontualmente nas praias de Zimbros, Bombinhas e Porto Belo. No setor Sul, o Depósito Coluvial concentrase entre o Embasamento Indiferenciado e o Depósito Aluvial, de forma expressiva em amplitude de área ao sul do rio Linha Anta, afluente do rio Urussanga. No restante da planície costeira, o Depósito Coluvial distribui-se de forma dispersa e restrita. O Depósito Coluvial é constituído de uma mistura de sedimentos arenosos, siltosos e argilosos de grãos imaturos e angulosos (Foto 2), além de macroclastos de granulometria variável com tamanho de grão desde grânulos a matacões. Predominam entre os macroclastos dos colúvios, os fragmentos de diversos tipos de granitos, gnaisses, ultramafitos, basaltos, arenitos, siltitos e diabásios. Foto 2. Afloramento que expõe os sedimentos inconsolidados, areno síltico-argilosos de coloração alaranjada do Depósito Coluvial do Quaternário indiferenciado, localizado na região de Limeira, município de Biguaçu, em forma de rampa coluvial. Fonte: Puhl et al. (2010) e Horn Filho et al. (2015e). (Foto 2 do mapa 5, de Norberto Olmiro Horn Filho, agosto de 2009, nas coordenadas geográficas 27 28'16,4"S e 48 38'24,9"W).

24 64 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 15. Área de ocorrência em cor verde da unidade litoestratigráfica Depósito Coluvial, do Quaternário indiferenciado, na planície costeira catarinense.

25 Horn et al. 65 Do ponto de vista geomorfológico, o Depósito Coluvial desenvolve-se na forma de rampas coluviais e tálus. As rampas coluviais são resultantes dos sedimentos melhor selecionados, transportados e depositados em ambiente de menor energia, enquanto que o tálus é consequência de fragmentos mal selecionados, transportados e depositados em ambiente de alta energia (Fernandes & Amaral, 2003). O modelado de acumulação das rampas coluviais apresenta planos localmente abaciados, rampas de declividades diversas e, mais restritamente, formas tabulares e baixos platôs. Depósito de Leque Aluvial O Depósito de Leque Aluvial é definido por Suguio (2003) como um depósito em forma de leque (ou cone) encontrado, geralmente, na base de vertentes em regiões de montanhas. Especificando o depósito, o mesmo autor identifica as principais fácies de leques aluviais: os de características subaquáticas como as correntes de turbidez e os de características subaéreos como os fluxos de detritos. O Depósito de Leque Aluvial se destaca na paisagem nos setores Norte e Sul da planície costeira (Figura 16). No setor Norte, o Depósito de Leque Aluvial distribui-se de forma diferenciada. Até o município de Navegantes o depósito limita-se, predominantemente, ora entre o Embasamento Indiferenciado e o Depósito Aluvial, ora entre o Depósito Coluvial e o Depósito Aluvial formando as planícies dos principais cursos d água. No setor Norte, esse depósito alcança grande extensão em área. No setor Central, o Depósito de Leque Aluvial ocorre, predominantemente, limitando-se com o Embasamento Indiferenciado, com o Depósito Coluvial e com o Depósito Aluvial, justaposto às áreas antropizadas. Esse depósito acompanha ou margeia as vertentes e alcança maiores amplitudes nas áreas interiorizadas onde os vales aprofundam-se no embasamento. Exceção ocorre na planície ao norte da lagoa Mirim até a lagoa de Ibiraquera e no setor central da ilha de Santa Catarina, aonde a ocorrência do Depósito de Leque Aluvial torna-se mais esparsa e restrita. No setor Sul, o Depósito de Leque Aluvial ocorre, predominantemente, entre o Embasamento Indiferenciado e o Depósito Coluvial e o Depósito Aluvial. Encontra-se formando uma ampla planície ocupando também os vales formados pelo recuo do embasamento ao sul do município de Criciúma até o norte do município de Sombrio. Do ponto de vista textural, na planície costeira do setor Norte, o Depósito de Leque Aluvial é composto de sedimentos mal selecionados, dominando as areias sobre os pelitos e os cascalhos. A fácies arenosa (areia muito fina) predomina entre os sedimentos, os quais geralmente apresentam-se indistintamente estratificados. Na planície costeira do setor Central, os sedimentos são pobremente selecionados, à base de areias fina e muito fina até silte grosso, porém em alguns locais há o predomínio de areia grossa e grânulo. Na planície costeira dos setores Norte e Central, os gnaisses e granitos, angulares e imaturos, constituem os clastos grossos (Foto 3). Por sua vez, na planície costeira do setor Sul, os clastos angulares e imaturos de basaltos, arenitos e folhelhos sobressaem entremeados ao depósito. Foto 3. Detalhe do Depósito de Leque Aluvial do Quaternário indiferenciado aflorante na região de Penha de Imbituba, observando-se os sedimentos mal selecionados compostos de partículas areno-argilosas com presença de clastos granulosos de fragmentos dos granitos do embasamento. Fonte: Horn Filho et al. (2015g). (Foto 3 do mapa 7, de Norberto Olmiro Horn Filho, maio de 2009, nas coordenadas geográficas 28 05'19,6"S e 48 42'29,5"W).

26 66 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 16. Área de ocorrência em cor marrom claro a unidade litoestratigráfica Depósito de Leque Aluvial, do Quaternário indiferenciado, na planície costeira catarinense.

27 Horn et al. 67 Como o próprio nome indica, o Depósito de Leque Aluvial configura superfícies em forma de leque ou cone. Do ponto de vista geomorfológico, esse depósito pode ser subdividido em proximal, mediano e distal, de acordo com sua posição ao longo do perfil longitudinal, cujos aspectos texturais e morfológicos são distintos desde o ápice até a base do mesmo. O depósito de leque proximal é mais grosso, menos selecionado e de gradiente topográfico elevado, enquanto que o depósito de leque distal é mais fino, melhor selecionado e de menor gradiente. Integra ainda, este modelado a deposição pela acumulação torrencial e a acumulação torrencial colinosa. O Depósito de Leque Aluvial ocorre encaixado nas paleodrenagens e drenagens dos maciços rochosos ou como elevações isoladas em meio aos depósitos mais recentes da planície costeira. A superfície mais dissecada se deve à maior precipitação pluviométrica, gerando declividades mais suaves. Em contraposição, a menor precipitação tem favorecido acúmulo de sedimentos e declividades mais íngremes. A idade do Depósito Coluvial e do Depósito de Leque Aluvial é do Quaternário indiferenciado entre ± 2 Ma AP até o presente. O Depósito de Leque Aluvial é formado pela irradiação de sedimentos à jusante das elevações, que se espraiam declive abaixo, a partir de diversos ápices situados na base do Embasamento Indiferenciado, dos elúvios e do Depósito Coluvial. O modelado de acumulação dos leques aluviais compreende os setores proximal, mediano e distal, dispondo-se ao longo dos canais principais e secundários, cujos sedimentos serão escoados e retrabalhados posteriormente na planície de inundação. Estes sedimentos encontram-se sobre influência aluvial e gravitacional como mecanismo principal de sua deposição. Depósito Aluvial O Depósito Aluvial caracteriza-se como resultado do transporte de sedimentos por meio da energia exercida pelas águas dos cursos fluviais, antigos e/ou atuais, e depositados tanto nas margens dos rios, bem como em áreas de transbordo, durante todo o Quaternário indiferenciadamente. Esse depósito compreende o depósito de canal, o depósito de barra de meandro e o depósito de planície de inundação. O depósito de canal, típico dos cursos superiores dos rios, é formado de sedimentos mais grossos, compostos geralmente de areias e seixos até matacões. O depósito de barra de meandro aparece mais confinado aos bancos convexos dos canais ativos e abandonados, derivando do transporte de material arenoso por saltação e mais grosso por tração. No depósito de planície de inundação dos cursos inferiores dos rios, predomina sedimentos arenosos e síltico-argilosos, provenientes da carga de suspensão dos rios nos períodos de enchente. Os sedimentos do Depósito Aluvial são constituídos essencialmente de areia fina, com quantidades relativas de matéria orgânica, exibindo eventualmente laminação, com estratificação horizontal a inclinada, de espessuras variáveis de camadas arenosas, argilosas ou granulosas, de acordo com a energia e direção principal do fluxo da corrente fluvial. O Depósito Aluvial predomina no setor Norte da planície costeira desde o alto curso dos canais, ao longo dos principais rios e afluentes cortando o Depósito de Leque Aluvial. É o depósito mais bem distribuído na planície costeira do setor Norte transpondo os demais depósitos e o Embasamento Indiferenciado. As maiores amplitudes em área do Depósito Aluvial são encontradas na planície dos rios Cubatão, Pirabeiraba (Foto 4), Itajaí-Açú e dos afluentes dos rios Itajaí-Mirim e Luiz Alves (Figura 17). No setor Central da planície costeira, o Depósito Aluvial na forma de extensas planícies de inundação concentra-se ao longo dos rios Tijucas, Cubatão e Capivari. De forma mais restrita ocorre na ilha de Santa Catarina e ao norte da lagoa Mirim até a proximidade sul da lagoa de Garopaba. No setor Sul da planície costeira, o Depósito Aluvial ocorre em maior extensão ao longo dos rios Urussanga, Araranguá, Mampituba e Sertão. Os sedimentos aluviais se depositam pela ação dos cursos fluviais retrabalhando os sedimentos de origem coluvial, lagunar, paludial, eólica e marinha dos sistemas deposicionais continental e transicional. Simultaneamente, acumulam sedimentos nos canais dos afluentes ou nas margens dos principais rios indiferenciadamente durante todo o Quaternário e prossegue nos dias atuais. Em toda a planície costeira o Depósito Aluvial justapõe-se através de contatos brusco e interdigitado com os depósitos transicionais pleistocênicos e holocênicos.

28 68 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 17. Área de ocorrência em cor marrom escura da unidade litoestratigráfica Depósito Aluvial, do Quaternário indiferenciado, na planície costeira catarinense.

29 Horn et al. 69 Sistema deposicional transicional Foto 4. Visão da sequência sedimentar típica do Depósito Aluvial do Quaternário indiferenciado adjacente ao rio Pirabeiraba, setor Norte da planície costeira, constituído de cascalhos na base e sedimentos argilo-arenosos em direção ao topo da sequência fluvial. Fonte: Vieira (2008) e Horn Filho et al. (2015a). (Foto 2 do mapa 1, de Celso Voos Vieira, abril de 2006, coordenadas geográficas 26 08'52.3"S e 48 54'16.4"W). As fácies de planície de inundação e de barra em pontal são caracterizadas por sedimentos argilo-arenosos, de granulometria média a grossa, além da presença de cascalhos e argilas, evidenciando um moderado selecionamento para estes depósitos. Na planície de inundação ocorre principalmente sedimentação lamosa, devido ao transbordamento dos leitos dos rios da região, enquanto que na fácies de barra em pontal, a sedimentação é essencialmente arenosa, e a deposição dá-se, principalmente, através de processos de transporte por saltação e tração. Do ponto de vista da geomorfologia costeira, o Depósito Aluvial apresenta modelado de acumulação formando a planície de inundação, caracterizada como uma área plana sujeita a inundações periódicas, e que corresponde às várzeas atuais. Em geral, forma terraço fluvial, plano ou levemente inclinado, apresentando rupturas de declive em relação ao leito do rio e às várzeas, podendo se apresentar dissecado devido às mudanças no nível de base e consequentes retomadas erosivas, vindo a aflorar os sedimentos tipicamente fluviais. Os rios da planície costeira catarinense apresentam formas predominantes meandrantes e retilíneas. Os depósitos litorâneos ou transicionais encontram-se dispostos em áreas mais próximas à linha de costa atual ou à paleolinhas de costa, sendo constituídos por sedimentos quaternários essencialmente arenosos, típicos dos ambientes marinho praial e eólico, além de sedimentos siltosos e argilosos, contendo teores variados de matéria orgânica, característicos de ambientes lagunar, flúvio-lagunar e paludial. Esses depósitos que compõem o sistema transicional estão intimamente relacionados aos sistemas laguna-barreira II, III e IV, do Pleistoceno médio, Pleistoceno superior e Holoceno, respectivamente. Neste sistema se originaram na retrobarreira lagunar sedimentos compostos por areias e lamas, constituindo uma sucessão de terraços lagunares e na barreira marinho praial e eólica, sedimentos arenosos, na forma de cordões regressivos litorâneos, campos de dunas e planícies de maré, as quais caracterizam a paisagem costeira. O sistema deposicional transicional da planície costeira é subdividido temporalmente em depósitos do Pleistoceno médio, Pleistoceno superior e Holoceno. Pleistoceno Do ponto de vista temporal, o Pleistoceno pode ser dividido em Pleistoceno inferior, com idades entre 1,8 Ma e 780 ka AP, tendo seu limite inferior coincidindo com a primeira fase glacial do Quaternário; o Pleistoceno médio, com idades entre 780 e 120 ka AP, caracterizando-se por dois episódios glaciais que podem ser relacionados aos sistemas laguna-barreira I e II; e por fim o Pleistoceno superior, com idades inferidas entre 120 e 11 ka AP, que deu origem ao último máximo transgressivo-regressivo do Pleistoceno, relacionado ao sistema laguna-barreira III. As unidades litoestratigráficas do Pleistoceno são típicas dos ambientes lagunar e eólico descritas a seguir. Ambiente lagunar A unidade litoestratigráfica que representa o ambiente lagunar do Pleistoceno superior na planície costeira de Santa Catarina é o Depósito Lagunar. Situa-se à retaguarda dos depósitos eólicos de mesma idade, justapondo-se aos

30 70 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil demais depósitos da planície costeira. Suas características são muito semelhantes aos lagunares holocênicos, entretanto, a posição dos mesmos em relação à linha de costa atual e as cotas mais elevadas, definiram-nos como de idade pleistocênica. Os sedimentos lagunares aparecem em relativa proporção no setor Norte da planície costeira catarinense, em pequena proporção no setor Central e regularmente em todo o setor Sul (Figura 18). O Depósito Lagunar é formado em ambientes de baixa dinâmica e energia de deposição, favorecendo o acúmulo de silte, argila e areia fina a muito fina, de cores cinza escuro à negras e enriquecido em matéria orgânica em decomposição, podendo formar zonas pantanosas. Ocorrem no entorno de antigos corpos aquosos lagunares costeiros e em áreas semiconfinadas por material arenoso, associados ao reverso das barreiras formadas pelos depósitos eólicos ou marinhos. Neste depósito ocorre, eventualmente, a presença de fragmentos de conchas calcáreas, com o predomínio do bivalve Anomalocardia Brasiliana (berbigão), depositadas em forma de lençóis conchíferos associados às porções de fundo raso das antigas planícies de maré, constituindo as biofácies desta unidade deposicional (Foto 5). Foto 5. Detalhe do Depósito Lagunar do Pleistoceno superior constituído de sedimento areno-sílticoargiloso, rico em matéria orgânica e eventuais fragmentos de conchas carbonáticas, o que evidencia deposição em ambiente lagunar. Fonte: Horn Filho et al. (2015j). (Foto 4 do mapa 10, de Natália Steilein Livi, setembro de 2007, coordenadas geográficas 28 51'07,5"S e 49 19'20,6"W). O Depósito lagunar do Pleistoceno superior aparece muito limitado, encaixado entre os mantos eólicos e paleodunas pleistocênicos. Em alguns pontos aflora em forma de terraços lagunares. Representam as intercristas dos feixes litorâneos, de superfícies planas e altitudes médias de 12 m, a partir de projeções flúviolagunares paralelas à linha de costa atual. O máximo transgressivo ocorrido durante o período interglacial Riss-Würm proporcionou a formação das barreiras transgressivas responsáveis pelo confinamento dos corpos lagunares que foram dissecados após a descida do NRM, dando origem, entre outros, a esses depósitos. Ambiente eólico As unidades litoestratigráficas que representam o ambiente eólico do Pleistoceno médio e superior na planície costeira de Santa Catarina são o Depósito Eólico do Pleistoceno médio e o Depósito Eólico do Pleistoceno superior, sendo que o mais antigo aflora isoladamente na planície costeira (Figura 19) e o mais recente, representa grandes extensões de afloramentos principalmente nos setores Norte e Sul (Figura 20). No Pleistoceno médio ocorre somente um depósito, de origem eólica, correlacionado ao sistema laguna-barreira II (Villwock et al., 1986), cuja idade é de aproximadamente 250 ka AP. Esse depósito aparece no setor Norte e setor Central da planície costeira (região de Imbituba) (Foto 6), sem ocorrências no setor Sul. No Pleistoceno superior o depósito é correlacionado ao sistema laguna-barreira III formado entre 120 e 18 ka AP, relativo à transgressão Cananéia para o litoral paulista (Suguio & Martin, 1978), penúltima transgressão para o litoral nordestino (Bittencourt et al., 1979) ou transgressão Pleistocênica III para o litoral Rio-Grandense (Villwock et al., 1986). Esse depósito é bem difundido nos três setores da planície costeira.

31 Horn et al. 71 Figura 18. Área de ocorrência em cor cinza escuro da unidade litoestratigráfica Depósito Lagunar, do Pleistoceno superior, na planície costeira catarinense.

32 72 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 19. Área de ocorrência em cor rósea da unidade litoestratigráfica Depósito Eólico, do Pleistoceno médio, na planície costeira catarinense.

33 Horn et al. 73 Figura 20. Área de ocorrência em cor laranja da unidade litoestratigráfica Depósito Eólico, do Pleistoceno superior, na planície costeira catarinense.

34 74 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil aonde foram geradas, definindo-se dois grupos distintos: 1) ambientes de baixa energia, 2) ambientes de alta energia. Foto 6. Jazida de exploração de sedimentos arenosos do Depósito Eólico do Pleistoceno médio na localidade de Nova Brasília, município de Imbituba. Fonte: Horn Filho et al. (2015g). (Foto 5 do mapa 7, de Norberto Olmiro Horn Filho, abril de 2009, nas coordenadas geográficas 28 13'31,2"S e 48 42'19,3"W). Ambos os depósitos são compostos por sedimentos arenosos finos a muito finos com elementos de silte, na forma de paleodunas e paleomantos eólicos ou terraços de superfície aplainada a ondulada (Foto 7), que aparecem isoladamente ou constituem a cobertura das planícies de cordões litorâneos, com uma sucessão de cristas e cavas bem delineadas no terreno. Quando presentes, as estruturas primárias dos depósitos incluem a estratificação plano-paralela, estrutura de dissipação e bioturbação. O Depósito Eólico do Pleistoceno médio aflora como corpos isolados de forma circular, sendo diferenciados dos depósitos do Pleistoceno superior pela maior altitude e maior consolidação de seus sedimentos. As prováveis altitudes excepcionais para ambos depósitos desta idade podem ser explicadas pela sobreposição de coberturas eólicas na forma de dunas e mantos de aspersão sobre os terraços marinhos. Holoceno O Holoceno representa a época mais recente do período Quaternário, entre 5,1 ka AP e o presente, podendo ser subdividido em Holoceno inferior (entre 5,1 e 3,6 ka AP), Holoceno médio (entre 3,6 e 2,5 ka AP) e Holoceno superior (entre 2,5 ka AP e o presente). Nesse estudo, as unidades litoestratigráficas do Holoceno são individualizadas conforme a energia hidrodinâmica e aerodinâmica do meio Foto 7. Jazida de exploração de sedimentos arenosos eólicos da barreira III na localidade de Sanga do Veado, observando-se o aspecto geral do Depósito Eólico do Pleistoceno superior na forma de mantos eólicos e/ou paleodunas. Fonte: Horn Filho et al. (2015j). (Foto 2 do mapa 10, de Natália Steilein Livi, setembro de 2007, nas coordenadas geográficas 29 00'36,2"S e 49 33'33,8"W, fonte: Horn Filho, 2010). Ambientes de baixa energia As unidades litoestratigráficas do Holoceno típicas dos ambientes hidrodinâmicos de baixa energia são: Depósito Lagunar, Depósito Flúvio- Lagunar, Depósito Deltaico Intralagunar, Depósito de Baía, Depósito Estuarino e Depósito Paludial, as quais serão retratadas uma a uma a seguir. Essas unidades se encontram em ambientes fechados e redutores, com circulação restrita de suas águas e geralmente pouco profundos. Depósito Lagunar O Depósito Lagunar é caracterizado pela dominância de sedimentos finos (areia fina a muito fina e lama), de coloração cinza-escuro, geralmente com presença de matéria orgânica. Fragmentos de conchas de moluscos podem constituir parte importante dos sedimentos lagunares. Taxas variadas de sedimentação, associadas à ação de ondas em ambiente lagunar, produzem laminações nos sedimentos, as quais podem ser destruídas pela bioturbação por organismos perfuradores (Suguio, 1992).

35 Horn et al. 75 O Depósito Lagunar do Holoceno aflora localizadamente no setor Norte do estado nos municípios de Barra Velha, Araquari, Balneário Barra do Sul e São Francisco do Sul (Figura 21), limitando-se de modo interdigitado com os demais depósitos quaternários. No setor Central, o depósito é constituído de sedimentos sílticos a areno-argilosos, enriquecidos geralmente com matéria orgânica, com tom marrom a cinza, típico de ambiente redutor, podendo conter conchas calcárias. No setor Sul, o Depósito Lagunar é o único depósito que aflora, sem exceção, em todos os municípios do litoral sul catarinense, na forma de terraço alongado de superfície plana (Foto 8), quase sempre paralelo à linha de costa. A textura é argilo-arenosa e presença de matéria orgânica dominante. As altitudes atingem no máximo 4-5 m acima do nível médio do mar atual. erosão em depressões durante níveis marinhos holocênicos mais altos, quando a extensão lagunar atingia áreas maiores do que as atuais. Depósito Flúvio-lagunar O Depósito Flúvio-lagunar resulta da acumulação de sedimentos oriundos da erosão e do transporte de materiais de áreas situadas à montante dos cursos fluviais dos rios da planície costeira, podendo ser retrabalhados posteriormente em ambiente lagunar pela ação da deriva litorânea, das ondas e dos ventos. Tais depósitos estão associados às desembocaduras dos rios, cursos fluviais esses que desaguaram suas águas em corpos lagunares, influenciando na sedimentação lagunar. Este depósito faz contato com diversas unidades litoestratigráficas, tanto do Embasamento Indiferenciado e depósitos do sistema continental e sistema transicional pleistocênico e holocênico. Do ponto de vista geomorfológico, o Depósito Flúvio-lagunar apresenta forma de terraço isolado de superfície plana (Foto 9), geralmente alongado e paralelo à linha de costa, alguns levemente circulares e situados acima do nível base dos rios. Foto 8. Vista para noroeste do Depósito Lagunar do Holoceno na planície costeira da região de passo de Torres, sul do estado, exibindo superfície plana e presença de sedimentos argilo-arenosos ricos em matéria orgânica. No canto noroeste da foto observa-se uma elevação isolada da Formação Botucatu. Fonte: Horn Filho et al. (2015k). (Foto 2 do mapa 11, de Tânia Helena Cernew Lisboa, setembro de 2007, nas coordenadas geográficas 29 17'33,5"S e 49 46'02,1"W). O Depósito Lagunar está associado às margens dos corpos lagunares, tendo sido originado da progressiva fragmentação de corpos lagunares costeiros em locais abrigados e de baixa energia próximo aos cursos fluviais. São formados a partir de processos de inundação e Foto 9. Vista para sudoeste do Depósito Flúvio-lagunar holocênico, observando-se a forma de terraço lagunar sob a influência do rio Aratingaúba. Fonte: Horn Filho et al. (2015h). (Foto e do mapa 8, de Norberto Olmiro Horn Filho, setembro de 2008, coordenadas geográficas 28 16'34,2"S e 48 52'59,7"W).

36 76 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 21. Área de ocorrência em cor cinza claro da unidade litoestratigráfica Depósito Lagunar, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

37 Horn et al. 77 No setor Norte do estado, o Depósito Flúviolagunar aflora nos municípios de Barra Velha, Araquari, Balneário Barra do Sul e São Francisco do Sul, associado às margens fluviais e lagunares. Aparece também em forma pontual próximo ao canal do Linguado e rio Itapocu. Exibe forma de terraços de superfície plana das planícies lagunares, de forma alongada a levemente circular e situados acima do nível base dos rios e lagoas. No setor Central, esse depósito aflora nos municípios de Palhoça, Florianópolis e Tijucas. No setor Sul, o Depósito Flúvio-lagunar ocorre em todos os municípios do litoral Centro-sul de Santa Catarina (Figura 22). Esse depósito é composto de sedimentos moderadamente selecionados de granulometria areno-lamosa, coloração acinzentada e quantidades significativas de matéria orgânica. Os sedimentos são oriundos da ação combinada de processos fluviais e lagunares, podendo exibir as características dos dois ambientes de sedimentação de forma miscigenada, a base de areias muito fina, silte e argila. Depósito Deltaico Intralagunar O Depósito Deltaico Intralagunar aflora em dois locais da planície costeira catarinense, caracterizando um delta construtivo formado no interior de lagunas costeiras, constituindo sedimentação mista fluvial e lagunar, a partir de cargas consideráveis de sedimentos aluviais acumulados nos fundos lagunares. Esse depósito ocorre exclusivamente no setor Central do estado nos municípios de Garopaba e Paulo Lopes (Figura 23), na confluência do rio Linhares com a lagoa de Garopaba e do rio Paulo Lopes com a lagoa do Ribeirão (Foto 10), respectivamente. Depósito de Baía Entende-se como Depósito de Baía os sedimentos arenosos finos, estratificados e ricos em matéria orgânica, acumulados em áreas próximas às atuais baías. O Depósito de Baía é identificado na planície costeira de Santa Catarina apenas nos mapas 5 e 6, ambos inseridos no setor Central do litoral (Figura 24). Ao todo se somam quatro áreas com a presença deste depósito: 1) município de Florianópolis; 2) município de Tijucas, numa porção da baía de Tijucas (enseada dos Ganchos); 3) município de Governador Celso Ramos, cortado pelo rio Jordão; e 4) município de Biguaçu, na planície de Tijuquinhas, enseada de São Miguel, cortado pelo rio Camarão. Foto 10. Vista para noroeste do Depósito Deltaico Intralagunar junto ao setor sul da lagoa do Ribeirão (Foto Norberto Olmiro Horn Filho, novembro de 2012, coordenadas geográficas 27 56'50,2"S e 48 39'16,9"W). No município de Florianópolis, o Depósito de Baía está localizado na Planície Entremares que interliga atualmente os bairros Carianos/Tapera e Campeche, nas proximidades do Aeroporto Internacional Hercílio Luz (Foto 11). Segundo Almeida (2004) esta planície limita a descontinuidade dos maciços do setor sul e centro-norte da ilha de Santa Catarina, que durante o máximo transgressivo do Pleistoceno superior, deveria estar situada a 8 ± 2 m acima do atual a cerca de 120 ka AP. A localização geográfica do Depósito de Baía indica a proximidade com as atuais baías, porém sua gênese e forma de terraço de superfície plana está relacionada a ambientes de baixa energia, e até mesmo à paleobaías. Os sedimentos que constituem esse depósito são arenosos finos e lamosos, moderadamente selecionados, com presença de matéria orgânica responsável por sua coloração escurecida e ocasional presença de estratificação.

38 78 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 22. Área de ocorrência em cor verde claro da unidade litoestratigráfica Depósito Flúvio-lagunar, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

39 Horn et al. 79 Figura 23. Área de ocorrência pontual em cor azul claro da unidade litoestratigráfica Depósito Deltaico Intralagunar, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

40 80 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 24. Área de ocorrência em cor laranja claro da unidade litoestratigráfica Depósito de Baía, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

41 Horn et al. 81 Foto 11. Detalhe do Depósito de Baía, na Planície Entremares da ilha de Santa Catarina, entre a praia do Campeche e a localidade de Carianos, composto de sedimentos arenosos finos, cinza escuros, com presença de matéria orgânica. Fonte: Livi (2009), Horn Filho & Ferreti (2010), Horn Filho et al. (2015f). (Foto 4 do mapa 6, Norberto Olmiro Horn Filho, setembro de 2009, nas coordenadas geográficas 27 40'57,6"S e 48 32'48,5"W). Depósito Estuarino O Depósito Estuarino é constituído por sedimentos encontrados nas desembocaduras, deltas e canais estuarinos com movimentos aquosos restritos, porém sujeito aos efeitos sensíveis das marés. Geralmente esses sedimentos são arenosos finos com teores de silte e argila provenientes de baías e estuários, podendo conter conchas de moluscos e cobertura turfácea e eólica. Esse depósito está contido no domínio geomorfológico das Terras baixas e no compartimento geomorfológico estuarino, cuja forma apresentada é de terraços estuarinos de superfície plana, levemente ondulados e depressões intercaladas. Na planície costeira de Santa Catarina, o Depósito Estuarino restringe-se ao complexo estuarino de São Francisco do Sul e Itapoá, nas margens da baía da Babitonga, aflorando ao sul do município de Itapoá e no canto noroeste da ilha de São Francisco do Sul (Figura 25) (Foto 12). Foto 12. Vista para norte da superfície plana do Depósito Estuarino de idade holocênica no canto sudoeste da ilha de São Francisco do Sul. Em segundo plano, as elevações dos morros da Pedra e do Cantagalo da Serra do Mar, cujo substrato é constituído dos granitóides foliados arqueanos do Complexo Tabuleiro. Fonte: Horn Filho et al. (2015b). (Foto 8 do mapa 2, de Norberto Olmiro Horn Filho, setembro 1993, coordenadas geográficas 26 18'41,7"S e 48 42'04,8"W). Depósito Paludial O Depósito Paludial é composto por sedimentos ricos em matéria orgânica encontrados na planície costeira próximo à foz de rios e intrínsecas à atuação das marés. Do ponto de vista geomorfológico esse depósito apresenta forma de planície de maré e terraço de maré, com altitudes médias de no máximo 2 m. Os sedimentos do Depósito Paludial são arenosos finos com lama ou lamosos com elementos de areia fina e muito fina, moderadamente selecionados e extremamente ricos em matéria orgânica em decomposição originária de associações vegetais específicas. Essas espécies são importantes para classificar do ponto de vista ecossistêmico o Depósito Paludial em marismas ou manguezais. Geralmente, os marismas formados por gramíneas do tipo Spartina densiflora e S. alterniflora, antecedendo os mangues nas margens dos canais, que consistem basicamente das espécies vegetais Avicennia schaueriana, Laguncularia racemosa, Rhizopora mangle e Hibiscus tiliaceus var. fernambucensis.

42 82 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 25. Área de ocorrência em cor vermelho claro da unidade litoestratigráfica Depósito Estuarino, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

43 Horn et al. 83 A formação e evolução geológica desse depósito relaciona-se às transgressões e regressões marinhas, em base às variações relativas do nível médio do mar ocorridas nos últimos 5,1 ka AP, associadas ao sistema lagunabarreira IV de idade holocênica. Na planície costeira catarinense, o Depósito Paludial é mais expressivo nos mapas 1 e 2 do setor Norte, associado às margens da baía da Babitonga e cursos fluviais sob influência das marés (Figura 26). Nesta área, os depósitos seguem os rios Areias Grandes ou da Conquista e Pernambuco, aflorando também nas margens das ilhas do Linguado e da Passagem, lagoa Saguaçu, canal do Linguado, rios Parati e Paranaguá- Mirim e também nas margens das ilhas do Mel, dos Barcos e Comprida. No setor Central, o Depósito Paludial ocorre na planície costeira do município de Florianópolis, ilha de Santa Catarina, com destaque para a exposição de cerca de 20km² existente na foz da bacia hidrográfica do rio Ratones. Outra pequena porção é observada no município de Biguaçu, na foz do rio homônimo com forma sigmoidal. No município de Palhoça, o depósito possui forma longitudinal no sentido leste-oeste, na foz dos rios Massiambu Grande e Fugido em uma extensão de cerca de 3 km. Ainda no setor Central, o Depósito Paludial restringe-se a um ponto a oeste da laguna Santo Antônio e lagoa Ribeirão Grande e representa a última exposição do ecossistema manguezal ao sul de Santa Catarina e no Brasil (Foto 13). No setor Sul o depósito é encontrado no mapa 11, por vezes na forma circular e localizado nas margens de lagoas e lagunas onde são identificadas vegetação de marisma. Ao norte da lagoa de Caverá identifica-se uma superfície plana de ambiente pantanoso ou paludial com presença de sedimentos turfáceos explorados economicamente na região como corretivo de solo e fertilizante. Ambientes de alta energia As unidades litoestratigráficas do Holoceno típicas dos ambientes hidrodinâmicos de alta energia são: Depósito Marinho Praial, Depósito Lagunar Praial, Depósito Estuarino Praial, Depósito de Chenier e Depósito Eólico, as quais serão retratadas uma a uma a seguir. Essas unidades se encontram em ambientes abertos e oxidantes, com maior circulação de suas águas e atuação intensa dos ventos. Foto 13. Vista para nordeste do Depósito Paludial holocênico às margens da laguna Santo Antônio, constituído de sedimentos síltico-argilosos, rico em matéria orgânica, recobertos por vegetação típica de mangue (Lagucunlaria racemosa), que representa o limite sul de ocorrência de manguezais do estado de Santa Catarina e do Brasil. Fonte: Joaquim et al. (2009) e Horn Filho et al. (2015h). (Foto 8 do mapa 8, de Norberto Olmiro Horn Filho, setembro de 2008, nas coordenadas geográficas 28 28'39,2"S e 48 51'47,9"W). Depósito Marinho Praial O Depósito Marinho Praial é representado pelos sedimentos das praias atuais e praias pretéritas. Situa-se na interface entre a terra e o mar, ao longo da linha de costa, na forma de cordões arenosos paralelos a subparalelos. No caso das praias contemporâneas, o Depósito Marinho Praial se estende desde o nível de baixamar média, até a linha de vegetação permanente, que configura o limite superior das ondas de tempestade (Suguio, 2003). Esses depósitos sofrem influência dos processos de sedimentação marinho e eólico e sua gênese está relacionada com eventos transgressivos e regressivos do Holoceno. A partir de 5,1 ka AP, o abaixamento relativo do nível do mar promoveu a transferência de areias da plataforma continental interna para a zona praial. Essas areias foram retrabalhadas pela dinâmica costeira, tendo contribuído para a construção dos depósitos marinho praiais intermarés (Foto 14)

44 84 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 26. Área de ocorrência em cor verde escuro da unidade litoestratigráfica Depósito Paludial, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

45 Horn et al. 85 Foto 14. Vista para sul do Depósito Marinho Praial do Holoceno, no setor sul da praia do Rosa, observando-se a falésia que limita o Depósito Marinho Praial e o Depósito Eólico de mesma idade. Fonte: Horn Filho et al. (2015g). (Foto 2 do mapa 7, de Norberto Olmiro Horn Filho, abril de 2009, coordenadas geográficas 28 08'11,7"S e 48 38'31,6"W). O Depósito Marinho Praial pode ser visualizado ao longo de todo o litoral catarinense (Figura 27). No litoral Sul do estado de Santa Catarina, os depósitos marinhos praiais do Holoceno encontram-se bem distribuídos, na forma de praias atuais ou terraços marinhos e cordões regressivos, sendo que o último apresenta as maiores dimensões no extremo sul catarinense. No setor Norte do estado, o Depósito Marinho Praial apresenta ampla distribuição ao longo de todo o litoral. Contudo, na área mais ao sul, que contempla a faixa litorânea entre as praias de Balneário Camboriú e Piçarras, tal depósito apresenta-se descontínuo, recortado por afloramentos de rochas cristalinas do embasamento, e muitas vezes sobrepostos por áreas antropizadas. Na área ao norte da foz do rio Itajaí-Açú, observa-se um relevante incremento na dimensão do Depósito Marinho Praial, os quais avançam em direção ao interior da planície costeira e atingem os sedimentos do Depósito Aluvial. Ao norte da praia de Piçarras, esse depósito adota formas mais estreitas, porém com ampla continuidade lateral, sobretudo devido à existência de apenas um afloramento de rochas do embasamento, na praia das Pedras Brancas e Negras. Já ao norte do canal do Linguado, os depósitos ampliam-se novamente com a ocorrência de sedimentos eólicos e áreas antropizadas sobrepostos aos sedimentos marinho praiais. No setor Central, o Depósito Marinho Praial constitui tanto as praias atuais bem como os cordões regressivos, muitas vezes recobertos por sedimentos eólicos holocênicos. Nas proximidades da ilha de Santa Catarina, tal depósito sofre expressiva redução, tanto em área quanto em continuidade. Nas adjacências da praia da Pinheira, o Depósito Marinho Praial assume uma expressiva largura típica da planície de cordões regressivos litorâneos. Na região do cabo de Santa Marta Grande, no setor Sul, observa-se o contato entre os sedimentos das praias atuais e os cordões regressivos mais interiorizados, muitas vezes sobrepostos por sedimentos eólicos do Holoceno. O Depósito Marinho Praial é constituído na sua maioria por areias quartzosas, finas a grossas, maturas a imaturas, de coloração esbranquiçada, podendo apresentar concentrações variadas de minerais pesados e bioclastos carbonáticos. Depósito Lagunar Praial O Depósito Lagunar Praial representa as praias arenosas que afloram nas margens lagunares, bem como nos cordões regressivos lagunares. A formação desse depósito é resultado de eventos regressivos ocorridos durante o Holoceno. A diminuição do nível relativo médio do mar e a consequente redução da altura da lâmina d água nas lagunas expôs parte dos sedimentos outrora depositados em ambiente subaquoso. Esses depósitos são constituídos de areias grossas a finas, mal selecionadas, com participação de biodetritos carbonáticos e matéria orgânica em decomposição. Estruturas sedimentares como estratificação plano-paralela ocorrem com frequência neste tipo de depósito. Ao longo do litoral catarinense é mapeado o Depósito Lagunar Praial somente nos setores Central e Sul do estado. No setor Central aflora na ilha de Santa Catarina, nas adjacências da laguna da Conceição e nas margens da lagoa do Peri (Foto 15). Em direção ao sul ocorre nas adjacências do complexo lagunar Mirim - Imaruí - Santo Antônio.

46 86 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 27. Área de ocorrência em cor amarela da unidade litoestratigráfica Depósito Marinho Praial, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

47 Horn et al. 87 No setor Sul, ainda sobre influência do complexo lagunar e do rio Tubarão, observam-se extensas manchas de Depósito Lagunar Praial nas adjacências das lagoas Garopaba do Sul, Camacho, Santa Marta e Manteiga, sendo essa a maior expressão do Depósito Lagunar Praial da planície costeira de Santa Catarina (Figura 28). Depósito Estuarino Praial Segundo Nordstrom (1992), o Depósito Estuarino Praial pode ser constituído por sedimentos cuja textura varia desde areia fina a areia grossa, imaturos e compostos de quartzo, feldspato, carbonato e fragmentos de rocha. De caráter intermarés, os depósitos estuarinos praiais apresentam processos de retrabalhamento dos sedimentos dominados por maré ou ondas geradas localmente. Ondas formadas sob essas condições são caracterizadas principalmente por seu curto período. costeiras abertas (Nordstrom, 1992). A influência de tais fatores locais altera o regime de ondas nas praias, o que modifica, de forma relevante, tanto a magnitude quanto a extensão do retrabalhamento do sedimento ao longo do perfil praial, podendo resultar numa grande variedade morfológica. O Depósito Estuarino Praial na planície costeira de Santa Catarina é encontrado no setor Norte, nos municípios de São Francisco do Sul e Itapoá (Figura 29), associado à margem sudeste da baía da Babitonga, adjacente ao Depósito Estuarino que aflora à retaguarda na ilha de São Francisco do Sul e praia Figueira do Pontal (Foto 16). Depósito de Chenier O Depósito de Chenier está associado ao sistema laguna-barreira IV do Holoceno, formado entre 5,1 ka AP e o presente, relacionado com a gradual descida do nível do mar nos últimos milhares de anos. Os depósitos associam-se à sedimentação lamosa oriunda dos sedimentos transportados por meio fluvial, representando uma deposição complexa e única no litoral de Santa Catarina. Foto 15. Vista para sul do Depósito Lagunar Praial do Holoceno formado junto à praia do Peri, na lagoa do Peri, ilha de Santa Catarina, observando-se a sedimentação arenosa com minerais pesados e as cúspides lagunares. Fonte: Horn Filho & Ferreti (2015f) (Foto 6 do mapa 6, de Norberto Olmiro Horn Filho, maio de 1998, nas coordenadas geográficas 27 43'37,6"S e 48 30'34,1"W). Fatores locais como velocidade dos ventos, orientação da linha de costa, configuração dos fundos adjacentes bem como o condicionamento antrópico assumem maior relevância nos depósitos estuarinos praiais em relação às zonas Foto 16. Vista para sudoeste dos sedimentos arenosos finos do Depósito Estuarino Praial, observando-se o setor morfológico do pós-praia da praia Figueira do Pontal junto à baía da Babitonga, município de Itapoá. Fonte: Horn Filho et al. (2015a). (Foto 6 do mapa 1, de Norberto Olmiro Horn Filho, maio de 2009, nas coordenadas geográficas 26 09'35.3"S e 48 35'08.1"W).

48 88 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 28. Área de ocorrência em cor verde claro da unidade litoestratigráfica Depósito Lagunar Praial, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

49 Horn et al. 89 Figura 29. Área de ocorrência em cor verde claro da unidade litoestratigráfica Depósito Estuarino Praial, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

50 90 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil As planícies de cordões regressivos litorâneos de chenier foram originadas durante as fases de progradação costeira a partir de processos marinhos acrescivos e erosivos propiciando a acumulação de sedimentos arenosos médios a grossos na forma de feixes de cordões, onde ocorre a sedimentação lamosa intercalada com as areias dos cordões regressivos litorâneos. Os depósitos são encontrados somente no setor Central do litoral de Santa Catarina, no município de Tijucas e parte do município de Governador Celso Ramos, na enseada de Ganchos (Figura 30). O Depósito encontra-se em toda faixa leste do município de Tijucas sob a influência da sedimentação fluvial do rio Tijucas e da baía/enseada de Tijucas (Foto 17). A praia de Tijucas representa uma das únicas exposições de sedimentos lamosos do litoral de Santa Catarina. Essa praia acompanha a planície de cordões do tipo chenier junto à enseada de Tijucas, produto da remobilização de sedimentos finos tipicamente fluviais em ambiente regressivo litorâneo. Esses depósitos representam uma extensa sequência progradacional, associando-a com a dinâmica de sedimentos coesivos e não coesivos do tipo chenier. Observaram igualmente fases de progradação regular cíclica por acresçãoerosão de sedimentos areno cascalhosos formando feixes de cordões e fases de progradação por deposição de sedimentos lamosos com eventuais deposições de sedimentos grossos, resultando em cordões do tipo chenier. Foto 17. Vista para sul do Depósito de Chenier na planície costeira adjacente ao rio e baía de Tijucas, setor Central do litoral de Santa Catarina (Foto de Norberto Olmiro Horn Filho, novembro de 2010, nas coordenadas geográficas 27 14'36.8"S e 48 36'50.2"W). Depósito Eólico O Depósito Eólico encontra-se disposto em áreas próximas à linha de costa atual ou à paleolinhas de costa. São constituídos por sedimentos que apresentam geralmente estratificação, constituídos de grãos arenosos finos a médios, quartzosos, arredondados, de boa seleção, presença de minerais pesados ou não, coloração em tons de bege, ocre a amarelados. Os depósitos estão relacionados ao sistema deposicional laguna-barreira IV de idade holocênica. As formas de relevo do Depósito Eólico do Holoceno são representadas por dunas e mantos de aspersão eólico que recobrem geralmente as planícies de cordões regressivos litorâneos. As dunas podem ser encontradas ativas, móveis e desprovidas de vegetação ou semifixas, fixas e bem vegetadas (Foto 18). Nas encostas a barlavento e nas depressões entre dunas, a superfície dos depósitos aparece ornamentada por marcas ondulares perpendiculares à direção do vento predominante. Ao longo de toda a extensão do litoral catarinense observam-se depósitos eólicos do Holoceno (Figura 31). No setor Norte do estado, o Depósito Eólico do Holoceno apresenta-se menos expressivo em relação aos demais setores costeiros do litoral. Os sedimentos de origem eólica estão depositados de forma paralela à orla das praias Brava e Navegantes. Já ao norte do canal do Linguado, observa-se um significativo aumento no volume dos depósitos eólicos, que se estendem paralelos à linha de costa, até a localidade da praia da Enseada. No setor Central, os depósitos eólicos apresentam-se de forma esporádica, paralelos à linha de costa. Os expoentes mais extensos destes depósitos estão localizados na porção mais ao sul do referido litoral, nas adjacências da praia Balneário do Sol e na costa leste da ilha de Santa Catarina. Ao norte do município de Florianópolis, os depósitos tornam-se menores e mais descontínuos. No litoral Sul do estado de Santa Catarina os depósitos eólicos apresentam-se bem distribuídos ao longo da linha de costa. Possuem as maiores dimensões no extremo sul catarinense, apresentando significativas reduções em direção ao litoral Central. Os sedimentos de origem eólica encontram-se muitas vezes sobrepostos aos depósitos marinho praiais de mesma idade.

51 Horn et al. 91 Figura 30. Área de ocorrência em cor marrom escuro da unidade litoestratigráfica Depósito de Chenier, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

52 92 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 31. Área de ocorrência em cor amarela da unidade litoestratigráfica Depósito Eólico, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

53 Horn et al. 93 Foto 18. Vista para norte da depressão interdunas do Depósito Eólico holocênico em Itapirubá, constituído de sedimentos arenosos finos na forma de dunas barcanas móveis. Fonte: Joaquim et al. (2009) e Horn Filho (2015h). (Foto 9 do mapa 8, de Norberto Olmiro Horn Filho, setembro de 2008, nas coordenadas geográficas 28 20'12,6"S e 48 43'33,9"W). bem selecionadas, dos ambientes marinho praial e eólico. Os materiais de origem orgânica consistem de conchas de moluscos e de ostras, esqueletos e fragmentos de ossos humanos, de peixes, de aves e de mamíferos marinhos. Os materiais de origem arqueológica compreendem restos de carvão e cinzas, objetos líticos como pontas de flecha, utensílios de cozinha e adornos diversos. A mistura de todos esses materiais constitui a essência do depósito no momento de sua acumulação, deixando praticamente impossível uma separação nítida entre eles. Os sambaquis apresentam formatos de cone e colina (Foto 19), com altitudes entre 7 e 15 m. Estratificação plano-paralela, horizontal a subhorizontal, atesta a sobreposição de camadas calcinadas de origem deposicional. Sistema deposicional antropogênico O sistema deposicional antropogênico inclui os depósitos formados natural ou artificialmente sob a influência antrópica, sendo classificados em Depósito do tipo Sambaqui e Depósito Tecnogênico. Os sambaquis constituem acumulações de origem natural, com mistura de materiais de origem sedimentar, artefatos líticos e restos orgânicos. Os sedimentos tecnogênicos constituem acumulações de origem artificial, resultado de intervenções humanas atuais com uso de técnicas especializadas, destacando-se os aterros mecânicos e hidráulicos, enrocamentos, rejeitos minerais e construção de rodovias. Depósito do tipo Sambaqui O Depósito do tipo Sambaqui constitui uma acumulação de origem natural, com mistura de materiais de origem sedimentar, artefatos líticos e restos orgânicos. Do ponto de vista da arqueologia costeira, essa unidade litoestratigráfica é considerada um sítio arqueológico. As comunidades indígenas que criaram esse depósito tinham aparentemente uma alimentação proveniente dos oceanos e ambientes lagunares, dando explicação à posição próxima à linha de costa. Três principais tipos de substâncias compõem os sambaquis. Os materiais de origem sedimentar são geralmente areias finas, claras, quartzosas, Foto 19. Vista geral para sudeste do sambaqui Ponta da Garopaba do Sul, na forma de colina, localizado na planície costeira do município de Jaguaruna, cujas medidas de 200 m de comprimento, 30 m de altitude e 10 ha de extensão, o qualificam como o maior sambaqui do mundo. Fonte: Horn Filho et al. (2015i). (Foto 6 do mapa 9, de Norberto Olmiro Horn Filho, julho de 2011, nas coordenadas geográficas 28 37'31,8"S e 48 53'34,4"W). A distribuição do Depósito do tipo Sambaqui ao longo do litoral de Santa Catarina se caracteriza pela presença pontual em diferentes locais. Foram mapeados 169 sítios arqueológicos ao longo do litoral, tendo como substrato as rochas do embasamento em distintos tipos de elevações, como pontas, promontórios, ilhas, dentre outras e os sedimentos quaternários de diferentes depósitos da planície costeira (Figura 32).

54 94 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Figura 32. Áreas pontuais de ocorrência em forma de triângulo da unidade litoestratigráfica Depósito do tipo Sambaqui, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

55 Horn et al. 95 Figura 33. Área de ocorrência em cor vinho escuro da unidade litoestratigráfica Depósito Tecnogênico, do Holoceno, na planície costeira catarinense.

56 96 Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil Dos 169 sítios, 80 ocorrem no setor Norte, 64 no setor Central e 25 no setor Sul, predominando suas ocorrências na região da baía da Babitonga, ilha de Santa Catarina e Laguna, respectivamente. Depósito Tecnogênico O Depósito Tecnogênico é composto de materiais retirados ou alterados pelos humanos para construções e outros usos antrópicos. Segundo Fanning (1989), eles podem ser divididos entre quatro categorias: os materiais úrbicos, constituídos pelos artefatos manufaturados pelo homem moderno (vidro, asfalto, plásticos); os materiais gárbicos constituídos pelo lixo orgânico gerado pelo homem em quantidade significante e que alteram os teores do metano e do oxigênio; os materiais espólicos provenientes de escavações e terraplanagem (minas, rodovias); e por fim, os materiais dragados provenientes de cursos d água. Devido à proveniência antrópica e à geração por técnicas artificiais diretas (construção) ou indiretas (acumulação derivada de uma ação antrópica), os depósitos tecnogênicos podem aparecer sob formatos infinitamente diversificados tais como rodovias, aterros mecânicos e hidráulicos, molhes, terrenos, pistas de aterrissagem e acumulações de rejeitos. As técnicas usadas para a criação de depósitos tecnogênicos são diversificadas, deixando a formação pelos processos artificiais de construção humana e de acumulação de depósitos removidos de maneira antrópica. Os depósitos tecnogênicos existem desde a mais recente fase do Holoceno, que pode ser chamada de Recente, Tecnógeno ou Quinário, dando início significativo a essas obras a partir dos anos 50. A distribuição do Depósito Tecnogênico ao longo dos três setores do litoral de Santa Catarina encontra-se relativamente homogênea, pois grande parte destes representam as rodovias. É possível encontrar diversos tipos de depósitos tecnogênicos no setor Norte, nos aeroportos das cidades de São Francisco do Sul e de Joinville assim como nos molhes do porto de São Francisco do Sul e do rio Piçarras, do campo de golfe em Itapema, dos tômbolos artificiais e dos engordamentos de praia no município de Itapema e nos cais da PETROBRAS (Figura 33). No setor Central, são depósitos tecnogênicos os aterros dos municípios de Florianópolis e São José, dos aeroportos de Navegantes, Florianópolis e São José, da acumulação de rejeitos fosfáticos e de refugos piritosos do porto de Imbituba, das obras de terraplanagem, de diversos molhes, do enrocamento do setor da praia de Balneário Camboriú, assim como dos diversos terrenos de loteamentos residenciais. O setor Sul apresenta também áreas de terraplanagem e de aterros mecânicos e hidráulicos que se juntam as obras de construção em geral e as rodovias (Foto 20), constituindo o Depósito Tecnogênico. Apesar da distribuição contínua de depósitos tecnogênicos ao longo da planície costeira catarinense, pode ser constatada a predominância destes no setor Central. Foto 20. Vista do Depósito Tecnogênico às margens da BR-101, na forma de um muro de gabião, constituído de diabásios do Embasamento Indiferenciado (Formação Serra Geral) explorado de uma jazida a céu aberto na região de Maracajá. Fonte: Horn Filho et al. (2015j). (Foto 5 do mapa 10, de Norberto Olmiro Horn Filho, setembro de 2010, nas coordenadas geográficas 28 56'26,1"S e 49 21'29,3"W). CONCLUSÕES Os elementos da Estratigrafia da planície costeira de Santa Catarina foram elucidados a partir dos depósitos clásticos quaternários superficiais por meio da análise de 20 unidades litoestratigráficas mapeadas. A interpretação e a descrição da evolução paleogeográfica e fisiográfica da planície costeira do estado de Santa Catarina proporcionou a divisão em três setores: Norte, Central e Sul. Nos três setores a distribuição do embasamento e dos depósitos

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