COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO, OBRAS, VIAÇÃO E TRANSPORTE COMISSÃO DO MEIO AMBIENTE. PROJETO DE LEI Nº 237/2012 Com o Substitutivo n o 1
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- Maria do Loreto Aline Ximenes do Amaral
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1 COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO, OBRAS, VIAÇÃO E TRANSPORTE COMISSÃO DO MEIO AMBIENTE PROJETO DE LEI Nº 237/2012 Com o Substitutivo n o 1 RELATÓRIO: De autoria do Vereador Amauri Cardoso, este projeto de lei propõe alterar dispositivos (caput do Art. 1 o e o parágrafo único do Art. 2 o ) da Lei n o /2008, que torna obrigatória a implantação de caixa de gordura nas edificações que menciona. Nos termos do projeto apresentado, é proposto o acréscimo das expressões em destaque ao Art. 1 o e ao parágrafo único do Art. 2 o da referida lei, nos seguintes termos: Art. 1 o É obrigatória a implantação de caixa de gordura nas residências térreas, construídas e/ou reformadas a partir do ano de 2010, nos edifícios residenciais e comerciais, e nos estabelecimentos comerciais, industriais e prestadores de serviços do Município de Londrina. Parágrafo único. [...] Art. 2 o [...] Parágrafo único. O material resultante da limpeza das caixas deverá ser acondicionado em sacos plásticos e destinados a coleta especial a ser estudada e definida pela Secretaria Municipal do Ambiente, em conformidade com o disposto na Lei nº , de 5 de janeiro de 2012 (Código Ambiental do Município de Londrina). Ao projeto foi apresentado o Substitutivo n o 1, pela Comissão de Justiça, por meio do qual é proposta a inserção dos dispositivos propostos na Lei n o /2012 (Código Ambiental do Município), que já trata da matéria, e a revogação da Lei n o /2008, que ora se propõe alterar. PARECER TÉCNICO CONJUNTO: Com a edição da Lei n o /2008, tornou-se obrigatória a implantação de caixa de gordura nas residências térreas, nos edifícios residenciais e comerciais, e nos estabelecimentos comerciais, industriais e prestadores de serviço do Município de Londrina.
2 2 Nos termos dessa lei, a caixa de gordura deve ser construída de acordo com a Norma Técnica NBR 8160/99 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e receber limpeza com frequência de, no mínimo, uma vez por mês, e o material resultante da limpeza deve ser acondicionado em sacos plásticos e destinados à coleta de lixo. A lei estabelece, também, que somente será fornecido alvará de construção para novas edificações se no respectivo projeto constar a previsão de implantação da caixa de gordura. Sobre o assunto, cabe anotar que a caixa de gordura é um equipamento utilizado para separar a gordura da água, ajudando o tratamento microbiano do material. Oferece limpeza e a diminuição ou a eliminação de cheiros. A gordura é prejudicial às redes coletoras de esgotos sanitários, pois gruda nas paredes dos tubos, diminuindo a passagem das águas. É recomendável que todas as residências, bares e restaurantes possuam a caixa de gordura, que deve ser instalada na canalização que conduz despejos da cozinha/área de serviço para o tanque séptico. A caixa de gordura, feita em PVC ou em concreto, pode ser comprada pronta em lojas de materiais de construção ou ser construída por profissional habilitado. Trata-se de uma construção muito viável e relativamente de baixo custo considerando o custo/benefício do sistema pois, ao acumular a gordura, evita transtornos e prejuízos causados por consertos de encanamentos. Com o projeto em tela, o ilustre Vereador propõe que a exigência de instalação da caixa de gordura, no caso das residências térreas seja aplicada apenas àquelas construídas ou reformadas a partir do ano de Por outro lado, propõe ainda que, em vez de se destinar o material resultante da limpeza das caixas à coleta de lixo, que este seja encaminhado a coleta especial, a ser estudada e definida pela Secretaria Municipal do Ambiente. Quanto à primeira questão, o autor argumenta que a maioria das residências construídas antes de 2010, inclusive os conjuntos residenciais projetados pela Companhia de Habitação de Londrina, estão encontrando dificuldades para colocação das caixas de gordura, por falta de espaço ou por problemas financeiros, o que está causando transtorno aos cidadãos londrinenses.
3 3 Por outro lado, argumenta o autor que a alteração quanto à destinação do material resultante da limpeza das caixas, passando este a ser destinado à coleta especial a ser estudada e definida pela Secretaria Municipal do Ambiente, em conformidade com o disposto na Lei n o , [...], é necessária em razão de a Lei /2008 não estar de acordo com as disposições do Código Ambiental, aprovado em 2012, acerca do tema, e para se evitar incoerência entre as duas leis. Analisando o Código Ambiental em vigor, encontramos os seguintes dispositivos relacionados ao assunto: Art. 20. A Secretaria Municipal do Ambiente - SEMA tem a finalidade de assessorar a formulação da política municipal e as diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais, planejar, coordenar, supervisionar, controlar, executar e fazer executar a política municipal e as diretrizes fixadas para o meio ambiente. Art A fonte geradora é responsável pelo tratamento, pelo transporte e pela disposição final das substâncias de qualquer natureza resultantes de sua atividade. [...] Art Não é permitido depositar, dispor, descarregar, entulhar, infiltrar ou acumular, no solo, resíduos, em qualquer estado de matéria, que alterem as condições físicas, químicas ou biológicas do ambiente. Art O solo poderá ser utilizado para destino final de resíduos de qualquer natureza, desde que sua disposição ocorra de forma adequada, vedados a simples descarga ou o depósito, devendo estes obedecer ainda ao disposto nas normas técnicas. Parágrafo único. A forma de disposição dos resíduos será estabelecida em projetos específicos de transporte e destino final. [...] Art Não poderão ser dispostos diretamente no solo, in natura, os resíduos de qualquer natureza, portadores de germes patogênicos ou de alta toxicidade, bem como inflamáveis, explosivos, radioativos e outros prejudiciais ao ambiente. Parágrafo único. As formas de tratamento ou condicionamento deverão ser fixadas em projetos específicos que atendam aos requisitos de proteção do ambiente e à legislação ambiental em vigor. [...] Art O proprietário de edificação deverá construir e manter adequadas instalações domiciliares de armazenamento e distribuição de água e esgoto, cabendo ao usuário a sua necessária conservação. Considerando os dispositivos transcritos, entendemos que a alteração proposta para o único do Art. 2 o é coerente.
4 4 É oportuno anotar que, por ocasião da tramitação do PL n o 79/2006, que originou a Lei n o , de 17 de julho de 2008, a qual impôs a obrigação de implantar a caixa de gordura nas edificações, o projeto foi encaminhado ao Executivo para manifestação. A Secretaria Municipal de Obras, naquela oportunidade, sugeriu que fosse incluída nas determinações do projeto, que a execução da caixa de gordura conforme norma técnica NBR 8160/99, da ABNT, o que se concretizou no Art. 2 o da lei, e, quanto à destinação dos resíduos, indicou que esse tivesse a destinação que consta atualmente na lei. Certo é que a limpeza de caixa de gordura é um serviço preventivo e que deve ser realizado com frequência (segundo especialistas em limpeza, as caixas de gordura residenciais devem ser verificadas mensalmente e limpas sempre que necessário, para evitar problemas como entupimento dos canos, mau cheiro, escoamento lento da água da pia e invasão de pragas urbanas baratas e ratos, por exemplo). Além de causar entupimentos, a gordura causa sérios danos ao meio ambiente. E, além da manutenção, construí-las dentro das definições especificadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT - NBR 8160) é fator importante para a eficiência do sistema. Quanto à instalação da caixa de gordura nas residências, há que se apontar que, em matéria publicada este ano em jornal local, a gerente regional da Sanepar em Londrina e Cambé, Mara Kalinowski, explicou que a presença desse equipamento nos domicílios contribui para aumentar a vida útil da tubulação de esgoto. Sem o equipamento, a sujeira que desce pela pia da cozinha vai para as tubulações causando entupimentos e prejudicando o funcionamento do sistema 1. No entanto, apesar da importância desse dispositivo, dados da mesma matéria indicam que dois terços das cerca de 1,7 mil residências vistoriadas pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) na área das bacias hidrográficas dos ribeirões Cambé e Lindoia não possuem caixa de gordura. É importante ressaltar, relativamente à questão ambiental, que a instalação da caixa de gordura nas residências e nos edifícios, assim como nos estabelecimentos comerciais, industriais e prestadores de serviço tende a contribuir enormemente para a preservação dos rios, dos córregos, dos lagos e dos mananciais que abastecem o Município, colaborando para manter um ambiente sadio e para a melhor qualidade de vida da população. 1 Disponível em < Acesso em 28.agosto.2012.
5 5 Sendo assim, o correto é que toda residência tenha instalada uma caixa de gordura. O ideal seria, ainda, que se criasse o hábito de reservar a gordura, como óleos de fritura e outros, e a descartasse em local apropriado. Chamada a se pronunciar sobre o presente projeto, a Secretaria Municipal do Ambiente - SEMA assim se manifestou: No Art. 1, é sugerido que a lei seja aplicada apenas a construções e/ou reformas a partir do ano de No entanto, é importante que todas as edificações possuam caixa de gordura uma vez que, de acordo com dados da Sanepar, 20% dos casos de extravasamento de redes de esgoto se dão por entupimento por gordura, justamente pela ausência ou falta de manutenção das caixas de gordura. Estes extravasamentos causam vários impactos ambientais. Portanto somos contrários a este artigo, uma vez que se esta lei for aplicadas apenas a construções ou reformas realizadas a partir de 2010, irá ficar restrita a uma pequena porcentagem das edificações existentes, permanecendo o problema ambiental. Não há restrições quanto ao Artigo 2. (Destaques desta Assessoria) Após todo o exposto, apesar de considerarmos louvável a intenção do ilustre autor para tentar resolver o impasse com relação às residências construídas antes de 2010, concordamos com a argumentação da SEMA, e, pelos motivos já expostos, entendemos ser necessário que todas as edificações contem com esse dispositivo tão importante para o correto funcionamento do sistema de esgotos e para as próprias edificações, além de fundamental para minimizar os danos ambientais decorrentes das atividades urbanas. Assim, concluímos que a matéria deve ser aprovada na forma do Substitutivo n o 1, proposto pela Comissão de Justiça, que insere adequadamente os dispositivos na Lei n o /2012 (Código Ambiental do Município), que já trata do assunto, e que indica a revogação da lei que ora se propõe alterar. Lembramos, contudo, que a acolhida da matéria é prerrogativa exclusiva dos membros da Comissão, por meio de seu voto. É o parecer. EDIFÍCIO DA CÂMARA MUNICIPAL, 31 de agosto de Assessoria Técnico-Legislativa/SoniaR.
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