EFEITOS JURÍDICOS DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL NO DIREITO BRASILEIRO: UMA VISÃO DOUTRINÁRIA COM BASE NAS LEIS N /94, 9.278/96 E 10.

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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO EFEITOS JURÍDICOS DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL NO DIREITO BRASILEIRO: UMA VISÃO DOUTRINÁRIA COM BASE NAS LEIS N /94, 9.278/96 E /02 ANA CRISTINE ALTMANN Itajaí, maio de 2006

2 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO EFEITOS JURÍDICOS DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL NO DIREITO BRASILEIRO: UMA VISÃO DOUTRINÁRIA COM BASE NAS LEIS N /94, 9.278/96 E /02 ANA CRISTINE ALTMANN Monografia submetida à Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito. Orientador: Professor MSc. Maria Fernanda Girardi Itajaí, maio de 2006

3 AGRADECIMENTO Agradeço a Deus, o ser eterno e de tanto amor, por sempre ter estado comigo, em todos os momentos; A minha Orientadora, Professora MSc. Maria Fernanda Girardi, que me ensinou muito, por ter sido não só professora, mas, uma amiga, por ter me ajudado a passar por mais essa etapa da minha vida; A minha família, que são minha vida, meu porto seguro, por sempre estarem comigo, me apoiando, sempre presentes, e que eu amo tanto; Por fim, aos meus amigos, principalmente a minha amiga, Débora Alegransi, que esteve comigo esses 5 anos, pelo encorajamento, compreensão, companheirismo dados sempre, sem o qual não consigo ser feliz por completo.

4 DEDICATÓRIA A minha família, que é minha vida, meu porto seguro, que estão sempre presentes, me apoiando, ajudando, compreendendo, a quem eu dedico minha vida e minhas conquistas.

5 TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Vale do Itajaí, a coordenação do Curso de Direito, a Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do mesmo. Itajaí, maio de 2006 Ana Cristine Altmann Graduando

6 PÁGINA DE APROVAÇÃO A presente monografia de conclusão do Curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, elaborada pela graduanda Ana Cristine Altmann, sob o título Efeitos Jurídicos da Dissolução Da União Estável no Direito Brasileiro: Uma Visão Doutrinária com Base nas Leis nºs 8.971/94, 9.278/96 e /02, foi submetida em / / à banca examinadora composta pelos seguintes professores:,,, e aprovada com a nota [ ] ([ ]). Itajaí, maio de 2006 Professora MSc Maria Fernanda Girardi Orientador e Presidente da Banca Professora MSc Maria Fernanda Girardi Coordenação da Monografia

7 ROL DE ABREVIATURAS E SIGLAS CC CódigoCivil CRFB Constituição da República Federativa do Brasil Art. Artigo et al. E outros nº número org. organizador

8 ROL DE CATEGORIAS Rol de categorias que a Autora considera estratégicas à compreensão do seu trabalho, com seus respectivos conceitos operacionais. Alimentos 1 (...) a contribuição periódica assegurada a alguém, por título de direito, para exigi-la de outrem, como necessário à sua manutenção. Bem de Família 2 (...) é, tão-somente, bem imóvel, não alcança outros bens (móveis) indispensáveis para que o núcleo familiar tenha condições dignas de vida. Casamento 3 O casamento, entendido como a união legal entre o homem e a mulher, com o intuito de compartilharem suas vidas, recebeu do legislador tratamento diferenciado das demais espécies de família, no sentido da exigência solene para sua validade no contexto social. Companheiros (ou conviventes) 4 (...) a que mantinha relacionamento com homem desimpedido ou, ao menos, separado de fato (...). Concubinato 5 1 CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. São Paulo: RT, p SILVA, Marcos Alves da. Bem de família. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org). Curso de Direito de Família. Florianópolis: Vox Legem, p FONTANELLA, Patrícia. Casamento. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org). Curso de Direito de Família. Florianópolis: Vox Legem, p SANTOS, Luiz Felipe Brasil. União estável, concubinato e sociedade de fato: uma distinção necessária. In: DELGADO, Mário Luiz; ALVES, Jones Figueirêdo (Org). Questões Controvertidas no direito de família e das sucessões. São Paulo: Método, p. 229.

9 Tradicionalmente, na doutrina sempre predominou o entendimento de que essa expressão possui um sentido lato e outro estrito. Lato sensu, concubinato é um gênero que abrange duas espécies: o puro, ou stricto sensu (entre pessoas desimpedidas, que formam uma família de fato), e o impuro (adulterino ou incestuoso portanto, entre pessoas que possuem algum impedimento matrimonial). Direito Real de Habitação 6 (...) consiste na utilização gratuita de imóvel alheio. O titular desse direito deverá residir, com sua família, nesse imóvel, não podendo alugá-lo, empresta-lo. Dissolução da União Estável 7 O fim da sociedade conjugal está ligado ao término do relacionamento e das obrigações inerentes à convivência do casal, enquanto o vínculo, está intimamente atrelado à relação, em todos os aspectos deste instituto, principalmente, seus efeitos. Efeitos jurídicos da união estável Complexo de deveres e direitos próprios dos companheiros (pessoas que vivem em união estável). Entidade Familiar 8 (...) deduzido do art. 1º, da Lei nº 8.009/90 e 226, 4º, da CF/88, agasalha, segundo aplicação da interpretação teleológica, a pessoa que, como na hipótese, é separada e vive sozinha, devendo o manto da impenhorabilidade, destarte, proteger os bens móveis guarnecedores de sua residência. 5 SANTOS, Luiz Felipe Brasil. União estável, concubinato e sociedade de fato: uma distinção necessária. In: DELGADO, Mário Luiz; ALVES, Jones Figueirêdo (Org). Questões Controvertidas no direito de família e das sucessões. p AZEVEDO, Álvaro Villaça. Estatuto da família de fato: de acordo com o novo código civil, lei nº , de São Paulo: Atlas, p FREITAS, Douglas Phillips. Dissolução da sociedade e do vínculo conjugal. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org). Curso de Direito de família. Florianópolis: Vox Legem, p SILVA, Marcos Alves da. Bem de família. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org). Curso de Direito de família.. p

10 Família 9 (...) uma base cultural, em que cada membro ocupa o seu lugar e a sua função. Nesse processo, cada qual desempenha a sua vocação, independentemente das relações biológicas. É por conseqüência, um centro de afeto em que deve predominar os sentimentos que unem as criaturas humanas, muito além dos fenômenos onde predominam os princípios que regem o mundo material. Guarda dos Filhos 10 (...) um dos elementos da autoridade parental, sendo o instituto pelo qual alguma pessoa, seja parente ou não da criança e do adolescente, assume a responsabilidade sobre ele, devendo dispensar-lhe todos os cuidados próprios da idade e necessários a sua criação, aqui incluídos, além da assistência espiritual, as condições básicas materiais de alimentação, moradia, vestuário, assistência média, educação, as atividades de lazer e as complementares nos aspectos culturais, além daqueles de formação educacional, tudo, porém, dentro dos princípios morais vigentes. Morte 11 (...) existência da pessoa natural termina com a morte, uma vez que esta põe fim a todos os vínculos pessoais (...). Regime da Comunhão Parcial 12 (...) Comunicam-se, portanto, os aqüestos, isto é, os bens adquiridos a título oneroso durante a convivência, salvo se havidos com o produto de bens adquiridos anteriormente. 9 REIS, Clayton. Temas Selecionados de Direito de Família o Dano Moral no Direito de Família. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org). Curso de Direito de Família. Florianópolis: Vox Legem, p NETO, Francisco José Rodrigues de Oliveira. Guarda, Tutela, Curatela, Adoção e Poder Familiar. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org). Curso de Direito de Família. p FREITAS, Douglas Phillips. Dissolução da sociedade e do vínculo conjugal. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org). Curso de Direito de família. p OLIVEIRA, Euclides de. União Estável e Concubinato. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org). Curso de Direito de Família. p. 108.

11 União Estável 13 Refere-se o legislador à união estável more uxória entre homem e mulher, que se apresentam no meio social em que vivem como se casados fossem. Desde logo se excluem as ligações entre pessoas do mesmo sexo, assim como as relações passageiras, eventuais, às escondidas, ou associações entre homem e mulher de cunho exclusivamente profissional, comercial ou negocial. Usufruto de Bens 14 (...) revela-se na entrega de um bem a uma pessoa para dela retirar e aproveitar as utilidades e os frutos que resultarem. 13 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito: direito de família. São Paulo: Saraiva, p RIZZARDO, Arnoldo. Direito de Família: Lei nº , de Rio de Janeiro: Forense, p. 700.

12 SUMÁRIO

13 RESUMO...XIV INTRODUÇÃO... 1 CAPÍTULO A UNIÃO ESTÁVEL NO ATUAL DIREITO BRASILEIRO: ASPECTOS GENÉRICOS OS VÁRIOS TIPOS DE FAMÍLIA PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE A FAMÍLIA ORIUNDA DA UNIÃO ESTÁVEL BREVE APORTE HISTÓRICO DO CONCUBINATO CONCEITUAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA A CARACTERIZAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL ELEMENTOS SECUNDÁRIOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL...23 CAPÍTULO EFEITOS JURÍDICOS DECORRENTES DO RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL NO DIREITO PÁTRIO EFEITOS JURÍDICOS PESSOAIS LEALDADE, RESPEITO E ASSISTÊNCIA EXTRA-MATERIAL GUARDA, SUSTENTO E EDUCAÇÃO DOS FILHOS POSSIBILIDADE DE USO DO SOBRENOME DO HOMEM PELA COMPANHEIRA EFEITOS JURÍDICOS PATRIMONIAIS APLICAÇÃO DAS REGRAS DO REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS ALIMENTOS...37 CAPÍTULO EFEITOS JURÍDICOS DECORRENTES DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL NO DIREITO BRASILEIRO FORMAS DE DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EFEITOS JURÍDICOS DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL POR MORTE DE UM DOS COMPANHEIROS DIREITO REAL DE HABITAÇÃO ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA DO ARTIGO 1790 DO CÓDIGO CIVIL OS DIREITOS PREVIDENCIÁRIOS EFEITOS JURÍDICOS DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM VIDA DOS COMPANHEIROS PARTILHA DE BENS DIREITOS A ALIMENTOS GUARDA DOS FILHOS...57 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 61

14 REFERÊNCIA DAS FONTES CITADAS... 64

15 RESUMO O objeto desta monografia é o instituto da união estável no direito brasileiro, com ênfase nos efeitos jurídicos oriundos de sua dissolução, considerando o exposto nas Leis n /94, 9.278/96 e /02. Seu objetivo geral é verificar, com base na doutrina e legislação brasileira, o instituto da união estável, enfatizando os efeitos jurídicos patrimoniais decorrentes de sua dissolução. São objetivos específicos: obter dados do instituto da união estável a partir da doutrina e legislação pátria; verificar os principais efeitos jurídicos pessoais decorrentes da união estável no Direito positivo brasileiro, levando em conta as previsões das Leis n /94, n /96 e do atual Código Civil brasileiro; observar, com base na legislação e doutrina brasileira, os principais efeitos jurídicos próprios da dissolução da união estável, conflitando as prescrições das Leis n /94 e 9.278/96 e do atual Código Civil brasileiro. Quanto à metodologia empregada, registra-se que nas Fases de investigação e do Relatório dos Resultados foi utilizado o Método Indutivo. Ao final, observou-se que o advento do Código Civil brasileiro de 2002 ocasionou modificações no instituto da união estável no que diz respeito, principalmente, à produção de seus efeitos jurídicos patrimoniais.

16 INTRODUÇÃO A presente Monografia tem como objeto o instituto da união estável no direito brasileiro, com ênfase nos efeitos jurídicos oriundos de sua dissolução, considerando o exposto nas Leis n /94, 9.278/96 e /02. Seus objetivos são: a) institucional: produzir uma monografia para obtenção de grau de bacharel em Direito pela Universidade de Vale do Itajaí UNIVALI; b) geral: verificar, com base na doutrina e legislação brasileira, o instituto da união estável, enfatizando os efeitos jurídicos patrimoniais decorrentes de sua dissolução; c) específicos: obter dados do instituto da união estável a partir da doutrina e legislação pátria; verificar os principais efeitos jurídicos pessoais decorrentes da união estável no Direito positivo brasileiro, levando em conta as previsões das Leis n /94, n /96 e do atual Código Civil brasileiro; observar, com base na legislação e doutrina brasileira, os principais efeitos jurídicos próprios da dissolução da união estável, conflitando as prescrições das Leis n /94 e 9.278/96 e do atual Código Civil brasileiro. A opção pelo tema deu-se ao grande interesse da acadêmica pelo Direito de Família Brasileiro, levando-a a aprofundar seu conhecimento sobre o instituto da união estável. Quanto à metodologia 15 empregada, registra-se que nas Fases de investigação e do Relatório dos Resultados expresso nesta monografia - foi utilizado o Método Indutivo. Nas diversas fases da Pesquisa, foram acionadas as Técnicas do Referente 16, da Categoria 17, do Conceito Operacional 18 e da Pesquisa Bibliográfica. 15 Na categoria metodologia estão implícitas duas categorias diferentes entre si: método de investigação e técnica. Conforme PASOLD, César Luiz. Prática da Pesquisa Jurídica idéias e ferramentas úteis para o pesquisador do Direito. 7 ed. Florianópolis: OAB/SC Editora, 2002, p.87 (destaque no original). 16 Referente é a explicação prévia do motivo, objetivo e produto desejado, delimitando o alcance temático e de abordagem para uma atividade intelectual, especialmente para uma pesquisa. In: PASOLD, César Luiz. Prática da Pesquisa Jurídica idéias e ferramentas úteis para o pesquisador do Direito. p. 62.

17 2 Para tanto, inicia-se, no Capítulo 1, uma Abordagem Genérica do Instituto da União Estável, desde a origem e evolução da família, que começa com a evolução histórica do concubinato, no Brasil, até a promulgação da CRFB/88, quando passa a ser reconhecida entidade familiar denominada União Estável, direcionando aos elementos essenciais e secundários para caracterização desta entidade familiar. No Capítulo 2, trata dos Efeitos Jurídicos decorrentes do Reconhecimento do Instituto da União Estável no Direito Pátrio, fornecendo seus efeitos jurídicos na esfera pessoal e patrimonial. No Capítulo 3, por sua vez, trata dos efeitos Jurídicos decorrentes da Dissolução da União Estável no Direito Brasileiro, as formas de dissolução dessa entidade familiar, os efeitos jurídicos da dissolução da União Estável por morte de um dos companheiros, neste item, abordando os direitos sucessórios e direitos previdenciários, e finalizando com os efeitos jurídicos da dissolução da União Estável em vida dos companheiros, inserido a partilha de bens, os direitos a alimentos e guarda dos filhos. Para a presente monografia foram levantadas as seguintes hipóteses: a) O reconhecimento da união estável como entidade familiar se deve à promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, todavia, sua caracterização depende da observância de uma série de requisitos legais, previstos no atual Código Civil Brasileiro; b) A constituição de uma união estável no direito pátrio acarreta a produção de uma série de efeitos jurídicos pessoais. Neste sentido, o atual Código Civil brasileiro não apresentou modificações em relação às Leis n e 9.278; c) Ao término (ou dissolução) da união estável surgem vários efeitos jurídicos que se diferenciam caso a dissolução seja em vida ou por morte dos companheiros. Na dissolução por morte, a Lei n 9.278/96 prevê o direito real de habitação para o companheiro 17 Categoria é a palavra ou expressão estratégica à elaboração e/ou expressão de uma idéia In: PASOLD, César Luiz. Prática da Pesquisa Jurídica idéias e ferramentas úteis para o pesquisador do Direito. p Conceito operacional (cop) é uma definição para uma palavra e expressão, com o desejo de que tal definição seja aceita para efeitos das idéias que expomos In: PASOLD, César Luiz. Prática da Pesquisa Jurídica idéias e ferramentas úteis para o pesquisador do Direito. p. 56.

18 3 supérstite, todavia, o Código Civil nada prevê sobre o direito real de habitação. Neste sentido, entende-se que não persistem as disposições alusivas ao direito real de habitação do companheiro sobrevivente. O presente Relatório de Pesquisa se encerra com as Considerações Finais, nas quais são apresentados pontos conclusivos destacados, seguidos da estimulação à continuidade dos estudos e das reflexões sobre os efeitos jurídico decorrentes da dissolução da união estável no Direito brasileiro.

19 CAPÍTULO 1 A UNIÃO ESTÁVEL NO ATUAL DIREITO BRASILEIRO: ASPECTOS GENÉRICOS 1.1 OS VÁRIOS TIPOS DE FAMÍLIA PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 Ao começar o estudo a respeito desse tema, pode-se observar que a Constituição da República Federativa do Brasil 19 reconhece vários tipos de família, não sendo considerada somente aquela formada através do casamento. Oliveira e Muniz 20 dizem que: A família à margem do casamento é uma formação social merecedora de tutela constitucional porque apresenta as condições de sentimento, de estabilidade e responsabilidade social necessárias ao desenvolvimento da personalidade de seus membros e à execução da tarefa de educação dos filhos. Desempenha, portanto, funções reconhecidamente familiares. Postas essas idéias gerais, é importante assinalar que o direito de constituir livremente em família, quer no casamento, quer fora do casamento (união de fato more uxório), se encontra reconhecida na Constituição. Soares 21 explica, que a família, sendo o pilar da sociedade, tem uma proteção especial, que é dada pela Constituição Federal de Para que seja reconhecida a entidade familiar, ou seja, a família, a nossa Carta Magna não impôs somente o matrimônio, mas são reconhecidas outros tipos de família. 19 Doravante, Constituição Federal de OLIVEIRA, José Lamartine Corrêa de; MUNIZ, Francisco José Ferreira. Curso de Direito de Família. Curitiba Curitiba: Juruá, p SOARES, Orlando. Comentários à Constituição da República Federativa do Brasil. Rio de Janeiro: Forense, p. 717.

20 5 Portanto, a união estável é reconhecida como família, logo, tem-se a proteção do Estado. Ensina ainda, que, não é somente o casamento, e a união estável que são considerados entidades familiares, mas também, é reconhecida aquela formada por qualquer um dos pais, junto com seus filhos, denominada de família monoparental, conforme 4º do artigo 226 da Constituição Federal de Na mesma linha, Bulos 22 diz que a família não é somente aquela formada pelo casamento, mas também é considerado família, aquelas uniões que tenham preenchido os requisitos de permanência e continuidade, formadas fora do casamento, portanto merecendo a proteção do Estado. Bulos 23, ainda afirma que: a) para existir família não é necessário haver casamento; b) a entidade familiar pode ser formada pela mulher e pelo homem, tenham eles filhos ou não; c) basta que haja um dos seus membros se inteirado, apenas, com um de seus descendentes, para que esteja configurado o grupo familial; d) os filhos adotados são filhos, e como tais pertencentes ao núcleo familiar; e) os filhos de outros casamentos de um dos membros, ou de ambos, também compõem o instituto; f) pessoas do mesmo sexo, que vivem e compartilham objetivos comuns, incluem-se, igualmente aos demais, na noção constitucional da família. Garcia 24 esclarece também que, o reconhecimento de entidade familiar, não implica somente no casamento e na união estável. Mas naquela formada por qualquer um dos pais juntamente com seus descendentes, denominada de família monoparental. 22 BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada. São Paulo: Saraiva, p BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada. p GARCIA, José Carlos Cal. Linhas Mestras da Constituição de São Paulo: Saraiva, 1989, p. 218.

21 6 Sobre o 3º do artigo 226 da Constituição Federal, Martins e Bastos 25 dizem que, além do casamento, é considerada como entidade familiar a união afetiva entre um homem e uma mulher, sem que sejam casados, e as famílias formadas por um dos pais com seus filhos, ambas têm a devida proteção do Estado. No mesmo sentido, Silva 26 explicita que o casamento não é a única forma de constituir uma família, aquela formada por pais e seus filhos, a união estável entre homem e mulher também são tipos de famílias. Salienta ainda que, qualquer uma dessas hipóteses os direitos e deveres inseridos na sociedade conjugal, são exercidos igualmente entre o homem e a mulher. Portanto, compreende-se que a família, ou entidade familiar, é aquela composta pelo casamento, ou união estável, ou ainda, aquela comunidade formada por um dos pais juntamente com seus filhos. 1.2 A FAMÍLIA ORIUNDA DA UNIÃO ESTÁVEL Após uma breve abordagem sobre os vários tipos de família previstos na Constituição Federal, observou-se que depois da promulgação da Constituição Federal de 1.988, a união estável foi reconhecida como sendo uma família, protegida pelo Estado, conforme previsto no artigo 226 da Constituição Federal, que assim prescreve: Artigo 226 (...) 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a União Estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 25 MARTINS, Ives Granda e BASTOS, Celso Ribeiro. Comentários à Constituição do Brasil: promulgada em 5 de outubro de São Paulo: Saraiva, p SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Revista dos Tribunais, p. 709.

22 7 Após a proteção dada pela Constituição Federal de 1.988, entrou em vigor duas leis, a Lei nº 8.971/1.994 e, após dois anos, entrou em vigência a Lei nº 9.278/1.996, que revogou parcialmente a primeira lei. Sobre estas leis, Azevedo informa que: No tocante às leis em pauta, de 1994 e de 1996, é expresso o Enunciado 1, a assentar que a Lei nº 8.971/94 está ab-rogada pela Lei nº 9.278/96, tendo em vista que regulou inteiramente toda a matéria tratada na lei anterior (art. 2º da Lei de Introdução ao Código Civil). Tal enunciado foi aprovado por maioria de votos. Entendemos, entretanto, que não houve revogação total, mas parcial, pois a lei nova, de 1996, só discrepa da lei antiga, de 1994, no tocante a alimentos. (...) Assiste-se, no caso, repita-se, o posicionamento de duas leis federais que regulam matéria contida em texto constitucional, tendo sido a primeira (de 1994) modificada parcial e tacitamente pela segunda (de 1996), no tocante aos alimentos entre conviventes. Além de ter previsão na Constituição Federal de 1.988, e nas Leis 8.971/94 e 9.278/96, após advento do Código Civil de 2002 (CC), a união estável ficou regulamentada por este, não revogando totalmente as leis anteriores, conforme Barros 27 assevera: Contrariando o que vinha previsto no projeto de reforma do Código Civil (634-B/75), a Lei /2002 inovou completamente ao tratar da união estável, ainda que tal tratamento tenha se dado fora do título destinado aos direitos pessoais e aos direitos patrimoniais nas relações de família. Embora mantida a velha estrutura da codificação de 1916 que prioriza a família advinda do casamento, destinando à mesma a maior parte do tratamento jurídico da nova codificação civil, é inegável que em muito se avançou com o disposto nos artigos a Basta que se mencione que pela primeira vez se definiu o que seja concubinato dentro do ordenamento jurídico civil (art ). 27 BARROS, Ana Lúcia Porto de [et al.]. O Novo Código Civil Comentado. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, p

23 8 A lei mencionada no parágrafo anterior, nº 9.278/96, não foi revogada em sua totalidade, a união estável portanto, ficou prevista e regulada no Código Civil, como Barros 28 ensina. Como exemplo da não revogação total desta lei, o art que reitera os termos do art. 1º da lei, manteve também o art. 2º da lei, pelo art do C.C.. No mesmo sentido Oliveira 29 leciona que: Encontra-se no Livro IV, Título III, do Código Civil, capítulo dedicado à União Estável, compreendendo os arts a 1.726, com sua conceituação, impedimentos, direitos e deveres dos companheiros, regime de bens e conversão em casamento, e mais o art , que define o concubinato. Disposições esparsas em outros capítulos tratam de efeitos patrimoniais da união estável, como nos casos de obrigação alimentar (art ) e do direito sucessório do companheiro (art ). Gomes 30, ao se manifestar sobre a União Estável, ressalta que a família é o alicerce da sociedade, constituindo em sua célula básica. Tal fato justifica a proteção estatal conferida à instituição familiar e a ampliação de seu conceito, abarcando, além do Casamento, a União Estável e a Monoparentalidade. No mesmo sentido, Diniz 31 traz que: (...)os efeitos do matrimônio, do companheirismo e da família, a extensão do poder familiar e do poder tutelar não podem submeter-se ao arbítrio individual, por manifestarem um interesse da comunidade política, já que a sólida organização da família, segurança das relações humanas, constitui a base ou alicerce de toda a estrutura da sociedade e da preservação e fortalecimento do Estado. 28 BARROS, Ana Lúcia Porto de [et al.]. O Novo Código Civil Comentado. p OLIVEIRA, Euclides de. União Estável e Concubinato. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org.). Curso de Direito de Família. Florianópolis: Vox Legem, p GOMES, Orlando. Curso de Direito de Família. Rio de Janeiro: Forense, p DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: direito de família. São Paulo: Saraiva, p. 26.

24 9 Gama 32 mostra que, pela primeira vez, uma união extramatrimonial foi inserida na Constituição Federal, ficando reconhecida como entidade familiar, a união estável. Observa ainda, que este tipo de família já existia na sociedade, só não era reconhecida juridicamente. Oliveira 33, menciona que: A atual carta reconhece, pois, ao lado da família resultante da união legal pelo casamento, a família de fato, oriunda de união estável, como forma do antigo concubinato. Estendendo-lhe proteção, não só com relação aos contraentes, mas também aos filhos e demais componentes da entidade familiar. Na mesma linha de proteção à união estável, a Constituição também distingue o companheiro como possível beneficiário de pensão por morte do segurado (art. 201, V). Resulta claro que o ordenamento constitucional consagrou a definição ampla de família, como base da sociedade, garantindolhe proteção especial do Estado, independentemente do modo pelo qual tenha se originado a união. Diante do exposto, verifica-se que, a união estável, atualmente, é reconhecida pelo nosso atual ordenamento jurídico, sendo, também, protegida pelo Estado, considerada uma parte integrante da sociedade Breve aporte histórico do concubinato O concubinato, referente ao seu conceito, atualmente tem-se evoluído, conforme assevera Santos 34 : 32 GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. O companheirismo, Uma Espécie de Família. São Paulo: Editora Revistas dos Tribunais, p OLIVEIRA, Euclides Benedito de. União Estável: do concubinato ao casamento: antes e depois do novo código civil. p SANTOS, Luiz Felipe Brasil. União estável, concubinato e sociedade de fato: uma distinção necessária. In: DELGADO, Mário Luiz; ALVES, Jones Figueirêdo (Org). Questões Controvertidas no direito de família e das sucessões. p. 232.

25 10 Tradicionalmente, na doutrina sempre predominou o entendimento de que essa expressão possui um sentido lato e outro estrito. Lato sensu, concubinato é um gênero que abrange duas espécies: o puro, ou stricto sensu (entre pessoas desimpedidas, que formam uma família de fato), e o impuro (adulterino ou incestuoso portanto, entre pessoas que possuem algum impedimento matrimonial). Ainda, o mesmo autor, Santos 35, explica que o concubinato na forma pura, é aquela união duradoura, entre homem e mulher, sem casamento, ao qual foi denominado pela Constituição Federal de união estável. Trás também que, o C.C. definiu o concubinato, como sendo uma relação entre homem e mulher, não eventual, mas impedidos de casar. Concluindo que existe uma distinção em nosso ordenamento jurídico, entre os dois institutos. Gomes 36, conceitua o Concubinato, da seguinte maneira: (...)poder-se caracterizar o concubinato como a união do homem e da mulher, fora do matrimônio, de caráter estável, mais ou menos prolongada, para o fim da satisfação sexual, assistência mútua e dos filhos comuns e que implica uma presumida fidelidade da mulher ao homem. Portanto, com essa breve introdução, passa-se a explanar um breve histórico do concubinato. No Direito Romano Antigo, observa-se que o concubinato era um quase casamento, ou seja, um casamento de segunda classe, uma união análoga ao contubernium, um vocábulo utilizado para os escravos, como sublinha Oliveira SANTOS, Luiz Felipe Brasil. União estável, concubinato e sociedade de fato: uma distinção necessária. In: DELGADO, Mário Luiz; ALVES, Jones Figueirêdo (Org). Questões Controvertidas no direito de família e das sucessões. p GOMES, Orlando. Direito de Família. p OLIVEIRA, Euclides Benedito de. União Estável: do concubinato ao casamento: antes e depois do novo código civil. p

26 11 O referido autor, Oliveira 38, ainda menciona que, na época do Direito Romano Clássico, o concubinato não era aceito perante a sociedade, passando a ter algumas diretrizes no período pós-clássico. Com o Imperador Constantino, promulgaram algumas normas, as quais não influenciavam o concubinato. Oliveira 39 ainda informa que, na Idade Média foi o concubinato recriminado pelo Cristianismo, uma situação avançada até os tempos modernos. No Brasil, com a elaboração do Código Civil de 1916, no qual o concubinato era mais recriminado, surgiram vários dispositivos legais que mostram o descontentamento do legislador com a existência deste tipo de união como, por exemplo, proibição de doações do cônjuge adúltero ao seu cúmplice, ou ainda, a nulidade do direito de o concubino poder ser beneficiado do contrato de seguro de vida, etc. Como menciona Monteiro 40 : (...)normalização foi implementada pelo disposto no art. 226, 3º, da Constituição de 1988, segundo o qual, para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre um homem e uma mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. A lei nº 8.971, de 29 de dezembro de 1994, assim como a Lei nº 9.278, de , desdobrando o dispositivo constitucional, deram passo decisivo na equiparação dos direitos reconhecidos à entidade familiar e à família formada pelo casamento... Ante ao exposto, pode ser observado que o concubinato foi muito recriminado, sendo considerado até ilegal e, com o passar dos anos, foram 38 OLIVEIRA, Euclides Benedito de. União Estável: do concubinato ao casamento: antes e depois do novo código civil. p OLIVEIRA, Euclides Benedito de. União Estável: do concubinato ao casamento: antes e depois do novo código civil. p MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito: Direito de Família. p. 23.

27 12 elaboradas leis para garantir os direitos de pessoas que estão vivendo como se casadas fossem, ou seja, em União Estável Conceituação da união estável Com esta explanação sobre a origem do concubinato, podese passar a discorrer sobre o que vem a ser a União Estável. que: Sobre a conceituação de União Estável, Monteiro 41 assevera Refere-se o legislador à união estável more uxória entre homem e mulher, que se apresentam no meio social em que vivem como se casados fossem. Desde logo se excluem as ligações entre pessoas do mesmo sexo, assim como as relações passageiras, eventuais, às escondidas, ou associações entre homem e mulher de cunho exclusivamente profissional, comercial ou negocial. Gomes 42 faz uma rápida definição do que seria União Estável, menciona que essa terminologia é uma denominação atual que foi dada pelo legislador. Mesmo que, para sua caracterização precisa-se que esta união seja entre um homem e uma mulher, não casados, em relação estável, mais ou menos duradoura, ou, prolongada, para que se possa satisfazer a relação sexual. Ainda, deve existir a assistência entre ambos, e também, perante seus filhos, onde tem-se presumida a fidelidade dos companheiros. Diniz 43, assim conceitua União Estável: Ao matrimônio contrapõe-se o companheirismo, consistente numa união livre e estável de pessoas livres de sexos diferentes, que não estão ligadas entre si por casamento civil. A Constituição Federal, ao conservar a família, fundada no casamento, 41 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito: Direito de Família. p GOMES, Orlando. Curso de Direito de Família. 2002, p DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. p. 321.

28 13 reconhece como entidade familiar a união estável, notória e prolongada de um homem com uma mulher, vivendo ou não sob o mesmo teto, sem vínculo matrimonial, desde que tenha condições de ser convertida em casamento, por não haver impedimento legal para sua convolação. A proteção jurídico-constitucional recai sobre uniões matrimonializadas e relações convivenciais more uxória, que possam ser convertidas em casamento. Com isso, a união estável perde o status de sociedade de fato e ganha o de entidade familiar, logo não pode ser confundida com união livre, pois nestas duas pessoas de sexos diferentes, além de não optarem pelo casamento, não têm qualquer intentio de constituir família. Nesta temática, Pereira 44 completa, observando que não é elementar a convivência sob o mesmo teto, e nem a dependência financeira da mulher. conceituação: Ainda sobre união estável, Oliveira 45 apresenta sua (...)considera entidade familiar (resultante da união estável) a convivência duradoura, pública e contínua de um homem e de uma mulher, estabelecida com o objetivo de constituição de família. No mesmo tema, Pereira 46 assim sintetiza: (...)união estável é a relação afetivo-amorosa entre um homem e uma mulher, não-adulterina e não-incestuosa, com estabilidade e durabilidade, vivendo sob o mesmo teto ou não, constituindo família sem vínculo do casamento civil. A conceituação de União estável, conferida por Gama 47 é entendida como sendo o companheirismo uma união extramatrimonial, entre um 44 PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito de Civil: Direito de Família. Rio de Janeiro: Forense, p OLIVEIRA, Euclides Benedito de. União estável: do concubinato ao casamento: antes e depois do novo código civil. p PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Concubinato e União Estável. Belo Horizonte: Del Rey, p. 29.

29 14 homem e uma mulher, ambos desimpedidos, com objetivo de formar e manter uma família, caracterizando uma vida como casados, de forma duradoura, notória, contínua e estável. Oliveira 48 ensina que: A conceituação da união estável no Código Civil é a mesma dada pela Lei n /96, art. 1º, com ligeira mudança de redação que não lhe altera o conteúdo. (...)O dispositivo não exige prazo mínimo de convivência, assim ficando de vez abandonado o critério temporal (cinco anos) que era previsto na Lei n /94 e fora dispensado na Lei n /96. Como pôde ser observado, a União Estável, para a maioria dos juristas, trata-se de uma união entre homem e mulher, que não tenham qualquer tipo de impedimentos matrimoniais, a qual, no meio social em que vivem os companheiros, sejam considerados como se fossem realmente casados, ou seja, uma relação notória, prolongada, e que tenham, também, o dever de fidelidade, e o intuito de formar uma família Elementos essenciais para a caracterização da união estável Conforme se depreende do item anterior, que abordou a conceituação da União estável, não é qualquer mera convivência entre homem e mulher que a lei considera como União Estável. Para que ela se configure, necessário se faz observar alguns requisitos ou elementos essenciais, que são: diversidade de sexo; ausência de matrimônio civil válido e de impedimento matrimonial; notoriedade; fidelidade ou lealdade; coabitação. 47 GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. O Companheirismo, Uma espécie de Família. p OLIVEIRA, Euclides de. União Estável e Concubinato. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org.). Curso de Direito de Família. p. 105.

30 15 É interessante destacar que nem todos esses requisitos são mencionados pelos autores pesquisados, alguns pensam não necessitar todos esses requisitos para a configuração da união estável. Rizzardo 49 menciona que para a caracterização a união estável, mister analisar os requisitos do Código Civil, voltando a salientar que não mais perduram as Leis nºs e ) Diversidade de sexo: Sobre o elemento diversidade de sexo, Diniz 50 esclarece que, se for o mesmo sexo, teremos uma sociedade de fato tão somente. Nesta temática, Gomes 51 sublinha o texto constitucional, sendo uma ligação entre homem e mulher, sexos diferentes, adquirindo assim, o reconhecimento de uma entidade familiar. Oliveira 52 entende, também que, pelo fato de a União Estável ser análoga ao casamento, para tal reconhecimento, é preciso que o relacionamento seja resultante de uma ligação de um homem e uma mulher. Ainda, sobre a diversidade de sexo, Czajkowski 53 traz que: A Constituição de 88, no já aludido art. 226, 3º, reporta-se à união estável entre homem e a mulher. Igualmente a Lei 8.971/94, fala em a companheira de um homem, ou companheiro de mulher. Também a Lei 9.278/96, quando no seu art. 1º conceitua a entidade familiar informal, exige a convivência de um homem e uma mulher. 49 RIZZARDO, Arnaldo. Direito de familia: Lei nº , de Rio de Janeiro: Forense, p DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. p GOMES, Orlando. Direito de Família. p OLIVEIRA, Euclides Benedito de. União estável: do concubinato ao casamento: antes do novo código civil. p CZAJKOWSKI, Rainer. União Livre: à luz das leis 8.871/94 e 9.278/96. Curitiba: Juruá, p

31 16 A condição se impõe porque duas pessoas do mesmo sexo não podem assumir, uma perante a outra, as funções de marido e esposa, ou de pai e de mãe em face de eventuais filhos. No mesmo sentido, Oliveira 54 menciona que: O mandamento constitucional exige, para a união estável, que a coabitação se dê entre pessoas de sexos diferentes, isto é, entre homem e mulher, não tendo amparo constitucional a união estável entre homossexuais. Para Neumann 55 a união estável deve se dar entre um homem e uma mulher, devendo existir essa diversidade, por ter como intuito a formação de uma família e prole. Finalizando, Gama 56 faz menção à Constituição Federal de 1988, pois expressa o reconhecimento da união estável, ressalta, que esta união afetiva somente pode ser verificada entre um homem e uma mulher. matrimonial: 2) Ausência da matrimônio civil válido e de impedimento Sobre esta temática, Diniz 57 traz que:...não se aplicando o art , VI, no caso de a pessoa casada encontrar-se separada de fato ou judicialmente. As causas suspensivas do art do Código Civil não impedirão a caracterização da união estável (CC, art , 2º). E pode ser reconhecida a união estável de separado judicialmente, pois a separação judicial põe termo aos deveres de coabitação e fidalidade recíproca e ao regime de bens (CC, arts , 3º, e 1.576). 54 OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Alimentos e Sucessão no Casamento e na União Estável. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, p NEUMANN, Juarez Rosales. Do Casamento ao Concubinato. Porto Alegre: Sagra-DC Luzzatto, p GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. O Companheirismo: uma espécie de família. p DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. p. 325.

32 17 No mesmo sentido, Gama 58 assevera que, em relação a ausência de impedimentos matrimoniais, a maioria dos doutrinadores tem-se orientado em reconhecer, somente, pessoas desimpedidas, na qual não configura como concubinato impuro, ou de forma adulterina ou incestuosa. Oliveira 59 menciona ainda que: Não se configura união estável se houver impedimento matrimonial entre os parceiros. Nesse sentido dispõe o art , 1º, do Código Civil, mandando aplicar o art , que enumera os impedimentos para casar, abrangendo os ascendentes e descendentes, colaterais até o 3º grau, afins em linha reta etc.. No mesmo parágrafo do art , segunda parte, resolve-se tormentosa questão atinente ao estado civil dos companheiros, em face do impadimento por serem casados. O dispositivo exclui a incidência do inciso VI do art do Código Civil, que trata desse impedimento, no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. Ainda, o mesmo autor ensina que se o casamento for contraído com causa suspensiva, isto não impedirá a caracterização da união estável. Dias 60 menciona que: (...)Dispõe a lei (1.723): a união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do artigo Ou seja, nas mesmas hipóteses em que é vedado o casamento, é proibida a união estável.(...) Já Oliveira 61, traz uma questão que atormenta alguns operadores do direito: 58 GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. O Companheirismo: uma espécie de família. p OLIVEIRA, Euclides de. União Estável e Concubinato. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org.). Curso de Direito de Família. p DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. Porto Alegre: Livraria do Advogado, p. 170.

33 18 (...)é saber se, diante da omissão da Lei nº 9.271/96 sobre a qualificação dos conviventes, ainda subsiste a exigência do art. 1º da Lei 8.971/94 de que os companheiros sejam solteiros, separados judicialmente, divorciados ou viúvos. Diante da redação da Lei nº 8.971/94, alguns autores entenderam que a exigência quanto à qualificação dizia respeito tão-somente ao companheiro devedor. Em sentido contrário, Rodrigues 62, ao estudar os requisitos da união estável, observou que antes do advento da Lei nº 9.278/96, o companheiro tinha que ser solteiro, separado judicialmente, viúvo ou divorciado, o mesmo valia para a companheira, após o advento dessa lei, não há essa necessidade de observância desses requisitos. No mesmo sentido do citado autor, Oliveira 63 expressa que, para constituir uma união estável de pessoas que ainda são casadas ou não divorciadas, a sociedade conjugal deve estar desfeita ou por uma separação judicial ou por uma separação de fato. 3) Notoriedade: Diniz 64 observa que a notoriedade não é igual à publicidade. E, ainda, que essa convivência deve ser notória, na sociedade devem ser conhecidos como marido e mulher, tendo como vontade de constituir uma família. Para Oliveira 65, não seria a notoriedade requisito da União Estável, mas sim, publicidade, ao contrário de Diniz, como mencionado 61 OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Alimentos e Sucessão no Casamento e na União Estável. p RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Direito de Família. São Paulo: Saraiva, p OLIVEIRA, Euclides de. União Estável: do concubinato ao casamento: antes e depois do novo código civil. p DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. p OLIVEIRA, Euclides de. União Estável: do concubinato ao casamento: antes e depois do novo código civil. p. 132.

34 19 anteriormente. Para aquele autor a convivência deve ser pública, deve ser reconhecida não só na sociedade, mas perante o meio familiar. Ainda, Dias 66 ensina que: (...)A publicidade denota a notoriedade da relação no meio social freqüentado pelos companheiros, objetivando afastar da definição de entidade familiar as relações menos compromissadas, nas quais os envolvidos não assumem perante a sociedade a condição de como se casados fossem.(...) Oliveira 67 diz que: A convivência há de ser pública, isto é, de conhecimento do meio social dos companheiros, o que afasta configuração de cunho familiar a encontros velados, às escondidas, que sugerem, pela clandestinidade, segredo de vida em comum incompatível com a constituição de uma verdadeira família no meio social. No mesmo sentido, Rodrigues 68 sublinha que: Da mesma maneira, a clandestinidade da convivência impede a configuração de entidade familiar. É necessário que a relação marital seja conhecida no meio social onde os companheiros vivem, aparentando nele visibilidade ostensiva. Na mesma temática, Czajkowski 69 menciona que a publicidade é expressa na Lei 9.278, quando descreve da convivência pública. Na mesma linha de pensamento Oliveira 70 menciona sobre a publicidade. Que a mesma é trazida pela lei 9.278, quando tem expresso a palavra pública. 66 DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. p OLIVEIRA, Euclides de. União Estável e Concubinato. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org.). Curso de Direito de Família. p RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Direito de Família. p CZAJKOWSKI, Rainer. União Livre: à luz das leis 8.871/94 e 9.278/96. p. 92.

35 20 O Código Civil, em seu artigo 1.723, assim prescreve: Art É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. Azevedo 71, menciona que: Realmente, como um fato social, a união estável é tão exposta ao público como o casamento, em que os companheiros são conhecidos, no local em que vivem, nos meios sociais, principalmente de sua comunidade, pelos fornecedores de produtos e serviços, apresentando-se, enfim, como se casados fossem. Diz o povo, em sua linguagem autêntica, que só falta aos companheiros o papel passado. Já para Gama 72, a notoriedade seria um elemento secundário, não sendo o caracterizador da união estável, essa notoriedade seria o reconhecimento perante a sociedade, da união do homem e da mulher como se casados fossem. No mesmo sentido do autor mencionado no parágrafo anterior, Pereira 73 entende que: Na verdade, a notoriedade era um elemento importante quando se fazia ainda a distinção entre concubinato e união estável. Com a evolução doutrinária e jurisprudencial, esse elemento perde um pouco o sentido caracterizador para a união estável, uma vez que o seu requisito básico é a monogamia e, sendo assim, não há por que ser uma relação clandestina. 4) Fidelidade ou lealdade: 70 OLIVEIRA, J.M. Leoni Lopes de. Alimentos e Sucessão no casamento e na União Estável. p AZEVEDO, Álvaro Villaça. Estatuto da Família de Fato: de acordo com o novo código civil, Lei nº , de São Paulo: Atlas, p GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. O Companheirismo: uma espécie de família. p PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Concubinato e União Estável. p. 31.

36 21 Ao adentrar nesta característica menciona-se Diniz 74, que remete ao artigo do C.C., onde prescreve que: Art As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. Assim, a citada autora Diniz 75, leciona que: (...)entre os amantes, que revela a intenção de vida comum, a aparência de posse de estado de casado por ser esta, como já dissemos, atributo de casal unido pelo casamento, cuja comprovação tornou-se difícil pela perda do registro civil, estando falecidos os consortes ou impossibilitados de prestar esclarecimentos, e o indício de que o filho é do casal. Além disso o fato de a mulher receber outro homem, ou outros homens, ou vice-versa, indica que entre os amantes não há união vinculatória nem, portanto, companheirismo, que pressupõe ligação estável e honesta. Não havendo fidelidade, o relacionamento passará à condição de amizade colorida, sem o status de união estável. Na mesma linha de raciocínio, Pereira 76 acha importante o requisito da fidelidade, mencionando que alguns autores pensam que a fidelidade deve ser certa, ostensiva, às vezes sendo quase agressiva, ou seja, para enfatizar esse aspecto. Na mesma temática, Oliveira 77 menciona o C.C. de 1916, art. 231, inc. I, o qual prescreve sobre a fidelidade entre os cônjuges, atualmente, inserido no artigo Com isso, como a união estável em tudo procura ser igual ao casamento, também é considerado uma característica desta entidade familiar. Sendo mais expressa ainda na Lei 9.278/96, que vem como um dever decorrente desta união. 74 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. p DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. p PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Concubinato e União Estável. p OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Alimentos e Sucessão no Casamento e na União Estável. p. 111.

37 22 Já para Gama 78, a lealdade, ou, unicidade de vínculo, não seria o elemento caracterizador da união estável, seria sim, o elemento secundário quando mostra que a união estável, como tem intuito de construção de uma família, adota a estabilidade, esta união seria o único vínculo existente entre ambos, ou seja, deve haver a monogamia. No mesmo sentido, Oliveira 79 descreve que como a união estável tem caráter monogâmico, o vínculo entre os companheiros deve ser único. 5) Coabitação: Nesta temática, Diniz 80 aborda que: (...)uma vez que a união estável deve ter aparência de casamento. Ante a circunstância de que no próprio casamento pode haver uma separação material dos consortes por motivos de doenças, de viagem ou de profissão, a união estável pode existir mesmo que os companheiros não residam sob o mesmo teto, desde que seja notório que sua vida se equipara à dos casados civilmente ( Súmula 382 do STF). No mesmo sentido, Oliveira 81 traz esta característica, tendo a exigência de morarem sob o mesmo teto, sempre tendo uma vida como se casados fossem, literalmente. Sendo necessário ainda, que os companheiros tenham o mesmo domicílio. Oliveira 82 ainda diz que a lei não menciona o dever de coabitação, ou vida em comum no mesmo domicílio, que constitui um dos deveres básicos dos casados. 78 GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. O Companheirismo: uma espécie de família. p OLIVEIRA, Euclides de. União Estável: do concubinato ao casamento: antes e depois do novo código civil. p DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. p OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Alimentos e Sucessão no Casamento e na União Estável. p OLIVEIRA, Euclides de. União Estável e Concubinato. In: FREITAS, Douglas Phillips (Org.). Curso de Direito de Família. p. 105.

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