Índices de Obras Públicas IPOP

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Ilda Castro Gusmão
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Neste ano, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de São Paulo, SINTRACON, negociou reajuste de 8% para o piso das categorias de trabalhadores operacionais e 6% para o pessoal

1 Índices de Obras Públicas IPOP Dissídio impacta os índices de Obras Públicas! Denise Cyrillo (*) Em maio, ocorrem as negociações de dissídio para a grande maioria de categorias de mão de obra da Construção Civil. Neste ano, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de São Paulo, SINTRACON, negociou reajuste de 8% para o piso das categorias de trabalhadores operacionais e 6% para o pessoal administrativo. Esses reajustes impactaram positivamente, de modo geral, os índices de Obras Públicas, sendo que o maior efeito ocorreu no índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra (2,28%), seguido do índice Geral de Edificações (1,77%). O impacto foi menos expressivo no custo das obras de pavimentação (0,23%) e ainda não se refletiu nas de terraplenagem ( 0,59%). Esses números podem ser visualizados na Tabela 1. Esses efeitos, todavia, não são definitivos, pois nem todos os sindicatos da indústria concluíram as negociações em maio, principalmente aqueles ligados ao segmento de obras pesadas. Além disso, para esse tipo de obra, como as de terraplenagem, houve deflação no índice, pois se constatou queda no preço médio dos equipamentos que têm maior peso em seus orçamentos (-1,59%), associada à estagnação do mercado e valorização do dólar no período. Nesse índice, como já indicado, a variação média dos salários ainda não está captando o dissídio de todas as categorias (abaixo de 1%), tendo em vista que as negociações continuam em andamento. O recuo do índice de Terraplenagem só não foi maior porque os materiais tiveram um reajuste significativo de 0,36%. Os Índices de Preços de Obras Públicas são calculados pela Fipe desde de São usados para reajuste dos contratos de obras públicas pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e publicados no Diário Oficial do Estado. (*) Pesquisadora da Fipe: dccyrill@fipe.org.br. Índices de Obras Públicas IPOP Junho/2015 1

2 No índice de Pavimentação, todas as categorias de insumos tiveram reajustes positivos, sendo o maior o reajuste calculado para a mão de obra (1,98%); que, contudo, à semelhança do ocorrido no TER, não está captando toda a variação dos salários, que será incorporada após o término das negociações entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores. O índice de Edificações Gerais (IGE), com a variação de 1,77% já mencionada, deu continuidade à aceleração observada nos dois meses anteriores. Em relação ao mês de abril, houve um aumento de 1,13 p.p.. O principal determinante desse resultado foi o reajuste médio dos salários no mês de referência (3,67%), fortemente influenciado pelo reajuste acordado pelo SINDUSCON-capital, como já indicado. Por outro lado, os materiais ficaram praticamente estáveis (0,06%) e os equipamentos sofreram ligeira deflação (-0,07%). A aceleração do índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra (SGPMO) foi de 1,83 p.p. em relação a abril. A diferença do percentual entre o IGE e o SGPMO é determinada pelo maior peso da mão de obra neste último, e pela ausência de equipamentos em sua composição. Reitera-se que, em junho, ainda haverá variação expressiva nos salários! Tabela 1 Índices de Preços de Obras Públicas Variação Mensal (%) Maio de 2015 Sob a Vigência da Lei de Desoneração da Folha de Pagamentos Índices Geral Materiais Equipamentos Serviços Mão de Obra IGE 1,77 0,06-0,06 1,02 3,67 TER -0,59 0,36-1,59-0,75 PAV 0,23 0,10 0,03-1,98 SGPMO 2,28 0,04-1,02 3,69 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Obs.: IGE - Índice Geral de Edificações, TER - Índice de Obras de Terraplenagem, PAV - Índice de Obras de Pavimentação, SGPMO - Índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra. Índices de Obras Públicas IPOP Junho/2015 2

3 A Tabela 2 apresenta as variações dos preços médios dos insumos, segundo setores de atividade, para três dos índices acompanhados pela FIPE. Em relação ao IGE, os reajustes ficaram entre a queda de 0,44% dos insumos da Indústria de Minerais Não Metálicos e o aumento de 1,58% nos pertencentes à Indústria de Produtos Plásticos. Do conjunto de setores que participam da composição desse índice, identificou-se pequena aceleração em relação a abril para cinco deles (marcados em vermelho). No que tange ao acumulado do ano, três setores registram aumentos superiores à meta de inflação definida pelo Banco Central, a saber: Indústria de Produtos Plásticos (7,67%), Indústria da Madeira (6,25%) e Material de Transporte (5,33%). Tais aumentos já estão acima do que foi calculado em 2014! Em relação ao índice de Terraplenagem, as variações foram modestas, ficando entre -1,88% (Indústria Mecânica) e 2,04% (Indústria da Borracha). O mesmo se pode afirmar em relação ao PAV, cujas variações segundo setores de atividade apresentaram-se em intervalo ainda mais estreito: -0,36% (Indústria de Minerais Não Metálicos) e 0,85% (Indústria Química). Em relação a esta última, destaca-se que, na média, a projeção de inflação acumulada no ano dos insumos, que participam das obras de pavimentação (20,33%) e de terraplenagem (6,55%), já está bem acima da meta do Banco Central. Tabela 2 Índices de Preços de Obras Públicas por Setor Variação Mensal em 2015 e Acumulada nos Anos de 2015 e de 2014 (%) SETORES DE ATIVIDADES IGE TER PAV Mai/15 Abr/15 Acum /15 Acum/14 Mai/15 Acum /15 Mai/15 Acum / Extração Mineral (EM) 0,29 0,00 1,63 0,78 0,30 1, Indústria de Minerais Não Metálicos (IMNM) -0,44 1,62 2,80 4,71 0,00 8,37-0,36 0, Indústria Metalúrgica (IMET) 0,11 0,83 2,87 3, Indústria Mecânica (IMEC) -0,37 0,08 2,47 7,70-1,88 12,15-0,08 3, Indústria Material Elétrico/Comunicações (IME/C) 0,96 3,86 5,33 3, Material de Transporte (MT) 0,00 0,24 2,65 2,92-0,12 1,74 0,16 1, Indústria de Madeira (IMAD) 0,89 0,87 6,25 5, Indústria da Borracha (IBORR) -0,10 0,24 1,59 2,34 2,04 3,92 0,85 4, Indústria Química (IQ) 0,83-0,12 4,00 5,91 0,12 6,55 0,26 20, Indústria de Produtos Plásticos (IPP) 1,58 1,38 7,67 6, Serviços da Construção (SC) 1,13 0,93 2,99 2, Energia Elétrica e Outros Serviços Públicos (EE) 0,00 51,39 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Índices de Obras Públicas IPOP Junho/2015 3

4 A projeção de inflação do setor de obras públicas, para quatro períodos, está apresentada na Tabela 3. Nos primeiros cinco meses do corrente ano, observam-se dois patamares de reajustes: as obras pesadas acumulam aumento de 7,42% (TER) e 12,03% (PAV), ao passo que, para o IGE e SGPMO, o acumulado de cinco meses é de 3,5%. Considerando-se o acumulado de 12 meses, que projeta a inflação anual, os dois patamares reaparecem, com diferencial semelhante ao observado ao acumulado no ano. A inflação anual projetada para as obras pesadas está bem elevada (13,76% para o índice de Terraplenagem e 17,29% para o de Pavimentação), enquanto, para o IGE e SGPMO, a projeção é inferior ao centro da meta da política monetária. No Gráfico 1, pode-se visualizar a evolução do acumulado de 12 meses, ao longo de 2015, observando-se que apenas o índice de Terraplenagem apresenta trajetória crescente. Na perspectiva de médio prazo (base março/2004), o índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra fica na segunda posição (106,81%), seguindo o índice de Pavimentação, com o maior acumulado (107,16%). Esse comportamento está associado aos ganhos de salário real que a mão de obra do setor auferiu nos últimos anos. Situação que, provavelmente, não irá ter continuidade nos próximos anos! Tabela 3 Índices de Preços de Obras Públicas Variações Acumuladas (%) Períodos IGE TER PAV SGPMO Abr /1994 Mai / ,11 377,34 651,31 499,18 Abr /2004 Mai / ,54 72,47 107,16 106,81 Jun /2014 Mai /2015 5,57 13,76 17,29 5,85 Jan /2015 Mai /2015 3,54 7,42 12,03 3,58 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Índices de Obras Públicas IPOP Junho/2015 4

5 Gráfico 1 Índices de Obras Públicas: Evolução do Acumulado de 12 Meses (%) 20,00 IGE TER PAV SGPMO 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 Índices de Obras Públicas IPOP Junho/2015 5

6 Índice de Preços de Obras Públicas Metodologia CYRILLO, D. C.; FAVA, V. L. Índices de Preços de Obras Públicas e o Plano Real. Estudos Econômicos. Instituto de Pesquisas Econômicas, São Paulo, v. 25, p , Mais informações: sipop@fipe.org.br Índices de Obras Públicas IPOP Junho/2015 6

7 Série Estatística Geral Índices de Preços de Obras Públicas Março de 1994 = 100 Edificações Pavimentação Terraplenagem Serv. Gerais Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Geral Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Geral Mat. Jan/14 503, , , , , , , , , , , , ,622 Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan/ Fev 534, Mar Abr 539, , , , , , , , , , , , ,803 Maio 549, , , , , , , , , , , , ,186 Constr. Mão de Obra Equip. Predom. M. O. Índices de Obras Públicas IPOP Junho/2015 7

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