Estatísticas Vitais. Pauline Lorena Kale e Antonio Jose Leal Costa
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO MEDICINA PREVENTIVA INSTITUTO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA- CURSO DE GRADUAÇÃO MEDICINA Estatísticas Vitais Pauline Lorena Kale e Antonio Jose Leal Costa 2016
2 Eventos Vitais ONU 1955 define como todos os fatos relacionados com o começo e o fim da vida do indivíduo, nascimento e morte, e as mudanças de estado civil que podem ocorrer durante a vida A inscrição oficial dos eventos vitais, o registro civil, tem importância jurídica
3 Eventos Vitais Informações quantitativas e qualitativas: Número de Nascimentos Número de óbitos Número de óbitos por causas de morte; Número de partos prematuros, partos cesáreos etc... Indicadores de Saúde e Demográficos -Taxa de Mortalidade Geral, Taxa de Mortalidade Infantil; Taxa de Mortalidade Fetal; Razão de Mortalidade Materna etc... -Prevalência de baixo peso ao nascer, nascimento pré-termo etc... -Taxa de Fecundidade; Taxa de Natalidade etc...
4 Exemplos/análises ms/analise-situacoes-saude
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7 Estatísticas Vitais Estatística Estado ou estudo do Estado Fatos ou dados coletados por instituições governamentais; Dados estatísticos contar população finalidade administrativa (imposto; serviço militar) 1250 AC no Egito China AC Grécia, Roma ano 100 DC (obrigatório registro de nascimento e óbito para fins tributários e militares) A verdadeira origem: registros da Igreja Católica Laurenti et al, 2009
8 Estatísticas de Mortalidade Epidemia de Peste na Europa no século XIV Rota comercial Necessidade de contabilizar os mortos Inglaterra, 1592 decreto governamental segundo o qual as paróquias londrinas deveriam fazer uma lista de enterros e pessoas eram designadas para atestar sobre a possível causa de morte. Listas semanais com as seguintes informações: Sexo Idade Local de residência Causa de morte etc Rotina mesmo sem epidemias OPAS, 1994
9 Registros de Eventos Vitais Registros Eclesiásticos sistemáticos : século XV Espanha, Inglaterra (1538), França (1539), Suécia (1608), Finlândia (1628) e Dinamarca (1646); Registros pagos - sub-registro 1 0 ) Incas no Peru Registro instituído pelo Estado Usavam cordões coloridos e com nós, chamados quipus mediante os quais tinham controle do número de pessoas que nasciam e morriam; 2 0 ) Colônias americanas de Massachusetts e New Plymouth nos EUA (1639) 3 0 ) França : Código de Napoleão: o registro civil passa a ser responsabilidade do Estado Registro Civil passa a ser legal
10 Estatísticas Vitais Século XVII, John Grant Natural and political observations made upon the bills of Mortality (1662) Analisou dados, p.ex., excesso de mortalidade masculina, área rural, em crianças e destacou algumas causas de morte de maior frequência... Lista de nascimentos: nascem mais homens que mulheres; Construiu tábuas de vida; Fez críticas quanto à validade das informações OPAS, 1994
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12 Estatísticas de Mortalidade Século XVII, John Grant Listas tinham duas finalidades: Curto prazo: Vigilância contar mortes por peste Longo prazo: descrever padrões de mortalidade, monitorar situação de saúde por meio de indicadores de saúde A partir de então outros países também passaram a executar as estatísticas de mortalidade que se mantém até hoje Necessidade de padronização universal para fins de comparação OPAS, 1994
13 Estatísticas Vitais 1837 William Farr Primeiro médico diretor Registrar General of England and Wales Usou Registros Vitais da Inglaterra Análise dos Nascimentos e Óbitos Apontou deficiências dos dados; Propôs métodos para qualificar as estatísticas vitais como: Modelo Único do Atestado de Óbito e Classificação de Causas de Morte Mello Jorge et al, 2007
14 Atestado de óbito Até o início do século passado o modelo do atestado de óbito não era padronizado; 1925 OMS propõe modelo único onde deveria ser anotado: Primeiramente a causa imediata de morte (causa final ou terminal), a seguir, as condições mórbidas que a antecederam, caso houvesse, e por último a causa primária. Deveriam ser anotadas de baixo para cima OPAS, 1994
15 Atestado de óbito 1927 Inglaterra e País de Gales os primeiros a adotarem, seguidos do Canadá. Desenvolveram programas educativos para estudantes nas escolas médicas e médicos, visando a valorizar o preenchimento correto; 1939 EUA e outros países; 1948, Sexta Revisão da Classificação Internacional de Doenças aprova Modelo Único Modelo Internacional de Atestado de Óbito; 1950 passou a ser usado em praticamente todos os países do mundo OPAS, 1994
16 Modelo do Atestado de óbito De 1950 até hoje consta de duas partes: Parte I a) b) c) Parte II (causas contribuintes) Décima revisão CID (1995) recomendou acrescentar mais uma linha na parte I
17 Atestado de óbito Bloco 5: Condições e Causas de Morte
18 Estatísticas Vitais no Brasil Registro de óbito na época do Império; 1814 proibia o enterramento sem declaração médica Estado designava paróquias para executar essa função; 1888 primeira lei relativa a obrigatoriedade dos registros civis (nascimento, casamento e morte) por conta do Estado 1916 Código Civil Brasileiro função do Estado; 1919 Atestado de Óbito (AO) era preenchido no próprio prontuário médico; 1976 Adota-se o Modelo Internacional de AO 1997 Registros Civis públicos e gratuitos Laurenti, Mello Jorge, Gotlileb, 2006
19 Eventos Vitais no Brasil Fontes de informação de eventos vitais no país Registro Civil (desde 1974 IBGE) Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM- Ministério da Saúde: desde 1975 ) Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC- Ministério da Saúde - a partir de 1990) Censos Demográficos e estudos especiais Laurenti, Mello Jorge, Gotlileb, 2006
20 Registro Civil (IBGE) Endereços eletrônicos Tabelas prontas
21 Registro Civil (IBGE) Endereços eletrônicos Programa de Tabulações - SIDRA
22 Registro Civil (IBGE) Programa de Tabulações - SIDRA
23 Endereços eletrônicos Ministério da Saúde Secretaria de Estado e Saúde do Rio de Janeiro Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro.
24 Endereços eletrônicos Ministério da Saúde
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27 Definições importantes ao nascimento
28 Algumas definições importantes NASCIDO VIVO Nascimento Vivo é a expulsão completa de um produto de concepção do corpo materno, independentemente da duração da gravidez, o qual, depois da separação, respire ou dê qualquer outro sinal de vida, como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não desprendida a placenta. Cada produto de um nascimento que reúna essas condições se considera como uma criança nascida viva OMS-CID 10ª Revisão
29 Definições importantes NASCIDO MORTO (óbito ou perda fetal) É a morte de um produto de concepção, antes da expulsão ou extração completa do corpo de mãe, independentemente da duração da gravidez; indica o óbito o fato do feto, depois da separação, não respirar nem apresentar nenhum outro sinal de vida, como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária OMS-CID 10ª Revisão
30 Peso ao Nascer Definição: Peso ao Nascer (PN) é o peso exclusivamente do concepto no momento do parto (sem outros produtos, líquido amniótico, placenta) Extremo Baixo Peso ao Nascer: menos de 1000g (até 999g) Muito Baixo Peso ao Nascer: menos de 1500g (até 1499 g) Baixo Peso ao Nascer: menos de 2500g (até 2499 g) Adequado: 2500 a 3999g Sobrepeso: igual ou maior de 4000g M.M. Adams et al., Perinatal Epidemiology for Public Health Practice (2009)
31 Idade Gestacional Medida a partir do primeiro dia do último período menstrual, expresso em dias ou semanas completas Categorias de Idade Gestacional Pré-Termo:menor de 37 semanas (259 dias); Termo: de 37 a menos de 42 semanas completas (259 a 293 dias); Pós-Termo: 42 semanas completas ou mais (294 dias ou mais). OMS, CID 10, Vol II, 2008
32 Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC Foi implantado oficialmente a partir de 1990, com o objetivo de coletar dados sobre os nascimentos informados em todo território nacional e fornecer dados sobre natalidade para todos os níveis do Sistema de Saúde
33 Instrumento Básico: Declaração de Nascido Vivo (DN)
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40 Q02 - microcefalia
41 Fonte: SINASC Marinho et al, 2016
42 v v Fonte: SINASC Marinho et al, 2016
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44 Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM O SIM desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em 1975, é produto da unificação de mais de quarenta modelos de instrumentos utilizados, ao longo dos anos, para coletar dados sobre mortalidade no país. Possui variáveis que permitem, a partir da causa mortis atestada pelo médico, construir indicadores e processar análises epidemiológicas que contribuam para a eficiência da gestão em saúde. Com a finalidade de reunir dados quantitativos e qualitativos sobre óbitos ocorridos no Brasil, o SIM é considerado uma importante ferramenta de gestão na área da saúde.
45 Instrumento Básico: Declaração de Óbito (DO)
46 Bloco I Identificação Informações gerais sobre a identidade do falecido e dos pais. Emissão obrigatória da DO fetal a partir da 20 a semana de gestação Definição de óbito fetal a partir da 22 a semana de gestação Adaptação da apresentação de Angela Cascão realizada no Hospital Miguel Couto
47 Nascidos Mortos Perdas Fetais ou Óbitos Fetais 22 semanas nascimento Aborto natimorto ou óbito fetal do componente perinatal CID- 10 Revisão
48 Nascidos Vivos Óbitos Infantis 0 dia 6 dias 27 dias 364 dias Neonatal precoce Neonatal tardio Pós neonatal ou Infantil tardio neonatal Neonatal precoce: 0 a 6 dias Neonatal tardio: 7 a 27 dias Pós neonatal: 28 a 364 dias (1 ano incompleto) CID- 10 Revisão
49 Bloco IV Preenchimento obrigatório para os óbitos fetais ou de menores de 1 ano informações sobre a mãe, no que se refere à idade, escolaridade, ocupação, filhos tidos, gestação, gravidez, parto, morte em relação ao parto, peso ao nascer, e para os nascidos vivos o nº da DNV.
50 Definições importantes MORTE MATERNA Defini-se Morte Materna como a Morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a Causas acidentais ou incidentais. OMS-CID 10ª Revisão
51 Preenchimento obrigatório: mulheres de 10 a 49 anos de idade Adaptação da apresentação de Angela Cascão realizada no Hospital Miguel Couto
52 Mortalidade por causas específicas Declaração de óbito Atestado Médico de óbito (parte VI da DO) Modelo internacional
53 Atestado de Óbito Adaptação da apresentação de Angela Cascão realizada no Hospital Miguel Couto
54 Bloco VII - Causas Externas PROVÁVEIS CIRCUNSTÂNCIAS DE MORTE NÃO NATURAL (Informações de caráter estritamente Epidemiológico) Adaptação da apresentação de Angela Cascão realizada no Hospital Miguel Couto
55 Definições importantes CAUSAS DE MORTE são todas aquelas doenças, estados mórbidos ou lesões que produziram a morte, ou que contribuíram para ela, ou as circunstâncias do acidentes ou da violência que produziu essas lesões. CAUSA BÁSICA doença ou lesão que iniciou patológicos que conduziram à morte, ou a cadeia de acontecimentos as circunstâncias do acidente ou da violência lesão fatal. que produziu a Adaptação da apresentação de Angela Cascão realizada no Hospital Miguel Couto OMS-CID 10ª Revisão
56 Definições importantes Causas de Morte A definição deixa bem clara a existência de dois grandes grupos de causas : causas naturais são as doenças tais como as conhecemos (as doenças infecciosas, cardíacas, renais, respiratórias, próprias da gravidez, da pele etc.); causas não naturais ou causas externas representadas pelos acidentes (todos os tipos) e pelas violências: homicídios, suicídios, intervenção legal e operações de guerra. OMS-CID 10ª Revisão Adaptação da apresentação de Angela Cascão realizada no Hospital Miguel Couto
57 Causas de Morte As complicações da causa básica são chamadas causas intervenientes e a última delas causa terminal ou causa direta da morte. Parte I Causa terminal a)... b)... CAUSAS INTERVENIENTES c)... d)... Causa básica Parte II CAUSAS CONTRIBUINTES CAUSAS INTERVENIENTES + CAUSAS CONTRIBUINTES = CAUSAS ASSOCIADAS CAUSAS ASSOCIADAS + CAUSA BÁSICA = CAUSAS MÚLTIPLAS Laurenti, 2013
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62 BVS
63 Mortalidade por causas específicas Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados a Saúde. 10a revisão CID10 Volume I Volume II Volume IIII Capítulos Agrupamentos Categorias Subcategorias Regras e Disposições para Codificar Mortalidade e Morbidade Apresentação Estatística Índice alfabético
64 Mortalidade por causas específicas Qualidade dos dados: freqüência de óbitos por causa mal definidas (CID-10 capítulo XVIII - Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório não classificados em outra parte)
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66 Mortalidade proporcional por Causas Mal Definidas =4,5%
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