Azeite. Uma marca portuguesa de referência. Curso: Design. Disciplina: História da Arte e da Técnica
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- Diana de Sá Almeida
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1 Curso: Design Disciplina: História da Arte e da Técnica Azeite Uma marca portuguesa de referência Aluna: Evelina Sofia de Azevedo Monteiro e Almeida dos Vultos /Turma A2-Design/ 1º ano Página 1 de 16
2 Índice Pág. I. Introdução 5 II. Oliveira- a árvore da eternidade 7 III. Azeite Gallo uma marca portuguesa de referência 10 IV. Conclusão 11 V. Bibliografia 12 Página 2 de 16
3 ANEXOS Pág. Anexo I Título de registo da marca 12 Anexo II- Primeiras embalagens 13 Anexo III Primeiros rótulos 14 Anexo IV Primeiros rótulos 15 Anexo V- Os Proprietários e o marketing no início da marca 16 Página 3 de 16
4 I. INTRODUÇÃO O presente trabalho surge no âmbito da disciplina de História da Arte e da Técnica. Propomo-nos abordar o historial do Azeite Gallo e o facto de se ter tornado uma marca portuguesa de referência. Numa primeira abordagem, consideramos pertinente debruçarmo-nos sobre o azeite enquanto alimento e as suas particularidades, pelo que nos socorremos de trabalhos científicos nesta área (Ferraz (2009) e Custódio (2009) Recorremos ao site da marca e a diversos outros sites que lhe fazem referência, e que estão identificados na bibliografia. Usámos também a informação que consta de um blog que desde 2006 fala de marcas, cases de marketing, design, logos e slogans designado O Mundo das Marcas que de acordo com o seu autor, Kadu Dias (Publisher & Founder), não é associado ou representa qualquer das marcas citadas. O objectivo que orienta este trabalho é compreender que aspectos estão na base do Azeite Gallo enquanto uma marca portuguesa de referência. Página 4 de 16
5 II. Oliveira- a árvore da eternidade A oliveira é uma árvore cujo período de vida pode atingir 700 anos, daí a ser denominada de árvore da eternidade. Tem um porte médio e as suas raízes podem atingir seis metros de profundidade. Data-se o seu aparecimento na Era Terciária, mesmo antes do aparecimento do Homem. Chega à Península através do comércio do mediterrâneo e é levado pelos portugueses e espanhóis, na segunda romanização, para o Novo Mundo. Cerca de 95% da produção mundial de azeite concentra-se não mediterrâneo. Ferraz (2010:2) refere que «A produção de azeite envolve uma série de etapas que vão desde a apanha das azeitonas até ao armazenamento do azeite, passando por uma série de transformações que permitem a sua obtenção e asseguram a sua qualidade. Actualmente, os métodos tradicionais de processamento da azeitona deram lugar a processos modernos de extracção, utilizando variação de temperatura e pressão. Desta forma, o método tradicional de prensagem a frio quase não existe mais.» Segundo o regulamento nº 2568/91 da Comissão Europeia, citando Custódio(2009:9) «a classificação do azeite é feita, usando uma árvore de decisão, com base na percentagem de acidez, no índice de peróxido, nas absorvâncias no ultravioleta e na análise sensorial.» Esta mesma autora refere que «O azeite extra virgem é considerado o melhor azeite devido às características organolépticas, estabilidade oxidativa e composição química. É o único óleo vegetal que pode ser consumido directamente cru e contém elementos nutricionais importantes, entre os quais vitaminas e antioxidantes (Baccouri et al, 2008). O azeite é composto sobretudo por triacilgliceróis (~99%), ácidos gordos livres, mono e diacilgliceróis, hidrocarbonetos (principalmente esqualeno), esteróis, álcoois alifáticos, tocoferóis e pigmentos (p. ex. β-caroteno), bem como vários compostos fenólicos e voláteis (Boskou et al, 2006). Os compostos voláteis contribuem para as características organolépticas do azeite e são fundamentais para a sua qualidade». Composição do azeite transformam-no num alimento primordial até pela riqueza da sua composição em ácidos gordos e compostos anti-oxidantes. Constitui um elemento essencial na dieta mediterrânica. A dieta mediterrânica Página 5 de 16
6 privilegia o consumo de legumes, fruta, leguminosas, azeite e vinho tinto. Custódio (2009) sublinha que, citamos, «os benefícios desta dieta para a saúde fazem com que os efeitos dos seus componentes na saúde, sobretudo do azeite, sejam bastante estudados.» Graças à dieta mediterrânica, esta autora também anota que Ortega (2006) refere que os habitantes dos países mediterrânicos (Sul da Europa e Norte de África) têm uma maior esperança de vida e um risco mais baixo de doenças crónicas do que noutras regiões. Pensa-se que a dieta e o estilo de vida destas populações têm sido responsáveis pela diminuição da incidência de diabetes, cancro e doenças cardiovasculares. Ainda de acordo com esta autora, a dieta mediterrânica, da qual o azeite é um elemento fundamental, está inversamente associada ao índice de massa corporal e à obesidade, que são factores de risco para as doenças cardiovasculares (Huang e Sumpio, 2008). É assente no conhecimento e na arte inerente à produção do azeite, ambos milenares, que o Azeite Gallo faz o seu percurso enquanto marca de prestígio nacional e internacional, em que a qualidade é a primeira característica. No azeite, a qualidade esta determinada pela região, a variedade e o grau de maturação das azeitonas, o estado sanitário dos produtos (condiciona o grau de acidez do azeite), o processo de extracção, o modo de conservação e a idade do azeite (Ferraz, 2009). Sendo produzido a partir de azeitonas e cientes de que para produzir 250 mililitros de azeite são necessárias entre 1300 a 2000 azeitonas, estamos perante um processo que exige um saber milenar e muita técnica, o trabalho inerente ao artífice que pela continuidade e aperfeiçoamento se torna numa forma de arte. O cuidado colocado na melhoria da qualidade do azeite abriu o caminho para o aparecimento de marcas e, de entre elas, o Azeite Gallo. Nos últimos anos, avanços técnicos e da pesquisa laboratorial permitiram afinar esta qualidade. Poderemos falar pela técnica implícita, na arte de fabricar o azeite e, o que nos interessa, de o apresentar e comercializar. Neste trabalho, como já referimos iremos focar em aspectos que estão na base do Azeite Gallo enquanto uma marca portuguesa de referência. Página 6 de 16
7 III. Azeite Gallo uma marca portuguesa de referência O slogan da marca «escrevemos no rótulo o que temos impresso na alma» é reveladora do impacto da mesma, que continua a ecoar desde a sua fundação em Diz uma lenda que o seu fundador, Victor Guedes, acordou uma manhã e ouviu um galo cantar. Assim chamou ao seu azeite e como era como era galego, escreveu galo com dois ll : Gallo. Trata-se de uma marca pautada por afectos e pela tradição. Uma longa tradição de muitos séculos de fabrico de azeite, tradição esta que nos chegou através dos sírios e dos fenícios, tendo sido legada por estes e pelos gregos, ao conhecimento secular aliou-se a arte de fabricar o azeite. No artigo A qualidade tem um nome refere-se que o Azeite Gallo é uma marca que surgiu em Nesta altura, o azeite era embalado em latas. Estávamos no final da 1ª Guerra Mundial. É a partir de 1969 que a marca decide apostar no comércio doméstico do azeite. A família Guedes que exportava produtos portugueses para as comunidades emigradas, em particular no Brasil e na Venezuela, aproveitou a oportunidade de exportar para estes destinos o azeite, no decurso da Guerra Civil de Espanha que não permitiu que os espanhóis exportassem o seu azeite. Ainda que tivesse nascido no Brasil, Victor Guedes aproveita os anos 20 e 30 para expandir a sua marca. Tudo começa nos armazéns do Poço do Bispo, que se torna pequeno para a actividade comercial e obriga a família a adquirir a União Industrial, Lda, em Abrantes. Em 1967, toda a actividade da empresa passa para Abrantes. Ainda nos informa o artigo A qualidade tem um nome que em 1969, Victor Guedes Filho, assume a gestão da empresa. Adopta embalagens de vidro para distribuição no mercado local. Nos anos 70, é sinónimo de azeite extra virgem, uma política que tinha por objectivo reforçar os níveis de confiança do consumidor. Uma atitude séria e responsável permite que o Azeite Gallo ganhe importância no mercado, pelo que em 1980, decidiram retirar o azeite do mercado por falta de legislação na área e numa política de defesa do produto. Página 7 de 16
8 Em 1982, quando surge legislação que vem estabelecer as regras de qualidade no fabrico e comércio do azeite. Uma terceira geração da marca Azeite Gallo, surge com a venda de acções da empresa Victor Guedes & Cª à FIMA, em FIMA irá continuar um trabalho assente nos valores, dos quais se destacam seriedade e responsabilidade, indispensáveis à confiança dos consumidores. A marca é realnçada em 1991 e são criados os azeites com ervas aromáticas em No século XXI, a marca tem consolidado a sua expansão pelo mundo e, acima de tudo, a inovação da sua imagem que obedeceu a diversas fazes em 2001, 2006 e, mais recentemente, em Em O Novo Milénio, a marca explica que definiu, citamos, «definição de 3 intensidades de sabor (suave, clássico e intenso) em 2001, a criação de GALLO Frutado em 2006 e os lançamentos das novas Pastas de Azeitona e da Gama de Vinagres GALLO em Já em 2008 e 2009 levou-se a cabo a redução do grau de acidez da gama Virgem para os 0,5%, o relançamento do Azeite Novo e a inclusão do símbolo Alma Lusa Azeite Português na gama Virgem Extra. Além disso, a marca tem apostado na criação de azeites exclusivos de elevada qualidade, como o GALLO Grande Escolha, o GALLO Colheita Tardia, o GALLO Colheita ao Luar e, já em 2010, o GALLO Azeite de Moura DOP». Recentemente, em 2010, criou o GALLO Azeite de Mourra DOP. Trata-se de uma marca que se preocupa com o rigor e a tradição, com o conhecimento assente na experiência, mas também é muito afectuosa, ou não fosse a mesa um lugar onde partilhamos os afectos acima de tudo. Deste modo, é a quinta marca mundial de azeite e marca presença nos cinco continentes e em mais de 30 países, sendo líder de mercado em Portugal, Venezuela e Brasil. Em 2006, a BBDO, cria o vídeo «Tirem-me tudo», vem ilustrar este facto. Sob o ponto de vista da imagem, do som e dos símbolos utilizados, faz apelo aos sentidos e aos afectos e à tradição. O galo do logotipo de registo da marca (AnexoI) e os primeiros rótulos (Anexos III e IV), poucas alterações sofreu até ao presente o que nos fala de um certo rigor e uma forte tradição e fidelidade. A novidade, ainda nos rótulos antigos nos rótulos antigos (Anexo IV) é a cor que da qual se destaca o ouro, o vermelho, o azul e o verde, que ainda hoje se mantêm no produto e o círculo com forma perfeita. Página 8 de 16
9 Na abertura da página em linha do Azeite Gallo, lê-se: «Com quase um século de história, o Azeite GALLO é hoje em dia um verdadeiro tesouro gastronómico nacional, mas não só. Tradicional e genuíno, o Azeite GALLO apela a toda a tradição secular portuguesa e preserva na sua marca e no imaginário que evoca o que de melhor há na cultura portuguesa e nas gentes do nosso País.» A nosso ver, o rigor e a responsabilidade na construção da marca, a tradição e o afecto fizeram desta marca uma marca portuguesa de referência. Lemos ainda no seu site: «Azeite GALLO é hoje a marca portuguesa nº 1 no mundo é porque sabe dar valor à gastronomia, à vida e ao negócio. Sempre a cantar.» Pela sua ligação à gastronomia e à cultura, a empresa criou o prémio 90 galos, destinado a consagrar as 90 melhores experiências gastronómicas de Portugal. A sua constante adaptação aos novos tempos, com rigor e responsabilidade, torna esta marca uma referência na economia portuguesa. Página 9 de 16
10 IV. Conclusão Em 2010, na sua campanha Tradições Renovadas, a marca deixa claro que o que a torna uma marca de referência portuguesa é a sua capacidade de reinventar as tradições e o facto de ser intemporal, atravessando várias gerações sempre numa perspectiva de elevada. No filme Colheita ao Luar, a preto e branco, de 2009, a marca chama a atenção para a necessidade de manter a qualidade e a tradição. Em suma, tradição, qualidade, rigor e responsabilidade fazem da marca Azeite Gallo uma marca portuguesa de referência prestigiada. A inovação passa pela utilização das redes sociais para a promoção da marca:, com a criação da página EU GALLO, no Facebook, uma forma de chegar aos consumidores de todo o mundo, em que a marca propõe que o seguinte: «Mantenha-se a par de todas as novidades, promoções e novas experiências gastronómicas GALLO». Este trabalho permitiu que aprendesse alguns dos aspectos que são inerentes à construção de uma marca e o modo como um produto pode ser comercializado, e também a importância que o azeite ocupa na nossa cultura, o que faz desta marca sua embaixadora e uma marca portuguesa de referência. Sugeríamos para os próximos trabalhos o estudo mais aprofundado dos logotipos da marca ao longo dos últimos 90 anos. Página 10 de 16
11 V. Bibliografia GALLO Portugal desde Acessível em consultado em 18 de Dezembro de 2011 AZEITE GALLO - SlideShare Disponível em consultado em 20 de Novembro AZEITE GALLO. No poleiro desde [SITE] Disponível em consultado em 27 de Dezembro de AZEITE GALLO, [Site] A qualidade tem um nome. Disponível em eepthis=true&tb_iframe=true&height=500&width=450, consultado em 18 de Dezembro de BBDO (2006). Tirem-me tudo, Filme. Anunciante: Azeite Gallo, Agência: BBDO, Produtora: Garage. Acessível em consultado em 18 de Dezembro de COLHEITA AO LUAR (2009). Filme Acessível em consultado em 20 de Novembro de 2011 CUSTÓDIO, T. (2009). Azeites extra-virgem comerciais: composição em compostos voláteis e relação com parâmetros químicos de qualidade, Dissertação de Mestrado, UPORTO: Faculdade de Farmácia. Disponível em: consultado do em 27 de Novembro de 2011 FERRAZ, V. (2009). Processamento do azeite. Trabalho realizado na Disciplina de Processamento geral dos Alimentos. Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Coimbra, Disponível em consultado em 27 de Novembro de GALLO PORTUGAL. [Site]. Disponível em consultado em 2 de Dezembro de DIAS, K. (s.d.), GALLO, MundosdasMarcas, um blog eu fala de brands disponível em consultado em 18 de Dezembro de NOÇÕES SOBRE O AZEITE [Site] Disponível em consultado em 27 de Dezembro de 2011 TRADIÇÕES RENOVADAS (2010).Filme. Campanha acessível em consultado em 27 de Novembro de 2011 Página 11 de 16
12 Anexo I Título de registo de marca Página 12 de 16
13 ANEXO II - Primeiras embalagens Página 13 de 16
14 ANEXO III- PRIMEIROS RÓTULOS Página 14 de 16
15 ANEXO IV- PRIMEIROS RÓTULOS Página 15 de 16
16 ANEXO V- OS PROPRIETÁRIOS e o marketing no início da marca Página 16 de 16
Capitulo 3. Organização, facturação e rede de contactos da empresa
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